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Escolhas da Vida

Escolhas da Vida – Capítulo 19

https://www.youtube.com/watch?v=Ai9oDOMTfk4

Capítulo 19

Continuação do capítulo anterior…

Cena 1/Manhã.

Casa dos Brandão.

Na mesa do café da manhã, Joana e Juliana tomam café juntas.

Juliana: Você tem certeza que tem outra? Você conseguiu sentir o perfume feminino?

Joana: Não. Não senti nada. Mas eu tenho certeza que tem outra minha intuição não falha.

Matheus chega a mesa do café e pega uma maça.

Matheus: Onde está o Vítor. Não levantou ainda?

Joana: Ele já foi pra faculdade.

Matheus: Que bom. Eu também estou indo pra empresa.

Joana: Outra reunião de emergência?

Matheus: Não. Trabalho acumulado mesmo. Com licença.

Matheus sai da cozinha.

Joana: O que foi que eu disse? Tem outra e eu vou descobri agora. Vem comigo. Nós vamos seguir ele até a casa dessa vagabunda.

Juliana: Você tem certeza disso? Acho melhor você esperar um pouco. Talvez foi só uma reunião mesmo. Acho melhor você esperar pra ter certeza.

Joana: E eu sou mulher de esperar? Vem. Vamos usar seu carro.

Cena 2.

Rua.

No carro, Juliana dirige e Joana no banco do passageiro.

Joana: Mais rápido, Juliana. Você quer que ele consiga fugir?

Juliana: Se eu for mais rápido ele vai perceber que estamos seguindo ele.

Joana: Tudo bem. Mas não perca ele de vista.

Juliana: Eu não vou perder. Mas me responde. Se ele tiver uma amante mesmo. Você vai fazer igual fez com aquele de São Paulo?

Joana; Claro que não. Paulão está preso. Não dá mais pra usar os serviços dele. Dessa vez eu mesma vou cuidar pessoalmente dela.

Juliana: Você vai matar ela?

Joana: Para de fazer pergunta e se concentra em segui-lo.

Mais a frente, Matheus no carro da frente fala ao celular.

Matheus: Eu não tenho certeza. Mas acho que estou sendo seguido sim. Pode ser a Joana, ou alguém que ela mandou pra me vigiar. Acho melhor não correr o risco de descobrir que você está viva. Eu vou direto pra empresa. Talvez almoçamos juntos. Beijo.

Cena 2.

Apartamento de Aline.

Na sala, sentada no sofá ela coloca o telefone no gancho.

João: Ele vem?

Aline: Não. Ele está achando que a Joana mandou alguém seguir ele.

João: Mas já? Essa mulher é esperta mesmo.

Aline: Ela é muito perigosa. Eu quero que você preste atenção sempre. Não fica dando bobeira por ai.

João: Relaxa mãe. Eu sei me cuidar. O que eu estou pensando é outra coisa.

Aline: Em que?

João: Meu irmão. Eu sempre quis ter um irmão. Você sabe disso. Mas nunca pude porque você nunca se relacionou com ninguém. Mas agora eu tenho. E ele estuda na mesma faculdade que eu.

Aline: Eu imagino como você deve estar filho. Mas você não pode revelar nada pra ele por enquanto. Você sabe disso.

João: Eu sei mãe. Pode ficar tranquila. Já que meu pai não vem, vamos tomar nosso café. Eu preciso ir pra faculdade.

Aline: Claro.

Cena 3.

Casa dos Camargo.

Na mesa do café, a família toma café juntos.

Bia: Se sente melhor? Sua cara não está igual ontem. Tão melhor.

Maria: Eu me sinto melhor sim. Nada que uma boa ducha gelada e uma boa noite de sono não resolvam.

Caio: Se tivessem me ouvido nada disso teria acontecido.

Samuel: Mas não vamos falar mais sobre isso. Assunto morto aqui em casa.

Maria: Nada disso. Esse assunto está cada vez mais vivo pra mim. Agora mais do que nunca eu estou mais empenhada em achar meu filho. E eu vou.

Bia: Assim que se fala. Eu te dou apoio sempre.

Maria: Eu pensei muito essa noite e resolve abrir uma ONG. Que ajuda mães com crianças desaparecidas. Uma ideia ainda crua. Mas que eu quero muito desenvolver.

Samuel: Uma ONG?

Maria: Sim. E com ela eu vou encontrar meu filho e vou ajudar as outras mães a encontrar seus filhos perdidos.

Bia: Acho ótimo. Ajudo com o que for preciso.

Maria: Obrigada filha. Vou precisar da ajuda de todos sim.

Cena 4.

Apartamento de Ludmila.

Na sala, Ludmila e Duda conversam sentadas no sofá.

Ludmila: Você vai ficar com essa cara fechada pra mim?

Duda: Cara fechada? Ta doida. Eu estou normal.

Ludmila: Duda, eu te conheço. Somos amigas ha muito tempo. Eu percebi que você ficou estranha ontem na festa. Nem se despediu de mim.

Duda: Eu não te vi. Foi só por isso.

Ludmila: Eu percebi que quando eu te apresentei o Vítor você ficou estranha. Lembra quando nós falamos que você estava com cara de apaixonada? Era ele não era?

Duda: Nós não tínhamos nada. Só trocamos algumas palavras.

Ludmila: Eu não quero ficar entre vocês dois. Você o conheceu primeiro.

Duda: Você não está entre ninguém. Eu e o Vítor não temos nada. Não precisa se preocupar com isso.

Ludmila: Claro que eu me preocupo. Sua amizade é mais importante do que qualquer homem.

Duda: Lud, relaxa. Curte seu momento com ele. Nós não tínhamos nada. Não temos nada. Eu preciso ir pra faculdade. Você vem?

Ludmila: Não. Eu tenho aula só no segundo tempo.

Duda: Tudo bem.

Duda levanta e sai. Ludmila pega o celular e digita. “Está tudo dando certo” e envia para Marcelo.

Cena 5.

Mansão dos Brandão.

Na sala, Joana e Juliana entram.

Joana: Ele percebeu. Eu tenho certeza.

Juliana: Eu acho que você se precipitou. Talvez não tinha nada.

Joana: Minha intuição não falha Juliana. Você sabe disso.

Juliana: E o que você vai fazer?

Joana: Ficar de olho. Ele vai escorregar e eu vou pegar ele no pulo.

Juliana: Cuidado para não meter os pés pelas mãos.

Joana: Eu nunca faço isso. Eu me garanto.

Cena 6.

Casa de Samara.

Na sala, Samara desliga o telefone, Carol chega à sala.

Carol: Que cara é essa?

Samara: Acabei de ser informada que o Wesley sofreu um assalto ontem a noite. Ele está todo machucado.

Geraldo: Ele está bem?

Samara: Aparentemente sim. Acabou de ir pra casa. Vamos pra lá agora. Vamos prestar nossas condolências.

Geraldo: Sim. Eu vou vestir um terno agora.

Carol: Ele acabou de chegar do hospital. Vocês deviam esperar ele de acomodar em casa. Ele não quer ver ninguém agora.

Samara: Deve estar cheio de paparazzi na porta da mansão. Família rica é do Rio de Janeiro. Eles adoram. Eu vou até colocar uma blusa mais decotada, quero sair bem nas fotos. Você vem com a gente Carol. Faça cara de sofrida.

Carol: Vocês dois não tem noção mesmo.

Cena 7.

Mansão dos Castro.

Na sala, Rita e Lucio recebem Samara e Geraldo.

Samara: Ficamos sabendo do triste ocorrido com o pequeno Wesley. É um absurdo. Não temos segurança nem dentro da nossa casa.

Rita: Foi horrível sim. Mas graças a Deus está tudo bem.

Geraldo: Já foram a policia? Tem que dar queixa desses bandidos.

Lucio: Eu já estou tomando as providências cabíveis.

Samara: Eu percebi que não tem nenhum paparazzi nem repórter lá fora. Eles adoram essas noticias. Igual urubu na carniça.

Rita: Realmente, urubus na carniça.

Lucio: Eu mandei impedirem a aproximação de todos do condomínio.

Geraldo: Fez bem. Nesse momento, o que o Wesley não precisa é de aborrecimentos.

Rita: Nós todos. Não queremos aborrecimentos, se vocês não se importarem…

Samara: Não me importo querida. Pode mandar servir um cafezinho sim.

Geraldo: Umas bolachinhas também. Seria ótimo.

Cena 8.

Mansão dos Castro.

No quarto, Wesley sentado na cabeceira da cama conversa com Carol que está em pé.

Carol: Deve ter sido horrível. Que comentário estúpido. Claro que foi horrível.

Wesley: Não se preocupe. Eu sei que nessas horas não tem muito que dizer.

Carol: Levaram muita coisa?

Wesley: Pra te falar a verdade não teve assalto. Eu menti pra minha família.

Carol: Como assim?

Wesley: Por favor, não comente com ninguém. Mas… Alguém espalhou que eu sou gay. Eu não sou. Não tenho o menor problema com isso. E se fosse não mudaria nada. Mas eu não sou. E eu apaguei de um grupo de badboys que são homofóbicos.

Carol: Meu Deus.

Wesley: Eles me jogaram no chão e me chutaram e eu só consegui ouvir “é isso que você merece seu viadinho de merda”.

Carol: Eu vou matar minha mãe.

Wesley: Como assim sua mãe.

Carol: Minha mãe é louca. Ela estava tentando me empurrar pra cima de você. Não que você seja uma má pessoa. Um mau partido. Mas eu não queria contribuir com as loucuras da minha mãe. E eu disse pra ela que você era gay. Não pra te difamar ou te prejudicar. Eu achei que assim ela iria parar com essa ideia. Eu a fiz prometer que não ia falar isso pra ninguém.

Wesley: Tudo isso me aconteceu, por sua causa?

Carol: Me perdoa Wesley. Não foi a minha intenção. Juro.

Wesley: Me faz um favor. Sai daqui. Agora.

Cena 9.

Mansão dos Camargo.

Na sala, Maria desce a escada e vê Pedro em pé no meio da sala.

Maria: Eu estava realmente esperando por você.

Pedro: Eu só vim pegar minhas coisas. Cinco minutos e eu estou fora da sua casa. E da sua vida também.

Maria: Não. Com certeza não. Você vai demorar mais de cinco minutos. Porque você vai ouvir tudo que eu tenho pra falar. E você vai ouvir calado e torcendo pra que eu não tenha chamado a policia. Porque o que você fez foi crime. Falsidade ideológica.

Pedro e Maria se encaram.

Cena 10.

Teatro.

No palco, Samuel de costa para os bancos, o investigador entra no fundo do teatro e caminha até o palco.

Investigador: Eu fiquei muito feliz quando você me ligou. O resultado do exame deu positivo, não foi? Eu sabia que ia dar. Eu sou muito bom no meu serviço. Demorou um pouco, mas eu consegui encontrar o Vítor, quer dizer o Pedro né? Acho que você chamou aqui pra me pagar aquele prêmio que nós combinamos não foi?

O investigador se aproxima de Samuel que está de costas. Samuel se vira e acerta um soco no rosto do investigador que cai no chão.

Samuel: Está ai seu prêmio. Vou te bater tanto. Que você nunca mais vai pensar em enganar minha família de novo.

Os dois se encaram.

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