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Dia Especial

Dia Especial – Capítulo 7

CAPÍTULO 7

Cena 1 – Casa de Valentina. Jardim Ângela. Noite.

Luan: Eu só não te mato agora porque tenho pena de você. – Ele fala ao soltar o pescoço da mulher, que está com a marca dos dedos dele. – Outra que eu não iria desgraçar a minha vida por sua causa.

Valentina: Luan, por favor, me escuta. – Ela se ajoelha, sentindo uma forte dor no pescoço. – Quero lhe pedir desculpas pelo que fiz, você não merecia estar passando por nada disso.

Luan: E ainda por cima vem tirar onda com a minha cara? – Ele fala irritado, atacando vários objetos no chão, destruindo a casa por inteiro. – Você é sínica, Valentina. Muito sínica.

Valentina: Não fala assim. – Ela se levanta e tenta se aproximar do rapaz. – Eu te amo, Luan. Foi por medo que não te contei antes. Sei que fiz errado.

Luan: Eu não quero mais escutar a sua voz, vadia. – Ele dá um tapa bem forte na cara de Valentina, que chora. – Tanto me ama que resolveu me dar um belo par de chifres de presente, né?

Valentina: Se eu não gostasse de você, nem aqui estaria mais. Muito menos estaria tentando me explicar para ti.

Luan a olha atentamente com muita raiva no olhar.

Luan: Nem sei como pude me envolver com alguém tão sujo feito você. – Ele fala com cara de nojo. – Quero mais é que você vá para o raio que a parta. Não tem explicação alguma para o que tu me fez.

Valentina: Eu sei, eu sei, eu sei que não foi uma atitude nada digna ter traído você. – Ela fala com certo desespero. – Mas o que importa é que eu te amo, Luan. Te amo tanto que se quiser posso até abrir mão do Antony por ti.

Luan: Está falando isso da boca pra fora. – Ele começa a chorar. – Se você quisesse mesmo ficar comigo, teria ficado. Mas não, cê resolveu me trair. E se fez isso, foi porque não estava mais satisfeita com o nosso casamento.

Valentina: Eu errei, eu errei. Quem não erra nesta vida? – Ela fala com os olhos cheios de lágrimas. – Você não pode me deixar.

Luan: Entenda uma coisa, Valentina. Isso daí que tu diz sentir por mim não é amor, muito pelo contrário, isso daí é pena, dó. Medo de perder o primeiro homem da sua vida, o primeiro que lhe mostrou o que amor, o que é amar. Tem receio de não conseguir tocar a sua vida em frente sem mim, já que sempre estivemos juntos durante todos esses anos.

Valentina: O engraçado é que você acabou de falar basicamente o que estou sentindo agora.

Luan: Isso só evidencia que estou certo. – Ele engole seco. – Você não me ama mais. Se é que um dia me amou.

Valentina: Não seja injusto. Eu te amei como nunca amei ninguém. E tenho para mim que continuo te amando, só que o meu amor foi dividido entre você e o Antony.

Luan: Se era me humilhar que você queria, saiba que conseguiu. Não estou afim de me sustentar com migalhas. – Ele respira fundo. – O seu caminho está livre para ser feliz ao lado do tal Antony, não há mais nenhum empecilho para atrasar sua vida.

Valentina: O que você quer dizer com isso? – Ela fala com a voz tensa.

Luan: Pode deixar que quando eu estiver com a cabeça mais fria procuro por você para tratarmos do divórcio. – Ele se dirige até a porta da casa. – Espero que o seu novo amor faça com que você sofra muito, e que seja do mesmo tanto que estou sofrendo agora… ou bem pior. – Luan vai embora.

Valentina: Meu Deus. – Ela passa as mãos pelo cabelo. – O que foi que eu fiz? – Ela se ajoelha no chão. – Acabou, acabou. O que será da minha vida sem o Luan?

Cena 2 – Casa de Antony. Chácara Santo Antônio. Noite.

Antony: Eu te amo. Não consigo mais viver sem você. O fato é que desde quando lhe beijei pela primeira vez, não tenho mais conseguido tirar o seu rosto da minha mente. – Ele acaricia o rosto dela. Ambos estão deitados em uma cama.

Gilda: Confesso que te conhecer foi a melhor coisa que me aconteceu. – Ela sorri para ele. – Não quero te perder por nada neste mundo. Eu também te amo muito Antony, muito.

Antony: Pois saiba que eu nunca permitirei que você vá para longe de mim. Nós nascemos um para o outro, e nada nem ninguém irá atrapalhar o que sentimos.

Gilda: Nem mesmo a Valentina?

Antony fica sem graça.

Gilda: Ou vai me dizer que não há algo entre vocês? Eu percebi isso já tem um tempo, mas não quis tocar no assunto.

Antony: O que vivi com a Valentina é passado. – Ele fala sério. – Eu já amei ela demais, porém, não há mais nada entre a gente.

Gilda: Tem certeza de que não existe mais nada entre vocês? Porque não é bem isso o que parece. Só pelas conversas que tive com ela já foi possível constatar que da parte dela, ainda há bastante amor para lhe proporcionar.

Antony: Não tem nada a ver. Você tá tirando conclusões precipitadas. – Ele é sincero. – O que a Valentina queria não estava compatível com o futuro que planejei para o Thales e eu.

Gilda: E qual é o seu plano para o futuro?

Antony: Meu plano é estar ao lado de uma mulher para que possamos formar uma família, sem histórias paralelas.

Gilda: Entendi. – Ela sorri. – E por que a Valentina não se encaixa na vaga?

Antony: Porque ela tem uma história paralela, já que é casada.

Thales entra no quarto onde eles estão deitados.

Thales: Tô atrapalhando algo? – Ele se joga no meio do casal. – Quero saber o que vamos fazer hoje.

Antony: Que tal um passeio no parque? – Ele fala com entusiasmo.

Thales: Se a mamãe concordar, eu vou adorar. – Ele fala ao olhar para Gilda.

Gilda: Do que foi que você me chamou, Thales? – Ela pergunta surpresa.

Thales: De mãe. – Ele sorri.

Gilda então o abraça forte e Antony observa a cena muito feliz com o carinho que está sendo trocado entre ambos.

Antony acorda sorrindo e percebe que tudo não passou de um sonho. Ele então se senta na cama e observa o relógio.

Antony: Meu Deus, que sonho foi esse? – Ele se pergunta sorrindo. – Acho que ter concordado com o Thales em ir visitar a Gilda amanhã me deixou assim. Aquele beijo deve ter mexido drasticamente com a minha cabeça, quem sabe até com o meu coração. – Ele percebe que está falando sozinho. – Deixa eu ir dormir porque já tá tarde demais para ficar tendo conclusões precipitadas. – Ele se deita novamente.

Cena 3 – Casa de Emília. Jardim Ângela. Manhã.

Valentina: Mãe, não se faça de sonsa. Você provocou sim aquela situação entre o Luan e eu. – Ela fala com raiva. – Entenda que a senhora não pode mais ficar se metendo na minha vida como se eu não soubesse tomar minhas próprias decisões, dar os meus próprios passos.

Emília: Você é uma ingrata, isto sim. Te carreguei aqui na minha barriga durante nove meses para agora estar fazendo uma coisa dessas comigo? – Ela finge ficar triste. – Mas filho é assim mesmo: só dá valor quando perde.

Valentina: Não fala assim. – Visivelmente arrependida do que acabara de dizer. – Tá, confesso que não poderia ter falado com a senhora dessa forma. Mas cê tem que entender que eu cresci, mãe.

Emília: Eu já sei que você cresceu, Valentina. Mas vem cá, o que aconteceu entre você e o Luan depois que saíram daqui?

Valentina: Foi justamente sobre isso que vim falar com a senhora. – Ela se senta no sofá. – Eu contei para o Luan que traia ele com o Antony, que estava dividida entre os dois.

Emília: E o que foi que ele fez? – Ela se senta ao lado da filha com os olhos arregalados.

Valentina: Algo que eu nunca imaginei que um dia ele pudesse fazer: agir com violência. – Cenas da noite anterior começam a passar em sua mente. – Ele quebrou com tudo dentro de casa, me enforcou. Definitivamente não era o Luan que conheci.

Emília: Então quer dizer que por trás daquela casca de banana há um homem rude e violento? – Ela pergunta com um sorriso torto.

Valentina: Estranho seria se ele agisse com compreensão, né? Óbvio que o Luan explodiria ao saber que estava sendo traído. Agora o meu maior medo é que ele volte para fazer algo comigo e com o Antony.

Emília: E aí? Você vai mesmo ficar com o gostosão?

Valentina: Já fiz o que ele tanto queria: me separei do Luan. Quer dizer, ao menos na teoria, porque na prática somente quando assinarmos a papelada do divórcio.

Emília: Você fez a escolha certa, minha filha. – Ela beija a testa de Valentina. – Pode ter certeza que não irá se arrepender. E se aquele crápula encostar em um fio de cabelo seu, a gente chama a polícia para ele. Não era à toa que eu não gostava daquele rapaz. Ainda bem que você está livre dele agora.

Valentina: Me custou muito dizer aquilo tudo para ele, mas infelizmente a vida é assim. – Ela segura o choro. – Só espero que o Luan seja muito feliz, pois ele merece.

Emília: O que ele merece é apanhar muito na cara pra ver se aprende a ser homem de verdade. Aonde já se viu bater em mulher? Você devia ir até a polícia, isto sim. Fazer uma queixa contra aquele desgraçado.

Valentina: Não quero prejudicar o Luan, mãe. Nunca quis. Se o magoei foi sem querer, sem pretensão alguma.

Emília: Aprenda que em um triângulo amoroso, um dos três deve sofrer para que os outros dois sejam felizes. – Ela pega nas mãos de Valentina. – Você não tem do que se arrepender, Valentina. Agora a meta é ser muito feliz ao lado do Antony e ponto final.

Valentina: Ele vai adorar receber esta notícia. – Ela sorri ao imaginar a reação positiva de Antony com relação ao divórcio dela.

Cena 4 – Apartamento de Gilda. Morumbi. Manhã.

Raí: Já que ontem você não apareceu lá no nosso apartamento, tive que vim até aqui para conversar contigo. – Ele fala ao interromper o café da manhã de Marcos. – Pensou que ia fugir da nossa conversa?

Marcos: Por favor, Raí. Ao menos me deixe terminar o meu café da manhã em paz. – Ele dá uma mordida no pão. – E outra que pelo que você mesmo me disse, nem em casa tu tava ontem.

Raí: Pois é. Fui jantar com o Antony. – Ele fala ao se sentar à mesa. – Mas estou aqui para falar sobre nós, e não sobre o que aconteceu ontem.

Marcos: Tá, tá. – Ele se irrita. – Então vamos falar sobre o que temos de falar. O que é que vai ser? Vamos tentar nos acertar ou é melhor cada um ir para o seu lado?

Raí: Por que você é tão explosivo? Não vejo motivo para tanto. – Ele fala calmamente. – Sei o quão está sendo difícil a nossa vida à dois, mas não creio que seja o caso de terminarmos por causa disto.

Marcos: Ah, é? Pois não é o que parece, sabia? – Ele continua bravo. – Agora você tá com uma paranoia de que eu tô te traindo e não tira isso da sua cabeça por nada neste mundo.

Raí: Se eu penso isso é porque tenho motivos para tal. Você tem me motivado a pensar dessa forma através de suas atitudes.

Marcos: Pelo amor de Deus, Raí. – Ele revira os olhos. – O fato é que para você, o errado da história sempre sou eu. Você nunca tem culpa de nada.

Raí: Não é bem assim.

Gilda começa a gritar por Marcos, que vai correndo ver o que a irmã quer. Raí vai atrás dele, preocupado com os gritos da cunhada. Ambos chegam ofegantes no quarto de Gilda.

Marcos: Está tudo bem, Gilda? – Ele fala ao vê-la deitada. – Você tá sentindo alguma coisa?

Gilda: Não estou sentindo nada, seu bobo. – Ela sorri. – Quero apenas que você me ajude a se arrumar. Preciso estar bela para a visita de hoje.

Raí: Uhm, então quer dizer que alguém muito importante vem lhe visitar? – Ele brinca. – Pra você estar querendo fazer uma superprodução de cinema é porque alguém muito importante está por vir.

Gilda: Você está aí, Raí?

Marcos ajuda ela a levantar.

Gilda: Tudo bem com você? Espero que sim, pois eu estou estonteantemente bem.

Raí: Estou bem, na medida do possível. E está estampado na sua cara que você está muito bem mesmo.

Marcos: Afinal, quem está vindo lhe visitar?

Gilda: Ontem o Thales me ligou perguntando se ele e o Antony poderiam vir até aqui hoje. Mais tarde o Antony ligou e confirmei a visita deles.

Marcos: Ah, agora entendi o porquê de tanta felicidade. – Ele sorri. – Pode deixar que eu vou caprichar na maquiagem e no seu look também.

Raí: O Antony me contou sobre o beijo que rolou entre vocês. – Ele engole seco. – Por acaso cê tá gostando dele, Gilda?

Gilda: Acho que é muito cedo para eu te responder isso, aliás, foi somente um beijinho inocente. Mas admito que passei a noite inteira pensando em como seria bom receber ele aqui em casa. Já é um começo, não?

Raí: Mas, e o Bismarque? – Ele pergunta sem graça. – Você descartou a possibilidade de voltar com ele? Não era somente um tempo que ele queria?

Gilda: Como você é ingênuo, Raí. O Bismarque terminou comigo, me abandonou. Só não teve coragem de dizer isso na minha cara. Inventou essa história de “tempo” somente para fugir e nunca mais voltar.

Marcos: Você está mais do que certa, maninha. Se ele não quis, tem quem queira. E eu super apoio o seu relacionamento com o Antony.

Gilda: Ainda não há relacionamento algum, Marcos. – Ela fica tímida. – E só haverá se ele também quiser.

Raí: Sabia que o Bismarque foi lá no hospital ontem falar comigo? Ele perguntou sobre você e disse que voltaria em breve para conversar direitinho contigo. Se eu fosse você, esperava mais um pouco até acertar de uma vez a sua história com ele.

Gilda: Vai me dizer que você ainda acredita em conto de fadas. – Ela sorri. – O Bismarque disse isso daí da boca para fora, não acredite nele. E se ele voltar a te procurar e perguntar como estou, diga que estou maravilhosamente bem sem ele.

Raí: Gilda, não seria melhor…

Marcos: Não seria melhor nada, Raí. – Ele o interrompe. – Se a minha irmã não quer mais nada com aquele crápula, é uma escolha dela.

Gilda: Também não precisa falar assim, Marcos. Entendo que o Raí quer que eu me resolva primeiro com o Bismarque, pois ele não quer que eu me arrependa depois.

Raí: Exatamente isso. O que vocês viveram, ainda está muito recente. Tem somente dois dias que ele saiu de casa.

Gilda: Entendo perfeitamente a sua preocupação comigo. – Ela pega nas mãos do cunhado. – Mas acontece que não ficarei sofrendo por causa do Bismarque, até porque ele não merece uma lágrima minha. O que ele fez comigo, eu jamais irei perdoar. As palavras dele me feriram mais do que o fato dele ter ido embora.

Raí: Então só me resta desejar que o seu relacionamento com o Antony dê certo. – Ele a abraça, ainda desconfortável com toda aquela situação. – Até porque ele é um cara nota dez. Agora preciso ir pro trabalho.

Gilda: Muito obrigada por se preocupar comigo. – Ela lhe dá um beijo no rosto. – Muito obrigada mesmo.

Raí: Conte comigo para o que precisar. – Ele dá um beijo na testa dela. – Tchau, Marcos.

Marcos: Tchau. Bom trabalho.

Raí: Obrigado. – Ele vai embora.

Gilda: Viu só o porquê de eu ter elegido o Raí como melhor cunhado do mundo? Ele é um doce de homem.

Marcos: Vamos nos arrumar? – Ele pergunta dando um pulinho de felicidade. – Vamos nos arrumar porque daqui a pouco a sua visita chega.

Cena 5 – Casa de Antony. Chácara Santo Antônio. Manhã.

Valentina: Preparados para a ótima notícia que tenho para vocês? – Ela pula de alegria. – Mas se quiserem, posso esperar que terminem de tomar o café da manhã para não se engasgarem.

Thales: Ai, Val. Conta logo, não gosto de suspense. – Ele dá uma golada em seu suco.

Antony: Concordo com o Thales. Também detesto suspense. – Ele fala ao cortar o seu pão. – Que notícia tão boa é essa que você tem para nos contar?

Valentina: Nós finalmente podemos formar uma família sem preocupação alguma. Agora é oficial: o Luan e eu não temos mais nada. Eu finalmente criei coragem e terminei tudo com ele.

Antony e Thales se entreolham.

Thales: Que legal, Val. Agora podemos ser uma família de verdade, você tá livre para se casar com o papai. – Ele fala meio sem graça.

Antony: Parece que ter te liberado do trabalho ontem deu algum resultado, né? – Ele brinca. – Fico feliz por finalmente ter criado coragem para pedir o divórcio.

Valentina: Nossa. – Ela percebe o desânimo dos dois. – O que tá acontecendo gente? Cadê o meu beijo? Meu abraço? Parece até que não gostaram da notícia.

Antony: Muito pelo contrário, minha linda. – Ele se levanta e dá um beijo em Valentina. – É óbvio que gostamos da notícia, só que temos que tomar o nosso café rápido para não nos atrasarmos.

Valentina: Se atrasarem? – Ela estranha. – Para onde vocês vão?

Thales: Também temos uma notícia maneira para você, Val. Cê não vai precisar cuidar de mim hoje de novo. – Ele sorri. – Não é uma notícia estupenda?

Valentina: É impressão minha ou vocês estão me evitando? Já é a segunda vez que me liberam do serviço. Não tô gostando disso não. Por que não me levam junto com vocês nesse passeio?

Thales: Porque falei para a fessora que só iria o meu pai e eu.

Valentina fica séria.

Antony: Quer saber de uma coisa? – Ele diz ao se sentar à mesa novamente. – Não podemos confundir as coisas aqui. Tudo bem que Val e eu estamos juntos, mas ela continua trabalhando para mim como a sua babá. Então, acho que podemos dar férias a ela já que a coitada só está dando viagem perdida.

Thales: Verdade, Val. Você podia ficar de férias. Só assim a gente não fica fazendo você de boba. E cê pode vim ver a gente como a namorada do papai, não como a minha babá.

Valentina: Acontece que as suas férias já estão acabando, Antony. Logo terei que voltar novamente como babá do Thales, então não vejo sentido para quererem me dar férias agora.

Antony: Sim. Mas enquanto eu não volto para o trabalho, você pode ficar em sua casa descansando. Não quero abusar de você, meu amor. Outra que nem vai dar tempo de sentirmos saudades um do outro, já que as minhas férias estão quase acabando e você ainda pode vir nos visitar quando quiser.

Valentina: Entendi, entendi. – Ela está evidentemente triste. – Estou sendo trocada pela Gilda, é isso?

Antony: De onde foi que você tirou uma coisa dessa, Val? Claro que não. – Ele fala sem graça.

Valentina: De onde tirei isso, Antony? Você quer mesmo saber? – Ela fala com os olhos cheios de lágrimas. – Só sendo muito trouxa para não perceber. Até férias vocês querem me dar para poderem passar o tempo de vocês com aquela mulher. Não precisam do meu serviço, pois vão ficar visitando ela todos os dias e eu não preciso ir junto com vocês.

Antony: Tá ouvindo uma coisa dessas, Thales? – Ele sorri, achando tudo muito engraçado. – A Val tá com um ciúme desnecessário da gente.

Thales: Se ela tá assim sem saber sobre o beijo que o senhor e a fessora Gilda deram, imagina quando ela ficar sabendo. – Ele brinca sem pensar.

Valentina: Beijo? – Ela pergunta perplexa. – Mas que beijo é esse que ele está falando, Antony?

Thales: Ih, acho que falei demais. – Ele fica sem graça.

Antony: Valentina, eu posso explicar.

Thales: Não pai, você não pode. Olha lá o relógio. – Ele aponta para o relógio que está na parede. – Estamos atrasados. Vamos, vamos, vamos, não podemos ficar mais atrasados.

Antony: Thales, espera. Eu preciso falar com a Valentina.

Thales se levanta da mesa e vai até o pai, puxando-o.

Valentina: Não, Antony. Você não tem nada para falar comigo. – Ela chora. – Pode ir, vai lá ficar com a sua amada.

Thales: Vamos, pai. Vamos. – Ele puxa Antony, que vai atrás do filho.

Antony: Quando eu voltar nós nos falamos.

Valentina: Se esqueceu que você acabou de me dar férias? – Ela fala com um tom irônico, enxugando as lágrimas. – Quando você voltar não estarei mais aqui. E nem pretendo te visitar como sua “namorada”.

Thales: Pai, vamos logo. – Ele o puxa novamente, ambos saem.

Valentina se desmancha em lágrimas.

Cena 6 – Carro de Antony. Em um bairro qualquer. Manhã.

Antony: Thales, você viu o que tu fez? A Valentina ficou muito magoada comigo, outra que não está acontecendo nada entre a sua professora e eu. – Ele fala irritado.

Thales: Ah, pai. Eu não falei por mal. Você tava brincando com ela por causa do ciúme, por que eu não podia brincar também?

Antony: Pois saiba que a minha brincadeira foi muito diferente da sua. Você realmente conseguiu magoá-la de verdade.

Thales: Tá, depois peço desculpas pra ela. – Ele fala arrependido.

Antony: É o mínimo que você pode fazer, meu filho. A Val não merece isso, e eu gosto muito dela. Ainda mais agora que ela não tem mais nada com o Luan. Estamos livres para viver o nosso amor. Confesso que depois de ter falado com o Raí, eu ia terminar tudo com a Valentina, porém, depois do que ela fez, não acho justo abandoná-la.

Thales: Então quer dizer que o senhor ter beijado e sonhado com a fessora não tá mais valendo?

Antony: Não sei porque fui lhe contar sobre esse sonho. Parece até que depois disso ficou contra a Valentina e foi para a torcida da Gilda.

Thales: Não pai, eu tô na sua torcida. Porque só quero que o senhor seja muito feliz, assim como era com a mamãe.

Antony fica comovido.

Antony: Oh, meu filho. Só não lhe dou um beijo porque estou no volante. – Ele olha pelo retrovisor do carro e vê a carinha triste de Thales. – Não fica triste. Pode deixar que eu vou me acertar com a Val.

Thales: Como? Se esqueceu que agora ela tá de férias? E acho difícil ela ir lá em casa depois de tudo que aconteceu. O senhor também nem sabe onde ela mora.

Antony: Mas eu tenho o telefone dela.

Thales: Mas aí ela que decide se vai atender ou não.

Antony: Isto é verdade. – Ele fica sério, pensativo. – Mas pode ter certeza que nós vamos nos acertar. Ao menos é o que espero.

Passa-se uma semana…

Cena 7 – Casa de Emília. Jardim Ângela. Tarde.

Emília: Já vai. – Ela fala ao escutar alguém batendo na porta. Emília abre a porta e se depara com Luan. – Você?

Luan: Sim, eu. – Ele entra sem nem ao menos ser convidado. – Creio que esteja surpresa com a minha visita, mas adianto que o que tenho para falar é tão bom para a Valentina quanto para você.

Emília fecha a porta.

Emília: Sente-se por favor. – Ambos sentam no sofá. – Qual o motivo da sua honrosa visita?

Luan: Eu tentei falar com a Valentina, mas não a encontrei em casa. Presumo que deva estar no trabalho.

Emília: Não, ela está de férias. Mas o que é que você tem para tratar com a minha filha?

Luan: Como eu disse a ela, vim procurá-la agora que estou com a minha cabeça mais fria para acertamos tudo sobre o nosso divórcio. Até porque pretendo voltar para a minha terra natal o quanto antes.

Emília: Você vai embora? – Ela se assusta. – Como assim? Para onde é que você vai?

Luan: Acho que isto não é da sua conta. Olha Emília, eu vim aqui na maior boa vontade para conversar com a sua filha, porém, não tenho mais nada a ver com vocês. Então não se intrometa na minha vida como fazia antes.

Emília: Desculpa, eu só queria saber para onde você vai. Mil perdões. – Ela senta mais próximo de Luan. – Sabia que eu sempre gostei de você?

Luan: Como é que é? – Ele sorri. – Conta outra, Emília. Quem não te conhece que te compre. Sei muito bem a cascavel que você é.

Emília: Não estou falando de gostar como meu genro, e sim como homem. – Ela coloca a mão na coxa do rapaz. – Era por isso que implicava tanto com você.

Luan: Eu sinceramente não estou entendo onde cê quer chegar. – Ele fala recuando.

Emília: Pode deixar que eu te mostro onde quero chegar. – Ela vai subindo a mão lentamente pela coxa de Luan até chegar em sua parte íntima. – Pronto, cheguei onde tanto queria. – Emília beija o rapaz.

CONTINUA NO PRÓXIMO CAPÍTULO

2 comentários sobre “Dia Especial – Capítulo 7

  • Chegou ao fim do casamento de Luan e Valentina e parece que Emília ja está tirando proveito dessa situação ela não perde tempo mesmo gente 😮
    E enquanto Bismarque está todo empolgado na festa surpresa que está preparando para Gilda acho que ela ja está tendo uma quedona por Antony e ele por ela, iiii gente rs.

    • Pois é, Valentina tentou evitar, mas o destino quis que a verdade viesse à tona e botasse um fim no casamento da moça. This is life!
      Será que o Bismarque está fazendo tudo isso em vão? A Gilda será capaz de trocá-lo pelo Antony? Veremos…

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