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Feridas do Passado

Feridas do Passado – Capítulo 22

Cena 1. Continuação imediata da cena final do capítulo anterior.

Felipe chega em casa tarde e é visto por Victor.

Victor: É uma pena que não irei poder ficar nessa casa, mas só de saber que o Felipe vai deixar esse palácio já me deixa feliz. – diz Victor sentado na poltrona bebendo whisky.

O barulho da porta se abrindo é ouvido por Victor e ele se esconde atrás dos móveis. Felipe entra no palácio bem devagar para não fazer barulho e sobe para o quarto.

Victor: Então quer dizer que ele anda se encontrando com a secretária a noite. Tive uma ideia maravilhosa para acabar ainda mais com a reputação do Felipe.

Victor (Sorrir): Me aguarde.

Cena 2. Salvador / Terminal Marítimo / Madrugada.

Joseph e Maitê dormem no terminal.

Joseph: Pronto, aqui vamos ficar protegidos até o dia amanhecer para pegarmos o primeiro ferry boat.

Maitê: Estou com muito frio, muito frio. – diz Maitê se tremendo.

Joseph: Veste o meu casaco. – diz Joseph tirando seu casaco e dando a Maitê.

Maitê: Obrigada.

Joseph: Vai dar tudo certo, ninguém nunca mais vai nos separar.

Joseph abraça Maitê, os dois se deitam bem juntinhos e dormem.

Cena 3. Rio de Janeiro / Copacabana / Apartamento de Glória e Raul / Madrugada.

Raul observa Gloria dormindo.

Raul: Ah, o que vou fazer da vida sem você minha Glória.

Raul: Mais de trinta anos de casados, não sei mais como é viver sem você, eu daria tudo para estar no seu lugar.

Raul: Me dói saber que um dia você vai me esquecer, que um dia não vai se lembrar de mim, mas eu estarei do seu lado para sempre. – Raul abraça Glória de conchinha enquanto ela dorme.

Cena 4. Senhor do Bonfim – Interior da Bahia / Casa de Diego / Sala de Estar / Dia.

Carol pensa em fugir.

Diego: Vou sair para resolver uns problemas, quando eu voltar quero meu almoço na mesa, e ai de você se quando eu chegar não tiver comida na mesa.

Carol: Até quando você vai me manter presa aqui? Não posso nem ir até a feira comprar meus produtos, como eu fazia diariamente.

Diego: Diga o que você quer e eu trago.

Carol: Eu quero liberdade, não quero ficar presa nessa casa olhando para as paredes, eu quero ver o sol, sentir o sol, ver as pessoas.

Diego: Deixa de bobagem, você vai ficar aqui nessa casa que é o seu lugar.

Carol: Um dia Diego você também vai ficar preso em um lugar sem poder sair, assim você vai sentir na pele o que eu senti.

Diego: Tu tá me agourando filha duma égua? – Diego dar um tapa na cara de Carol.

Diego: Mulher minha tem que me respeitar, quando eu voltar vou lhe dar uma surra de remo para você aprender a respeitar seu marido. Agora vá para a cozinha e não me saia de lá até eu voltar. – Diego sai.

Carol: Não posso passar o resto da minha vida aqui, eu tenho que fugir.

Carol: O Telefone! Irei ligar para a Arlete, só ela pode me ajudar. – Carol pega o telefone e começa a fazer a ligação.

Corta Para

Salvador / Sede do Governo / Recepção / Dia.

O telefone da mesa de Arlete toca e ela atende.

Arlete: Gabinete do Governador, Bom Dia.

Corta Para

Senhor do Bonfim – Interior da Bahia / Casa de Diego / Sala de Estar / Dia.

Carol: Minha filha sou eu sua mãe, preciso da sua ajuda, o seu pai está me mantendo presa dentro desta casa.

Salvador / Sede do Governo / Recepção / Dia.

Arlete (Assustada): Presa? Como assim? Isso é loucura! Mãe vai para rodoviária e vem pra cá que irei te ajudar.

Senhor do Bonfim – Interior da Bahia / Casa de Diego / Sala de Estar / Dia.

Carol: Eu não tenho dinheiro, e tenho muito medo de fugir e ele me encontrar, ele ameaçou te matar e matar a mim, estou desesperada.

Salvador / Sede do Governo / Recepção / Dia.

Arlete: Calma mãe, eu vou te ajudar, irei falar com o Felipe e vamos achar uma solução, o que você não pode é ficar junto desse louco.

Senhor do Bonfim – Interior da Bahia / Casa de Diego / Sala de Estar / Dia.

Carol: Você não sabe como me conforta ouvir a sua voz.

Diego aparece de repente e toma o telefone da mão de Carol.

Diego: Tudo que ela disse não passou de uma brincadeira de muito mal gosto. – Diego desliga o telefone.

Salvador / Sede do Governo / Recepção / Dia.

Arlete: Alô pai? Pai? Você é um louco! Ele desligou.

Arlete: Preciso ajuda-la, ele está completamente louco.

Senhor do Bonfim – Interior da Bahia / Casa de Diego / Sala de Estar / Dia.

Diego: Você aproveitou da minha confiança para me trair, ligou para a Arlete para contar o que está acontecendo aqui.

Carol: Eu precisava falar com a minha filha, ela tem o direito de saber o que está acontecendo.

Diego: Você é uma traidora! Eu vou te amostrar o que acontece com mulheres traidoras.

Carol (Assustada): Por favor Diego não faça nada comigo, me deixe em paz.

Diego (Grita): Nunca mais ouse me trair, nunca mais! – Diego dar um tapa na cara de Carol.

Carol (Grita): AAAAAAAAAA.

Diego: Vagabunda! – Diego dar outro tapa na cara de Carol.

Diego: Vou te mostrar como se deve respeitar o marido. – Diego dar uma rasteira em Carol que cai no chão. Ele vai até o quarto e pega o remo que está pendurado na parede.

Carol (Assustada e Chorando): Não, o remo não, por favor não faça isso.

Diego: Cala a boca e tira a roupa!

Carol (Chorando): Não, não, por favor não.

Diego: Vadia! – Diego rasga as roupas de Carol e deixa ela nua.

Carol (Chorando): Monstro! Monstro!

Diego espanca Carol com um remo.

Cena 5. Salvador / Travessia para Bom Despacho / Ferry Boat / Dia.

Joseph e Maitê atravessam até a Ilha de Itaparica.

Joseph: Conseguimos, daqui a uns 30 minutos chegamos até a ilha e lá ninguém vai nos encontrar.

Maitê: E quando chegarmos lá o que faremos?

Joseph: Lá é um lugar muito grande, podemos montar uma barraca e ficar lá por um tempo.

Maitê: E depois?

Joseph: E depois a gente ver, não vamos pensar no depois e sim no agora, o importante é que eu e você estaremos juntos.

Maitê: Você tem razão, ninguém vai me separar de você, você vai ser para sempre o meu melhor amigo. – Maitê abraça Joseph e os dois apreciam a linda vista chegando a Ilha de Itaparica.

Cena 6. Salvador / Vila de Classe Média / Casa de Maitê / Sala de Estar / Dia.

Lorena invade a casa de Maitê a procura de seu filho.

Otávio: O que deseja aqui Lorena? – diz Otávio abrindo a porta da casa.

Lorena: Eu vim atrás do meu filho. – Lorena invade a casa de Maitê.

Otávio: Aqui não é a casa da mãe Joana para você entrar sem ser convidada, você devia ter vergonha de entrar aqui depois das coisas terríveis que você disse a minha filha.

Lorena; Só falei verdades, mas não vim aqui discutir sobre isso, quero saber onde está o meu filho.

Otávio: Você como mãe que deveria saber onde encontra seu filho e não vim até a minha casa incomodar a mim e a minha filha a procura do Joseph.

Lorena: Ele fugiu de casa e deixou um bilhete dizendo que ia embora com a Maitê.

Otávio: Mais uma vez você está equivocada, a minha filha nesse momento ainda deve estar no quarto dormindo.

Lorena: Isso é o que vamos ver. – Lorena corre para o quarto de Maitê.

Otávio: Quem você pensa que é para ir invadindo minha casa assim. – diz Otávio correndo atrás de Lorena.

Quarto de Maitê

Lorena: Cadê? Onde está sua filha?

Otávio: Ela deveria estar aqui dormindo.

Lorena: Pois é mas não está.

Otávio: Filha! Maitê! Maitê! – Otávio procura Maitê por debaixo da cama, no banheiro e acaba encontrando em cima da mesinha um bilhete da filha.

Otávio: Um bilhete!

Lorena: O que diz no bilhete?

Otávio: Papai, me perdoa por ter ido embora sem me despedir, eu e o Joseph somos melhores amigos e ninguém irá nos separar, ficaremos juntos para sempre. Com carinho Maitê.

Lorena (Grita): Aquela criança maldita levou o meu filho!

Otávio (Chora): A culpa é sua! A culpa é sua por não ter permitido a amizade dos dois e agora eles fugiram, e só Deus sabe onde eles estão.

Lorena: Se acontecer alguma coisa com o meu filho, eu juro que acabo com a sua filha.

Otávio: Você é uma pessoa doentio, como pode ameaçar acabar com uma criança, porque esse ódio todo com a minha filha, só porque ela é doente. Você é especial? Nunca ficou doente? Nunca ficará doente? Se você tivesse uma doença como a a da minha filha, gostaria de ser tratada da forma que você a trata?

Lorena (Grita): Eu nunca teria a doença da sua filha, nunca!

Otávio: Deus queira que não, porque ninguém no mundo merece ter essa doença.

Lorena: Não vou perder meu tempo aqui com você, esse quarto deve estar infectado. – Lorena sai do quarto de Joseph.

Cena 7. Salvador / Palácio do Governo / Sala de Jantar / Dia.

Todos tomam café da manhã.

Maria Clara: A muito tempo que a nossa família não se reunia para tomar um café da manhã.

Felipe: E pode ser a última vez, pois não vou relutar da minha decisão, irei me separar da Soraya.

Maria Clara: Pai, respeite a minha mãe ela pode estar sem memória e com dificuldades de falar mas está aqui na mesa entre nós.

Felipe: Tudo bem não vamos falar sobre isso aqui.

Victor: Tenho assuntos mais interessantes para falar.

Felipe: Qual assunto?

Victor: A campanha do governo para ajudar as crianças do sertão do estado, a construção das escolas, creches, hospitais, toda a campanha de arrecadação de fundos.

Maria Clara: É um projeto muito bonito pai.

Victor: Pensei em fazer um coquetel para anunciar o projeto a toda a imprensa, o que você acha Felipe?

Felipe: Acho uma ideia maravilhosa, esse tipo de projeto atrai uma imagem bastante positiva diante de todos.

Victor: Se você permitir posso organizar tudo para você antes de voltar para o Rio.

Felipe: Já tem a minha permissão.

Maria Clara: Quando você volta para o Rio meu amor?

Victor: Em três dias no máximo.

Maria Clara: Irei ficar mais um tempo, uns dois meses até tudo se resolver por aqui.

Cena 8. Salvador / Palácio do Governo / Quarto de Soraya / Dia.

Soraya se irrita com as palavras de Felipe.

Conceição: Prontinho dona Soraya já está no seu quarto, venho buscar a senhora para o almoço. – diz Conceição saindo do quarto.

Soraya: Maldito! Se ele pensa que vai se livrar de mim assim tão fácil, ele está muito enganado. – diz Soraya se levantando.

Soraya: Ele se casou comigo por interesse para se tornar governador e conseguiu, agora que ele está no topo não vai me jogar para escanteio, não vou permitir que outra tome o meu lugar de primeira dama, ou eu não me chamo Soraya Silveira Lontra.

Cena 9. Salvador / Sede do Governo / Sala do Vice-Governador / Dia.

Victor e Renato conversam sobre os planos de humilhar Felipe.

Victor: Já falei com o Felipe e o idiota permitiu que eu organizasse o coquetel.

Renato: Esse coquetel será a nossa grande oportunidade de destruir de uma vez por todas a carreira do Felipe.

Victor: Será uma grande humilhação pública, além da revelação do grande escândalo de corrupção que ele está envolvido, irei exibir nos telões uma grande surpresa para o Felipe.

Renato: Que surpresa?

Victor (Sorrir): Você vai saber no grande dia.

Congelamento em Victor sorrindo.

FIM DO CAPITULO

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