Séries de Web
A Fênix

A Fênix – Capítulo 15

Capítulo 15

Cena 01 – Mansão Alcântara Barreto de Albuquerque. Sala. Manhã.
Raquel está sentada no sofá lendo a revista de cara feia. A campainha toca. Horácio atende e Helena entra.
Helena vai entrando sorridente: Bom dia Horácio, bom dia família!
Raquel se levanta brava: Posso saber o que você está fazendo aqui a essa hora da manhã?
Helena se senta no sofá: Algum problema?
Raquel: Quantas vezes eu vou ter que repetir que essa casa é minha e que você não deve aparecer aqui, ainda mais sem avisar?
Helena repara na revista em cima do sofá.
Helena pega a revista: Ah, irmãzinha, você tava lendo a edição de hoje?
Raquel: O que interessa?
Helena, folheando a revista, irônica: A você viu a minha matéria? Eu acho que fiquei um espetáculo nessas fotos não é?
Raquel, irônica: Nada mal pra uma ex-prostituta.
Helena se levanta: O que foi que você disse?
Raquel: O que foi? A verdade dói é querida?
Helena, ficando nervosa: Sua descarada…
Raquel: Sua vadia…
De repente, Mateus, Priscila e Suzana entram na casa. Mateus está ofegante, Priscila e Suzana estão aos prantos.
Mateus, muito nervoso: Mãe, mãe, tia Helena…
Helena: Qual o problema Mateus?
Raquel: Mas o que é isso? O que está fazendo aqui? Já foi suspenso de novo? E vocês meninas, por que estão chorando?
Mateus: Mãe, a gente foi assaltado!
Helena: Assaltados?
Raquel: Espera aí, como assim assaltados?
Mateus: A gente tava a caminho da faculdade quando parou um carro perto da gente, um bando de bandidos encapuzados desceram e nos abordaram…
Helena: Meu Deus, que horror, mas vocês estão bem?
Raquel: Mas tá, se acalmem, estão feridos?
Mateus: Não mãe, não é só isso, é que…
Mateus faz uma pausa para respirar.
Raquel: Como não? Anda, fala o que mais houve.
Mateus: Mãe, é que…
Suzana, chorando: Levaram o Miguel!
De repente Raquel fica chocada, Helena fica sem chão. Ela se senta no sofá.
Helena, gaguejando: O… o que foi que você disse?
Priscila: Levaram o Miguel dona Helena, eles levaram o Miguel!
Raquel, nervosa: Mas como assim levaram o Miguel?
Suzana: Levaram ele dona Raquel, levaram ele…
Mateus: Agente entregou nossos celulares, não reagimos… mas mesmo assim os bandidos pegaram o Miguel e o jogaram pra dentro do carro… eu tentei fazer alguma coisa, mas não adiantou.
Helena: Meu Deus… mas, vocês viram pra que lado foram?
Priscila: Não vimos, a gente não viu.
Mateus, Priscila e Suzana também se sentam. Raquel começa a andar de um lado para o outro.
Raquel: Mas afinal, onde está o meu filho?

Cena 02 – Rua.
Os bandidos estão dirigindo pela cidade. Miguel está desacordado deitado no banco de trás.
Todos os bandidos tiram as máscaras. São Jonas e seus amigos que haviam brigado com Mateus.
Rapaz 1: Beleza rapaziada, deu tudo certo.
Jonas: Isso é pra aqueles mimados aprenderem a não mexerem comigo.
Rapaz 2, olhando os celulares: Esses celulares aqui vão dar uma grana boa.
Rapaz 3: Ei Jonas, e agora, qual é o plano?
Jonas: Como assim?
Rapaz 3, se referindo a Miguel: Pra que você foi pegar esse moleque aí?
Jonas: Foi por causa desse otário que eu fui suspenso e meus pais cortaram meu dinheiro, vou ter que trabalhar agora por causa desse otário metido a valentão.
Rapaz 2: E o que a gente vai fazer com ele?
Rapaz 1: Você não tá pensando em ligar pedindo dinheiro por resgate não né?
Jonas olha para Miguel desacordado, como se estivesse pensando na ideia que o amigo acabou de dar.
Jonas: Não, não, vamos largar ele em algum lugar, dar um susto nesse otário e naquela família de babacas.

Cena 03 – Mansão Alcântara Barreto de Albuquerque. Um tempo depois.
Todos estão nervosos com o desaparecimento de Miguel. A polícia está na mansão colhendo o depoimento dos jovens.
Policial: Então, vocês não viram de quem se tratava?
Priscila: Não vimos nada policial, eles estavam mascarados.
Mateus: A não ser…
Suzana: A não ser o que Mateus?
Mateus: Olha, se eu não me engano, a voz de um dos bandidos me era familiar.
Policial: Como assim? Você reconheceu o bandido?
Mateus: Olha, eu não tenho certeza, mas eu tenho a impressão que já ouvi a voz dele, só não me lembro de quem era.
Suzana: Espera Mateus, então era alguém conhecido?
Mateus: Eu acho que sim!
Policial, fechando o bloquinho: Pois bem, vamos investigar.
Mateus: Policial, vocês tem que pegar esses caras.
Suzana: Por favor, vocês tem que encontrar o Miguel.
Policial: Não se preocupem, vamos fazer o possível. E meu jovem, se você se lembrar de quem era a voz do bandido, será bastante útil.
Mateus: Certo, eu garanto que vou descobrir quem pegou meu irmão.

Cena 04 – Morro do Alemão. Mais tarde.
O carro de Jonas e seus amigos para no morro do Alemão, logo na entrada.
Jonas: Isso, aqui tá ótimo.
Rapaz 1: Jonas, você vai mesmo largar esse cara aqui?
Jonas: Claro que vou, não posso chegar em casa com esse garoto desmaiado no carro, vou arranjar mais problemas ainda.
Rapaz 2: Tá, e agora?
Jonas, colocando a máscara: Abre a porta aí.
Um dos rapazes abre a porta. Jonas só faz pegar Miguel e o atira ainda desacordado para fora do carro.
Jonas, fechando a porta: Acelera aí!
Dito isso, o rapaz pisa fundo e eles deixam Miguel caído no chão e fogem.
Rapaz 1: Jonas, eu não sei se a gente devia ter feito isso.
Jonas: E por que não? Ninguém reconheceu a gente?
Rapaz 3: Ainda assim, a gente pode se ferrar.
Jonas: Agora já foi tá, parem de reclamar.

Cena 05 – Mansão Alcântara Barreto de Albuquerque. Noite.
A família toda está jantando. O clima não está nada bom. Helena e Tadeu, seu marido que acabou de chegar de viagem estão jantando junto.
Raquel: Não sei o que você ainda está fazendo aqui Helena.
Helena: Raquel, se você não se importa, eu quero estar aqui caso recebam qualquer notícia do Miguel.
Raquel: Você podia muito bem esperar na sua casa, não tem por que você ficar aqui na minha casa.
Helena: Essa casa também é minha, e você querendo ou não, o Miguel é minha família também.
Raquel: Ele é meu filho, não seu!
Helena: Será?
Sérgio: Parem as duas, chega de briga!
Raquel: Eu não, não sou eu quem está sobrando aqui.
Mateus: Gente, por favor, para. Pra que isso?

Cena 06 – Morro do Alemão.
Miguel está andando sem rumo pelo morro, sem fazer a menor ideia de onde está. Perdido, o rapaz não sabe o que fazer.
Miguel, falando com si mesmo: Ah meu Deus, e agora? Aonde eu vim me meter? Como eu vim parar aqui aonde é que eu tô?
De repente, William, o amigo de Zeca avista Miguel. Ele logo confunde o garoto com seu amigo e se aproxima.
William, estendendo a mão: E aí cara, você aqui essa hora?
Miguel fica sem jeito.
Miguel: Hã… a gente se conhece?
William: Como assim cara? Sou eu.
Miguel: “Eu” quem?
William: Ih, o que foi? Bebeu hoje, por isso não me reconhece?
Miguel: Como é que é? Eu não bebo.
William, irônico: Ah tá, acredito.
Miguel: Afinal, quem é você?
William: Sou eu cara, William, seu amigo!
Miguel: Amigo? Eu mal te conheço.
William: Ué, o que deu em você cara?
Miguel: Não interessa, você pode pelo menos me dizer aonde eu tô?
William: Ih, a bebida fez você esquecer o caminho de casa também foi?
Miguel: Ah, quer saber, tchau.
William segura Miguel pelo braço: Ei espera aí cara, o que deu em você?
Miguel: Eu só quero saber onde eu tô, é difícil me dar essa informação?
William: Ah, tá bom, entendi. Vem comigo.
Miguel: Eu não, nem te conheço.
William: Chega dessa besteira tá? Vou te deixar em casa.
Miguel: O quê?

Cena 07 – Casa dos Oliveira.
Zeca e Léo estão deitados no sofá assistindo TV. Gustavo já foi se deitar e Teresa está terminando de lavar a louça.
Teresa: Bem meninos, eu vou me deitar mais cedo que hoje eu tô com uma dor nas costas que tá acabando comigo.
Zeca: Boa noite mãe.
Léo: Boa noite.
Teresa vai se deitar.
Léo: Ei cara, eu acho que já vou também, tô bem cansado.
Zeca: Agora? O filme tá na melhor parte.
Léo: É, depois eu compro o DVD, o bar hoje tava muito cheio, eu tô exausto.
Zeca: Então tá, boa noite.

Cena 08 – Em frente à casa dos Oliveira.
William e Miguel chegam.
William: Tá entregue.
Miguel: Como assim? Que lugar é esse?
William, irônico: Ih, pelo jeito você fumou, não reconhece a própria casa.
Miguel, irritado: Pela milionésima vez, eu não fumo!
William: Ah, tá bom, tá bom, bate na porta que a essa hora todo mundo já deve ter trancado a porta.
Miguel: Ei, mas que casa é essa afinal?
William sai andando: Ah, bate na porta. Amanhã você me agradece. Valeu!
William sai andando. Miguel não entende nada, mesmo assim, o garoto bate na porta.
Zeca está no sofá e ouve a batida.
Zeca: Quem pode ser à uma hora dessas?
Zeca, ainda com o pé engessado, se levanta com a muleta e vai até a porta.
Assim que abre, ele vê Miguel. Os dois garotos ficam de queixo caído e ambos observam um de cima a baixo. Os dois garotos são idênticos.

Deixe um comentário

Séries de Web