Histórias da Vida – Capítulo 18
Capítulo 18
Continuação do capítulo anterior…
Cena 1.
Maria vai até o balcão de bebidas e copo uísque no copo e entrega a Helio e ficam frente a frente.
Maria: Que historia é essa?
Hélio: Minha mãe. Hoje eu passei cedo pra ver como ela estava…
Maria: Ela está bem?
Hélio: Sim, está sim. Mas ela acha que eu estou apaixonado por você. Não é um absurdo.
Os dois se olham por uns instantes.
Maria: Que bobeira. Claro que é um absurdo.
Os dois voltam a se olhar, Hélio vira o copo de uísque de uma vez.
Hélio: Acho que nem tanto.
Hélio a beija de surpresa, no inicio Maria se assustou, mas logo em seguida se rendeu ao beijo que ela tanto queria e não assumia pra si mesma. Eles se beijam por alguns instantes até perceberem de fato o que estava acontecendo. Eles se afastam e se olham.
Hélio: Desculpa Maria. Eu não sei o que aconteceu que eu fiz isso e…
Maria: A Culpa não foi só sua. Eu também… É…
Hélio: Acho que é melhor eu ir embora.
Maria: Acho que é sim. Não sei o que aconteceu com a gente.
Hélio: Posso colocar a culpa no uísque?
Maria: Acho que devemos colocar a culpa no uísque.
Hélio: Que bom. Eu Já vou indo.
Helio sai da sala, Maria senta na cadeira sem graça, mas ao mesmo tempo ela gostou do beijo.
Cena 2.
Apartamento de Camila.
No quarto, Guilherme termina de vestir a camisa e vai para frente do espelho para arrumar o cabelo. Camila entra no quarto.
Camila: Eu posso falar com você?
Guilherme: Fala.
Camila: Não fica com raiva de mim, filho. Eu sei que eu não fiz o certo, que eu não devia ter feito àquela cena toda no restaurante.
Guilherme: Se você sabe por que você fez? Vocês dois conversaram tanto. Separação amigável. Lembra?
Camila: Você acha certo seu pai já sair de casa e arrumar outra mulher?
Guilherme: Vocês estão separados, ele pode arrumar a mulher que ele quiser. E ninguém sabe se ele estava lá pra um almoço romântico. Meu é advogado. Poderia ser uma cliente.
Camila: Você como filho, devia querer ver seus pais juntos, Felizes.
Guilherme: Eu quero ver vocês feliz. Tanto você quanto ele. Mas juntos não dá. Você sabe disso. Quantas brigas eu tive que presenciar de vocês dois aqui em casa? Vocês não dão certo juntos. Meu pai está tentando refazer a vida dele, e eu acho que a senhora também devia tentar refazer a sua.
Guilherme sai do quarto.
Cena 3.
Casa de Caio.
Na cozinha, Vitória prepara o jantar e Caio a ajuda.
Vitória: Amor. Termina de picas a cenoura aqui, por favor. O arroz já está queimando.
Caio: Claro.
Caio pega a cenoura e começa a picar.
Vitória: Eu fiz o pudim que você disse que seus irmãos gostam. Espero que eles comam sem me detonar pra você.
Caio: Eles não fazem isso.
Vitória: Claro que fazem. Tudo que eles podem fazer pra me afastar de você eles fazem.
Caio: Mas isso vai parar.
Felipe e Bia entram em casa.
Bia: Mais uma vez o Felipe conseguiu rasgar o uniforme do futebol.
Caio: De novo, Felipe?
Felipe: Eu não tive culpa. O que ele está fazendo aqui?
Caio: Não é assim que fala. Ela tem nome. E a Vitória vai jantar com a gente.
Felipe: Acabei de perder a fome.
Felipe vai pro quarto.
Caio: Eu vou falar com ele agora. Isso não pode continuar assim.
Caio vai até o quarto de Felipe.
Bia: Viu o que você fez? Até quando você vai continuar atrapalhando minha família?
Cena 4
Casa de Caio / Quarto de Felipe.
No quarto, Felipe tira camisa do uniforme do futebol. Caio entra no quarto.
Caio: Eu não gostei do que você fez lá fora.
Felipe: Eu também não gostei dela estar aqui em casa. Estamos quites.
Caio: Depois de todo esse tempo ficou sem educação agora? Qual o seu problema?
Felipe: Só você que não vê que ela quer atrapalhar nossa família. Ela quer tirar você da gente.
Caio: Para de falar besteira. A Vitória não vai tirar ninguém de ninguém. Nós somos irmãos. Isso ninguém pode tirar da gente.
Felipe: Mas você já quer casar com ela.
Caio: Eu tenho esse direito de casar. Construir uma família. Aumentar a nossa família.
Felipe: Você casa, ela engravida e a sua atenção que era nossa, vai ser toda pra ela e a criança.
Caio: Claro que não. Vocês sempre vão ter lugar especial. Somos uma família lembra? Nós três contra o mundo. Eu já te expliquei isso três vezes. Com educação, bonitinho. A próxima vez que você der esse seu showzinho de menino mimado que você não é, vai ser castigo. Agora troca de roupa e vem jantar.
Caio sai do quarto.
Cena 5
Salão de Janet.
Janet triste sentada na poltrona rasga a foto de Paulão.
Edneia: Para de chorar Janet. Você ta a tarde toda assim.
Lele: Se for pra chorar tanto assim, chora em cima do cabelo da cliente. Já economizamos água.
Dirce: Você precisa é de arrumar outro boy pra você parar de chorar.
Lele: Que absurdo. Macho não é tudo na vida.
Edneia: Até parece né Lele. Ontem você tava falando que ia ligar pro seu ex que seu fogo interno tava igual um vulcão.
Dirce: Acho que você devia fazer um perfil no Tinder.
Janet: Eu não vou fazer isso. Eu não sou uma mulher desesperada por macho.
Dirce pega o celular e mostra uma foto de um homem bonito.
Dirce: Esse é o meu boy que eu estou conversando pelo Tinder.
Janet: Que gato. Acho que eu vou fazer sim.
Lele: Agora me deu até vontade de fazer.
Edneia: Mas antes de fazer o perfil no Tinder você precisa de uma foto bem gostosona pra postar.
Janet: Eu não sei muitas poses pra fotos. Só sei aquela do álbum da Xuxa. Que ela se contorce toda e põe a mão no pé.
Lele: Não faz isso. Você quer arrumar boy, e não espanta-los. Nós vamos te ajudar.
Cena 6.
Casa de Maria.
Na área da piscina, Diego sentado na espreguiçadeira olha uma revista, e vê um foto de uma modelo de sunga na praia e o observa.
Diego: Meu Deus, Porque eu to olhando isso?
Diego muda de página, mas a vontade de ver o rapaz foi maior e ele volta na página, Rafael se aproxima de Diego e ele não percebe o irmão se aproximando. Rafael vê a imagem na revista
Rafael: Que merda é essa, Diego?
Diego se assusta e deixa a revista cair.
Diego: Que susto. Do que você ta falando?
Rafael: Você cria tipo de homem.
Diego: Você ta viajando.
Rafael: Eu acho bom mesmo eu estar viajando. Eu acho bom. Eu to indo pra boate, avisa a mamãe.
Diego: Ok.
Rafael pega a revista do chão.
Rafael: Eu vou levar essa merda por garantia.
Cena 7.
Casa de Carla.
Na sala, sentadas no sofá Carla e Julia conversam.
Julia: Isso é grave, é agressão. Não pode continuar assim.
Carla: Filha, eu já te expliquei o que aconteceu. A lata caiu em cima…
Julia: Está bem mãe. Se você não quer falar a verdade eu vou falar com a vovó e ela vai fazer você falar a verdade.
Carla: Não. Você não vai falar nada com ninguém.
Julia: Você não disse que foi só uma lata. Fala isso pra vovó.
Carla: Você sabe como minha mãe é. Ela não vai acreditar nisso.
Julia: Por que não é verdade, mãe.
Carla: Julia, eu te proíbo de falar com a minha mãe. Você me respeite que eu sou sua mãe. Não se preocupa com isso. Eu vou ficar bem.
Carla levanta e vai pro quarto.
Cena 8.
Imobiliária
Sentada no sofá, Maria fica pensativa e lembra se do beijo com Hélio. Junior entra na sala.
Junior: Mãe?
Maria volta dos pensamentos e olha pra Junior.
Maria: Oi?
Junior: Está tudo bem?
Maria: Claro.
Junior: Nossa mãe, a senhora tava viajando agora. Tava no shopping com a vovó. Consegui a fazer comprar umas roupas mais claras. Acho que ela esta começando a se abrir para o mundo.
Maria: Isso é ótimo filho. Deus ajuda que ela consiga sim. Já está na hora dela melhor.
Junior: E te deixar em paz, né. Aquela mulher que esteve lá em casa alguns dias atrás esteve lá na escola e pediu pra te entregar esse envelope.
Junior tira o envelope da mochila e entrega a Maria.
Maria: Mulher? Que mulher?
Junior: Acho que é Marcela o nome dela.
Maria nervosa e preocupada abre o envelope e percebe que está vazio.
Maria: Está vazio.
Junior: Confesso que eu abri e estava vazio mesmo. Eu não entendi.
Maria: Vamos pra casa, que é melhor.
Cena 9.
Motel.
No quarto de motel. Valéria pega uma taça de champanhe e brinda com Breno que está com outra.
Valéria: A nós.
Breno: Seu marido continua desconfiado?
Valéria: Ele é um lerdo. Duas palavrinhas que eu disse pra ele e pronto. Tudo resolvido.
Breno: Você se arrisca demais Valéria.
Valéria: Eu gosto de me arriscar. Me excita. Agora você pode contribuir com essa excitação e fazer um striper pra mim.
Valéria deita na cama e Breno sobre na cama, dança para Valéria e tira a roupa devagar.
Cena 10.
Casa de Hélio.
Hélio abre a porta e Maria entra. Hélio percebe que Maria está um pouco alterada e nervosa.
Hélio: O que aconteceu? Você não parece estar bem.
Maria: A Marcela. De novo. Tem alguém ai?
Hélio: Não. A Valéria saiu e a Patty está na sua casa. Você está muito nervosa. Vem. Eu vou arrumar um pouco de água parar você.
Os dois caminham até a cozinha, Hélio pega a jarra de água na geladeira e coloca no copo e entrega à Maria.
Hélio: Bebe, você precisa se acalmar.
Maria bebe a água.
Maria: Eu não sei mais o que fazer com aquela mulher. Ela está me cercando. Aquela vez ela foi até a minha casa, agora ela está indo na escola do Junior.
Hélio: Ela falou alguma coisa pra ele?
Maria: Não. Quer dizer, espero que não. Mas ela o mandou trazer uma carta pra mim. Um envelope vazio. Foi só pra me amedrontar. Ela quer me deixar com medo.
Hélio: E está conseguindo. Olha só o estado. Fica calma.
Maria: Eu tenho medo que ela fale com o Junior e conte à história que ela inventou.
Hélio: Talvez fosse melhor você falar pro Junior o que aconteceu. Falar que a mãe dele está te chantageado. Que ela não vale nada.
Maria: Não. O Junior é uma criança. Ela não tem cabeça ainda pra entender que a mãe biológica fez isso.
Hélio: Ele já tem 15 anos Maria. O Junior não nenhuma criança.
Maria: Por favor, Hélio. Não insiste. Talvez eu não esteja pronta pra essa conversa.
Hélio: Tudo bem Maria, eu não vou mais insistir nisso.
Valéria entra em casa, e eles não percebem que ela chegou. Valéria escuta vozes na cozinha e caminha até a porta com cuidado e escuta a conversa.
Hélio: Você sabe que eu vou estar aqui para o que você precisar. No que eu puder ajudar.
Maria: Eu sei Hélio. Você é um grande amigo…
Os dois se olham.
Maria: Sobre o que aconteceu na imobiliária. Eu queria pedir desculpas e…
Hélio: Não peça desculpas. A culpa foi minha. Eu não devia ter te beijado.
Maria: Não sou nenhuma criança, Hélio. Nós dois temos culpa. Eu acho que não devíamos ter feito aquilo. Você é casado, você é meu cunhado. Foi um erro aquele beijo.
Valéria perto da porta da cozinha escuta tudo.