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Herança do Passado

Herança do Passado – Capítulo 1: Amores Proibidos

Ao longo da história, existiram algumas dinastias tão poderosas que parecia ser impossível varrê-las da face da terra. Alguns encaravam isso como um privilégio, sem saber que este é o maior castigo que um clã pode ter: a eternidade. A família Hesse-Kassel é uma dessas dinastias: uma família que ficou milionária com a fabricação de chocolates e hoje exporta para todos os confins do planeta terra, começando do Brasil e indo até o Japão, com o rígido e moralista Antônio Hesse-Kassel no comando do império. A imperatriz do chocolate, Odessa, a esposa fiel e dama da sociedade, que se parece mais com um troféu do que com uma mulher, criou suas duas filhas, Leila e Rose, com toda a pompa e tradição com que está acostumada e as duas são consideradas como as moças modelo para qualquer família. Leila, a irmã mais velha, é considerada um doce de menina, ao contrário de sua irmã, que sempre teve uma personalidade um pouco mais complicada e desafiadora. Contudo, não há pessoa em Gramado que consiga falar que os Hesse-Kassel não são, ou não parecem, uma família feliz e mais do que digna do mais fino comercial de margarina. O grande problema é que por traz de toda grande dinastia, há sempre um grande segredo…

*

Gramado – 1988

A propriedade Hesse-Kassel ficava situada há alguns quilômetros da cidade de Gramado e abrigava uma enorme área verde, com jardins e piscinas, tendo como centro a magnifica mansão construída a mando de Antônio no mais clássico estilo alemão e inspirada em um dos castelos que ele vira durante sua viagem à Viena. Com um total de 10 quartos, era uma casa decorada com toda classe que se podia imaginar, possuindo móveis clássicos trazidos diretamente da Europa e pinturas dos grandes artistas mundiais pendurados entre os corredores e o grande salão principal, onde ocorriam as mais glamorosas festas registradas na cidade. Se tratando dos Hesse-Kassel, tudo tinha que ser grande, clássico e imponente, mostrando sempre o poder da dinastia para o resto da sociedade

 

 

CENA 1/ GRAMADO/ PROPRIEDADE DOS HESSE-KASSEL/ JARDINS/ NOITE

Deitada no colo de seu amado sobre a grama dos jardins da mansão, Leila tenta relaxar um pouco e aproveitar um dos raros momentos em que pode passar o tempo na companhia de Leonardo, já que poucos sabem do relacionamento dos dois, um relacionamento proibido entra o jardineiro e a filha do patrão:

Leila: Leonardo, você tem certeza que ninguém lhe seguiu?

Leonardo: Meu bem, por que alguém ia seguir o jardineiro? Além do mais o Walter não disse que ia dar cobertura caso acontecesse alguma coisa?

Leila: Eu sei, mas você sabe que o meu pai…

Leonardo: Você tem que relaxar um pouco mais… – ele segura na mão da amada – Olha um pouco pro céu. Olha e me diz o que você sente…

Leila: O que eu sinto? Eu sinto que por um momento eu sou insignificante nesse mundo, tão pequena… Quando eu olho as estrelas assim me acalmo por saber que os meus problemas são pequenos.

Leonardo: Pois quando eu olho pra elas eu sinto que eu sou especial. Especial por poder vê-las, e por poder vê-las com você ao meu lado…

Leila: Leo, eu queria poder ficar aqui pra sempre com você, olhando as estrelas e fazendo essas coisas bobas que a gente vê em filme e morre de vontade de fazer com alguém especial…

Leonardo: Tem outra coisa que acontece em filme que a gente bem que poderia fazer…

Leila (irritada): Leonardo, não estraga o momento! Eu já falei que a gente vai esperar a hora certa!

Leonardo (sem jeito): Não é nada disso que você tá pensando não meu bem! Eu estava falando de um piquenique! – diz ele tentando consertar a fala –  O Walter me ajudou a fazer uma cestinha pra a gente! Eu só trouxe coisa boa, olha!

Ele pega a cesta e começa a retirar o que há dentro, mas é impedido por Leila

Leila: Léo, isso é lindo, mas eu realmente tenho que ir e você sabe disso. Meu pai vai chegar da cidade a qualquer momento e a minha mãe ta no quarto dela, doente. Eu não posso ficar mais aqui, você entende?

Leonardo: Eu entendo… Mesmo só podendo ficar alguns minutos com você, são sempre os melhores minutos do meu dia – ele suspira – Quando que eu ia imaginar que algum dia eu ia poder ficar com você Leila? Mesmo que por pouco tempo…. Quando que eu ia imaginar que eu ia poder dizer, mesmo que só pro meu espelho, que você é a minha namorada? Minha…

Leila: Eu imaginei. Desde o primeiro dia que eu lhe vi, quando eu lhe entrevistei pra ser jardineiro aqui de casa – ela ri sem jeito

Leonardo: Bem, eu era realmente o mais bonito dos candidatos, deve ter sido uma escolha fácil…

Leila: Você não imagina o quanto…

Ela o beija com delicadeza e em seguida sai andando em direção à casa, deixando Leonardo ali sozinho e com um sorriso no rosto

CENA 2/ GRAMADO /PROPRIEDADE DOS HESSE-KASSEL/ QUARTO DE ODESSA E ANTÔNIO/ NOITE

Um pouco pálida e ainda de repouso, Odessa se alimenta de uma sopa enquanto Jeanne permanece em pé a espera de uma nova ordem da patroa. Ao perceber que as vezes faltam forças a Odessa, ela decide intervir:

Jeanne (apreensiva): Dona Odessa, a senhora não devia passar por isso sozinha… A senhora tem que contar pra a família o que tá acontecendo.

Odessa: Contar que eu tô doente?! Jamais! Você vai ver, daqui uns dias eu tô pronta pra sair dessa cama e ninguém não vai nunca nem desconfiar…

Jeanne: Dona Odessa, a senhora sabe que isso não vai acontecer, eu também sei. Não adianta querer empurrar a realidade pra debaixo do tapete, porque ela sempre vai aparecer, de um jeito ou de outro…

Odessa (desconfiada): Você não vai contar pra ninguém, não é menina?

Jeanne: Eu lhe dei a minha palavra dona Odessa, tudo que a senhora já me contou aqui dentro desse quarto vai pro meu túmulo!

Odessa: Eu não esperaria menos de você minha querida – ela dá um sorriso tímido – Saiba que eu mantenho meus olhos atentos em você Jeanne, ainda mais agora que estamos sem uma governanta em casa. Pode ser uma oportunidade única na vida e você é a prioridade na lista de candidatas.

Jeanne (tímida): Obrigado dona Odessa, isso significa muito pra mim…

Odessa: Agora leva essa sopa embora, vou colocar tudo pra fora se der mais uma colherada.

Jeanne: Sim senhora!

Jeanne pega a bandeja e desce as escadarias da mansão, passando pela grande sala de estar até chegar na cozinha, onde se assusta ao encontrar Rose e acaba por deixar a bandeja cair de súbito no chão:

Jeanne (assustada): O que a senhora quer dona Rose?

Rose: O que a gente combinou, tá esquecida?

Jeanne: Eu já lhe falei que não vou mais fazer o que a senhora quer…

Rose: Tem certeza? Ouvi dizer que a sua mãe tá precisando de dinheiro, eu posso ajudar – Rose tira da bolsa um envelope com várias notas de cem dólares e mostra pra a empregada – Mas você já me conhece, sabe que eu não faço caridade… Tudo o que eu preciso é que você mantenha sua parte no nosso trato e o dinheiro é seu.

Jeanne (em voz baixa): Eu conto…

Rose (em tom de deboche): Eu não ouvi!

Jeanne: Eu conto! – ela respira fundo – Dona Odessa tá decidida a não contar pra ninguém da doença, ela acha que vai ser curada de algum jeito…

Rose: De que jeito?

Jeanne: Isso eu não sei…

Rose: Isso é ridículo! Ninguém se cura de câncer assim!

Jeanne (seca): Já disse o que você queria Rose, agora me dá o meu dinheiro.

Rose: Falta ainda uma informação, vocês não ficaram esse tempo todo só falando disso…

Jeanne: Ela quer me promover a governanta da mansão… A gente falou sobre isso também.

Rose (seca): Arranja um jeito de dispensar essa promoção, eu não quero uma cadela como você comandando a minha casa – ela pega o envelope e joga no chão da cozinha – Se divirta com seu dinheirinho que amanhã tem mais!

Rose sai da cozinha com uma expressão séria e vai até a garagem da mansão, pegando um dos carros importados do pai para dar uma volta pela cidade, enquanto Jeanne permanece na cozinha, enxugando uma lágrima que insistiu em escapar

CENA 3/ GRAMADO /KASSEL CHOCOLATES/ SALA DA PRESIDENCIA / NOITE

Em sua sala, Antônio Hesse-Kassel estuda os últimos balanços de sua empresa antes de ir para casa quando o telefone toca de surpresa. A princípio acha estranho alguém ligar para a empresa àquela hora da noite, mas resolve atender:

Antônio: Escritório de Antônio Kassel, em que posso ajuda?

Odessa (com raiva): Antônio, sou eu. O que você tá fazendo nessa empresa até essa hora?

Antônio: Como assim o que eu tô fazendo? Tô trabalhando pra bancar vocês ué!

Odessa: Às onze da noite Antônio?! Quem é a desgraçada que tá ai com você? Tem mulher ai né!?

Antônio (furioso): Eu vou desconsiderar o que você tá falando Odessa e voltar pro meu trabalho! Amanhã eu tenho reunião com os belgas e preciso me preparar, não me liga de novo!

Odessa (furiosa): Ligar??? Eu vou é bater ai, você me aguarde que eu vou pegar você e essa mulherzinha ai no flagrante! Você não me conhece Antônio Hesse-Kassel! Não me conhece!

CENA 4/ GRAMADO /PROPRIEDADE DOS HESSE-KASSEL/ QUARTO DE ODESSA E ANTÔNIO/ NOITE

Odessa desliga o telefone furiosa, veste um sobretudo por cima da camisola que está usando, pega a bolsa, as chaves de seu carro e se prepara para sair de casa:

Odessa (praguejando enquanto anda pelo corredor da mansão): Se ele tá achando que eu sou uma otária que ele faz o que quer, tá muito enganado! Eu não sou qualquer uma que ele achou na rua não, ok? Minha avó era Marquesa ok?! Uma Marquesa!

Assustada com a gritaria, Leila sai de seu quarto e encontra a mãe furiosa caminhando pela casa:

Leila (confusa): Mãe, a senhora tá passando bem?

Odessa: Eu? Nunca estive tão bem! – ela respira fundo – Eu vou buscar seu pai lá na empresa e a gente vai demorar, não fica acordada até tarde meu bem! Faz que nem sua irmã e vai pra cama que mamãe já volta! É só o tempo de eu pegar aquele desgraçado no flagra!

Odessa desce as escadarias e vai para a garagem, deixando Leila com uma expressão confusa no rosto, que logo foi dando lugar a uma expressão de felicidade. Ao perceber que ficará sem os pais em casa durante um bom tempo, Leila se esgueira até a ala dos empregados e vai até o quarto de Walter, motorista da família e seu amigo confidente:

Leila (animada): Walter acorda! Eu vou tentar hoje Waltinho!

Walter (confuso): Tentar o que sua louca? Você sabe que horas são?

Leila: Claro que eu sei que horas são! A hora de eu resolver aquele meu probleminha com o Leonardo!

Walter (assustado): Você ta querendo dizer quer você vai transar com o Leo?! Tipo, hoje?!!

Leila: Agora Walter! Minha mãe e o meu pai saíram e vão demorar de voltar! É agora ou nunca!

Walter: Eu vou esquecer que você me falou isso, vou lhe expulsar do meu quarto e vou voltar a dormir, ok? E você sobe pro seu quarto, toma um remedinho e vai dormir também!

Leila: Walter! Você é o único amigo que eu posso falar essas coisas sem medo de ser julgada ou coisa pior, eu só confio em você! Me ajuda!

Walter: Ok Leila, eu vou me arrepender muito depois, mas eu ajudo – ele suspira – O que você precisa que eu faça?

Leila (eufórica): Eu preciso que você vá no quarto do Léo e mande ele subir pro meu em meia hora. Depois que você fizer isso, sobe pro meu quarto e leva umas velas, é bom pra fazer um clima… Eu preciso escolher uma camisola urgente, uma coisa assim que me valorize, mas que também realce minha virgindade, igual nos filmes sabe?! Ah, e a gente vai roubar uma garrafa de espumante da adega!

Walter: Não! Entrar na adega do seu pai já é demais!

Leila: Você topou Waltinho, agora a gente vai até o final!

Walter: Aonde eu fui amarrar meu jegue… Eu vou logo avisando que eu quero um aumento depois dessa noite viu! Você se vire Leila!

CENA 5/ GRAMADO /APARTAMENTO DE LUÍS/ QUARTO/ NOITE

Deitada na cama do namorado apenas com um lençol a cobrindo, Rose toma uma taça de um dos vinhos baratos de Luís enquanto ele fuma um cigarro encostado na janela e olhando a cidade:

Luís: Você ainda não me disse o porquê da visita Rose…

Rose: Uma mulher não pode vir visitar seu homem no meio da noite? Fazer um pouco de amor em uma cama vagabunda pra depois tomar um pouquinho de vinho vagabundo na madrugada e enquanto pensa na vida? – ela toma mais um gole do vinho e suspira – Sabia que a minha mãe tá com câncer?

Luís (sem jeito): Nossa… Mas ela vai melhorar, hoje em dia tem tratamento e ela tem grana pra isso.

Rose: Ela não vai melhorar, ela se recusa a contar pros outros que está doente, não quer se tratar.

Luís: E como que você sabe da doença?

Rose: Eu tenho minhas fontes… Mas tem uma coisa que não sai da minha cabeça.

Luís: O que?

Rose: Eu nunca vi o testamento dela, preciso saber o que tem nele antes que seja tarde

Luís: Eu sempre achei que o dono da grana fosse o seu pai…

Rose: 90% realmente é dele, mas mamãe herdou uma boa quantia do pai dela, a maioria em joias antigas, relíquias de família e esse tipo de coisa. Mas o que eu quero mesmo são as ações da empresa!

Luís (desconfortável): Você não sente nada quando fala assim da sua mãe não? Uma coisa tipo, sei lá, remorso, tristeza…

Rose: Tristeza?!? A morte é um privilégio Luís! Privilégio daqueles que tiveram uma vida pra viver! E se a hora dela tá chegando a minha ainda tá longe, e eu, ao contrário de muitos por ai, eu sei viver!

Luís: E como você sabe viver?

Rose: Volta aqui pra a nossa cama que eu lhe mostro…

CENA 6/ GRAMADO /KASSEL CHOCOLATES/ SALA DA PRESIDENCIA / NOITE

Ainda mergulhado na papelada da empresa, Antônio passa a noite em meio a balanços da empresa e xicaras de café, quando é surpreendido pelo barulho de uma das portas do corredor batendo. Tomado pelo reflexo, ele pega sua arma na gaveta de sua mesa e a deixa carregada:

Antônio: Quem tá ai?!?

Os passos vão ficando cada vez mais fortes até que ele se assusta completamente ao ver que o invasor é na verdade sua esposa, Odessa:

Antônio (atônito): Odessa?!? O que você tá fazendo aqui a essa hora, sua louca?!?!

Odessa: Eu não falei que vinha ué?! Cadê a vagabunda?!

Antônio: Que vagabunda?! Você tá ficando louca de vez! Não tem vagabunda nenhuma aqui!

Odessa: É a Rejane da contabilidade não é?! Eu fiquei sabendo que ela tá desquitada, deve estar louca pra arranjar um marido rico igual o meu aquela vagabunda! Eu quero ela na rua amanhã! Aliás amanhã não, eu quero agora!

Odessa pega o telefone e começa a discar os números, quando é surpreendida pelo marido, que tira o aparelho de suas mãos furioso:

Antônio: Sai daqui Odessa, sai daqui antes que eu faça uma besteira!

Odessa: Não saio! Não saio! Eu não vim até aqui pra nada, eu exijo uma satisfação!

Antônio (irado): Sai daqui mulher! Eu não tô brincando!!

Odessa: Eu já disse que não vou sair! Não vou sair! O que você vai me fazer?! Vai me jogar pela janela?!

De súbito, Antônio pega a arma em cima de sua mesa e dá dois tiros: um pra cima e outro em um dos vasos de sua estante, o que faz Odessa se abaixar e gritar extremamente alto:

Odessa (tremendo): Você enlouqueceu Antônio! Enlouqueceu!

Antônio: Não brinca comigo, você não sabe do que eu sou capaz!

Odessa: Ai que você se engana, eu sei bem do que você é capaz!

Furiosa, ela dá um tapa na cara do marido, pega sua bolsa e se prepara para ir embora, quando é atingida de repente por uma tontura súbita:

Antônio (preocupado): Odessa? Odessa, você tá bem?

Odessa (tentando se segurar na porta do escritório/ pálida): Foi só uma queda de pressão, vai passar…

Ela tenta ficar de pé, mas acaba perdendo as forças e desmaia no chão do escritório de Antônio

CENA 7/ GRAMADO /PROPRIEDADE DOS HESSE-KASSEL/ QUARTO DE LEILA/ NOITE

Deitada em sua cama apenas com uma camisola e com as velas iluminando o cômodo, Leila permanece esperando Leonardo e criando milhões de expectativas para o encontro. O quarto fora totalmente arrumado por Walter para a ocasião, com várias das velas espalhadas em todo lugar, uma garrafa de champanhe em cima da penteadeira, o melhor lençol em cima da cama e o cheiro de perfume exalando. Totalmente ansiosa e insegura, Leila sente seu coração praticamente pular para fora do peito a cada barulho que escuta, quando eis que finalmente a porta do quarto se abre e Leonardo entra:

Leonardo (um pouco assustado/impressionado): Leila, você que fez tudo isso?

Leila (tímida): Digamos que eu tive ajuda da minha fada madrinha… Mas esqueça a decoração, foca apenas na gente. Essa noite é sobre nós dois!

Leonardo: Eu sei… Quando o Walter me deu o recado, eu quase não acreditei… Você tem certeza que é isso mesmo que você quer?

Leila: Eu nunca tive tanta certeza na minha vida Léo… A nossa noite hoje no jardim me deixou mexida….

Leonardo: Por que?

Leila: Porque eu percebi que nem sempre eu vou poder estar perto de você, e isso me mata por dentro… Então enquanto eu puder eu quero ficar com você o máximo que for permitido! A vida é curta Léo, eu quero esse momento, e eu não vou deixar ele passar….

Leonardo (confuso): O que você disse foi muito bonito, mas você sabe que a gente mora na mesma casa e passa mais tempo junto que muitos casais, não é?

Leila: Mas é diferente meu bem, é sempre uma escapadinha pela tarde sem ninguém ver, sempre um bilhetinho, esse tipo de coisa de namoro proibido. Mas eu nunca vou poder andar de mãos dadas com você, e eu preciso disso. Pelo ao menos por hoje…

Leonardo: Você tá certa… Olha, eu não posso te dar tudo o que você merece, mas o que estiver ao meu alcance, eu vou sempre lhe dar! A noite de hoje vai ser a melhor da nossa vida, isso eu posso prometer.

De súbito, ele a agarra pela cintura e lhe rouba um beijo dos mais demorados. Sem medos e sem barreiras, os dois vão aos poucos tirando as roupas enquanto o vento sopra pela janela de maneira suave, balançando as chamas das velas. Leonardo leva sua amada para a cama e enfim o casal tem a tão sonhada noite.

FIM DO CAPÍTULO

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