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Histórias da Vida

Histórias da Vida- Capítulo 26

Capítulo 26

Continuação do capítulo anterior…

Cena 1./Noite.

Breno: Eu só não entendo porque você está assim. Toda descontrolada por causa do Hélio.

Valéria: Porque ele está me traindo com a Maria.

Breno: Você faz o mesmo com ele. Acabamos de transar.

Valéria: Vai defender ele agora? Transa com ele.

Breno: Qual é? Ta me estranhando.

Valéria: Breno, eu não sou feliz no meu casamento. Isso é nítido pra quem quiser ver. Eu já não me interesso pelo Hélio há anos, tanto em afeto como sexualmente. E eu tive a confirmação de que ele também não se interessa por mim. Eu não estou tão ruim assim. Qualquer homem teria transado comigo no dia que eu preparei meu quarto pra ele.

Breno: Com certeza. Estamos ai pra isso.

Valéria: Eu nunca vou aceitar que ele me trocou pela Maria. De todas as mulheres do mundo ele quis a Maria. Ele sabe o quanto eu não suporto essa mulher. Ela sempre conseguindo tudo. Ela era feliz no casamento. Ela continua feliz mesmo depois que o marido dela morreu. Que a Glória infernizou a vida dela. Depois de tudo ela continua feliz e eu fiquei pra trás. Como se o universo tivesse pegado a minha parte de felicidade e passado pra ela. E eu fiquei cada vez mais infeliz. Um traste de marido, uma casa que eu odeio. Nem minha filha se parece comigo. Mas não tem problema eu vou fazer de tudo pra deixar a Maria igual eu estou. Infeliz. Nem que pra isso eu tenho que destruir a vida dela e da família dela interia.

Breno: Nossa. Calma. Não precisa disso tudo.

Valéria: Não me diga o que eu tenha que fazer. Eu preciso achar a Marcela e acabar com aquela família.

Breno: Você sabe que se aparecer uma verruga no seu nariz, você se torna a bruxa do leste.

Valéria: Cala a boca e vamos embora.

Os dois saem do quarto do motel.

Cena 2.

Hospital.

No quarto de Renato.

Guilherme: Eu não sei se eu posso fazer isso.

Renato: Por favor. Eu preciso falar com ela. Eu não posso morrer sem falar com ela.

Guilherme: Calma, você não vai morrer.

Renato: Eu to sentindo isso. Eu não tenho muito tempo.

Guilherme: O que você quer falar com ela?

Renato: Isso é com ela, doutor. Por favor. Esse é o ultimo pedido de vida. Você não pode me negar isso.

Guilherme: Está bem. Eu vou ligar pra ela e pedir pra ela vir te ver. Mas não posso garantir que ela vai vir.

Renato: Eu a conheço. Ela virá.

Guilherme: Qual é o numero do telefone?

Cena 3.

Casa de Carla.

Na cozinha, Carla e Julia arruma a mesa para o jantar.

Julia: Até hoje eu não conseguir me acostumar com esse namoro do Junior.

Carla: Qual o problema, Julia? O menino tem o direito de ser feliz.

Julia: Claro, mãe. Longe de mim querer atrapalhar a felicidade dele. Mas sei lá. Eu cresci com ele. Vi ele crescer e de repente ele ta namorando.

Carla: Isso parece que você ta com ciúmes por que ele ta namorando e você não.

Julia: Até parece mãe.

O celular de Julia toca e ela atende.

Julia: Alô. Oi Patty. O que? A Susaninha fez isso? Me conta isso direito.

Julia sai da cozinha e André entra.

André: Que cheiro bom. Tá fazendo algo diferente?

Carla: O de sempre. Não tem nada de diferente.

André: Deve estar ótimo.

Carla coloca a travessa de arroz na mesa.

Carla: Está pronto. Pode se servir.

Carla e André se sentam a mesa, e jantam. Julia chega à cozinha e vê os pais jantando juntos. Ela percebia que o clima entre os dois não estavam como antes, ainda havia magoa e ressentimento, mas que as coisas estavam voltando ao normal. Ela mesma não sabia se gostava disso, mas queria ver sua família junta.

Julia se senta a mesa com os pais.

Carla: Aconteceu alguma coisa?

Julia: Não, fofoca boba.

Cena 4.

Casa de Maria.

Na sala, Maria caminha da cozinha para à sala com uma garrafa de vinho e uma taça nas mãos. Ela coloca sobre a mesa de centro e coloca vinho na taça.  O interfone toca. Maria vai até o interfone e atende.

Maria: Pronto.

A voz de Hélio: É o Hélio.

Maria: Já destravei o portão. Pode entrar.

Maria volta para à sala e abre a porta, Hélio entra na casa.

Hélio: Boa noite.

Os dois se cumprimentam com beijo no rosto. Hélio vê a taça de vinho na mesa.

Hélio: Você está com visita? Eu não queria atrapalhar.

Maria: Para de palhaçada. Você não atrapalha em nada. Mas não tem visita não. Eu estou é sozinha. O Junior e a Nath foram à casa da sai mãe, o Rafael na boate e o Diego no bar da Lapa. Eu estou aproveitando esse momento de paz aqui em casa e resolvi relaxar. Tomar um vinho, terminar meu livro. É raro está casa está vazia.

Hélio: Faz bem. Eu também ando precisando de um dia de paz pra mim. Mas não dá. A empresa sempre me deixando estressado. Ai eu chego em casa e tem a Valéria. Você já viu né?

Maria: Se quiser você pode ficar um pouco aqui. Aceita um taça de vinho?

Hélio: Claro.

Maria: Eu vou pegar outra taça.

Hélio: A Marcela apareceu de novo?

Maria caminhando até a cozinha: Até agora não. Graças a Deus. Espero que continue assim.

Cena 5.

Mansão de Glória.

Na sala, Junior e Nath entram.

Junior: Vó.

Empregada chega à sala.

Empregada: Ela está na área lá fora.

Junior e Nath caminham até  a área dos fundos.

Nath: Faz tanto tempo que eu não vinha aqui que eu nem me lembrava da casa direito.

Junior: O que é um absurdo né.

Na área dos fundos, Glória com o pincel na mão, tenta pintar uma flor na tela que está na sua frente. Junior e Nath chegam.

Junior: Eu estou tendo uma miragem? A senhora no jardim? Eu quero saber quem é você e o que você fez com a minha avó.

Glória: Fazia tempos que eu não vinha até o jardim. Eu já tinha me esquecido de como aqui é bonito.

Nath: Muito bonito.

Glória: Acho que eu que estou tento uma miragem. A Nath na minha casa.

Nath: Faz tanto tempo né vó.

Nath abraça Glória.

Nath: Eu lembro que nas férias de dezembro a gente vinha pra cá e ficava brincando aqui, por esse jardim todo. Era muito bom.

Junior: Eu não me lembro disso.

Glória: Você era muito novo. Seu pai ainda era vivo.

Junior: Quer dizer que a senhora pinta?

Glória: Estou tentando. Depois de ficar tanto tempo sedentária enfurnada dentro dessa casa eu resolvi fazer algo pra manter minha cabeça boa. Eu li que arte é uma ótima maneira de fazer isso.

Nath olha para o quadro.

Nath: É um monstro?

Junior: Não, é uma casa.

Glória: Na verdade, era uma flor. Acho que pintura não é meu talento.

Os três riem.

Cena 6.

Na rua.

Dirigindo o carro, Valéria fica pensativa.

Valéria: Como que eu faço pra encontrar essa mulher? Heitor devia ter deixado algum endereço naquela carta. Séria muito mais fácil. Mas tudo bem, Valéria você é espera e vai encontrar um jeito de encontrar essa Marcela.

Valéria faz a curva com o carro e entra na rua da casa de Maria. Valéria dirige tranquila até avistar o carro de Hélio encostado na porta na casa de Maria.

Cena 7.

Casa de Maria.

Na sala, Maria e Hélio sentado no sofá tomam vinho e conversam.

Maria: Quase que eu não consegui, mas no final ele ficou com o apartamento no Jardim Botânico. E como está a sua vida?

Hélio: O de sempre. Complicações na empresa. Complicações em casa. Só minha mãe, que parece estar melhorando. É a única coisa boa que tem acontecido.

Maria: O Junior comentou comigo. Eu fiquei muito feliz pela Glória. Por ela ter saído daquele luto eterno.

Hélio: Tava na hora da Glória se recuperar sim.

Hélio coloca a taça sobre a mesa de centro a taça cai da mesinha e se quebra.

Hélio: Me desculpe. Eu não queria…

Maria: Não tem problema, é só uma taça.

Hélio se abaixa e pega os cacos de vidro e se corta a mão.

Hélio: Droga.

Maria: Se cortou? Calma eu vou pegar um curativo.

Maria sai da sala e instantes depois volta com uma maletinha de primeiros socorros. Ela se senta do lado de Hélio e limpa o sangue da mão de Hélio e faz um curativo sobre o corte.

Hélio: É tão bom sentir sua mão sobre a minha. Parece o toque de um anjo.

Maria: Por favor, Hélio. Para… Nós já conversamos sobre isso.

Hélio: Você não quer que a gente fale sobre nossos sentimentos, mas eu quero falar. Eu não tenho duvida nenhuma do que eu sinto por você.

Maria se levanta.

Maria: Acho que bebemos vinho demais. Está na hora de você ir embora.

Cena 8

Cena 8.

Apartamento de Lucas.

Lucas entra no apartamento e joga a maleta no sofá e caminha para o quarto. No quarto ele tira o blazer e joga na cama, e ouve o som da campainha. Lucas vai até a sala e abre a porta e vê Camila com uma garrafa de vinho na mão.

Lucas: Camila?

Camila: Oi. Tudo bem? Eu posso entrar?

Lucas: Claro. Por favor.

Camila entra no apartamento.

Lucas: Aconteceu algo? Você precisa de mim?

Camila: Eu tava na adega e achei esse vinho venezuelano. Eu lembrei que é o seu favorito. Ai eu pensei que mesmo sendo ex-marido e ex-mulher, somos ainda amigos e amigos podem tomar um vinho juntos.

Cena 9.

Rua.

Dentro do carro.

Valéria: Eu não acredito que o Hélio está na casa dessa mulher a essa hora da noite.

Valéria desce do carro e vai até o portão e estica o braço pra apertar o interfone e percebe que o portão não está fechado, apenas encostado. Ela abre o portão e entra.

Na porta da sala.

Na sala, Maria encostada na porta aberta e Hélio do lado de fora conversam.

Hélio: Você vai continuar fugindo dos seus sentimentos? Uma hora nós vamos ter que conversar sobre isso.

Maria: Mas não agora. Você sabe o quanto isso é complicado. E não só pra mim, pra você também. Tem mais gente envolvida nisso. Duas famílias. Você tem noção do quanto isso vai fazer nas nossas vidas.

Hélio: Só me responde se você sente o mesmo que eu sinto por você.

Hélio e Maria se olham por instantes e se beijam com sentimento, até ser surpreendidos por um flash no rosto dos dois. Eles se separam e olham para o lado do flash assustados e veem Valéria com o celular na mão.

Valéria: Pronto. Aqui tá foto que prova o quanto vagabunda você é Maria.

Eles se encaram.

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