Eu e Ana – Capítulo 77 (Fortes Emoções)
(Padre José Maria liga para Paco)
Padre José Maria: Alô, meu filho. Você está sabendo que o Lobo foi preso?
Paco: Não, padre, não soube. Mas vou visitá-lo agora mesmo.
(Enquanto isso, na Mansão Souto Maior, Dr. Messias sai do banho. Quando ele fecha a porta do quarto, ele vê, refletida no espelho, Jussara)
Dr. Messias: Como entrou aqui?
(Paco vai até a cadeia ver Lobo)
Lobo: Disseram que queria me ver.
Paco: Como você está?
Lobo: Preso, não está vendo?
Paco: Sabe, Lobo, eu nunca entendi o porquê de tudo isso. Por que você sempre quis me prejudicar? Por que tanto ódio? Porque?
Lobo: Você quer mesmo saber?
Paco: Quero. Qual a razão de tanto ódio? Me fala, Lobo, por favor! Porque você me odeia tanto?
Lobo: Porque você tem tudo. Sempre teve aquilo que eu não tive e sempre quis ter: família, lar, até mesmo o dinheiro…
Paco: Esse é o único motivo?
Lobo: Acha pouco?
Paco: Mas nós somos iguais, Lobo! Eles nem eram minha família de verdade. Eu e a Tay fomos adotados pela Madrinha Rosa Mística que descanse em paz. Se eu soubesse, claro que eu não me importaria em ter você como irmão. E quanto aos Souto Maior, tudo não passou de uma grande mentira da qual todos fomos vítimas. Pois bem, Lobo, deu pra perceber que nós dois somos iguais: eu apenas tive um pouco mais de sorte na vida que você. Mas agora, eu perdi tudo. Todo o dinheiro, minha família e até a minha casa também. E isso, me faz igual a você.
Lobo: Não, Paco. Você não cometeu nenhum crime. Isso te faz livre!
Paco: Pra você ser uma pessoa livre é só uma questão de tempo, Lobo. Quando você sair daqui vai arrumar um bom emprego e constituir uma família.
Lobo: Será, Paco? Será que eu vou conseguir dar a volta por cima?
Paco: Se eu consegui, porque você não? Lobo, tem um Deus lá no céu que nunca esquece dos seus filhos. Confie nele. Ele não esqueceu você.
(Paco se afasta para ir embora, mas Lobo o chama:)
Lobo: Paco!
(Paco se aproxima)
Lobo: Obrigado!
(Os dois se abraçam. Enquanto isso, na Mansão…)
Dr. Messias: O que você está fazendo aqui?
Jussara: Ah! Ah! Ah! Vim para deixar bem claro que esta casa, esta fortuna, estes bens pelos quais eu tanto lutei NUNCA SERÃO SEUS, MALDITO!!! NUNCA!
Dr. Messias: Eu estou com os documentos.
Jussara: Se refere a estes? (Jussara mostra os documentos na mão dela)
Dr. Messias: Me devolve!
Jussara: Não vai mais precisar, meu velho. Sabe por que? Toda esta mansão será destruída!
Dr. Messias: Que quer dizer?
Jussara: Isso:
(Jussara acende um palito de fósforo e ateia fogo na casa previamente encharcada de gasolina, a casa logo pega fogo e ele fica incontrolável)
Jussara: Esta casa é minha!!! minha!!! todos você serão meus escravos!!! eu sou rica!!! rica e poderosa!!! ah! ah! Ah!
Dr. Messias: Sai daí, Jussara! Vem, vem por aqui!
Jussara: Não! Esta é minha casa! Ah! Ah! Ah! Tudo isto é meu agora!
(Jussara vai para o meio das chamas que cercam a escada, o Dr. Messias consegue escapar)
Jussara: Tudo me pertence! É meu!
(A escada desmorona com Jussara em cima e ela fica sob as chamas)
Dr. Messias: JUSSARAAAA!!!!!!!!
(Enquanto isso, no cativeiro onde está Danilo, ele desperta)
Danilo: Onde estou? E a Diana? Quem me amarrou?
Alicia: Boa noite, infeliz. Não durará muito tempo, eu garanto.
Danilo: O que tá acontecendo, Alicia é você?
Alicia: Ainda não percebeu? Nós te sequestramos. Você é uma mina de ouro.
Alicia: Cale-se! Sabe o que estou apontando pra você? Ah, esqueci. Você não enxerga. Vou dizer então. É uma pistola. Mas é bonita.
Danilo: Que vai fazer?
Alicia: Isso depende da Diana. Vamos ver a quem ela ama mais: a você ou ao dinheiro. Quem ela escolher o outro dança.
Danilo: Diana!!!
Alicia: Quieto! Boris, amordaça ele! E se não se comportar bem Danilo, nós apagamos você.
(Boris amordaça Danilo. Alicia telefona para Diana)
Alicia: Diana. Se em duas horas eu não estiver com toda a grana em espécie, o Danilo morre. A escolha é sua. Passe muito bem.
(Estrella chega em casa e o celular toca)
Estrella: Alô.(…) Sim, é minha mãe.(…) Como? (…) Estou indo agora mesmo.
(Hospital Santa Maria Madalena. Jussara está no leito, agonizante, com o rosto completamente desfigurado. Ela começa a relembrar seus crimes:)
Jussara: Incendeie a cabana…! Ateie fogo, Lobo!… Aiii, Que a madrinha e o borralheiro morram queimados!… Que eles morram queimados!!! Fogo!!! Ah… Fui eu… fui eu…
(Estrella entra e ouve a confissão, chorando ao ver o estado da mãe)
Jussara: Maldito lambe botas… Fui eu…!!! Aaaiii….
Estrella: Deus, por favor, perdoe minha mãe. Já chega! Não deixe que ela sofra mais, meu Senhor, tem piedade dela! Já chega, meu Deus!
Jussara: É um castigo… Aquele borralheiro pôde mais do que eu… Maldito! Ai, maldito pulguento!… Maldito seja o dia em que entrou em nossas vidas!… Eu não me arrependo do mal que fiz a ele… Eu não me arrependo!
Estrella: Mamãe, por Deus!
Jussara: Vingue-se, filha!… Vingue-se!
(Jussara morre)
Estrella: Mamãe! Mamãe! Mamaaaãeeee!!!!!!