Feridas do Passado – Capítulo 18
Cena 1. Rio de Janeiro / Av. das Américas / Escritório de Arquitetura / Sala de Maria Clara / Dia.
Maria Clara recebe a notícia do acidente de sua família.
Maria Clara: Então Sra. Oliveira, nossa equipe ira olhar todas as fotos que a senhora nós trouxe e faremos uma visita na sua casa em dois dias, e em uma semana lhe entregaremos o projeto para que a senhora possa avaliar.
Sra. Oliveira: Obrigado querida, espero vocês em dois dias.
Maria Clara (Sorrir): Estaremos lá.
Sra. Oliveira sai da Sala de Maria Clara e Alex entra em rapidamente meio desesperado.
Maria Clara: Uau, nunca lhe vir entrar aqui tão rapidamente.
Alex: Aconteceu uma tragédia.
Maria Clara (Espantada): O que houve?
Alex: Liga no noticiário!
Maria Clara pega o controle que está em cima da sua mesa e liga a televisão em um noticiário.
Noticiário: Na manhã de hoje o jatinho do governador Felipe Lontra caiu na rodovia 101 no Estado da Bahia, no avião estavam no total 5 pessoas, até o momento não temos notícias sobre as vítimas.
Maria Clara (Chorando): Ah meu Deus, não pode ser, eu tenho que ir para lá agora. – diz Maria Clara pegando sua bolsa.
Alex: Você não vai até lá sozinha, eu vou com você.
Cena 2: Salvador / Hospital Geral / Sala de Espera / Dia.
Arlete aguarda a chegada do governador ao hospital.
Henrique: Eu vim assim que soube.
Arlete (Desesperada): Estou desesperada Henrique, não sei o que fazer.
Henrique: Temos que manter a calma, vai dar tudo certo.
Arlete: As vítimas do acidente estão sendo trazidas para cá, mas até agora não tivermos notícias.
Henrique: Calma, eles já vão chegar. – Henrique abraça Arlete para acalma-la.
Cena 3: Rio de Janeiro / Trânsito congestionado / Dia.
Maria Clara e Alex estão presos no congestionamento e não conseguem chegar ao Aeroporto.
Maria Clara (Chorando): Que droga! Este trânsito tinha que está parado justo hoje, precisamos chegar rápido no aeroporto.
Alex: Calma, nós vamos conseguir chegar só precisamos ter um pouco de calma, se desesperar agora não vai adiantar de nada.
Maria Clara (Chorando): O meu pai, a minha mãe, eu preciso deles. O Victor salvou a minha vida, ele é o amor da minha vida e eu não posso perde-lo, eu preciso vê-lo o mais rápido possível.Eu não posso perde-los, não posso.
Flash Back
Soraya: É isso sim, eu lhe carreguei 9 meses na barriga e você não tem paciência para ficar comigo uns dias? Que filha ingrata!
Maria Clara: 9? Mas eu não nasci de 7?
Soraya: Ah é mesmo 7 meses, é muita coisa na minha cabeça e me confundo as vezes.
Maria Clara: Tudo bem fique o tempo que achar necessário.
Soraya: Eu sabia que você ia compreender, irei ficar só mais algumas semanas. (Soraya sorrir).
Flash Back
Victor: Obrigado por está comigo neste momento.
Maria Clara: Não tem o que me agradecer. (Sorrir).
Os dois se aproximam ainda mais e se beijam.
Flash Back
Maria Clara: Que bom que deu tudo certo, você salvou a minha vida não sei como lhe agradecer.
Victor: Não tem o que me agradecer você também salvou a minha vida, me deu uma parte do seu fígado, isso significa que uma parte de você estará comigo para sempre. (Victor Sorrir).
Flash Back
Maria Clara: Eu não sei se é muito cedo para dizer isso, mas eu te amo. (Sorrir).
Victor (Sorrir): Não, não é muito cedo pois eu também sinto a mesma coisa.
Os dois se aproximam ficando cada vez mais próximos e se beijam.
Cena 3: Salvador / Vila de Classe média / Dia chuvoso.
Lorena flagra Joseph e Maitê brincando debaixo da chuva.
Maitê: Vem me pegar Joseph! – diz Maitê correndo debaixo da chuva.
Joseph: Eu vou te pegar! – diz Joseph correndo atrás de Maitê.
Maitê: Você não consegue me pegar, lalalalala. – Maitê corre.
Joseph: Consigo sim, você vai ver só. – Joseph corre atrás.
Lorena chega segurando um guarda-chuva preto e vê Joseph brincando com Maitê.
Lorena (Irritada): Joseph! Joseph!
Maitê: É a sua mãe Joseph, ela está te chamando.
Joseph: Ah não. – Joseph corre até sua mãe e Maitê vai atrás.
Lorena (Irritada): Eu não já disse que não queria ver você brincando com essa menina doente, e além disso você está correndo debaixo da chuva, vai para casa agora.
Joseph: Mas a Maitê é minha amiga, mãe.
Lorena: Não quero saber! Vai para casa agora e nunca mais me desobedeça.
Joseph: Está bom, tchau Maitê. – Joseph corre para casa.
Lorena: E enquanto a você garota, deixa o meu filho em paz ou você quer contamina-lo com sua doença? Você devia ser exterminada, você é um perigo para todas as crianças desse bairro e não só as crianças como os adultos também.
Lorena (Grita): Some daqui sua aberração! Sua doente! Contaminada! Aidética!
Maitê corre para casa bastante assustada com os gritos de ofensas de Lorena.
Cena 4: Salvador / Hospital Geral / Emergência / Início da Tarde chuvosa.
A ambulância com as vítimas do acidente chegam ao hospital.
Paramédico: Esta paciente aparentemente teve um traumatismo craniano. – diz o Paramédico levando Soraya na maca e entregando a um dos médicos, que a leva para ser examinada.
Paramédica: Este paciente está bem aparentemente não sofreu nenhum arranhão. – diz o Paramédico levando Victor na maca e entregando a um dos médicos que o leva para ser examinado.
Paramédico: Este paciente está tendo uma hemorragia que não conseguimos controlar, ele precisa de sangue urgentemente. – diz o paramédico levando Felipe na maca e entregando a um os médicos.
Médico: Leva esse paciente para sala de trauma um, ele precisa ser examinado agora mesmo! – diz o médico levando Felipe para uma das salas.
Paramédico: Infelizmente o piloto e copiloto morreram no acidente.
Cena 5: Salvador / Hospital Geral / Sala de Espera / Início de Tarde Chuvosa.
Arlete recebe notícia do estado de saúde das vítimas do acidente.
Recepcionista: Senhora, senhora.
Arlete: Alguma notícia deles? – diz Arlete se dirigindo a recepção.
Recepcionista: Eles já deram entrada na emergência, e já estão sendo atendidos, em breve teremos mais notícias dos pacientes.
Arlete: O Felipe, como ele está?
Recepcionista: Não sei dizer senhora.
Arlete: Eu vou até lá, agora mesmo. – diz Arlete correndo até a emergência.
Recepcionista: Não pode senhora.
Henrique: Eu vou atrás dela. – Henrique corre atrás de Arlete.
Cena 6: Salvador / Hospital Geral / Sala de Trauma I / Tarde chuvosa.
Felipe está entre a vida e a morte e precisa de um sangue raro.
Médico: Va até o banco de sangue, preciso de sangue do tipo O negativo. – diz o médico tentando conter a hemorragia.
Médico: Avise que é urgente, se o paciente continuar perdendo tanto sangue ele vai morrer, temos que leva-lo para cirurgia mas se nós locomovermos aqui ele irá perder ainda mais sangue, então corre lá e me traz o sangue O negativo. – diz o médico tentando conter a hemorragia.
Enfermeira: Vou agora mesmo! – a enfermeira corre para o banco de sangues.
Arlete entra na sala de Trauma.
Arlete (Assustada): Felipe! Felipe! O que está acontecendo com ele doutor?
Médico: Quem é a senhora?
Arlete: Eu sou a secretária dele, preciso saber como ele está.
Médico: Ele está perdendo muito sangue e precisamos entrar na cirurgia, mas antes disso preciso garantir que tenhamos sangue suficiente, e infelizmente o sangue do paciente é bastante raro.
Arlete: E não a mais nada que possa ser feito?
Médico: Infelizmente não, estou tentando conter a hemorragia enquanto a enfermeira não chega com as bolsas de sangue, mas se não houver sangue do tipo O negativo, o paciente sagrará até morrer.
A enfermeira que foi buscar o sangue volta.
Enfermeira: Doutor…
Cena 7: Rio de Janeiro / Aeroporto Galeão / Sala de embarque / Tarde.
Maria Clara e Alex embarcam no avião para Salvador.
Maria Clara: Ah meu Deus, esse horário que não passa, parece que o horário do embarque não vai chegar nunca.
Alex: Calma, já vão chamar para começar o embarque, e você vai ter que ter paciência pois daqui para Salvador são um pouco mais de duas horas.
Maria Clara: Estou aflita, preciso ter notícias do que está acontecendo lá.
Orientadora: Atenção senhores passageiros do voo 14131 com destino a cidade de Salvador, embarque imediato no portão 12.
Maria Clara: Finalmente, vamos Alex.
Maria Clara e Alex caminham até o portão 12 e embarcam no avião.
Cena 8: Salvador / Vila de Classe Média / Casa de Maitê / Tarde.
Maitê chega em casa chorando após ser humilhada por Lorena.
Otávio: Já chegou filha? Eu preparei uma macarronada, o Joseph veio com você?
Otávio: Filha? – Otávio sai da cozinha e vai até a sala e encontra Maitê deitada no chão toda encolhida e chorando bastante.
Otávio (Assustado): O que aconteceu filha? Você se machucou? Fala pra mim. – diz Otávio ajoelhado do lado de Maitê e olhando se ele havia se machucado.
Maitê (Chorando): Sim machucou, e dói muito.
Otávio: Onde? Onde machucou?
Maitê (Chorando): Aqui. – Maitê pega a mão de Otávio e coloca no seu coração, mostrando para o pai que era o coração dela que estava doendo.
Otávio: O que aconteceu?
Maitê (Chorando): A mãe do Joseph nos viu brincando de bicicleta juntos, e mandou o Joseph entrar porque não queria que ele brincasse comigo, e depois que ele se foi, ela me disse coisas horríveis que machucaram o meu coração.
Otávio: E o que foi que ela disse?
Maitê (Chorando): Que eu era uma aberração, uma aidética, uma contaminada, essas coisas feias. – Maitê chora bastante e abraça o pai.
Otávio (Triste): Não fica assim filha, a mãe do Joseph é um monstro, não dê ouvidos ao que ela fala, você não é uma aberração e muito menos uma contaminada, você é uma criança linda, maravilhosa, e é a luz da minha vida. No mundo existe muita gente cruel, que vai fazer de tudo para lhe ver mal mas sempre levante a cabeça e siga em frente, jamais deixe-se abalar pelo que falam de você.
Maitê (Chorando); Eu te amo papai.
Otávio: Eu também te amo.
Cena 9: Rio de Janeiro / Copacabana / Apartamento de Glória e Raul / Sala de Estar / Tarde.
Glória reclama do número de exames que ela fez.
Glória: Estou muito cansada Raul, hoje eu fiz muitos exames, não pretendo fazer mais nenhum pelo menos nos próximos dez anos.
Raul: Foram necessários meu amor, precisamos descobrir o que é que você tem.
Glória: Eu não tenho nada, eu já disse que estou ótima, ótima.
Raul: Isso quem vai dizer não somos nós e sim os médicos, os resultados dos exames saem em três dias, então vou marcar o médico para semana que vem.
Glória: Faça o que achar melhor, agora deixa eu me sentar na poltrona e descansar os pés. – diz Glória se sentando na poltrona.
Raul: Eu vou até o quarto buscar a agenda com o telefone médico para marcar a consulta. – diz Raul indo até o quarto.
Cena 10. Salvador / Hospital Geral / Sala de Trauma I / Tarde chuvosa.
O tipo sanguíneo de Felipe não está disponível no banco de sangue.
Enfermeira: Doutor, não temos o tipo sanguíneo no paciente, mas já solicitei a outro hospital.
Médico: Não vai dar tempo, ele está morrendo. – diz o médico tentando conter a hemorragia que aumenta cada vez mais.
Arlete (Desesperada); Ele vai morrer, não, não podemos deixar.
Henrique: Calma Arlete, o sangue do outro hospital vai chegar a tempo.
Médico: Infelizmente não, essas coisas costumam demorar e não temos tempo para isso.
Victor entra na sala.
Enfermeira: O que você está fazendo aqui? Devia estar em seu quarto, você está em observação.
Victor: Eu estou muito bem, não tive nem um arranhão neste acidente, e além disso eu vim aqui para ajudar. Qual é o tipo sanguíneo dele?
Médico: O negativo.
Victor: Meu sangue também é O negativo e eu faço questão de doar.
Cena 11. Salvador / Vila de Classe média / Casa de Joseph / Noite.
Otávio vai falar com Lorena.
Lorena: O que deseja? – diz Lorena abrindo a porta de sua casa para atender Otávio.
Otávio: Se você voltar a falar aquelas coisas terríveis para a minha filha, eu vou…
Lorena: Você vai o que? O que é que você vai fazer? – diz Lorena desafiando Otávio.
Cena 12: Salvador / Hospital Geral / Recepção / Noite.
Maria Clara e Alex chegam ao hospital.
Maria Clara: Boa Noite, preciso informações dos pacientes Soraya Silveira Lontra, Felipe Lontra e Victor Albuquerque, eles sofreram um acidente de avião, eu sou filha da Soraya e do Felipe e namorada do Victor.
Recepção: A senhora pode se encaminhar para o 2º andar que o Dr. Luiz lhe dará mais informações.
Maria Clara: Obrigada.
Cena 13: Salvador / Hospital Geral / 2º andar / Noite.
Maria Clara tem informações do estado de saúde de seus familiares.
Maria Clara: Dr. Luiz? Eu sou a Maria Clara Silveira Lontra, filha da Soraya e do Felipe Lontra e namorada do Victor Albuquerque, preciso muito saber como eles estão.
Dr. Luiz: Felizmente o Felipe e o Victor se encontram bem e estáveis, mas infelizmente a senhora Soraya teve um traumatismo craniano e precisou passar por uma cirurgia.
Maria Clara (Assustada): E como ela está?
Dr. Luiz: Ela entrou em coma e somente quando ela acordar saberemos se ainda possui memória, visão, locomoção ou algum tipo de deficiência.
Maria Clara: E quando é que ela vai sair do coma?
Dr. Luiz: Infelizmente o coma é algo que nós médicos e nem a ciência conseguimos desvendar, pode durar horas, um dia, uma semana, um mês, um ano, ou vários anos.
Maria Clara (Chorando): Não, não pode ser, minha mãe.
Alex: Não fica assim Maria Clara, ela vai acordar logo. – Alex abraça Maria Clara e a conforta.
Cena 14. Salvador / Hospital Geral / Quarto Nº 666 / Noite.
Felipe se recupera da cirurgia.
Enfermeira: O paciente está estável e agora deve ficar em observação por 24 horas.
Victor: Se Deus quiser vai ficar tudo bem.
Enfermeira: Irei deixar vocês a sós, qualquer coisa é só chamar. – diz a enfermeira deixando o quarto.
Victor: Estamos só eu e você Felipe. – Victor se aproxima de Felipe que está na cama ainda sob efeito de anestesia.
Victor: Que ironia não é mesmo? Eu doei meu sangue para você, doei sangue para o homem que destruiu a minha vida e acabou com a vida da minha mãe, a abandonou grávida e a entregou ao próprio destino, gente igual a você tem que morrer mas morrer aos poucos, sofrendo, aquele acidente é pouco para o que você merece por tudo que fez. Sabe por que eu doei meu sangue para você? Porque eu não queria lhe ver morrer, morrer é pouco para tudo que você fez, quero você vivo, muito vivo para eu lhe ver sofrer da mesma forma que a minha mãe sofreu.
Victor: E se prepara porquê de hoje em diante sua vida vai virar um inferno e eu serei um verdadeiro demônio.
Congelamento no rosto de Victor.
Fim do Capítulo