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Feridas do Passado

Feridas do Passado – Capítulo 1 (Estreia)

 

Capitulo 1

Salvador, 1988

Cena 1. Saída do Centro Administrativo / Noite.

Vanessa está no ponto de ônibus agasalhada devido ao intenso frio que faz naquela noite, à espera do ônibus que irá leva-la de volta para casa depois de um dia de trabalho, ela é surpreendida por um marginal com a aparência de um jovem de dezesseis anos que segura uma faca em sua mão e a ameaça.

Marginal: Passa a bolsa dona! Passa a bolsa ou eu vão lhe cortar toda! – Dizia o Marginal com um olhar perverso e aparentemente sobre efeitos de drogas.

Vanessa: Pode levar só não faz nada comigo. – Vanessa ergue a bolsa em direção ao Marginal para entregar, mas não deixa de demonstrar o medo no rosto.

O marginal após pegar a bolsa de Vanessa ainda não satisfeito, aproveita que a rua está vazia e puxa a jovem para atrás do ponto onde está bastante escuro, desesperada Vanessa grita por socorro.

Vanessa: Me solta. Socorro! Socorro! Socorro! – Grita Vanessa com o propósito que alguém ouça e poça ajuda-la.

Perto dali, Felipe deixa o estacionamento do Centro Administrativo em seu carro e sai em direção a sua casa, ele passa pelo ponto de ônibus onde se encontra Vanessa e ouve os gritos de socorro. Então ele desce do seu carro e guiado pelos gritos, encontra Vanessa que é sua assistente quase sendo estuprada pelo marginal. Ele puxa o marginal que levanta apontando a faca para Felipe.

Marginal: Se mete não moço, essa vagabunda está gostando e eu vou traçar ela toda.

Felipe: Solta essa faca seu moleque e deixa a moça ir embora. – Diz Felipe bem alto tentando passar autoridade para o marginal, porém sem sucesso.

Marginal: Se você não sair daqui agora eu vou cortar sua cara toda. – Diz o marginal sob efeito de drogas.

Sem saída Felipe avança no marginal fazendo com que a faca que ele segurava caísse no chão, os dois começam uma luta corporal intensa o que deixa Vanessa que está deitada no chão com sua roupa totalmente rasgada nervosa, ela então resolve levantar e gritar por socorro.

Vanessa: Socorro! Socorro! Socorro! – Gritava Vanessa desesperada, com muito medo de como podia acabar aquela briga.

Até que uma viatura aparece e diante da situação leva o marginal preso. Felipe se oferece para levar Vanessa para casa e ela aceita.

Vanessa: Muito obrigada senhor Felipe, nunca imaginei que passaria por uma situação dessa e muito menos que o senhor um homem tão importante iria me ajudar.

Felipe: Era meu dever, não podia deixar uma mulher indefesa nas mãos daquele marginal. A senhora deveria tomar mais cuidados e não sair tão tarde por aqui, é muito perigoso.

Vanessa: Mas foi o senhor mesmo que pediu para que eu ficasse até essa hora.

Felipe: É verdade, me sinto no dever de lhe levar para casa com segurança todos os dias que lhe pedir para ficar até tarde. E que comecemos por hoje, por favor entre no carro que irei lhe levar para casa. – Diz Felipe abrindo a porta do carro.

Vanessa: Não tem necessidade senhor secretário, meu ônibus vai passar em cinco minutos.

Felipe: Por favor eu insisto e não me chame de secretário, me chame apenas de Felipe. – Diz ele sorrindo.

Vanessa: Se você insiste senhor secretário, perdão, Felipe. – Diz ela retribuindo o sorriso meigo.

Cena 2. Salvador / Bairro de Classe média / Rua da casa de Vanessa / Noite.

Felipe chega com Vanessa e a deixa na porta de sua casa.

Felipe: Agora sim, está entregue. – Diz ele satisfeito e sorrindo.

Vanessa: Mais uma vez obrigada, não sei como agradecer.

Felipe: Na verdade tem sim uma maneira de me agradecer. – Ele começa a aproximar seu rosto do rosto de Vanessa.

Vanessa: Senhor secretário. – Vanessa fica tensa com a situação.

Felipe: Me chame apenas de Felipe. – Diz ele bem baixinho e aproximando seus lábios dos lábios de Vanessa, os dois começam a se beijar intensamente.

Cena 3. Senhor do Bonfim – Interior da Bahia / Casa dos pais de Carol / Dia.

Os pais de Carol estão sentados no sofá da pequena sala humilde daquela casa que está quase caindo aos pedaços, enquanto Diego faz uma proposta que irá mudar de vez a vida de Carol.

Diego: Seu Feliciano você tem conhecimento que me deve uma quantia de Cz$ 500.000,00 e que se não me pagar lhe tomo sua casa e depois lhe mato.

Feliciano: Sei sim seu Diego, peço por favor que mais uma vez espere mais um pouco. – Diz ele na esperança de que Diego tenha um pouco de compaixão.

Diego: Já esperei demais, mas em nome da nossa amizade tenho uma proposta para lhe oferecer. – Fala Diego de maneira direta.

Feliciano: Pois diga!

Diego: Me dar a mão de tua filha para que ela vire minha mulher e eu lhe perdoou a dívida e ainda lhe dou Cz$ 100.000,00.

Feliciano: Cem mil cruzados? – Diz Feliciano espantado com a quantia oferecida por Diego.

Diego: Isso mesmo que você ouviu Cz$ 100.000,00 o que você me diz?

Feliciano: Feito lhe dou a mão da minha filha.

Raimunda que é a mãe de Carol após ver seu marido praticamente vendendo a filha se levanta e fala exaltada.

Raimunda: Não vou permitir que você venda a nossa filha Feliciano.

Feliciano: Não se meta mulher! O homem desta casa aqui sou eu e tá decidido Carol vai se casar com Diego. – Responde Feliciano gritando.

Ouvindo a gritaria no quarto Carol sai do quarto em direção a sala horrorizada com as palavras do pai.

Carol: Eu não vou me casar com esse homem, eu não vou! – Diz Carol aos berros.

Feliciano: Você vai fazer o que eu quiser, eu sou o seu pai e quem manda aqui sou eu.

Carol: Pode ser meu pai mas não tem o direito de me vender. – Carol fala ainda ao berros e bastante irritada.

Feliciano: Me respeite! – Diz ele bem alto e dando um tapa bem forte na cara de Carol que cai no chão de tamanha força que teve o tapa.

Feliciano: Você vai casar e o mais rápido possível.

Diego: Se permitir na semana que vem já nos casamos.

Feliciano: Pois está feito! Semana que vem vocês se casam e não se fala mais nisso.

Cena 4. Rio de Janeiro / Petrópolis / Casa de campo da família Menezes / Fim de tarde.

O conde e a condessa de Menezes estão sentados à frente de uma enorme lareira bebendo um maravilhoso vinho do porto enquanto relembram momentos vividos por eles.

Raul: Sabe minha querida, a vida de um conde é cheia de tantos luxos, de tantas regalias, de tantas inutilidades que eu gosto e muito, mas nada é tão maravilhoso quanto está aqui ao seu lado bebendo esse vinho e de frente para essa quente lareira.

Glória: Ah meu amado conde, esse título de nobreza que já não serve mais como antes, somos tão jovens e podíamos viver a vida loucamente mas preferimos ficar aqui somente nós dois vivendo esses momentos lindos.

Raul: Não somos tão jovens assim minha Glória, temos um filho que já é um homem e cursa direito, em breve se tornará um brilhante advogado e vai cuidar de nós durante a velhice.

Glória: A velhice…esse é o meu maior medo Raul. – Diz Glória segurando as mãos de Raul.

Glória: Quando envelhecermos quero estar do seu lado, quero viver todos os momentos do lado do homem que amo.

Raul: Estaremos juntos para sempre minha Glória, por toda a eternidade. – Diz Raul beijando as mãos de Glória que lhe retribui com um lindo sorriso.

Cena 5. Salvador.

Imagens da cidade de Salvador, amanhecendo e anoitecendo. Ao som da música “Mania de Você – Rita Lee”.

Letreiro: Alguns Dias Depois.

Cena 6. Salvador / Bairro de Classe média / Rua da casa de Vanessa / Noite.

Felipe chega com Vanessa e a deixa na porta de sua casa, mas é convidado para subir.

Felipe: Bom chegamos a sua casa. – Felipe dar dois selinhos em Vanessa.

Vanessa: Obrigada. – Vanessa desce do carro e bate à porta.

Felipe: Ei, Ei. – Felipe chama por Vanessa.

Vanessa coloca seu rosto pela janela para ouvir o que Felipe tem a dizer.

Felipe: Não está esquecendo de nada não?

Vanessa: Que eu me lembre não. – Vanessa se faz de desentendida.

Felipe: Não vai me convidar para subir? Para conhecer sua casa? Vamos não seja má.

Vanessa: Tudo bem mas nem tente nada, vou logo avisando Felipe.

Felipe: Eu prometo. – Diz Felipe cruzando os dedos sem que Vanessa perceba.

Cena 7. Senhor do Bomfim – Interior da Bahia / Casa de Diego / Quarto do Casal / Noite.

Diego chega em sua casa com Carol após os dois acabaram de se casar.

Diego: Essa aqui é a sua nova casa! Amanhã eu lhe amostro ela direito, já que vai ser aqui que você vai morar a parti de hoje. – Diego começa a tirar sua cinta, e seus sapatos.

Carol: Não vai ser por muito tempo, eu não vou ficar casada com você.

Diego: O que você disse sua vagabunda? Eu sou seu marido e você me deve respeito! – Diego dar um tapa bem forte na cara de Carol.

Diego: Tira essa roupa, deita na cama e abra as pernas que eu vou consumar nosso casamento.

Carol: Nem morta! – Diz Carol correndo para porta de saída da casa.

Diego vai para cima de Carol e traz ela de volta para o quarto arrastada pelos cabelos.

Carol: ME SOLTA, ME SOLTA, ME SOLTA!

Diego: Você agora é minha mulher e eu vou te usar! – Diego joga Carol na cama e começa a rasgar o vestido de noiva.

Carol: ME SOLTA SEU NOJENTO! – Carol chuta os genitais de Diego e consegue se levanta, ela pega a arma do marido que está em cima da mesinha do lado da cama e mira para Diego.

Diego: Solta essa arma mulher! Você não sabe atirar vai acabar tendo uma desgraça.

Carol: Eu prefiro morrer do que me entregar a você.

Diego: SOLTA ESSA ARMA! – Diego parte para cima de Carol tentando desarma-la, mas no momento que ela ver o marido se levantando para partir para cima dela ela aperta o gatilho disparando o tiro em Diego.

Congelamento na bala saindo da arma.

Fim do Capítulo

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