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Gira Mundão

Gira Mundão | Cap 08 | Quer uma ajudinha?| (NOVA FASE)

ÚLTIMA CENA DO CAPÍTULO ANTERIOR:
Augusta foi ver como os escravos estavam trabalhando na fazenda. 
Augusta: Vamos, mais rápido! Não podemos deixar essa fazenda parar. 
Ela segue adiante. Ao virar para o lado ela fica cara a cara com Gaxambu. 
Uma web de:
ALLISSOM LIMA 

 

Capítulo 8:

Dezessete anos se passaram, agora estamos em 1888, o ano em que foi assinada a Lei Áurea. Estamos uma semana antes da assinação da lei. 

 

 
Cena 1 – Fazenda Coro Velho – Festa – Dia 
A fazenda amanheceu em festa comemorando os 63 anos do Coronel Nicolau. Ele está sentado em uma cadeira, na porta da mansão, assistindo de camarote a festa. Aparecida está ao lado dele. 
Nicolau: É minha irmã, nós estamos cada dia mais velho.
Aparecida: É o que o diga, daqui a pouco chega a idade de nosso pai
Nicolau: Jorge viveu muito, acho que eu não chego até lá.
Aparecida: Se você não chega, muito menos eu. Eu só aguardo o pai me chamar, porque ele já levou tudo de mim.
Nicolau: Não começa não, Aparecida! estamos em uma festa, se começar o choro, vá pra dentro!
Corta
Cena 2 – Mansão – Fazenda coro velho – Dia
 Aparecida corre para dentro da mansão chorando. Ao entrar lá, Tião e Clementina veem a patroa e perguntam a ela o que aconteceu. 
Tião:  O que aconteceu patroa?
Aparecida: Nada, é só mais uma das minhas babaquices.
Clementina: Oche fale logo patroa, vai que posso lhe ajudar.
Augusta: Deixem ela, não ouviram? ou estão com o ouvido aonde? falou a filha de Aparecida após descer as escadas. 
Augusta: Agora tratem de limpar aquele quarto nojento, está horrível a situação para lá.
Clementina: É pra já patroa
Augusta: Bom que seja.
Tião e Clementina saem. Augusta pergunta a mãe o que aconteceu.
Augusta: O que aconteceu agora, Aparecida?
Aparecida: Meu passado é um castigo que eu estou pagando até hoje.
Augusta: Não acredito que ainda chora pela morte de Jamili, minha mãe, acorda, você parece uma besta no meio da sala. Ela morreu tem mais de 12 anos! Acorda pro hoje, pro amanhã e o que vem depois, esquece o ontem minha mãe! Você é tão fraca, que mandam é pedras no seu caminho, justamente porque você tropeça e começa a chorar.
Aparecida: Pedras no caminho? eu guardo todas, um dia eu construo um castelo com todas elas.
Corta
Cena 3 – Fazenda Coro Velho – Dia 
Nicolau partiu para a festa, ele saiu da porta da mansão e foi curtir a festa com os outros. Dessa vez, os escravos também puderam se divertir, mas tudo dentro de um limite. No fim da festa, serão eles quem irão limpar tudo. 
Nicolau: Ah, Lopes, quanto tempo meu amigo.
Lopes: E aí Nicolau? fiquei sabendo da festa por conta de outras bocas, como não via você desde 1854, vim dar uma visitinha aqui.
Nicolau: Hahahaha! Veio pra ficar né não?
Lopes: Na verdade não, ocorreram vários acontecimentos ruins na minha fazenda, vou ter que ir pra lá rápido quando acabar a festa.
Nicolau: O que aconteceu de tão ruim?
Lopes: As pragas Nicolau, as pragas. Estão tomando conta do meu milharal.
Nicolau: Bom, eu tô aqui pra ajudar, qualquer coisa posso fornecer algum tipo de ajuda.Corta
ABERTURA DA NOVA FASE: 



Cena 4 – Fazenda Coro Velho – Dia – Área dos escravos 
Os escravos estão festejando na fazenda, comendo uma bela feijoada e dançando capoeira. Enquanto um canta, os outros fazem os gestos. Gaxambu e Taú estão vendo o espetáculo.
Taú: Essa é uma das poucas coisas que nos restaram quando viemos para cá Gaxa.
Gaxambu: Eu sei meu pai, eu sei. Não temos mais o candomblé, agora somos todos cristãos.
Taú: De um jeito forçado, mas cristãos. Mas não adianta chorar pelo o que já foi. Nós não mudamos o mundo, somos apenas negros que tentam a liberdade, porém é vão.
Gaxambu: Em falar em liberdade, Camah foi liberto.
Taú: Essa notícia a fazenda inteira já está sabendo. Chega em um chega na fazenda inteira e se bobear em toda a cidade.
Gaxambu: Eita povo fofoqueiro!Corta
Cena 5 – Fazenda Coro Velho – Dia
Carolina e José chegaram como intrusos para espiar a festa da fazenda Coro Velho. Ela está com um grande chapéu preto na cabeça e ele também. 
Carolina: Veja meu pai.. até os escravos estão trabalhando.
José: É direito deles também não acha? Mas também tem que ser tudo dentro dos limites Carol, tudo dentro dos limites.
Carolina: Venha para cá meu pai falou ela mandando José entrar para dentro da mansão. Ao entrar dentro da mansão, Maria Lourença diz
Maria Lourença: Bem vindos a fazenda Coro Velho!
Carolina(arrumando o chapéu): Obrigada, mas nós já conhecemos aqui.
Maria Lourença: Desculpa mas, como? nunca vi vocês andando por essas terras desde quando comecei a trabalhar aqui, e olha que faz tempo viu?
Carolina(nervosa): É…. lá pelos
José(interrompendo): Pelos jornais, horas, por onde mais? Aqui é um local muito falado.
Maria Lourença: Ah sim, é verdade não vou discordar aqui é um lugar muito comentado nos jornais mesmo. Já pensaram em morar em terras vizinhas?
Carolina: Nunca pensamos não..
Maria Lourença(se aproximando dos dois): Mas deviam, é um ótimo lugar. Gostei de vocês, meu nome é Maria Lourença e os vossos nomes?
Carolina(arrumando o chapéu e mentindo): Juliana
José: Otávio.
Maria Lourença: Prazer, agora vou-me indo, com licença.Corta
Cena 6 – Fazenda Coro Velho – Noite
A festa acabou, todos os escravos começaram a limpar a sujeira deixada pelos brancos. Gaxambu está ajudando os outros, quando se depara com Augusta. 


Augusta: Quer uma ajudinha?


É a primeira vez em dezessete anos que os dois se veem, a última vez foi em 1871. 



NÃO PERCA O PRÓXIMO CAPÍTULO DE GIRA MUNDÃO!

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