A Fênix – Capítulo 14
Capítulo 14
Cena 01 – Gueto. Noite.
Helena continua mirando a arma para Gustavo que está tremendo.
Helena, irônica: É tão bom revê-lo seu canalha, como tem passado?
Gustavo, ofegante: Dona Helena, por favor, abaixa essa arma…
Helena: Ou o quê? O que pode acontecer?
Helena se aproxima.
Helena: Quem foi que te mandou fazer isso? Foi a Raquel?
Gustavo: Não sei do que a senhora tá falando…
Helena: Fala! Fala ou eu atiro.
Gustavo: Por favor, dona Helena…
Helena encosta o cano do revolver na testa de Gustavo.
Helena: A Helena que você conheceu no passado, pra quem você trabalhou, talvez não tivesse coragem de atirar, mas essa aqui que você ta vendo na sua frente é outra!
Gustavo: Dona Helena, não é o que a senhora tá pensando.
Helena: Você mal chegou pedindo dinheiro, joia, nada, você já veio atirando em mim! Você ia me matar a mandado de alguém, foi a Raquel né? Eu sei perfeitamente que você também tá até o pescoço nessa história Gustavo.
Helena fica de joelhos e se aproxima, sem tirar o revólver da cabeça de Gustavo, que está cada vez mais ofegante e suando.
Helena: A Raquel e o Sérgio nunca iam saber sabotar aquele carro pra provocar o meu acidente há 17 anos atrás, e eu sempre desconfiei do seu caráter. Você mexeu no meu carro, não foi?! A mando deles!
Gustavo: Madame, eu não sei de nada…
Helena: Você deve saber muito. Você sabe onde tá o meu outro filho? Hein?
Gustavo está cada vez mais ofegante. Helena engatilha o revólver.
Helena, no ouvido de Gustavo: Fala, o que eles fizeram com o meu filho?
Gustavo agarra o pulso de Helena e os dois começam a brigar. Gustavo dá um empurrão em Helena e ela deixa o revólver cair e ele dispara para outra direção sem ferir a nenhum dos dois. Gustavo se levanta e começa a correr. Helena pega o revólver.
Helena, gritado: Para Gustavo! Para agora!
Helena atira, mas não acerta Gustavo que corre cada vez mais rápido.
Cena 02 – Mansão Alcântara Barreto de Albuquerque. Quarto de Raquel e Sérgio.
Raquel está sentada penteando o cabelo. O celular toca.
Raquel atende: Alô, Gustavo? Fez o serviço?
Helena, do outro lado da linha: Não maninha, não é o Gustavo, sou eu!
Raquel gela ao ouvir a voz da irmã.
Raquel, assustada: Helena? Mas, como? O que…
Helena: Por que a surpresa? Por acaso estava esperando nunca mais ouvir a minha voz?
Raquel, tentando disfarçar: Não, não, é que…
Helena: Não, acalme-se. Só estou ligando para avisar que mais uma vez o seu plano não deu certo, eu estou viva!
Raquel: Mas do que você está falando?
Helena: Você sabe perfeitamente. E fique esperta, porque se antes eu desconfiava, agora eu tenho certeza que o Gustavo está envolvido nessa história. E se pensou que isso ia me assustar, saiba que agora mais do que nunca eu vou enfrentar você.
Raquel: Olha, você não me ligou a essas horar pra me fazer ouvir suas paranoias, não é?
Helena: Tchau Raquel, o recado tá dado.
Helena desliga. Raquel atira o celular na parede.
Raquel, furiosa: Desgraçada! Maldita! Mas do que essa vadia é feita?
Raquel se senta na cama, ofegante.
Raquel: Gustavo, seu incompetente, você me paga!
Cena 03 – Morro do Alemão.
Gustavo entra em casa, exausto, suado e ainda ofegante. Ele bate a porta forte e atrai a atenção de Teresa, Zeca e Léo.
Teresa: Gustavo, onde estava?
Gustavo grita, ofegante: Não é da tua conta mulher!
Zeca: Não grita com a minha mãe!
Gustavo: Me respeita moleque, ou eu quebro essa tua outra perna!
Zeca: Tenta, eu acerto meu gesso nessa sua cara de idiota!
Teresa grita: Chega! Parem com essa briga!
Gustavo dá uma bofetada em Teresa.
Gustavo: Olha aqui, você nunca mais fala comigo nesse tom, vagabunda!
Gustavo vai pro quarto.
Cena 04 – Dias depois. Mansão Alcântara Barreto de Albuquerque. Manhã.
Raquel, Miguel, Mateus e Sérgio estão todos tomando café. A suspensão de Mateus já terminou e o rapaz já volta a frequentar a Universidade com o irmão.
Raquel está lendo uma revista. Ela se espanta, em uma das páginas, está uma matéria sobre Helena.
Raquel, furiosa: Mas o que significa isso?
Mateus: O que houve mãe?
Raquel joga a revista em cima da mesa com nojo. Mateus a pega e vê a foto da tia na matéria.
Mateus, rindo: Uau, cara! É a tia Helena na revista!
Miguel, olhando: Sério? Deixa eu ver!
A matéria está escrita com o título “Antiga dama da alta sociedade desaparecida há anos renasce das cinzas”.
Miguel: Olha, ela ficou linda nessa foto.
Raquel, tomando um gole de suco: Já estava demorando, ela ficou tanto tempo sumida, me surpreende ela até agora não ter batido na porta de alguma revista pra querer aparecer.
Mateus, irônico: Ih mamãe, por acaso, não é nessa revista aqui que a senhora não consegue aparecer há meses?
Raquel, furiosa: Cala a boca Mateus!
Mateus, cochichando pra Miguel: Ih, tem alguém de mau humor por aqui.
Sérgio: Será que dá pra se ter um café em paz nessa casa?
Os quatro voltam a tomar café.
Miguel: Mateus, você por acaso sabe do Jonas?
Mateus: Ouvi dizer que os pais dele, como punição pela suspensão, não vão mais pagar a faculdade, parece que ou ele vai desistir ou vai ter que tomar jeito daqui pra frente.
Miguel: Ai, ai, isso me deixa preocupado.
Mateus: Por quê?
Miguel: E se ele armar pra cima de nós? A gente teve um papel e tanto nisso.
Mateus, irônico: Relaxa, se ele vier, eu protejo você.
Miguel: Engraçadinho.
Raquel: Parem de conversa fiada os dois, eu já tô com dor de cabeça suficiente pra ficar ouvindo essas besteiras!
Cena 05 – Apartamento de Helena.
Helena e Pilar estão lendo a revista e veem a matéria em que ela saiu.
Helena, rindo: A Raquel deve tá uma arara com essa matéria.
Pilar: Ah, mas também dera né Helena, você tá uma gatona nessa foto!
Helena: Eu sei! Modéstia à parte, mas é impressionante como o tempo só me valoriza!
As duas riem.
Pilar: Você acordou de bom humor.
Helena: Pois é querida. Além dessa matéria, hoje meu marido está de volta ao Brasil.
Pilar: Ah é mesmo, o Tadeu vai voltar.
Helena: Exatamente, pelo que ele me falou no telefone os negócios no exterior foram um sucesso.
Pilar: É, se continuar assim você vai continuar por muito tempo nas revistas.
Helena, irônica: A minha irmãzinha vai adorar isso!
As duas riem.
Cena 06 – Mansão Alcântara Barreto de Albuquerque. Quarto de Raquel e Sérgio.
Raquel está furiosa, quebrando as coisas.
Raquel, furiosa: Maldita! Desgraçada!
A mulher para um pouco e se escora na cômoda.
Raquel, ofegante: Por que ela sempre é o centro de tudo? Como essa desgraçada consegue tomar o meu lugar em tudo? Até nas revistas!
Ela pega um vidro em cima da mesa do espelho e atira na parede.
Raquel: Maldita! Eu vou acabar com você, sua vadia!
Cena 07 – Rua.
Mateus, Priscila, Suzana e Miguel estão a andando a caminho da universidade.
Suzana: Gente, é sério, eu tô preocupada com os conteúdos das provas.
Mateus: Ah não Suzana, sério que você vai falar de prova agora?
Suzana: Ih, meu caro, essas provas podem definir minha estadia no curso, ou seja, meu futuro!
Miguel: A Suzana tem razão Mateus.
Priscila: Hum, os dois pensam da mesma forma?!
Mateus: Foram feitos um pro outro mesmo!
Mateus e Priscila riem. Miguel e Suzana se olham, meio sem jeito.
Os quatro caminham calmamente, sem perceber que um carro vem os seguindo lentamente perto da calçada. O carro encosta bem perto deles, um pouco à frente. Eles não estranham nada.
Quando estão passando pelo carro, de repente, três rapazes com máscaras descem no carro armados. Os quatro jovens ficam assustados.
Bandido 1, apontando a arma pros garotos: Ei vocês, podem parar aí.
Os quatro param. Priscila abraça Mateus. Suzana e Miguel ficam parados e levantam as mãos. Um dos bandidos se aproxima.
Bandido 1: Vão passando o que tem aí, dinheiro, celular, o que tiver.
Os garotos mal reagem. Assustados, entregam seus pertences.
Um dos bandidos se aproxima e vê os celulares e o dinheiro.
Bandido 2: Só isso? Não! É pouco.
De repente, Mateus reconhece a voz do bandido.
Mateus: Essa voz…
O bandido parte pra cima de Miguel e o puxa pelo braço.
Bandido 2: Você vem comigo moleque.
Miguel, resistindo: Não, me solta.
Mateus parte pra cima do bandido: Ei, larga o meu irmão!
Os outros dois bandidos partem pra cima de Mateus e batem nele enquanto o outro arrasta Miguel para dentro do carro. Priscila e Suzana se desesperam.
Suzana e Priscila gritam em pânico: Socorro! Socorro, polícia!
Os dois bandidos derrubam Mateus no chão e lhe dão seguidos chutes e pontapés. O outro bandido joga Miguel pra dentro do carro.
Miguel, assustado: Não, por favor, minha família é rica, eles podem te dar o que você quiser.
Bandido 2: Você é o que eu quero…
Miguel também reconhece a voz, mas antes que possa reagir, o bandido dá uma coronhada na cabeça do rapaz e ele desmaia.
As meninas continuam a pedir ajuda. De repente, os dois bandidos deixam Mateus caído no chão ferido e correm para o carro. Eles aceleram e fogem levando Miguel.
Priscila e Suzana correm para ajudar Mateus.
Priscila: Mateus? Mateus, você está bem?
Mateus está sangrando e com muita dor, mesmo assim ele consegue se levantar.
Mateus grita: MIGUEEEEEL!!!
Parabéns! Que capítulo maravilhoso. Amando.
Obrigado!