Escolhas da Vida

Escolhas da Vida – Capítulo 12

https://www.youtube.com/watch?v=Ai9oDOMTfk4

Capitulo 12

Continuação do capítulo anterior…

Cena 1.

Apartamento de Aline.

João: Eu acabei de encontrar com ele e ele me confirmou tudo.

Aline: Ele quem? O que ele falou?

João: O Lucio. Ele me falou tudo.

Aline aliviada: Aah o Lucio.

João: Não é ele não é. A senhora só me confirmou que meu pai é o Matheus Brandão.

Aline: Não, não é ele. Você está enganado.

João: Eu vou atrás do Matheus mãe, onde ele estiver e vou tirar essa história a limpo. Eu queria muito que a verdade viesse da senhora. Mas a senhor anão colabora.

João se aproxima de Aline.

João: Fala a verdade mãe.

Aline fica em silencio. João caminha até a porta.

Aline: Ele é seu pai. O Matheus Brandão é o seu pai.

João olha pra Aline: Então é ele mesmo? O Matheus é meu pai.

Aline: Sim. É ele.

João: E por que a senhora sempre escondeu isso de mim? Eu tinha direito de saber quem era meu pai há mais tempo.

Aline: Seu pai não te quis. Na verdade ele não me quis. Eu ainda nem sabia que eu estava grávida dele.

João: E pra se vingar dele você escondeu a verdade de mim e dele. Que sentimento mesquinho, mãe.

Aline: Não, não foi isso. A história é bem mais complicada do que você imagina.

João: Então me conta.

Aline: Eu não posso.

Cena 2

Pensão de Mônica.

Mônica: Espionando? A gente? Acho que o senhor se confundiu.

Marcelo: Vimos vocês na janela.

Iasmim: A Mônica tava mostrando o quanto a janela está suja. Precisamos dar uma faxina com urgência.

Mônica: Com certeza.

Renato: Tudo mentira, elas estavam vigiando sim. E não é de hoje.

Lorraine: Estávamos mesmo. Estamos em falta de vizinhos bonitos, porque aqui só tem o frouxo do Renato.

Carina: Deixa meu maridinho fora dessa.

Lorraine: Só ela que atura ele. Mas já você eu gostei – Lorraine olha pra Bernardo.

Bernardo tímido: Oi eu sou o Bernardo.

Mônica: Você está deixando o garoto com vergonha.

Daniel: Já fomos apresentados, agora vamos embora.

Iasmim: Você não é um pouco velho pra estar em uma republica?

Daniel: Eu sou professor, não aluno.

Renato: Professor e morando em republica. Ganhando mal, hein.

Daniel: Você não faz ideia.

Leo e os rapazes saem da pensão e Mônica fecha a porta.

Mônica: Minha nossa senhora que vergonha.

Iasmim: Nem me fale.

Lorraine: Eu também fiquei com vergonha. Ainda mais que estavam todos olhando pro meu corpo.

Cena 3.

Casa dos Camargo.

Na sala, Caio deitado no sofá mexe no celular, Pedro desce a escada.

Pedro: Boa tarde.

Caio: Resolveu sair da toca.

Pedro: Eu já tava cansado de ficar lá em cima. O bom que eu terminei meu livro.

Caio: Eu não quero saber.

Pedro: Desculpe.

Caio: Não precisa se desculpar. Fazer esse joguinho. Eu não gosto de você. Eu não sei se você é mesmo o meu irmão, ou se é só um aproveitador tentando tirar aproveito da fragilidade da minha mãe. Mas mesmo se for meu irmão, você não vai pegar meu lugar aqui em casa. Eu sou o caçulo, o xodozinho da casa e vou continuar sendo.

Pedro: se realmente eu for o filho desaparecido, eu sou o mais velho.

Caio: Não me interessa.

Maria entra em casa e percebe um clima estranho no ar.

Maria: Está tudo bem aqui?

Caio: Claro. Por que não estaria?

Maria: Não sei. Está tudo bem Pedro?

Pedro: Está sim.

Maria: Que bom.  Eu vou para o meu quarto qualquer coisa você me avise.

Cena 4.

Apartamento de Samara.

Na sala, Samara, Geraldo e Carla conversam.

Samara: Você vai nessa festa sim. Eu tive que usar das minhas maiores artimanhas pra conseguir esse convite com a Rita sem parecer intrometida e você quer destruir tudo que eu consegui.

Carol: Eu não vou mãe. Eu não gosto dessas festas. Eu não gosto de como o povo se trata lá. É muita falsidade. E o pior, o motivo que vocês querem que eu vá.

Geraldo: Queremos que você tenha uma noite agradável. Se divirta.

Carol: Conta outra pai. Não é de hoje que vocês querem me jogar pra cima de alguém rico pra bancar essa vida que vocês têm. Mas eu não vou fazer isso. Vocês querem continuar aqui com esse luxo todo? Então vão arrumar um emprego. Eu não vou continuar pagando o esse absurdo eu pago pra manter coisas superfulas. E outra, cortei a cota do clube.

Samara: Você não fez. Foi a maior facada nas costas que você poderia ter me dado.

Geraldo: Eu vou ficar sem minha sauna?

Carol: Vocês podem reabrir a cota, é só vocês começarem a pagar. Eu não vou pra essa festa e acabou.

Carol vai pro quarto.

Samara: Essa menina quer destruir minha vida. Não tem outra explicação.

Geraldo: A gente cuidou dessa menina com tanto amor, pra ela fazer isso comigo.

Samara: Mas agora ela vai nessa festa sim, nem que eu tenho que chantagear ela de postar nas redes sociais aquela foto de formatura que ele está com os dentes quebrados.

Samara vai por quarto de Carol.

Cena 5.

Apartamento de Aline.

João: Vamos acabar com isso de uma vez mãe. Termina essa maldita história. Tudo com você é assim. Não posso falar. Agora não. Chega disso. Fala. É a minha história.

Aline: Não é a melhor história pra te contar. Você não vai gostar do que vai ouvir.

João: Eu não quero uma história da Disney, eu quero a minha.

Aline: Então senta que eu vou te contar tudo.

João: Eu to em pé.

Aline: Eu e o Matheus tínhamos um relacionamento não muito certo. Eu morava em São Paulo e ele em Santa Catarina. Mas ele sempre ia pra São Paulo por causa de trabalho e a gente se encontrava, se amava. Parecia que ele me amava. Ele tinha uma família em Santa Catarina, uma esposa. Nessa época ele não tinha filho, ela ainda estava grávida. Ele sempre me dizia que a gravidez era de risco, mas que assim que ela a criança nascesse ele ia se separar da mulher. Ele me pediu em casamento.

Aline se lembra do momento em que Matheus a pediu em casamento e se emociona. João vai até a cozinha e pega um copo d’água e entrega a Aline.

Aline: Obrigada.

João: Eu sei o quanto está sendo difícil pra você contar isso, mãe. Mas eu preciso saber de tudo.

Aline: Ele me pediu em casamento, disse que assim que ele se separasse a gente casava. Eu acreditei lógico. Ingênua, apaixonada, nem pensava direito. Ele voltou pro Sul. Até que um dia eu recebi um e-mail onde ele se declarava pra mim. Era um poema para os meus olhos e logo em seguida, questão de minutos chegou outro e-mail onde ele dizia que a mulher dele havia descoberto tudo e que ele iria fugir comigo.

João: E ele nunca mais apareceu?

Aline: Se fosse do isso eu não o odiaria tanto igual o odeio.

João: O que ele fez mãe?

Aline: Nesse e-mail ele queria fugir comigo, e me pediu pra ir pra Minas Gerais que ele me encontraria no aeroporto. Tinha até o horário que a gente se encontraria. Eu saí correndo igual uma louca. Fiz minhas malas, deixei o apartamento à venda com o sindico do prédio e viajei sem pensar nas consequências. E essa foi o ato mais errado que cometi na minha vida. Eu cheguei ao aeroporto de Minas Gerais e ele não estava lá. Quem estava era um homem alto, forte, parecia um armário. Ele se aproximou de pelas costas e colocou uma arma na minha cintura e me fez ameaças e ele ainda me disse que o Matheus não viria. Que ele estava ali no lugar dele pra me dar o recado que o Matheus não teve coragem de me dar.

Aline se lembra do momento no aeroporto. E chora desesperada de se lembrar de momentos tão traumáticos. João abraça Aline e tenta consola-la.

João: Está bem, mãe. Não precisa falar mais nada. Me perdoa. Eu não devia ter insistido nisso.

Aline: Não, eu vou terminar de falar. Eu vou te contar tudo de uma vez. Ele me ameaçou com a arma e eu tive que ir com ele do aeroporto Ele estava tão colado em mim que ninguém percebeu a arma ou o meu desespero.

Flash back.

23 anos atrás. Minas Gerais.

Paulão joga Aline dentro de um carro no banco do passageiro.

Paulão: Não tente gracinha nenhuma que é bem pior pra você.

Paulão da à volta entra no carro, o liga e acelera. Aline desesperada.

Aline: Pelo amor de Deus moço. O que você vai fazer comigo? Você quer dinheiro? Eu tenho. Por favor, me deixa ir embora.

Paulão: Cala a boca. A história aqui é outra. Não tem nada de dinheiro. É apenas um recado do seu amorzinho.

Aline: Pai nosso que estais no céu, santificado…

Paulão: Isso mesmo, ore, ore bastante porque só Deus pra te ajudar agora.

Paulo entra com o carro em uma rua de terra e vai em direção ao matagal.

Do lado de fora do carro, em um terreno cheio de mato e árvores, no fundo um barranco e um rio. Paulão de frente pra Aline.

Paulão: O meu dever era te dar um surra antes de atirar em você. Mas eu você tem um rosto tão bonito pra ser estragado assim.

Paulão passa a mão sobre o rosto de Aline, e ela cospe em Paulão.

Paulão: Mudei de ideia.

Paulão dá um tapa no rosto de Aline que cai no chão.

Paulão: Levanta, quero te matar de pé. No chão é covardia.

Aline levanta, Paulão aponta o revolver na direção de Aline, Aline da alguns passos pra trás tentando achar uma solução pra sair dali, mas foi em vão, ela logo chegou ao fim do barranco, sem saída Aline só podia esperar a morte.

Paulão: Que pena. Tão apaixonada, com um futuro lindo pela frente e vai terminar assim.

Paulão dispara contra Aline. Aline não tinha mais nenhuma opção a não ser se jogar e esperar a morte. Ela se jogou pra trás como se a bola tivesse acertado nela. O que Paulão e muito menos Aline esperava que ele errasse o tiro. A bala passou do lado de Aline, e ela caiu no rio. O impacto com a água frio ajudou a Aline a recuperar todos os sentidos que ela havia pedido no desespero de morrer. Ela nada pelo rio se chegar à superfície e foge. Paulão chega até o barranco e olha para o rio procurando o corpo de Aline.

Paulão: Com certeza virou comida de peixe.

Dias atuais.

Aline: Eu consegui ir até a um hospital onde eu fiquei dois dias e depois fugi para o interior. Um mês depois eu descobri que estava grávida de você.

João: Eu não to acreditado nisso. Esse homem é um monstro. Ele tem que ir pra cadeia.

Aline: Eu nunca esperei algo assim dele. Eu fui enganada durante anos achando que ele me amava, pra no final acontecer isso.

João: Mãe, eu prometo pra senhora que eu vou fazer justiça.

Aline: Fazer justiça? Como assim?

João: Antes eu queria encontrar o meu pai, porque eu queria um pai. Agora eu vou encontrar o meu pai e vou fazê-lo pagar por todo mal que ele fez à senhora passar. O Matheus Brandão vai mofar na cadeia. Eu faço questão disso.

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