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Diva

Diva – Capítulo 4

(Na Geny Cabeleireiros…)

 

“Geny lava o cabelo de Dora completamente distraída ouvindo uma música em seu MP3 Player. Nos últimos dias a cabeleireira andava muito ouriçada com os homens bonitos que passaram a frequentar seu salão. Foi nesse instante que Humberto, o diretor de TV e amigo de Dora, entra no salão. Geny o contempla completamente boquiaberta. Nisso, Dora se levanta para abraçar o amigo e sem querer Geny deixa cair o chiclete de sua boca em cima do cabelo dela.”

 

DORA : Humberto! Há quanto tempo.

 

“Dora e Humberto trocam beijinhos.”

 

HUMBERTO : E você deslumbrante como sempre!

 

DORA : Ah, também não exagere! Sei que a minha cútis está em belíssimo estado, mas nada além disso querido.

 

“Geny entra em estado de pânico, mas procura disfarçar.”

 

HUMBERTO : Como tem andado?

 

DORA : Não mais de avião ou de limusine, isso eu posso garantir!

 

HUMBERTO : (ri) É sério! Como tem ido sua vida desde que…

 

DORA : (completa a frase de Humberto) Desde que me expulsaram da NY TV?

 

HUMBERTO : Nem me venha com essa! Foi você que deu um tiro no próprio pé ao resolver tentar carreira como cantora. Ninguém te obrigou a jogar sua carreira de atriz na lata do lixo! Puta merda, aquela sua música O feiticeiro da Rua ao Lado foi a coisa mais medonha que eu já ouvi em toda a minha vida, juro!

 

DORA : Ei, não seja assim comigo Humberto Agostini!

 

“Dora aperta o bumbum de Humberto.”

 

HUMBERTO : (ri) Você ainda não respondeu a minha pergunta!

 

DORA : Bem, uns tempos depois do fiasco da minha quase prodigiosa carreira de pop star, eu vendi a fazenda que ganhei de herança de mamãe, pra minha irmã. Com o dinheiro eu pude gozar da boa vida, pelo menos até certo momento em que tive usar do bom senso para com os meus gastos!

 

HUMBERTO : Isso deve fazer muito tempo atrás! A fazenda era grande?

 

DORA : Enorme! Um tremendo colosso!

 

HUMBERTO : Suponho que você não deve ter cobrado barato pela propriedade. O fato de você ainda ter parte desse dinheiro guardado até hoje, denuncia isto! Sua irmã, de onde tirou todo esse dinheiro?

 

DORA : Nem te conto. Acredita que ela ganhou na loteria?

 

HUMBERTO : Sério?

 

DORA : É. E por falar no demônio, ela mandou a filha dela, minha sobrinha, lá pra casa essa manhã. Querendo por que querendo que eu ajude aquele bicho do mato a se tornar uma atriz! Vê se pode!

 

HUMBERTO : Quer que eu a avalie? Quem sabe eu não consigo arranjar um emprego pra ela como figurante na NY?

 

DORA : Deixa que dos meus problemas cuido eu! Você já me poupou de muitos perrengues na vida Humberto, não acha que já está na hora de tirar uma folga da minha desimportante pessoa?

 

“Os dois riem juntos amigavelmente. Nesse mesmo instante Humberto repara o chiclete em cima da cabeça de Dora.”

 

HUMBERTO : Dora, o que é isso na sua…

 

DORA : O que?

 

GENY : Nada não “nêm”! Ele está falando da espuma de ação concentrada que eu apliquei no seu cabelo! Não é mesmo?

 

“Geny faz uma careta para Humberto, como quem diz, Concorda comigo, seu bosta!

 

HUMBERTO : Não! Na verdade, eu quis dizer que tem um chic…

 

“Antes que Humberto dissesse mais uma palavra Geny o leva pelos ombros até uma cadeira na sala de espera.”

 

GENY : Olha você pode esperar aqui, eu já atendo você! Têm algumas revistas, caso queira ler. Tem a Men’s Health, tem a Play Boy, a Veja, a Isto é.

 

HUMBERO : Que palhaçada é essa?

 

GENY : (cochicha) Olha, você até pode ser bonitão, boa pinta, o escambal! Mas a Dora é a minha melhor cliente. E não vai ser por causa de uma bobagensinha de chiclete grudado no cabelo, que você vai ter que estragar o meu negócio. Deixa que essa cagada eu resolvo!

 

HUMBERTO : (cochicha) O meu silêncio, por um desconto no corte!

 

GENY : (cochicha) 10%.

 

HUMBERTO : (cochicha) Nada feito.

 

GENY : (cochicha) 15, 20?

 

HUMBERTO : (cochicha) 50!

 

GENY : (cochicha) Vá pra puta que te pariu!

 

HUMBERTO : (cochicha) É pegar ou lagar! Prefere que eu peça um corte grátis? Ou talvez, se preferir, eu posso contar do pequeno percalço no corte da Dora para ela!

 

GENY : (cochicha) Tá bom! Tá bom! Mas você ainda me paga.

 

HUMBERTO : (cochicha) Vai sonhando! Fique você sabendo que eu sou um dos caras mais influentes do ramo da TV, e tudo o que eu falo é lei! Entendeu ou quer que eu chame o Cauã Reymond pra interpretar isso pra você?

 

“Geny volta para o lavatório, liga a opera Fígaro em seu MP3 Player, põe seus fones de ouvido e começa a tentar remover o chiclete do cabelo de Dora, ao que parece se tornar uma missão impossível. Puxa de um lado pro outro, o que só resulta num problema ainda maior.”

 

DORA : Algum problema?

 

GENY : (atônita) Não, nenhum! (pensa) Ai caralho, caralho, caralho!

 

“Geny então vê que não há solução, a não ser raspar o cabelo onde o chiclete grudou e tentar disfarçar com o restante do cabelo num corte discreto para que Dora não perceba. Pelo menos por enquanto.”

 

(Logo Após, na Casa de Dora…)

 

“Ao sair do Salão de Cabeleireiro, Dora não via a hora de chegar em casa para poder ver Charlote se esvaindo em dor sob o efeito da dolorosa e infalível Yoga Tailandesa. Pedira para Ginástica pegar pesado com a garota, e a essas horas ela já devia estar se aprontando para ir embora temendo ter de fazer aquela série de exercícios físicos para poder esculpir um corpo de atriz tal qual queria ser. Mas ao entrar na Sala de Estar fica de cara em ver Ginástica e Charlote todas contorcidas sobre o chão, numa das posições mais difíceis da Yoga Tailandesa. E o mais estranho, completamente zens.”

 

CHARLOTE : Oi titia! Tudo na paz?

 

DORA : Que raio de negócio é esse, no meio da minha sala? Gina, eu não disse a você pra treinar na beira da piscina?!

 

GINÁSTICA : Sim. Mas acontece que o interior de sua casa é muito mais propício para o exercício dessa prática milenar, do que lá fora. Lá a energia está muito carregada!

 

CHARLOTE : É titia! Você faz ideia de quantas auras negativas circundaram em volta daquela piscina? Gente recalcada, gente invejosa que sem que a senhora soubesse transmitiam essa energia quando você as convidava para festas na piscina, ingenuamente!

 

DORA : Pronto. Agora o meu lar deu pra virar o que? Centro Espírita? Templo Budista?! Vê se pode! Eu tenho cara de João Bidú?

 

GINÁSTICA : Ah Dora, relaxa!

 

CHARLOTE : É, vem fazer yoga com a gente! Deixa de besteira e entra nessa vibe!

 

DORA : (rí cinicamente) Mas nem morta!

 

“Dora sobe as escadarias até seu quarto. Para diante do espelho e meche em seus cabelos para observar seu novo corte, quando de repente nota uma falha entre o topo de sua cabeça e a nuca.”

 

DORA : Ai, meu Deus!

 

“Dora entra em desespero ao encontrar a falha no espelho.”

 

DORA : Jesus do céu, eu tô com…

 

(Minutos Depois, na Cozinha…)

 

“Ricky e Dora conversam.”

 

RICKY : Câncer?!

 

DORA : (contendo o choro) Ao que tudo indica, sim! Logo o meu cabelo todo vai cair. Essa falha é apenas o começo do meu fim!

 

RICKY : (desesperado) Não!

 

DORA : E um puto tumor vai crescer dentro de mim, e eu vou morrer sem ao menos ter visitado a Grécia!

 

“Ricky desmaia.”

 

DORA : Ai que saco, esquecí que essa ameba metida a chinchila vive tendo crises de desmaio!

 

“Dora vai até a pia, enche um copo com água, volta até onde Ricky está e joga a água em cima de sua cabeça. Ele, não esbossa nenhuma reação.”

 

DORA : É. Acho que isso só funciona com o Chaves!

 

“Charlote entra na cozinha.”

 

CHARLOTE : Que que é isso?

 

DORA : O mordomo desmaiou!

 

“Charlote se agacha e observa Ricky bem de perto.”

 

CHARLOTE : Oxe! É o mal da gota!

 

DORA : Deixa ele aí, já já ele acorda!

 

“Charlote e Dora saem da cozinha.”

 

(Na Manhã Seguinte…)

 

“Dora vai até o Hospital para poder averiguar sua suspeita de câncer.”

 

  1. RODRIGO : Então Dora, qual é o problema?

 

DORA : Pois bem Doutor, foi na tarde de ontem que eu encontrei essa falha no meio do meu cabelo! Veja.

 

“Dora mostra a falha em sua cabeça pra Dr. Rodrigo. Neste mesmo instante, uma enfermeira entra na sala para pegar umas seringas.”

 

DORA : Acho que estou com câncer! O senhor pode me dizer se minhas suspeitas tem algum fundamento?

2 comentários sobre “Diva – Capítulo 4

  • Marasmo isso define essa trama, não há nada de bom, sinto falta do humor fofo que consagrara ele no início, do tema homossexualidade envolta com o personagem Beto e da leveza imposta. Cadê a essência da trama? se escafedeu? Agora, que não tem mais nada imposto no início, o autor inseriu o sensacionalismo para segurar os leitores, mas com isso, tirou-se a leveza que a trama pedia. Se Dora realmente tiver com câncer, não há outra alternativa à não ser parar de acompanhar essa web. Decepção é o que define meus pensamentos ao ler algo tão bom transformado num marasmo sem fim.
    Espero que considere os pontos acima e reconstitua a trama.

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