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Diva

Diva – Capítulo 2

(Na Casa de Dora…)

“Então Dora se dirige até sua sala de estar, e apanha do alto de uma estante a única representação sólida do reconhecimento de seu talento como atriz: seu Troféu Melhores do Ano NY TV 2004 na categoria de Atriz Revelação.”

DORA : (em prantos) É, pelo menos eu tenho você…(funga) meu orgulho!

“Soa o tilintar da campainha da porta da frente.”

DORA : (em prantos) Já vou!

“Dora caminha lentamente em direção à porta, e ao abri-la é surpreendida por sua sobrinha Charlote.”

CHARLOTE : Titia!!!! Que bom vê ocê di novo!

“Charlote desfere um forte tapa nas costas de Dora, fazendo-a derrubar seu troféu no chão, que acaba se espatifando em milhares de pedaçinhos.”

DORA : Meu Troféu!!!

“Charlote entra na Sala de Estar levando uma trouxinha de roupas sobre seu ombro. Ricky, o mordomo, chega trazendo uma dose de uísque. Charlote apanha-o e o bebe num só gole.”

CHARLOTE : Engomadinho, diz aí onde é a casinha!

RICKY : Casinha?

CHARLOTE : É, a casinha. Preciso tirar uma água do joelho!

RICKY : (embaraçado) Ah! O banheiro é lá em cima. A segunda porta à esquerda.

“Charlote sobe as escadas até o banheiro. Ricky vai em direção à Dora, que de joelhos sobre o chão se lastima sobre os restos de seu troféu.”

RICKY : De que esquina surgiu aquele ser estratosférico?

DORA : (com raiva) É a vaca da minha sobrinha. Ela quebrou…ela quebrou meu troféu de atriz revelação!!

RICKY : E ela veio aqui só pra usar o banheiro, ou será que tem outro motivo em especial?

DORA : E eu sei lá o que ela veio fazer aqui. Só sei que nessa casa ela não fica. (faz uma ligeira pausa) Trás o telefone!

“Ricky vai até o criado-mudo ao lado da escadaria, tira o telefone do gancho e o leva para Dora. Ela disca um número de sua irmã Constança e apoia o telefone entre seu ombro e o rosto.”

CONSTANÇA : (grita/por telefone) Alô?!

“Dora retira o telefone da orelha e chacoalha a cabeça. O grito de Constança lhe atingira os ouvidos de tal maneira que quase lhe rompera seus tímpanos. Para previnir-se de mais um susto daqueles Dora se senta no sofá, apoia o telefone no criado-mudo ao seu lado e o bota no viva-voz, mantendo uma certa distância.”

DORA : (por telefone) Constança?

CONSTANÇA : (por telefone) ”Óia” só! Se não é minha irmã. A estrela de “Hoiúdi”.

DORA : (por telefone) Se fala Wollywood! Sua disléxica! E respondendo a sua pergunta, sim sou eu mesma! Mas agora você pode me explicar o que sua filha está fazendo aqui?!

CONSTANÇA : (por telefone) Pois é! Eu vô te explicar tudo direitinho.

DORA : (por telefone) É bom mesmo!

CONSTANÇA : (por telefone) Charlote sempre foi o diferencial da família. Boa demais, assim pra vida na roça. Muito parecida com ocê, aliás!

DORA : (por telefone) Aonde você quer chegar com tudo isso?

CONSTANÇA : (por telefone) Certo dia eu e tia Marica estávamos falando de ocê, e disso tudo Charlote começou a cismar que queria ser atriz que nem ocê.

DORA : (por telefone) Que nem eu, Vírgula! Eu nem sou mais atriz. Enquadro-me mais no perfil de uma aposentada, e olha lá.

CONSTANÇA : (por telefone) Que seja! Você ainda tem seus contatos, não tem?

DORA : (por telefone) Tenho, e daí?

CONSTANÇA : (por telefone) Você bem que podia dar um cadinho de ajuda pra Charlote. Ela tem talento pra coisa, minha irmã. Você tinha de ver ela nas apresentações de teatro da escola.

DORA : (por telefone) Ahã, sei.

CONSTANÇA : (por telefone) E por isso eu decidi mandar ela aí pra ocê dar uma ajuda pra ela ir pra televisão, e quem sabe inté virar uma atriz assim como ocê foi um dia. Além do mais, não custa nada. Eu comprei a fazenda da mamãe quando você teve a brilhante ideia de por ela a venda. Se hoje você tem boa vida, é graças a mim ao meu dinheiro. Então vê se consegue dá uma força pra coitada!

DORA : (por telefone) Mas nem nos seus sonhos ou nos meus piores pesadelos, meu amor!

CONSTANÇA : (por telefone) Por favor! Vocês duas têm quase a merma idade, aposto que vão se dá bem. Você não vai negar esse favor à sua irmã mais velha, vai?!

“Dora nota um quê de sarcasmo na voz de Constança.”

DORA : (por telefone) Você contou meu nome verdadeiro pra ela, não contou sua bruxa?

CONSTANÇA : (por telefone) Mas é claro, eu tinha que me prevenir. Eu não paguei uma passagem de ônibus pra São Paulo para Charlote à toa. Ou você ajuda a minha filha, ou você ajuda minha filha! Não vou nem te dar a opção de a Charlote sair espalhando por aí a sua verdadeira identidade, por que sei que você não a escolheria, não é mesmo?

DORA : (por telefone) Isso é recalque, não é?! Porque hoje eu sou rica e ainda famosa e você está aí fedendo a coco de porco. Mas você quer saber de uma coisa…

“Constança desliga o telefone.”

DORA : …Constança?!..Constança, sua vaca! Droga, desligou. E agora, o que eu faço?

RICKY : Ué? Não é você a rica e famosa?! Te vira minha nega!

“Ricky sai da Sala de Estar. Charlote desce as escadarias e se dirige até o sofá da sala.”

CHARLOTE : Estava falando com a mamãe?

DORA : Estava.

CHARLOTE : Tá certo. Ah, eu ia puxar a descarga mas eu achei isso aqui dentro do vaso. Deve de ser seu!

“Charlote entrega a Dora o pó de arroz que encontrara dentro do vaso sanitário.”

(Naquela Tarde, nos Portões do Condomínio Paulo Neves…)

“Dora estando com seus nervos à flor da pele naquele dia, decide desabafar com seu melhor amigo Pasquale, um velho mendigo que vive do lado de fora do Condomínio.”

PASQUALE : Então quer dizer que sua sobrinha se entocou na sua casa?

DORA : Ahã!

PASQUALE : E quebrou o seu troféu de atriz revelação?

DORA : Foi.

PASCUALE : E quer que você a ajude a se tornar uma grande atriz de televisão?

DORA : Quer. Mas vai esperar sentada! Não vou deixar que aquela pateta transforme minha casa num circo.

PASQUALE : Não prefere pensar melhor? Ela sabe seu nome verdadeiro!

DORA : Ta aí um problema! Eu sou rica, não sou famosa. Mas mesmo assim, eu prezo pelo resto de “majestade” que eu ainda posso ostentar. Você nem imagina o quanto a mídia consegue ser um pé no saco de quem vacila. Se descobrem que o meu verdadeiro nome é…eles não vão medir esforços para me tornar o deboche do ano.

PASQUALE : Eu acho que você não tem escolha. Além do mais se ela for realmente talentosa, basta mandá-la para um desses testes de elenco. Caso ela for aceita para atuar, ela já vai ganhando seus trocadinhos e já vai poder alugar um apartamento. Daí você estará livre dela.

DORA : Pasquale!!! Você acha que aquele ratinho de esgoto sabe atuar?! Jura?! Ah, faça-me o favor! É a mesma coisa que pedir pro Willian Boner dançar funk na bancada do Jornal Nacional.

PASQUALE : Mas ela pode aprender a atuar! Basta ensiná-la.

DORA : Não Pasquale! Eu já sei exatamente o que vou fazer!

“Dora se levanta pra ir embora.”

PASQUALE : Ei, me deixa uma graninha aí. Abriu uma confeitaria nova lá no fim da rua. E há pouco, a Ingrid Guimarães acabou de passar comendo um quindim de encher os olhos.

“Dora dá um pouco de dinheiro a Pasquale.”

DORA : Você está ficando muito mal-acostumado pro meu gosto. E a Ingrid ainda vai acabar virando um bujãosinho, escute o que estou te dizendo!

PASQUALE : Que culpa tenho eu se fui criado ao mais fino trato.

(De Volta à Casa de Dora…)

“Dora entra na Sala de Estar. Ricky chega em seguida com o telefone em mãos.”

RICKY : É sua Personal Trainer no telefone. Quer saber se você quer fazer sua sessão de Yoga Tailandesa esta tarde.

DORA : Não vai dar. Marquei hora com a Geny pra cortar meu cabelo.

“Charlote desce as escadas vestindo um dos casacos de visom do closet de Dora.”

DORA : Pensando melhor, pode confirmar!

“Ricky sai da Sala.”

DORA : Hoje Charlote, você vai experimentar um pouco da rotina de uma atriz.

CHARLOTE : É mesmo? O que eu vou fazer?

DORA : Para hoje teremos uma sessão de yoga Tailandesa.

“Dora solta uma gargalhada maquiavélica.”

2 comentários sobre “Diva – Capítulo 2

  • O capítulo se mostra infinitamente inferior ao primeiro. O que dizer da “grande atriz´´ e “única estudada da família´´ dizer pra irmão que não se diz hoiúde e sim wollywood? Vergonha alheia pura. Além disso, a trama se mostrou desinteressante com esse negócio da caipira virar atriz, ficou muito clichê e muito sem graça. Meu Deus, aonde foi parar a dádiva dessa trama? Não teve sequer uma cena destinada à Beto, tampouco uma citação. Ele evaporou? O humor fofo se tornou escrachado e não roubou um riso meu. Me decepcionei com esse capítulo, espero que nos próximos haja uma recuperação
    OBS: O texto está bom, diálogos repletos de erros de grafia (erro crucial) e personagens mau-elaborados. (outro erro)
    Não teve pontos altos nesse capítulo, apenas erros risíveis.

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