Eu e Ana – Capítulo 45 (A Herança)

Jussara: Vocês conhecem aquele burro morto de fome?

Lobo: Claro, madame. Ele cresceu com a gente. E olha, eu acho que compraram gato por lebre porque aquele ali é órfão de nascença e de batismo.

Jussara: Não me diga! E vieram dar-lhe os pêsames?

Lobo: Não, dona, eu não sou tão falso. Vim só passar nas ventas dele que o sonho de príncipe encantado dele… puf! Não teve final feliz…

(A gangue sai de cena. Jussara fala a Ariadna)

Jussara: Percebeu com que ódio ele falava do imundo porcalhão? É dele que nós precisamos. Sim, Ariadna. Esse tal Lobo nos será muito útil para nos livrar-nos deste lambe botas intruso.

(Enquanto isso, na casa de Nicolas)

Nicolas: Que veio fazer aqui, Luciana?

Luciana: Eu vim para… bem, Nicolas, é que… sabe, a Noemia falou comigo.

Nicolas: E?

Luciana: Ela me disse que você não registrou o bebê com seu nome.

Nicolas: Porque eu não sabia que ela estava grávida. Além disso, já faz muito tempo.

Luciana: Nicolas, eu só vim te pedir uma coisa: agora que já sabe tudo, faça sua parte: registre a criança e ajude a criar, tanto financeiramente, como com bons exemplos.

Nicolas: Luciana, e nós?

Luciana: Eu não tenho mágoa de você, Nicolas. Você não me traiu e nem mentiu pra mim, porque não sabia que tinha esse filho que nasceu muito antes de você me conhecer. Não posso te culpar. Mas antes de mim, ele está. Depois que você fizer tudo isso e prometer a Noemia que nada vai faltar a esta criança, aí você me procura, digo, se ainda quiser, claro.

Nicolas: Luciana, por favor me perdoe.

Luciana: Perdoar do que, Nicolas? Já te disse que não me feriu. Até mais.

(Luciana sai. Enquanto isso no Hospital. A enfermeira vai até a sala de espera)

Enfermeira: Com licença, quem é Diana Coral?

Diana (levantando-se): Sou eu.

Enfermeira: Venha comigo, seu esposo quer vê-la.

(As duas entram no quarto.)

Enfermeira: Vou deixá-los a sós!

(Enfermeira sai)

Diana (pegando as mãos de Danilo): Danilo, sou eu, Diana. Queria falar comigo?

Danilo: Por que eu?

Diana: Não entendi.

Danilo: Você tem tantos e tantos fãs fieis. Porque justo eu tive que ser o escolhido pra pagar o pato nessa sua maldita vingança? E olhe como eu estou… cego! E tudo isso, por sua culpa! Por sua culpa!

(Enquanto isso na Mansão do Finado Filipe Souto Maior todos se reúnem para a leitura do Testamento)

Advogado Messias: Bem, já que estão todos aqui, podemos começar: Eu, Filipe Souto Maior, em pleno uso de minhas faculdades mentais declaro ser minha última vontade que todos os bens que possuo sejam divididos em duas partes iguais. Uma das partes seja propriedade de Estrella Souto Maior, minha enteada, porém ela não poderá usá-los enquanto não fizer 18 anos, ou casar-se, e claro. A segunda parte caberá ao meu filho Facundo Souto Maior “Paco”, para que sirva de reparação por tudo que sofreu durante os anos de minha ausência.

Jussara (levantando-se da cadeira): Este borralheiro não vai herdar nada do que nos pertence! Não herda nada!

Dr. Messias: Acalme-se, senhora!

Jussara: Não vai ganhar nada, nada!

Dr. Messias: Compreenda que esta é última vontade de seu finado marido, e não se pode fazer nada quanto a isso. Se me permite, eu tenho que continuar a leitura do testamento.

Jussara: Não, não é necessário. Mande uma cópia deste documento para o meu e-mail para que eu o analise bem. Agora quero ficar sozinha. Este assunto se resolverá nos tribunais. Passe muito bem.

Dr. Messias: Como quiser, Dona Jussara.

(Todos saem de cena, Jussara fica sozinha na sala)

Jussara: Maldito! Maldito Borralheiro! Lambe Botas Pulguento! Vai me pagar! Vai me pagar! Não vai herdar nada! Nada! Maldito! (começa a destruir a sala) Maldito! Maldito! Maldito! Maldito seja!

(Enquanto isso, Edmundo vai à Casa de Tayana falar com ela e Rosa Mística)

Tayana: Você aqui?