Eu e Ana – Capítulo 36 (Ana e Joaquim se reencontram)
Padre José Maria: Inacreditável! Por onde esteve tanto tempo?
Ana: Eu dei a volta por cima, padre. Agora sou rica. Mais rica que Adelia Villard. Sou dona de uma grife. Graças a meu empenho como costureira e às ótimas recomendações das minhas clientes eu subi na vida. Mas tanto dinheiro não me basta. Padre, eu não consegui encontrá-las. Minhas filhas, onde estão? Alguma notícia?
Padre José Maria: Sente-se, Ana. Como vê, eu tenho ótimas notícias. Encontrei duas delas, as mais velhas.
Ana: É verdade, padre?
Padre José Maria: Sim. Inclusive, a maior delas, Luciana, acabava de sair daqui da Igreja com o namorado quando você entrou. Vieram se inscrever para o Acompanhamento de Namoro. E, por ironia do destino, a do meio, está casada com meu sobrinho, Danilo. Ela mora com o pai… Joaquim.
(Neste momento Sergio Coral “Joaquim Fernandes” invade a sacristia gritando.)
Joaquim: Padre José Maria! Quero falar com o senhor!
(Ana fica paralisada e não permite que ele veja seu rosto. Enquanto isso, na Mansão Coral, Diana chega e encontra Danilo sentado no sofá)
Diana: Ainda está aqui? Achei que tivesse sido clara com você.
Danilo: E foi.
Diana: Então por que não vai embora de vez?
Danilo: Porque eu sou seu marido, você me ame ou não. E o meu dever é estar com você em todos os momentos. Não foi isso que eu falei no cartório? Então, eu sou um homem que cumpre sua palavra.
Diana: Danilo, você é um bom rapaz. E merece uma moça que possa te ame de verdade. Essa moça não sou eu, acredite.
Danilo: Se você soubesse o quanto eu sonhei com esse dia, em que você seria minha esposa. E mesmo eu sabendo que eu não posso te dar nada mais que um amor sincero, mesmo que você nunca retribua, eu vou continuar com você.
Diana: Problema seu.
(Na sacristia da Igreja)
Padre José Maria: Não fale alto aqui dentro, Joaquim Fernandes. Lembre-se de que está em casa alheia.
Joaquim: Pouco me importa. O que mais me interessa neste momento é saber porque você permitiu que o morto de fome do seu sobrinho casasse com a minha filha.
(Ana se revela a Joaquim)
Ana: Quer dizer que seu amigo de infância Padre José Maria também é um morto de fome? Meu Deus, como o dinheiro muda as pessoas… Realmente esqueceu de mim… de mim: sua própria esposa! SUA PRÓPRIA ESPOSA!
Joaquim: Ana? É você? Meu Deus, por onde esteve?
Ana: Eu poderia te fazer a mesma pergunta. E não respondo como se deve porque estou dentro de uma Igreja, mas só Deus sabe o tamanho do ódio que eu sinto por você neste momento. Com licença, padre.
Joaquim: Mas o que eu te fiz?
Ana: Pergunte a sua consciência.
(Ana sai.)
Joaquim: O que aconteceu, Padre? O que ela tem contra mim?
Padre José Maria: Ela tem seus motivos.
(Enquanto isso, no Restaurante. Tayana serve as mesas. Edmundo não para de olhá-la.)
Tayana: Qual o seu problema comigo? Não sabe respeitar uma mulher?
Edmundo: Tayana, vamos trabalhar juntos… Então temos que nos dar bem.
Tayana: E para quantas você já disse esse papo de cão arrependido?
Edmundo: Te dou minha palavra: você é a primeira.
Tayana: Não acredito. E agora, com licença, tenho que continuar trabalhando.
(Enquanto isso, Paco está numa esquina engraxando. Chega o Dr. Messias num carro)
Dr. Messias: Bom dia, borralheiro!
Paco: Por que me chamou desse jeito?
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