Em Nome do Filho – Capítulo 21
Em Nome do Filho
Capítulo 21
Cena 01. Cruzeiro Municipal/ Ext./ Noite.
Eva está vestida com o vestido de noiva, admirando a paisagem ao lado de Miguel.
Miguel – Quero me casar com você.
Eva – Só se você me pegar.
Miguel – Então vai ser agora.
Eva começa a correr, Miguel corre atrás dela. Eva se enrosca na cauda do vestido e cai no chão.
Eva (desesperada) – Me ajuda Miguel, tô sentindo muitas dores.
Miguel levanta Eva do chão, e vê uma enorme poça de sangue no chão. Close no desespero de Miguel.
Eva (gritando/chorando) – Eu vou perder nosso bebê Miguel, me ajuda. Eu sinto que nosso filho está indo embora.
Miguel (desesperado) – Calma meu amor, vou te levar a um hospital.
Miguel carrega Eva, rapidamente, até o carro. Ambos entram e ele dá partida rapidamente.
Corta para:
Cena 02. Mansão Amadeu/ Quarto de Vitória/ Int./ Dia.
Vitória está queimando o cartão misterioso que recebeu, quando Eneida entra no quarto.
Eneida (curiosa) – Tá queimando o que?
Vitória – Não conhece a lei da boa educação? Usa-se bater antes de entrar no quarto de outras pessoas.
Eneida – Eu te fiz uma pergunta. Pra não dizer que sou ruim, vou repetir: Tá queimando o que?
Vitória termina de queimar o cartão e joga as cinzas no chão.
Vitória – Um cartão. Um cartão que o Ângelo me deu quando ficamos noivos. Decidi queimar qualquer passado que me ligue à memória daquele velhote nojento.
Eneida – Tenho uma coisa muito séria pra te contar.
Vitória – Vai me falar do Lucído novamente? Melhor, vai falar da sua filha vadiazinha?
Eneida – Não. A história da vez é sobre seu filho amado e a sua norinha desejada.
Vitória – O que essa dupla dinâmica aprontou dessa vez?
Eneida fecha a porta e se senta na cama ao lado de Vitória.
Eneida – A Milena não está grávida.
Vitória (assustada) – O que?
Vitória fica olhando, assustada, para Eneida.
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Cena 03. Casa de Julieta/ Sala/ Int./ Dia.
Lucído e Edu estão assistindo TV, quando Julieta vem da sala e para no local, trajando um vestido longo azul de seda.
Julieta (a todos) – Estou bem?
Edu – Hoje é formatura de quem?
Julieta – Não é formatura nenhuma. Hoje é o dia da audiência do divórcio, e eu quis estar radiante para que seu pai, o juiz, os advogados e todo o resto do planeta veja a burrada que está sendo feita. Seu pai vai desistir dessa separação, eu juro!
Lucído – Não crie falsas expectativas Julieta, o César não vai voltar nunca mais. Ele ama a Fernanda.
Julieta – Acontece que a Fernanda não quer o seu filho. Até ela viu a burrada que o seu filho fez.
Lucído – Espero que você não tenha aprontado para cima dela.
Julieta – O que acha que sou? Eu sou gente, sou humana. Estou apenas defendendo o que é meu por direito. Mas eu não sairei desse divórcio com as mãos abanando. O César vai ter que me dar uma ótima pensão. Já pedi a Doutora Noriko que providencie isso.
Edu – Quem é Doutora Noriko?
Julieta – É a minha advogada. Se seu pai contratou o Álvaro, eu não fiquei por baixo e contratei a Noriko.
Edu – E posso saber com que dinheiro?
Julieta – Economias. Eu tenho uma pequena fortuna no banco.
Edu – Eu espero que você não arme um escândalo no Fórum.
Julieta – Quando eu quero, eu sei ser de classe. Agora me deixe passar uma chapinha nessa juba.
Julieta sai em direção ao quarto. Edu e Lucído voltam a assistir TV.
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Cena 04. Mansão Amadeu/ Quarto de Vitória/ Int./ Dia.
Vitória e Eneida sentadas na cama. Vitória olhando assustada.
Vitória (se levantando) – O que você me disse?
Eneida – A Milena e o Miguel estão te passando à perna. Você sabe que eu sou meio bruxa de vez em quando, e suspeitei que essa gravidez fosse uma farsa. Aí hoje eu resolvi entrar no quarto deles e descobri uma caixa cheia de barrigas falsas.
Vitória (cismada) – Não, eu me recuso a acreditar nessa história.
Eneida – Você não precisa acreditar em mim, basta ir até o quarto do seu filho e constatar com seus próprios olhos o cenário desse teatro todo.
Vitória – Então era por isso que a Milena nunca me deixava passar a mão na barriga dela? Eu nunca vi aquela barriga.
Vitória vai até a penteadeira, pega um frasco de perfume e joga contra a parede.
Vitória (gritando) – Inferno! Que inferno de vida.
Eneida se levanta e tenta conter Vitória.
Vitória (irritada) – Tira a mão de mim.
Eneida – Você tem que manter a calma.
Vitória – Manter a calma como? Me explica. A Milena fazer isso, eu entendo, não é problema nenhum, sempre foi uma cobra mesmo, mas e o Miguel? O meu filho, que eu gestei, amamentei, eduquei, criei e fui parceira. Esse ingrato vem e me calunia pelas costas, arma um teatro e me faz de espectadora? Mas eles vão ter o que merecem.
Eneida (assustada) – O que você vai fazer?
Vitória – Na hora certa você saberá.
Vitória vira-se para a penteadeira e com muito ódio começa a pentear seu cabelo.
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Cena 05. Hospital/ Sala de Espera/ Int./ Dia.
Miguel está sentado em um dos sofás da sala, folheando, sem paciência, uma revista. Até que se levanta e começa a andar de um lado para o outro. Nesse instante Fernanda e Malu chegam.
Fernanda (desesperada) – Miguel, como está a minha sobrinha?
Miguel – Não sei dona Fernanda. Os médicos estão lá dentro examinando. Não me deixaram entrar.
Malu – O que aconteceu de fato?
Miguel – A Eva se enroscou na cauda de um vestido que dei para ela, caiu de barriga no chão enquanto corria.
Fernanda – Meu Deus tomara que tudo fique bem. Vou rezar para Nossa Senhora da Glória, pedir proteção e força a minha sobrinha e seu bebê.
Fernanda vai a um canto, se ajoelha e começa a rezar, enquanto Miguel volta a andar de um lado para outro e Malu se senta, folheando revistas.
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Cena 06. Cidade Flores/ Pontos Turísticos/ Ext./ Dia.
(Música “Um história de Amor” – Fanzine). Clipe com imagens do Pórtico de entrada da cidade, Cruzeiro Municipal, Praça Central, até chegar ao Fórum.
(Fad out trilha “Uma história de Amor”).
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Cena 07. Fórum/ Fachada/ Ext./ Dia.
Imagens aéreas de um enorme prédio, com o letreiro “Fórum”.
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Cena 08. Fórum/ Sala de audiência/ Int./ Dia.
Sala com uma enorme mesa de vidro, com uma cadeira na ponta e outras duas de cada lado. Álvaro e César estão sentados de um lado da mesa conversando.
César – Enfim vou ficar aliviado. Não aguentava mais ficar casado com aquela mulher. Sei que é mãe do meu filho, mas a Julieta é uma bruxa.
Álvaro – Você enxergou isso agora por quê?
César – Tô apaixonado. Apesar de tudo que ouvi, eu não consigo esquecer a Fernanda.
Álvaro – Sei como é isso. Eu ando pensando demais na Helena. Ela é linda.
César – Você tá traindo a Meg?
Álvaro – Não. Ainda não. Mas sinto uma vontade muito grande.
Nesse instante Julieta entra a sala acompanhada de uma mulher, de descendência japonesa, magra, baixa.
Julieta (a César) – Estava a minha espera?
César – Olá Julieta.
Julieta e sua advogada se sentam do outro lado da mesa.
Julieta – Esta é minha advogada, a doutora Noriko.
César – Não precisava.
Julieta – Se você pode trazer o marido da prefeita pra te defender, nada mais justo que eu também trouxesse uma artilharia pesada.
Álvaro (a Julieta) – Você está vendo isso daqui como uma guerra.
Julieta – E é uma guerra. E vou mostrar a vocês como se vence uma guerra.
César e Julieta se olham sérios.
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Cena 09. Hospital/ Sala de Espera/ Int./ Dia.
Fernanda, Miguel e Malu estão sentados no sofá, tristes. Até que um médico chega próximo deles. Os três se levantam rapidamente.
Miguel – E aí doutor?
Fernanda – A minha sobrinha está bem?
Malu – O bebê dela está vivo?
Médico – A Eva teve um acidente bem grave, mas está bem.
Todos vibram felizes.
Miguel – E o meu filho? Como ele está?
Médico – Fique calmo meu jovem, seu filho não corre perigo, ele está ótimo. Sã e salvo.
Miguel abraça o médico, que fica acanhado. Fernanda e Malu sorriem felizes.
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Cena 10. Fórum/ Sala de Audiência/ Int./ Dia.
Estão sentados a mesa, de um lado: Julieta e Noriko, e do outro: César e Álvaro. O juiz chega e todos se levantam. O Juiz se senta.
Juiz – Podem se sentar.
Todos se sentam.
Juiz – Esta é uma audiência de conciliação, estou ciente que ambos querem por fim ao matrimônio, mas é meu réu desejo assegurar-lhes quanto suas escolhas. César tem certeza que deseja se separar?
César (convicto) – Sim. Com certeza. Absoluta certeza!
Juiz – E você Julieta?
Julieta – Eu não concordo com o divórcio, não vou assinar. Acho que a gente tá passando por uma crise, como qualquer casal, mas podemos conversar e chegar a um acordo.
Juiz – Dona Julieta, essa é uma conciliação de praxe, mesmo que uma das partes não queira, o divórcio é decretado.
Julieta – Eu acho isso um absurdo. Eu vivi durante anos com esse homem, lavei, passei e cozinhei. Criei nosso filho, cuidei do pai dele como se fosse meu pai, não é justo que nessa altura do jogo, eu seja jogada fora como uma chuteira velha que não serve mais. Eu tenho sentimentos.
Álvaro – Nós não estamos discutindo de sentimentos.
Noriko (a Álvaro) – Perdoe-me caro colega, mas o casamento, o que une duas pessoas, é sim o sentimento. Não é justo que a minha cliente saia desse casamento sem ter um reembolso.
César – Como assim?
Julieta – Eu trabalhei feito uma escrava naquela casa, cuidei de três homens, deixei de lado a minha vaidade, não é justo que eu não seja gratificada, ao menos agora, no fim do relacionamento.
César – Entendi tudo, a Julieta quer uma gorda pensão.
Julieta – Fica comigo e eu esqueço essa história de pensão.
César – Nem que você fosse à última mulher da face do planeta.
Julieta engole o choro e segue cabisbaixa.
Juiz – Agora que já discutiram a relação, eu decreto o divórcio de César de la Vega e Julieta de Souza. A sentença sai em dez dias.
Noriko – E a pensão da minha cliente?
Juiz – Fica decretado, como foi pedido anteriormente pela senhora Julieta de Souza, uma pensão na quantia de dois salários mínimos, sendo paga pelo senhor César de la Vega.
César – Como assim?
Julieta – Você venceu a batalha, mas a grande ganhadora dessa guerra fui eu. Xeque-mate.
Julieta olha para César com ironia.
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Cena 11. Hospital/ Quarto/ Int./ Dia.
Eva está deitada em uma cama, com sono na veia. Quando Miguel aparece.
Miguel (meigo) – Meu amor, como você está?
Eva – Eu tô bem. Graças a Deus, o nosso bebê também está bem.
Miguel passa a mão sobre a barriga de Eva.
Eva – A culpa é toda minha, eu que fiz aquela brincadeira estúpida.
Miguel – Não fala isso. Ninguém teve culpa. Eu fiquei com muito medo de perder o nosso filho.
Eva – Ah meu amor, graças a Deus, nosso bebê está bem. Agora só quero ir para casa.
Miguel – A sua tia e sua prima estão lá fora, mas o médico disse que você passará essa noite aqui, por medida de precaução. Amanhã eu voltarei. Hoje eu necessito muito ir para casa.
Eva – Eu te amo Miguel.
Miguel dá um selinho carinhoso na boca de Eva.
Miguel – Você é o amor da minha vida.
Miguel começa a alisar a barriga de Eva.
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Cena 12. Mansão Amadeu/ Jardim/ Ext./ Dia-Noite.
(Música “Vai e Chora” – Sorriso Maroto). Imagens do jardim ensolarado. Transposição do dia para a noite. O jardim fica todo iluminado.
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Cena 13. Mansão Amadeu/ Quarto de Miguel/ Int./ Noite.
Teresa está colocando algumas roupas no guarda-roupas, quando Vitória adentra o quarto.
Teresa – Só estou terminando de colocar essas roupas passadas do senhor Miguel aqui, já estou descendo para servir o jantar.
Vitória – Onde meu filho está?
Teresa – Ele e a dona Milena foram comprar uma torta de nozes, pois ela está com desejo.
Vitória – Desejo? Bom saber!
Teresa termina de colocar a roupa no armário.
Teresa – Precisa de mim por agora?
Vitória – Não, obrigada. Só diga ao Miguel e a Milena, que venham ao meu quarto após o jantar.
Teresa – Sim senhora.
Vitória – Agora vá cuidar do jantar. Eu não descerei, estou sem fome.
Teresa (saindo) – Com licença.
Teresa sai. Vitória fecha a porta do quarto vagarosamente e começa a vasculhar o armário.
Vitória (pra si) – Tem que estar aqui em algum lugar.
Vitória começa a abrir as portas e gavetas do armário, até que acha uma caixa suspeita, a qual ela pega e coloca em cima da cama. Vitória abre a caixa e acha várias barrigas falsas, de diferentes meses de gestação.
Vitória (raiva) – Então os amadores estavam mesmo a fim de me passar pra trás. É hoje que eu pego vocês.
Vitória guarda as barrigas dentro da caixa e se senta na cama, pensativa.
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Cena 14. Mansão Trajano/ Sala de Jantar/ Int./ Noite.
Estão sentados a mesa jantando: Meg, Álvaro, Mafalda e Tia Pombinha.
Meg – Tia Pombinha, a senhora tem previsão de quando vai embora?
Tia Pombinha – Talvez nunca mais.
Meg – O que?
Tia Pombinha – Eu não estou a fim de ir embora. Vocês são a minha família, acho que devo ficar aqui.
Mafalda – Tia, eu falarei no bom e velho português: Nós não queremos a senhora aqui em casa.
Álvaro – Detesto admitir, mas a Mafalda está certa, nós não queremos saber de você enfiada aqui em casa.
Tia Pombinha – Se o problema é esse, eu saio dessa casa. Mas daqui uns quinze dias. Não imaginava que me detestassem tanto assim.
Meg (se levantando) – Eu preciso analisar algumas licitações, com licença.
Meg sai da sala.
Álvaro – Acho que a Meg resolveu brincar de ser prefeita.
Mafalda – Espero que ela tome gosto pela coisa e se torne de verdade uma prefeita.
Tia Pombinha se levanta e sai.
Mafalda – Tia Pombinha já está fazendo cena. Sempre foi assim, mas dessa vez ela não vai nos dobrar.
Álvaro – Não mesmo. Essa trambiqueira tem que ficar o mais longe possível da gente.
Álvaro e Mafalda voltam a jantar.
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Cena 15. Mansão Trajano/ Escritório/ Int./ Noite.
Meg está sentada a mesa, lendo alguns papéis, quando Tia Pombinha entra.
Meg – Faça favor de sair. Estou trabalhando, coisa que a senhora não conhece.
Tia Pombinha – Eu fui light com você durante esses meses, mas agora chega. Vamos conversar sério agora.
Meg se levanta.
Tia Pombinha – Você vai convencer sua irmã e seu marido de que eu tenho que viver aqui, pra sempre.
Meg (debochando) – Você tomou seu remédio de cabeça hoje? Porque tá pirada. Eu jamais farei uma coisa dessa. Quero você longe daqui.
Tia Pombinha – Já que não vai por bem, vai por mal mesmo. Quem filmou a Vitória matando o Antero fui eu.
Meg (chocada) – O que?
Tia Pombinha – Isso mesmo que tu ouviu, eu sou a pessoa que está mandando os presentinhos para a sua best friend.
Meg fica paralisada.
Meg (abobada) – Mas como? Como você fez isso?
Tia Pombinha – Eu gravei uma conversa sua com a Vitória, assim a ouvi dizendo onde e quando mataria o Antero. Foi fácil demais. A Vitória se acha muito esperta, mas está nas minhas mãos, vai comer o pão que o diabo amassou.
Meg – Você não tinha o direito.
Tia Pombinha – Se essa gravação, junto com o vídeo, chegarem à polícia, vocês duas serão presas.
Meg – Você não teria coragem.
Tia Pombinha – Experimenta Meg Trajano. Experimenta pra ver do que sou capaz.
Meg fica muito assustada.
Tia Pombinha – Amanhã você vai convencer aqueles dois palermas de que eu continuarei morando aqui, porque sou uma velha indefesa e sozinha.
Tia Pombinha começa a rir diabolicamente.
Tia Pombinha – E bico calado, eu não quero que você conte essa história para a Vitória ainda. Se você contar, as duas vão parar atrás das grades.
Meg (nervosa/ assustada) – Como a senhora quiser.
Tia Pombinha (saindo) – Assim que eu gosto. Boa Noite.
Tia Pombinha sai e Meg fica muito assustada.
Corta para:
Cena 16. Mansão Amadeu/ Quarto de Vitória/ Int./ Noite.
Vitória está sentada de frente para o espelho se sua penteadeira, passando hidratante, quando batem a porta.
Vitória (tom alto) – Podem entrar.
Miguel abre a porta e entra junto com Milena.
Miguel – A senhora queria conversar com a gente?
Vitória – Como futura vó, queria saber da gravidez.
Milena – Tá ótima.
Vitória – Então daqui poucos meses teremos mais um integrante a família?
Miguel – Tô apostando num meninão forte.
Vitória – Vocês conheceram a atriz Graziela Durval?
Miguel – Não.
Milena – Aquela do canivete?
Vitória saca seu canivete.
Vitória (séria) – Essa mesma.
Miguel – Mãe, que canivete é esse?
Vitória – Graziela Durval era uma heroína que arrancava as confissões das pessoas, com um canivete feito este.
Miguel e Milena riem.
Vitória – É verdade. Com um simples canivete de aço, ela conseguia descobrir quem estava tentando fazê-la de boba.
Milena – E o que isso tem haver com a gente.
Vitória – Eu sou muito fã dela. E como grande fã, vou seguir a cartilha dela. Vou agora arrancar a verdade de vocês.
Miguel (irônico) – Vai matar a gente?
Vitória – Se achar necessário, eu mato. Mas o que farei é simples, olha só.
Vitória enfia o canivete com toda a força na barriga de pano de Milena.
Miguel (gritando/ assustado) – Para, para! Você vai matar!
Vitória – Cala a sua boca.
O canivete cai no chão, em seguida Milena cai ajoelhada, com os olhos arregalados e apontados para Vitória, que lhe dá um tapão no rosto.
Vitória (ódio) – Eu matei. Matei uma mentira! Você nunca esteve grávida sua vagabunda.
Vitória olha com ódio para Miguel.
FIM