Escolhas da Vida – Capítulo 19
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Capítulo 19
Continuação do capítulo anterior…
Cena 1/Manhã.
Casa dos Brandão.
Na mesa do café da manhã, Joana e Juliana tomam café juntas.
Juliana: Você tem certeza que tem outra? Você conseguiu sentir o perfume feminino?
Joana: Não. Não senti nada. Mas eu tenho certeza que tem outra minha intuição não falha.
Matheus chega a mesa do café e pega uma maça.
Matheus: Onde está o Vítor. Não levantou ainda?
Joana: Ele já foi pra faculdade.
Matheus: Que bom. Eu também estou indo pra empresa.
Joana: Outra reunião de emergência?
Matheus: Não. Trabalho acumulado mesmo. Com licença.
Matheus sai da cozinha.
Joana: O que foi que eu disse? Tem outra e eu vou descobri agora. Vem comigo. Nós vamos seguir ele até a casa dessa vagabunda.
Juliana: Você tem certeza disso? Acho melhor você esperar um pouco. Talvez foi só uma reunião mesmo. Acho melhor você esperar pra ter certeza.
Joana: E eu sou mulher de esperar? Vem. Vamos usar seu carro.
Cena 2.
Rua.
No carro, Juliana dirige e Joana no banco do passageiro.
Joana: Mais rápido, Juliana. Você quer que ele consiga fugir?
Juliana: Se eu for mais rápido ele vai perceber que estamos seguindo ele.
Joana: Tudo bem. Mas não perca ele de vista.
Juliana: Eu não vou perder. Mas me responde. Se ele tiver uma amante mesmo. Você vai fazer igual fez com aquele de São Paulo?
Joana; Claro que não. Paulão está preso. Não dá mais pra usar os serviços dele. Dessa vez eu mesma vou cuidar pessoalmente dela.
Juliana: Você vai matar ela?
Joana: Para de fazer pergunta e se concentra em segui-lo.
Mais a frente, Matheus no carro da frente fala ao celular.
Matheus: Eu não tenho certeza. Mas acho que estou sendo seguido sim. Pode ser a Joana, ou alguém que ela mandou pra me vigiar. Acho melhor não correr o risco de descobrir que você está viva. Eu vou direto pra empresa. Talvez almoçamos juntos. Beijo.
Cena 2.
Apartamento de Aline.
Na sala, sentada no sofá ela coloca o telefone no gancho.
João: Ele vem?
Aline: Não. Ele está achando que a Joana mandou alguém seguir ele.
João: Mas já? Essa mulher é esperta mesmo.
Aline: Ela é muito perigosa. Eu quero que você preste atenção sempre. Não fica dando bobeira por ai.
João: Relaxa mãe. Eu sei me cuidar. O que eu estou pensando é outra coisa.
Aline: Em que?
João: Meu irmão. Eu sempre quis ter um irmão. Você sabe disso. Mas nunca pude porque você nunca se relacionou com ninguém. Mas agora eu tenho. E ele estuda na mesma faculdade que eu.
Aline: Eu imagino como você deve estar filho. Mas você não pode revelar nada pra ele por enquanto. Você sabe disso.
João: Eu sei mãe. Pode ficar tranquila. Já que meu pai não vem, vamos tomar nosso café. Eu preciso ir pra faculdade.
Aline: Claro.
Cena 3.
Casa dos Camargo.
Na mesa do café, a família toma café juntos.
Bia: Se sente melhor? Sua cara não está igual ontem. Tão melhor.
Maria: Eu me sinto melhor sim. Nada que uma boa ducha gelada e uma boa noite de sono não resolvam.
Caio: Se tivessem me ouvido nada disso teria acontecido.
Samuel: Mas não vamos falar mais sobre isso. Assunto morto aqui em casa.
Maria: Nada disso. Esse assunto está cada vez mais vivo pra mim. Agora mais do que nunca eu estou mais empenhada em achar meu filho. E eu vou.
Bia: Assim que se fala. Eu te dou apoio sempre.
Maria: Eu pensei muito essa noite e resolve abrir uma ONG. Que ajuda mães com crianças desaparecidas. Uma ideia ainda crua. Mas que eu quero muito desenvolver.
Samuel: Uma ONG?
Maria: Sim. E com ela eu vou encontrar meu filho e vou ajudar as outras mães a encontrar seus filhos perdidos.
Bia: Acho ótimo. Ajudo com o que for preciso.
Maria: Obrigada filha. Vou precisar da ajuda de todos sim.
Cena 4.
Apartamento de Ludmila.
Na sala, Ludmila e Duda conversam sentadas no sofá.
Ludmila: Você vai ficar com essa cara fechada pra mim?
Duda: Cara fechada? Ta doida. Eu estou normal.
Ludmila: Duda, eu te conheço. Somos amigas ha muito tempo. Eu percebi que você ficou estranha ontem na festa. Nem se despediu de mim.
Duda: Eu não te vi. Foi só por isso.
Ludmila: Eu percebi que quando eu te apresentei o Vítor você ficou estranha. Lembra quando nós falamos que você estava com cara de apaixonada? Era ele não era?
Duda: Nós não tínhamos nada. Só trocamos algumas palavras.
Ludmila: Eu não quero ficar entre vocês dois. Você o conheceu primeiro.
Duda: Você não está entre ninguém. Eu e o Vítor não temos nada. Não precisa se preocupar com isso.
Ludmila: Claro que eu me preocupo. Sua amizade é mais importante do que qualquer homem.
Duda: Lud, relaxa. Curte seu momento com ele. Nós não tínhamos nada. Não temos nada. Eu preciso ir pra faculdade. Você vem?
Ludmila: Não. Eu tenho aula só no segundo tempo.
Duda: Tudo bem.
Duda levanta e sai. Ludmila pega o celular e digita. “Está tudo dando certo” e envia para Marcelo.
Cena 5.
Mansão dos Brandão.
Na sala, Joana e Juliana entram.
Joana: Ele percebeu. Eu tenho certeza.
Juliana: Eu acho que você se precipitou. Talvez não tinha nada.
Joana: Minha intuição não falha Juliana. Você sabe disso.
Juliana: E o que você vai fazer?
Joana: Ficar de olho. Ele vai escorregar e eu vou pegar ele no pulo.
Juliana: Cuidado para não meter os pés pelas mãos.
Joana: Eu nunca faço isso. Eu me garanto.
Cena 6.
Casa de Samara.
Na sala, Samara desliga o telefone, Carol chega à sala.
Carol: Que cara é essa?
Samara: Acabei de ser informada que o Wesley sofreu um assalto ontem a noite. Ele está todo machucado.
Geraldo: Ele está bem?
Samara: Aparentemente sim. Acabou de ir pra casa. Vamos pra lá agora. Vamos prestar nossas condolências.
Geraldo: Sim. Eu vou vestir um terno agora.
Carol: Ele acabou de chegar do hospital. Vocês deviam esperar ele de acomodar em casa. Ele não quer ver ninguém agora.
Samara: Deve estar cheio de paparazzi na porta da mansão. Família rica é do Rio de Janeiro. Eles adoram. Eu vou até colocar uma blusa mais decotada, quero sair bem nas fotos. Você vem com a gente Carol. Faça cara de sofrida.
Carol: Vocês dois não tem noção mesmo.
Cena 7.
Mansão dos Castro.
Na sala, Rita e Lucio recebem Samara e Geraldo.
Samara: Ficamos sabendo do triste ocorrido com o pequeno Wesley. É um absurdo. Não temos segurança nem dentro da nossa casa.
Rita: Foi horrível sim. Mas graças a Deus está tudo bem.
Geraldo: Já foram a policia? Tem que dar queixa desses bandidos.
Lucio: Eu já estou tomando as providências cabíveis.
Samara: Eu percebi que não tem nenhum paparazzi nem repórter lá fora. Eles adoram essas noticias. Igual urubu na carniça.
Rita: Realmente, urubus na carniça.
Lucio: Eu mandei impedirem a aproximação de todos do condomínio.
Geraldo: Fez bem. Nesse momento, o que o Wesley não precisa é de aborrecimentos.
Rita: Nós todos. Não queremos aborrecimentos, se vocês não se importarem…
Samara: Não me importo querida. Pode mandar servir um cafezinho sim.
Geraldo: Umas bolachinhas também. Seria ótimo.
Cena 8.
Mansão dos Castro.
No quarto, Wesley sentado na cabeceira da cama conversa com Carol que está em pé.
Carol: Deve ter sido horrível. Que comentário estúpido. Claro que foi horrível.
Wesley: Não se preocupe. Eu sei que nessas horas não tem muito que dizer.
Carol: Levaram muita coisa?
Wesley: Pra te falar a verdade não teve assalto. Eu menti pra minha família.
Carol: Como assim?
Wesley: Por favor, não comente com ninguém. Mas… Alguém espalhou que eu sou gay. Eu não sou. Não tenho o menor problema com isso. E se fosse não mudaria nada. Mas eu não sou. E eu apaguei de um grupo de badboys que são homofóbicos.
Carol: Meu Deus.
Wesley: Eles me jogaram no chão e me chutaram e eu só consegui ouvir “é isso que você merece seu viadinho de merda”.
Carol: Eu vou matar minha mãe.
Wesley: Como assim sua mãe.
Carol: Minha mãe é louca. Ela estava tentando me empurrar pra cima de você. Não que você seja uma má pessoa. Um mau partido. Mas eu não queria contribuir com as loucuras da minha mãe. E eu disse pra ela que você era gay. Não pra te difamar ou te prejudicar. Eu achei que assim ela iria parar com essa ideia. Eu a fiz prometer que não ia falar isso pra ninguém.
Wesley: Tudo isso me aconteceu, por sua causa?
Carol: Me perdoa Wesley. Não foi a minha intenção. Juro.
Wesley: Me faz um favor. Sai daqui. Agora.
Cena 9.
Mansão dos Camargo.
Na sala, Maria desce a escada e vê Pedro em pé no meio da sala.
Maria: Eu estava realmente esperando por você.
Pedro: Eu só vim pegar minhas coisas. Cinco minutos e eu estou fora da sua casa. E da sua vida também.
Maria: Não. Com certeza não. Você vai demorar mais de cinco minutos. Porque você vai ouvir tudo que eu tenho pra falar. E você vai ouvir calado e torcendo pra que eu não tenha chamado a policia. Porque o que você fez foi crime. Falsidade ideológica.
Pedro e Maria se encaram.
Cena 10.
Teatro.
No palco, Samuel de costa para os bancos, o investigador entra no fundo do teatro e caminha até o palco.
Investigador: Eu fiquei muito feliz quando você me ligou. O resultado do exame deu positivo, não foi? Eu sabia que ia dar. Eu sou muito bom no meu serviço. Demorou um pouco, mas eu consegui encontrar o Vítor, quer dizer o Pedro né? Acho que você chamou aqui pra me pagar aquele prêmio que nós combinamos não foi?
O investigador se aproxima de Samuel que está de costas. Samuel se vira e acerta um soco no rosto do investigador que cai no chão.
Samuel: Está ai seu prêmio. Vou te bater tanto. Que você nunca mais vai pensar em enganar minha família de novo.
Os dois se encaram.