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Histórias da Vida

histórias da Vida – Capítulo 25

Capítulo 25.

Continuação do capítulo anterior…

Cena 1.

Casa de Hélio.

No corredor da casa, Hélio caminha até chegar ao seu quarto. Hélio entra e vê o quarto com uma luz mais baixa, o som tocando uma música romântica e sexy ao mesmo tempo. Hélio olha pra cama e vê Valéria deitada com uma langerie vermelha bem provocante sobre um lençol de setim.

Hélio: Que isso Valéria?

Valéria: Essa é minha surpresa pra nós dois.

Hélio: Você…

Valéria: Hoje somos apenas nós dois, Hélio. Sem ninguém pra atrapalhar.

Hélio e Valéria se encaram.

Valéria passa a mão sobre o lençol.

Valéria: Vem Hélio. Eu quero ter uma noite maravilhosa igual as que tínhamos anos atrás.

Hélio: Valéria, está tudo muito bonito nesse quarto, a decoração, você. Está realmente muito atrativo. Mas nós temos uma filha que pode chegar aqui a qualquer momento.

Valéria: A Patty não vai entrar aqui, pode ter certeza disso. Talvez ela ouça alguns gemidos, respiração ofegante e tudo mais. Mas isso não é problema pra ela. Ela sabe que não veio da cegonha.

Hélio: Eu não consigo me concentrar sabendo que a Patty está lá fora.

Valéria: A Patty está jantando na casa da Maria. Agora para de dar desculpas esfarrapas Hélio.

Hélio: Sabe o que acontece, Valéria. Eu to com uma baita dor de cabeça. Foi um dia muito estressante na empresa e… Eu não vou poder te dar o que você merece essa noite. Você me perdoe, mas hoje não vai rolar. Eu preciso tomar um banho porque realmente minha cabeça vai explodir.

Hélio entra no banheiro do quarto. Valéria lenta da cama e se veste com o robbe.

Valéria: Então quer dizer que até na minha vida sexual com meu marido você se meteu. Maria, Maria. Eu vou fazer você pagar por tudo. Pode ter certeza disso.

Cena 2.

Casa de Maria.

Na mesa do jantar, Rafael, Junior, Diego, Carla, Julia, Patty sentados enquanto Maria termina de arrumar a mesa.

Junior: Se eu contar vocês não vão nem acreditar.

Rafael: E se você não contar ninguém vai saber.

Julia: fala logo, Junior.

Junior: Povo estressado. Era pra vocês adivinharem.

Patty: Ninguém quer.

Junior: A Vovó… Ela estava de batom e roupas coloridas.

Rafael: Duvido.

Junior: Sério. Quando eu cheguei a casa dela tinha até flores na sala. Eu achei que tinha abduzido a vovó e substituído ela.

Maria senta à mesa.

Maria: Isso é ótimo. Sinal de que ela está se recuperando.

Diego: Bem atrasada né mãe.

Maria: Cada um no seu tempo. Ela demorou um pouco mais. E por falar em tempo, o seu tempo de fugir acabou Rafael.

Rafael: Sobrou pra mim.

Maria: Sim. Porque você fugiu do castigo no dia que eu conversei com todos.

Rafael: E eu lá tenho idade pra castigo mãe?

Maria: Você não tem responsabilidade pra sua idade. Eu não quero passar o jantar falando disso. Eu só quero te pedir, por favor, seja um exemplo melhor para os seus irmãos.

Rafael: Pode deixar dona Maria.

Maria fala um pouco mais alto: Nath larga esse celular e vem jantar.

Na sala, Nath deitada no sofá usa o celular.

Nath: To indo mãe.

Nath escreve na mensagem “Vou ter que ir, jantar em família. Depois nos falamos” e envia para Guilherme no Whatsapp. Nath levanta e vai pra mesa do jantar e se senta com a família.

Rafael: Agora não desgruda do celular. Parece uma adolescente.

Nath: Não tenho culpa se você já está quase na terceira idade.

Rafael: Falou a novinha né. Você é a mais velha depois de mim.  Fala pra gente, é namoradinho novo? O outro sumiu e você já arrumou outra. Fila anda rápido ai hein.

Nath: Cala a boca Rafael.

Maria: Vocês dois podem parar.  Di, como foi lá no barzinho da Lapa?

Diego: Bem. Foi divertido.

Julia: É verdade que você beijou a Flávia?

Diego envergonhado: Sim.

Rafael: Flávia é aquela da balada? Ela é gata. Escolheu bem. Esse é meu irmão.

Junior: Eles foram lá pra fora e sumiram. Uma eternidade pra voltarem. Parece que estava bom lá. Não foi Patty?

Patty: Pior que foi mesmo.

Maria: E ai filho, você estão namorando?

Patty: Claro que não tia.

Diego: Sim.

Patty: O que?

Rafael: Isso ai garoto. Esse é da família.

Maria: Que bom filho. Adorei essa notícia. Eu me esqueci de trazer a salada, eu vou lá buscar.

Patty: Pode deixar que eu busco. Me ajuda Diego. Agora.

Patty e Diego levantam da mesa e vão pra cozinha.

Junior: E porque você não quis ir para o bar, Julia. Tava de boa lá.

Julia: Eu achei melhor ficar em casa. Não sei. Talvez minha fosse precisar de mim.

Carla: Julia…

Maria: Precisar por quê?

Carla: Eu to andando muito cansada, mãe. Serviço de casa não é fácil. A senhora sabe disso.

Maria: Sei sim. Mas eu trabalho fora e ainda cuido de casa.

Carla: Eu acho que eu to muito sedentário. Preciso de uma academia.

Julia: Defesa pessoal é uma boa.

Carla olha pra Julia.

Julia: É um ótimo exercício.

Na cozinha.

Patty e Diego entram na cozinha.

Patty: Que loucura é essa que você acabou de dizer lá na mesa.

Diego: Não foi loucura. Eu disse a verdade.

Patty: Isso não ta certo. Você sabe disso. Ta na cara que aquela menina está apaixonada por você.

Diego: Isso é ótimo. Quem sabe eu me apaixono por ela também.

Patty: Você sabe que não vai conseguir. Você é…

Diego: Você está me julgando como gay, mas eu nunca fiquei com um cara.

Patty encara Diego por alguns segundos.

Patty: Está bem. Você me desculpe então por te julgar. Só não ilude a Flávia. Não é justo você fazer isso.

Diego pega a vasilha de salada e volta pra sala de jantar.

Sala de jantar.

Na mesa do jantar, todos jantam.

Carla: Que delicia mãe. Tempero novo?

Maria: Amor… E coentro.

Rafael: Eu vou comer rápido que eu tenho que ir pra boate.

Maria: Vai comer rápido nada. Vai comer normalmente. Devagar. Comer depressa da indigestão.

Julia: Todo mãe é assim?

Patty: Não. A minha não está nem ai.

Maria: Não fala assim Patty. Ela se importa com você sim. Mas do jeito dela. Talvez ela não seja boa pra demonstrar.

Junior: Isso ela é ótima. Não demonstrar.

Diego: Isso é coisa de você falar, Junior?

Nath: Patty, eu te amo viu prima. Não sei se isso ajuda, mas…

Patty sorri.

Maria: Mãe é uma coisa engraçada. Vocês podem crescer o tanto que for que pra mim vocês vão continuar sendo crianças. Crianças indefesas que precisam de cuidado e de atenção 24 horas por dia. Mesmo sabendo que já estão casados e tem sua própria família ou se ainda á um adolescente descobrindo o mundo. A preocupação é a mesma. Eu sei por que eu sou a prova viva disso. A Carla ficou um tempinho sumida e eu já estava com o coração apertadinho de saudades. Tudo que eu queria era fazer com que as coisas descem certo com todos. E que nada de errado acontecesse. Mas infelizmente eu não posso. Acho isso se chama viver, né. Mas eu só vivo por causa de vocês. Vocês são a minha vida. Acho que eu até me emocionei.

Nath: Foi lindo mãe.

Carla: Nós também te amamos.

Rafael: Acho que isso merece um brinde.

Junior: Tudo acaba em bebida nessa casa.

Diego: Por isso que somos a melhor família.

Todos riem e brindam.

Passa algumas imagens da cidade do Rio de Janeiro. Mostrando as belezas da cidade. Alguns pontos turísticos. A praia. Os bares. O sol se pondo e a lua nascendo, logo em seguida a lua se pondo e o sol nascendo. Isso se repete por algumas vezes e em seguida um letreiro.

 

DIAS DEPOIS

 

Cena 5./ Noite.

Hospital.

No quarto de Renato. Guilherme confere os remédios no soro de Renato, que está deitado. Renato tosse algumas vezes e segura na mão de Guilherme.

Renato: Doutor, eu preciso da sua ajuda.

Guilherme: Calma. Você está sentindo alguma coisa?

Renato: Sim. Eu to morrendo. Eu to sentindo que estou morrendo.

Guilherme: Fica calmo. Você está sentindo dores? Onde está doendo?

Renato: Não importa. Isso não importa agora. Eu preciso que o senhor me ajude.

Guilherme: O que você quer que te ajude?

Renato: Eu preciso que você peça a Nathalia pra me ver. A Nathalia. Eu preciso ver ela. Eu sei o número dela. Eu preciso falar com ela antes de morrer você tem fazer isso pra mim doutor. Por favor.

Cena 6.

Motel.

No quarto de motel, Breno deitado na cama conversa com Valéria que está em pé de ajeitando em frente ao espelho.

Valéria: Eu nunca achei que ia ser tão difícil encontrar uma mulher na minha vida.

Breno: Não me diga. Você apenas sabe que o nome dela é Marcela. Você não sabe sobrenome, nunca viu ela. Você tem noção de quantas Marcelas existem no Rio de Janeiro? São milhares.

Valéria: Eu sei disso. Não precisa ficar me atazanando com isso. Mas elas se encontram, eu já ouvi a Maria falando dela. Eu só não entendo porque ela não apareceu esse tempo todo. Eu fiquei dias de tocaia em frente à imobiliária. E nada. Você vigiou o Junior no colégio?

Breno: Sim. Mas não tem como eu afirmar que era ela. Eu nunca vi essa mulher na minha vida.

Valéria: Qualquer mulher diferente que se aproxime do Junior pode ser ela.

Breno: É uma escola Valéria. O que mais tem são mulheres diferentes. Mães de alunos. Que saber, você ta chata hoje.

Valéria: Espera. Vamos sair juntos. Eu já terminei de me arrumar. Meu pescoço está marcado?

Breno: Não. Eu não ia dar esse mole de novo.

Valéria: Então vamos.

Breno: Eu só não entendo porque você está assim. Toda descontrolada por causa do Hélio.

Valéria: Porque ele está me traindo com a Maria.

Breno: Você faz o mesmo com ele. Acabamos de transar.

Valéria: Vai defender ele agora? Transa com ele.

Breno: Qual é? Ta me estranhando.

Valéria: Breno, eu não sou feliz no meu casamento. Isso é nítido pra quem quiser ver. Eu já não me interesso pelo Hélio há anos, tanto em afeto como sexualmente. E eu tive a confirmação de que ele também não se interessa por mim. Eu não estou tão ruim assim. Qualquer homem teria transado comigo no dia que eu preparei meu quarto pra ele.

Breno: Com certeza. Estamos ai pra isso.

Valéria: Eu nunca vou aceitar que ele me trocou pela Maria. De todas as mulheres do mundo ele quis a Maria. Ele sabe o quanto eu não suporto essa mulher. Ela sempre conseguindo tudo. Ela era feliz no casamento. Ela continua feliz mesmo depois que o marido dela morreu. Que a Glória infernizou a vida dela. Depois de tudo ela continua feliz e eu fiquei pra trás. Como se o universo tivesse pegado a minha parte de felicidade e passado pra ela. E eu fiquei cada vez mais infeliz. Um traste de marido, uma casa que eu odeio. Nem minha filha se parece comigo. Mas não tem problema eu vou fazer de tudo pra deixar a Maria igual eu estou. Infeliz. Nem que pra isso eu tenho que destruir a vida dela e da família dela inteira.

https://www.youtube.com/watch?v=KKZ9TT36Ml4

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