[crítica] Espelho Negro é marcada por protagonistas envolventes, suspense bem escrito e pouca complexidade
Espelho Negro me despertou atenção pela sinopse, que fala de uma mulher rica e elegante (Melissa) que perde a paz com a chegada (ou seria o retorno?) de outra mulher (Diana) à sua vida.
A ponto alto da série é seu suspense envolvente e instigante. Os personagens, de forma geral, têm carisma, com boas sacadas no texto. As protagonistas são bem escritas, mas confesso que gostaria que tivessem suas personalidades mais bem exploradas. Aliás, gostaria que o texto fosse mais profundo, de forma que as dualidades dos personagens ganhassem mais destaque. A história tem potencial para isso, e talvez tenha sido apenas uma questão de desenvolvimento.
As cenas muito curtas, acredito, prejudicaram o conjunto da obra. Quando o assunto começava a se desenrolar, a cena era bruscamente cortada. A história de Carolina, portadora da esclerose lateral amiotrófica, praticamente não foi desenvolvida. Um excelente tema que foi desperdiçado, infelizmente.
Algo interessante que notei foi uma homenagem à novela Passione, a partir dos sobrenomes Gouveia e Lobato e também a inversão do segundo para Otabol numa situação quase idêntica à original.
Mas a autora deixou o final da série em aberto, havendo a possibilidade de uma continuação. Torço por uma segunda temporada de Espelho Negro, em que todos os equívocos da primeira temporada sejam evitados. Vale ler.