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Histórias da Vida

Histórias da Vida – Capítulo 19

Capítulo 19

Continuação do capítulo anterior…

Cena 1.

Valéria entra em casa, e eles não percebem que ela chegou. Valéria escuta vozes na cozinha e caminha até a porta com cuidado e escuta a conversa.

Hélio: Você sabe que eu vou estar aqui para o que você precisar. No que eu puder ajudar.

Maria: Eu sei Hélio. Você é um grande amigo…

Os dois se olham.

Maria: Sobre o que aconteceu na imobiliária. Eu queria pedir desculpas e…

Hélio: Não peça desculpas. A culpa foi minha. Eu não devia ter te beijado.

Maria: Não sou nenhuma criança, Hélio. Nós dois temos culpa. Eu acho que não devíamos ter feito aquilo. Você é casado, você é meu cunhado. Foi um erro aquele beijo.

Valéria perto da porta da cozinha escuta tudo.

Hélio: Eu sei que não foi à coisa mais certa que nós fizemos. Mas eu não me arrependo daquele beijo.

Maria: Hélio, por favor. Não vamos falar disso agora, nem aqui. Eu não quero causar problemas no seu casamento. Na sua vida. Eu só quero resolver isso. Foi um erro e não vamos repetir isso. Certo?

Hélio: Claro.

Valéria volta até a sala, abre a porta e a fecha fazendo barulho.

Na cozinha, Hélio e Maria ouvem a som da porta.

Maria: Alguém chegou. Não vamos falar disso.

Hélio: Tudo bem.

Valéria entra na cozinha.

Valéria: Maria… Minha querida. Que surpresa agradável.

Valéria cumprimenta Maria com um beijo no rosto.

Maria: Tudo bem, Valéria?

Valéria: Estou ótima. Porque estão aqui na cozinha? O Hélio não educação nem de receber as vizitas na sala. O que eu faço com esse homem, Maria?

Maria: Eu vim beber um pouco d’água. Eu já estou indo pra casa. Com licença.

Maria sai da cozinha.

Cena 2

Casa de Carla/Quarto.

No quarto, Carla sai do banheiro de robe e vê André parado na porta. Os dois se encaram.

André: Eu quero falar com você.

Carla: Eu não tenho nada pra falar com você. Da licença que eu quero trocar de roupa.

André: Eu só vim pedir desculpa.

Carla surpresa, olha para André.

André: Eu perdi a cabeça. Eu saí mim. Não queria ter feito o que eu fiz. Eu me arrependo muito de ter… Você sabe.

Carla: Não queria mais fez. Se arrepender não muda o fato do meu rosto ainda está doendo.

André: Eu sei. Eu tenho o estopim curto, você sabe disso. Não precisa me provocar daquele jeito.

Carla: Você me bate e ainda quer me dizer que a culpa foi minha?

André: eu vou sair daqui antes eu fale mais besteiras. Desculpe-me, por favor.

Cena 3.

Boate.

A boate está cheia. Vários jovens dançando na pista de dança. Algumas mesas no canto da boate ocupadas, algumas por casais, outras por alguns amigos. No bar, vários pegando bebida com os barmen. No bar, Rafael prepara um drink para o cliente e pega o papelote de cocaína do bolso e segura o copo do drink deixando o papelote entre a mão e o copo, ele entrega para o cliente e bisca um olho. O cliente entende o sinal e passa o dinheiro para Rafael.

Cliente: Valeu fera.

Cliente sai e Breno chega ao balcão.

Breno: E ai, como tá indo?

Rafael: Muito bem. A gente já devia ter feito isso antes. Só hoje eu já faturei que eu ganho na semana como barman.

Breno: Eu te falei irmãozinho. Eu não te coloco em jogada ruim não.

Rafael: Eu sei. Devia ter começado isso antes.

Breno: Toma cuidado. Não dá mole. Não vai ser pego não, viu.

Rafael: Eu não sou você, meu parça.

Cena 4.

Casa de Sandra.

No quarto, Sandra passa creme no corpo enquanto conversa com Vitória que está sentada na cama de Sandra.

Vitória: Fizeram birra mãe. Como sempre. O Felipe faz o drama porque ele é o mais novo e a Bia discute comigo. A senhora acredita que ela disse que eu atrapalho a família dela?

Sandra: São crianças, Vitória. Você tem que relevar.

Vitória: Não mãe, a Bia já tem 15 anos. Sabe muito bem o que está fazendo. Pelo menos o Caio se impôs hoje. Ficou do meu lado.

Sandra: Ele gosta de você.

Vitória: Você ta com uma carinha triste. Aconteceu alguma coisa no hospital?

Sandra: No hospital não. Mas… Eu aceitei um convite de almoço de um amigo.

Vitória: Ele não te beijou no final.

Sandra: Não foi isso… E nem era pra beijar. Ele acabou de se separar da esposa. A esposa apareceu no restaurante com o filho, e ela fez um barraco. Foi desconfortável.

Vitória: Que horror. Ainda bem que eu não estava lá. Eu tinha dado na cara dela.

Sandra: Eu não sei quem você puxou. Eu não sou de briga, seu pai também não.

Vitória: Eu não puxei ninguém, sou única.

Sandra: Ok senhorita única. Agora você já pode ir para o seu quarto que eu vou dormir. Acordo cedo amanhã. Vai começar um estagiário amanhã e eu não quero parecer indisposta.

Vitória. Ta bem, mãe. Boa noite.

Vitória levanta da cama, beija o rosto de Sandra e sai do quarto. Sandra deita na cama.

Cena 5.

Apartamento de Lucas.

Na sala, Lucas e Guilherme conversam sentados no sofá enquanto assiste ao jogo de futebol.

Lucas: Sua mãe está completamente doida.

Guilherme: Ela ainda te ama, pai. Não precisa ser tão radical com ela.

Lucas: Radical? Eu sou um advogado conhecido. Isso pode atrapalhar meu trabalho. Ela não tinha esse direito.

Guilherme: Eu sei pai. Eu conversei com ela já. Ela está arrependida já. Me prometeu que não vai mais fazer isso.

Lucas: Espero mesmo que ela faça. A Sandra é uma mulher muita boa.

Guilherme: Em todos os sentidos, né.

Lucas: Não pensei por esse lado. Mas sim, em todos os sentidos.

Guilherme: Faz o seguinte, manda flores pra ela, um belo cartão. E a próxima vez que tiverem um almoço romântico, que seja aqui. Pra não ter esse perigo da dona Camila atrapalhar.

Lucas: Vou fazer isso mesmo, flores. Você é um gênio filho.

Guilherme: Me chamam de “o rei das mulheres”.

Cena 6.

Casa de Maria.

Na sala, Maria sentada no sofá, ele lê um livro. Nath chega á sala.

Nath: Mãe.

Maria: Fala querida.

Nath: Eu marquei com a Dra. Sandra amanhã de manhã. A senhora vai comigo?

Maria: Que bom. Claro que eu vou amor. Eu tinha um cliente amanhã de manha, mas eu remarco para a tarde.

Nath: Eu não sabia. Então não precisa ir. Eu vou sozinha ou peço a Carla pra ir comigo.

Maria: Claro não. Eu vou com você sim. Minha família em primeiro lugar. Eu remarco com ele sem problemas. Vou até ligar pra ele agora.

Nath: Obrigada mãe. Falando na Carla, ela está sumida, né?

Diego chega à sala. Maria pega o celular na bolsa.

Maria: Diego, seu celular não parava de tocar hoje, por ironia do destino foi o único que eu tinha me esquecido de desligar.

Diego: Quem era?

Maria: Flávia. Parece que vocês se conheceram na boate. Expliquei-a que você não poderia atender a ligação por alguns dias.

Diego: Que mico, mãe.

Nath: Queimou o filme dele com a menina mãe.

Maria: Queimei nada. Passei o numero daqui de casa para ela. Ela te liga amanhã.

Nath: Dieguinho conquistando corações. Quem diria.

Diego: Não conquistei ninguém. A gente nem se conheceu direito.

Nath: Aham, sei. Só não se esquece da camisinha tá.

Maria: Nathália.

Nath: O que foi mãe? Ele tem 18 anos. Ele transa. Seus filhos transam. Se abusar até o Junior já está transando.

Maria: O Junior? Não. Ele é uma criança.

Nath: Não é não, mãe.

Maria: Eu não quero nem pensar nisso. Eu vou ligar para o meu cliente e remarcar a vizita que é melhor.

Cena 7.

Casa de Hélio.

No quarto, Hélio sentado na cama se lembra do beijo entre Maria e ele. Hélio passo o dedo nos lábios e abre o um belo sorriso. Valéria ta porta do quarto observa Hélio.

Cena 8.

Casa de Maria.

Na sala, Maria e Valéria conversam.

Maria: Aconteceu alguma coisa? Já está tarde.

Valéria: Aconteceu sim. Eu vim buscar o celular da minha filha. Eu ia falar com você quando eu te vi lá em casa, na cozinha. Fazendo o que mesmo? Bebendo água.

Maria: Claro. Mas você sabe o que aconteceu não sabe? O motivo pelo qual eu peguei o celular dela?

Valéria: Sim. Ela foi à boate que o Rafael trabalha – irônica – Meu Deus que terrível. Cuidado. Chamem a policia.

Maria: Você sabe que eles entraram com identidades falsas?

Valéria: Besteira de adolescentes. Quem nunca fez uma besteirinha quando eram jovens?

Maria: Esse tipo de besteira eu não fiz. E não quero que os meus filhos achem que isso é certo de se fazer.

Valéria: Claro. Maria você é uma santa. Não faz nada de errado, não é? Mas pelo que eu sei, engravidar do filho da patroa rica pra conseguir um casamento, não é a coisa mais certa de se fazer, nem de se orgulhar.

Maria: Eu não engravidei do Heitor pra conseguir um casamento. Foi uma fatalidade.

Valeria: Todas as coisas que aconteceu na sua vida é fatalidade, não é mesmo?

Maria: Engravidar da Carla não foi uma coisa ruim na minha vida, foi maravilhoso. Mas não foi uma gravidez planejada e… EU não tenho que ficar explicando a minha vida para você.

Maria pega o celular de Patty dentro da bolsa e entrega Valéria.

Valéria: Obrigada. E não se meta na educação da minha filha. Melhor, não se meta com a minha família. Não se meta a Patty, comigo e nem com o Hélio.

Maria: Não entendi.

Valéria: Você nunca entende nada não é. Vou começar usar essa sua tática.

Valéria sai da casa.

Cena 9/Manhã.

Hospital/Sala de Sandra.

Sandra entra na sua sala e vê em cima da mesa um arranjo de flores. Sandra pega o cartão do lado do arranjo e lê “Esse é um jeito simples de te pedir desculpas”. O celular de Sandra toca e ela atende.

Sandra: Pronto.

Voz de Lucas: Bom dia, Sandra. Recebeu minhas flores?

Sandra: Sim. São lindas. Obrigada.

Voz de Lucas: Eu só liguei pra reforçar meu pedido de desculpas. Eu não queria que nada daquilo tivesse acontecido. Bom, eu pensei que a gente podia tentar de novo e…

Sandra: Lucas, eu nunca passei uma vergonha tão grande como aquele que eu passei. Aquela mulher e me acusando no meio do restaurante.

Voz de Lucas: Eu sei, foi constrangedor pra todos. Mas eu prometo…

Sandra: Lucas eu não quero outro almoço. Não vou correr o risco da maluca da sua ex esposa e o seu filho aparecer na minha frente e me acusaram de novo. Resolve sua vida com ela e só depois você me procura.

Sandra desliga o celular e se vira e vê Guilherme na porta da sala.

Guilherme: Bom dia. Eu sou o novo estagiário.

Guilherme e Sandra se encaram.

Cena 10.

Casa de Maria.

Na mesa do café, os filhos de Maria tomam café todos juntos. Maria caminha em direção à mesa e o interfone toca, Maria pega o interfone.

Maria: Pronto.

Ao ouvir a resposta, o semblante de Maria que estava alegre fica serio.

Maria sai da sala e caminha até o portão, Maria abre o portão e vê Marcela.

Maria: O que você aqui?

Marcela: Tudo bem amiga? Eu também estava com saudades.

Maria: Não me provoca Marcela. Eu já estou a ponto de explodir e voar no seu pescoço. Desde ontem quando você foi à escola do meu filho pra me amedrontar.

Marcela: Seu filho?

Maria: Sim. Meu filho. Ele é o meu filho.

Marcela: Se você está dizendo que ele é o seu filho quem sou eu pra discordar. Só que pra ele continuar sendo seu filho, eu vou precisar de mais um chequezinho.

Maria: Essa história já esta indo longe demais. Eu não vou mais te dar dinheiro nenhum.

Marcela: Como? Esqueceu que eu posso fazer.

Maria: Você é um monstro. Só pensa em dinheiro. Você já pensou nele pelo menos?

Marcela: Claro que sim. Todos os dias. E nos meus pensamentos o rosto dele é um grande cifrão.

Maria: Filha da pu…

Junior chega atrás de Maria.

Junior: O que tá acontecendo aqui, mãe?

O clima fica tenso e todos ficam sérios.

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