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Dia Especial

Dia Especial – Capítulo 5

CAPÍTULO 5

Cena 1 – Escola Baltazar da Fonseca Alencar. Ibirapuera. Tarde.

Gilda: Me desculpe. – Ela fala ao se afastar de Antony, sem graça. – A culpa foi toda minha que saí te beijando, sendo que nem consigo te enxergar.

Antony: Imagina. – Ele sorri, também sem graça. – Eu poderia ter evitado essa situação, mas acabei sendo conivente. A culpa também foi minha. Sem falar que você queria apenas se despedir.

Gilda: Você não tem nada a ver com isso, Antony. Está bem claro que eu que me precipitei. – Eles ficam em silêncio. – Espero que você perdoe o meu deslize.

Antony: Não foi nada demais, foi apenas um beijo. – Ele sorri e dá um beijo na testa da mulher. – Fica tranquila.

Thales: E então, vamos papai? – Ele diz sorrindo. – Também acho que já tá na hora da gente ir embora.

Antony: Vamos sim, meu filho. – Ele fica envergonhado. – Até mais ver, Gilda.

Gilda: Até mais ver, Antony. – Ela sorri e Antony a olha atentamente. – Então ficarei esperando vocês lá em casa, hein!

Antony: Pode deixar. Iremos o quanto antes, já que o Thales não me deixará esquecer isto. – Os três sorriem. – Tchau.

Gilda: Tchau.

Eles vão embora e Marcos se aproxima da irmã.

Marcos: Uhm, gostei de ver. Pensei que demoraria para desencalhar do Bismarque, mas foi mais rápida do que imaginei.

Gilda: O que você está falando? Claro que não. Foi apenas um deslize.

Marcos: Sei, sei. E aquele papo de hoje mais cedo? De que o primeiro ser que lhe beijasse teria o seu amor para todo o sempre.

Gilda: Exagerado, não foi bem isso o que eu disse. – Ela sorri. – E também foi exagero da minha parte. Óbvio que não me entregaria tão fácil para alguém.

Marcos: Maninha, maninha, não é preciso ficar mentindo para mim. Eu lhe conheço muito bem. Sei o quanto ficou mexida com o beijo dele. Além do mais, o Antony é tudo de bom.

Gilda: Como você sabe o nome dele? – Ela desconfia. – Não vai me dizer que foi você quem mandou aquele cara vim me beijar.

Marcos: Ai, como você é engraçada! Foi você quem beijou ele sua tonta, não o contrário. Tudo bem que ele deve ter gostado muito, mas foi tu quem teve a iniciativa.

Gilda: Olha aqui, não foi bem assim não. Na verdade, eu fui tentar dar beijinhos de despedida nele, mas não era pra ser na boca e sim na bochecha.

Marcos: Por que você não esperou para que ele se despedisse? – Ele a encurrala.

Gilda: Ué, eu… eu… eu não queria ficar esperando. Até porque eu estou cega, mas ainda posso me despedir das pessoas como antes. – Ela tenta se explicar.

Marcos: Claro que pode. E se toda vez você errar a bochecha e beijar a boca das pessoas, isto realmente vai ser ótimo. – Ele caçoa.

Gilda: Para de graça, Marcos. Tudo não passou de um mal-entendido. E você ainda não me respondeu como sabe o nome dele. – Ela cruza os braços.

Marcos: Gente, que coisa! Mal o relacionamento começou e já tá nesse ciúme todo?

Gilda lhe dá um tapinha de leve no braço.

Marcos: Pode ficar tranquila, minha querida. O Antony é apenas um amigo do Raí, lá do hospital. Conheço ele a mais tempo que você. Satisfeita?

Gilda: Não que eu tenha algo a ver com isso, mas sim, estou bastante satisfeita.

Marcos: Gilda, Gilda, Gilda, quem diria que esta festa iria render tanto, não é?

Gilda: Marcos parou. Vamos embora, chega. – Ela se estressa e Marcos começa a rir da cara da irmã.

Cena 2 – Casa de Emília. Jardim Ângela. Tarde.

Valentina: Mãe. É mais do que óbvio que a senhora não gosta do Luan. Sem falar que faz de um tudo para que fiquemos brigados ou algo do tipo. Mas acontece que eu nunca estive tão dividida em toda a minha vida. – Ela se senta no sofá. – Não é uma decisão nada fácil. E eu não tenho coragem de deixar o Luan, não depois de tudo que vivemos.

Emília: Ah, mas pelo amor de Deus. – Ela fala irritada. – Quando você vai perceber que o seu futuro não é ao lado do Luan? Até porque aquele lá nem tem como proporcionar um bom futuro a vocês.

Valentina: Não fala assim dele, mãe. Não fala assim dele porque depois da sua palhaçada de ter ido falar que o Luan é chifrudo, ele parou para pensar. – Os olhos dela enchem de lágrimas. – Acredita que ele me levou café da manhã na cama, e ainda falou que iria procurar emprego apenas para me ver feliz?

Emília: Que linda história para boi dormir. – Emília engole seco. – Quer saber de uma coisa? A vida é sua, você faz o que bem quiser. Depois só não diga que eu não lhe avisei.

Valentina: Como eu vou ferir os sentimentos do Luan após ele ter dito uma coisa dessas para mim? Não tenho coragem de fazer uma coisa dessas com ele. – Ela faz cara de triste. – Ele não merece.

Emília: E o Antony merece ficar sendo taxado como o seu amante? Você mesma sabe que ele quer muito mais do que isso. Tá achando que o patrão gostoso e rico vai ficar esperando por você a vida inteira?

Valentina: Esse é o meu maior medo: que ele se canse de esperar. – Ela passa as mãos no rosto, aflita. – Por quê? Por quê? Tanta pessoa aí para acontecer uma coisa dessas, mas tinha que ser logo comigo. Eu não quero ficar em cima do muro, mas também não sei para que lado ir, pois amo os dois igualmente.

Emília: Valentina. – Ela se senta ao lado da filha. – Você já viveu tudo o que tinha de viver com o Luan. Vocês dois já namoraram, se casaram, transaram, beijaram, se divertiram. Ele foi seu primeiro namorado, foi seu primeiro tudo. Por isso cê não teve a oportunidade de conhecer outros caras, se relacionar com eles. – Ela pega nas mãos de Valentina. – Agora você tá tendo a oportunidade de conhecer outras bocas, sentir o abraço de outros braços, de ter outros corpos em cima do teu. – Ela respira fundo. – E o fato de você ter se apaixonado, se envolvido com o Antony, é a prova de que o seu casamento com o Luan já está desgastado, você enjoou dele. Isto aí que você pensa ser amor, na verdade é apenas dó, receio de largá-lo. Amor entre vocês, não existe mais.

Valentina: Não pode ser possível, mãe. Ainda sinto o meu coração bater por ele, a minha pele se arrepiar quando ele está ao meu lado. – Ela fala entre lágrimas.

Emília: Não se engane, Valentina. Não se engane. Pois como eu disse anteriormente, se houvesse ainda um pouquinho de amor que fosse entre vocês, você não teria traído o seu marido com o Antony. – Ela se levanta. – Pense sobre isto que lhe falei. Vou tomar um ar lá fora, e quando eu voltar, espero que tenha tomado a sua decisão. – Ela sai.

Valentina: O que eu faço, meu Deus? O que eu faço?

Dênis se aproxima da prima sem que ela perceba.

Valentina: Pensando bem, o Antony e o Thales me trocaram pela Gilda. Nem me chamaram para ir à festinha surpresa com eles. – Ela chora. – Será? Será que eu estou perdendo eles para ela? Eu não quero nem pensar numa coisa dessas.

Dênis: Pois então não pense. – Ele a assusta. – Desculpa, mas eu acabei escutando toda a conversa de vocês.

Valentina: Não, tudo bem Dênis. Acontece que minha mãe apenas abriu os meus olhos.

Dênis: Ou os fechou ainda mais. – Ele é sincero. – Você não percebe que a sua mãe está praticamente empurrando você para os braços desse tal Antony?

Valentina: Mãe é mãe, não é? Que direito tenho eu de questioná-la? Até porque ela está mais do que certa: eu preciso escolher entre um ou outro.

Dênis: Sim. Você tem mesmo que escolher entre o seu marido ou seu amante. Mas não é a sua mãe quem deve decidir por você. Valentina, cê já é uma mulher feita, pode muito bem tomar suas próprias decisões.

Valentina: Acontece que nem eu sei qual é a decisão que quero tomar. – Ela seca as lágrimas. – Estou mais perdida que cego em tiroteio.

Dênis: Vou lhe fazer uma pergunta, e quero que você seja sincera comigo. Além de ser sincera, preciso também que você me responda com a primeira coisa que venha à sua cabeça. – Eles se encaram. – Quem é o homem da sua vida? Aquele que te faz feliz?

Valentina engole seco.

Cena 3 – Hospital São Francisco. Vila Mariana. Tarde.

Raí: E por que diabos você fez isso? – Ele se senta ao lado de Bismarque, intrigado com o assunto. – Eu ainda não vi a Gilda, mas com certeza ela deve estar muito abalada com o que você fez.

Bismarque: Então, quando eu tive a oportunidade de ter um desentendimento com ela, não pude deixar escapar. – Ele está angustiado. – Eu tinha que achar algo que me fizesse brigar com a Gilda, um motivo pelo qual eu pudesse ir embora de casa sem deixar nenhuma desconfiança.

Raí: Tá, e por que você queria isso?

Bismarque: Porque eu não tava mais dando conta dos meus compromissos. Eu trabalhava até altas horas da noite, acordava de madrugada para ir resolver uns assuntos e tinha que voltar para casa antes que a Gilda acordasse. Sem falar que depois tinha de ir trabalhar novamente.

Raí: Que assuntos tinham de ser resolvidos antes da Gilda acordar? Por que ela não podia saber dos seus passos?

Bismarque: Se lembra quando a Gilda acordou naquela cama de hospital e descobriu que estava cega? Então, eu disse que realizaria qualquer coisa que ela me pedisse. E ela me pediu para que nos casássemos o quanto antes. Foi aí que tive a ideia de fazer uma surpresa para a minha mulher. – Ele sua muito. – Saía de madrugada para me encontrar com alguns proprietários de sítios que estavam interessados em alugar o território. Pesquisava pela internet e marcava o encontro.

Raí: Pera aí. – Ele sorri. – A Gilda sempre sonhou em casar num sítio.

Bismarque: Sim, e foi difícil encontrar um que estive à nossa altura. E o pior é que tudo devia ser resolvido de madrugada. Será que agora você consegue me entender?

Raí: Sim. Claro que sim, Bismarque. Você saía de madrugada e voltava antes da Gilda acordar para ela não desconfiar de nada. – Ele conclui. – Para manter a surpresa que tu quer fazer

Bismarque: Sim, exatamente isto. – Ele se alegra. – Depois que achei o sítio, pulei para a parte da decoração, do som e iluminação do lugar. E eu tinha que fazer tudo isso de madrugada, foi inevitável a minha exaustão. Não tive tempo para descansar durante todos esses dias.

Raí: Já estou sacando tudo. Você procurou essa discussão com a Gilda para poder ir embora de casa e arquitetar o cenário do casamento de vocês sem se cansar, sem comprometer o seu desenvolvimento no trabalho, e sem revelar a surpresa para ela, o que acabaria com todo ar especial que você quer dar ao casamento. Estou certo?

Bismarque: Exatamente isso. Meu rendimento no trabalho estava ruim. Para você ter uma noção, eu até dormi em cima de uma papelada e fui pego no flagra pelo meu chefe. As coisas estavam ficando puxadas para mim. E agora que estou longe da Gilda, posso acordar de manhã tranquilamente para resolver as coisas do nosso casamento, sem precisar me preocupar em chegar antes dela acordar. Hoje contratei o buffet e faltam apenas alguns ajustes mínimos. Quero que tudo saia do jeitinho que ela sempre sonhou.

Raí: Meu Deus, que loucura! Você é doido, Bismarque? Claro que é doido, completamente maluco pela Gilda. – Eles sorriem. – Mas por que você veio falar sobre isso comigo?

Bismarque: Então, é que eu acho que peguei um pouco pesado nessa simulação toda. Magoei a Gilda e também ofendi o Marcos, tudo para que ficasse mais convincente todo aquele meu “desabafo”. Porém, tenho medo que ela não consiga me perdoar. E se uma coisa dessas acontece, todo o meu investimento não valerá de nada. A Gilda pode recusar o meu pedido de casamento.

Raí: É, você realmente optou ir por um lado bem difícil de lidar. A Gilda deve estar muito abalada com o que aconteceu. E há mesmo o risco dela não aceitar o seu pedido, mas tenho para mim que ela entenderá tudo numa boa. Até porque casar com você é o sonho dela.

Bismarque: Era o sonho dela até eu fazer o que fiz, né? Enfim, quero que você me ajude.

Raí: Você pretende fazer as pazes com a Gilda e quer que eu segure as pontas na organização do casamento?

Bismarque: Sei que sua vida de médico não permite isto. Mas não é essa a ajuda que eu quero. Preciso que você faça com que a Gilda amoleça o coração com relação à minha saída de casa.

Raí: Nossa. Não tem tarefa mais fácil não? – Ele sorri. – Quando a Gilda se magoa com alguém, é bem difícil de convencer ela a perdoar.

Bismarque: Mas com jeitinho você consegue. Eu sempre consegui. Ela só se faz de turrona, mas na verdade é uma manteiga derretida. E aí, posso contar contigo? – Ele estende a mão.

Raí: Claro que pode. – Ele aperta a mão de Bismarque. – Vou adorar participar desse caso de amor.

Bismarque: Qualquer coisa que eu faça, ainda é pouco perto do que a Gilda merece. E não se esqueça de manter segredo, até mesmo do Marcos.

Raí: E como você pretende convidar as pessoas? Elas podem acabar com a sua surpresa. Sem falar que a Gilda pode não aprovar muita coisa que você está decidindo, como por exemplo a cor da decoração.

Bismarque: Raí, os convites já foram feitos. – Ele sorri. – Só faltam serem entregues. E em todos eles há uma observação dizendo que a noiva não sabe de nada ainda, implorando para que os convidados colaborem com a surpresa. E quanto a Gilda não gostar de algo, impossível. Já estamos juntos tempo suficiente para saber os gostos de cada um.

Raí: Então tudo bem. Quero o meu convite, viu?

Bismarque: Pode deixar que você e o Marcos serão nossos convidados de honra.

Raí: Tá, tá. Agora me deixa trabalhar. Tenho muitos pacientes para atender ainda. – Ele diz se levantando. – Você é um louco, maluco, completamente surtado.

Cena 4 – Carro de Marcos. Em um bairro qualquer. Tarde.

Um completo silêncio paira sobre Gilda e Marcos.

Marcos: Que carinha é essa, hein? – Ele olha rapidamente para o rosto da irmã por estar dirigindo. – Está pensando no Bismarque ou no Antony?

Gilda: Que comentariozinho mais sem graça, Marcos. – Ela passa a mão no cabelo. – Não estou pensando em ninguém.

Marcos: Para de mentir. Os nossos pais sempre disseram que mentir é feio, e eu concordo com eles.

Gilda: Vem cá, por que você não cuida da sua vida? – Visivelmente irritada.

Marcos: Eu até tento, mas você cuida mais dela do que eu. Então, acho que posso cuidar da sua mais do que da minha, e assim ficamos quites.

Gilda: Quer saber de uma coisa? Eu tava mesmo pensando no beijo que rolou entre a gente. – Ela confessa. – Ele deve ser um verdadeiro príncipe.

Marcos: Ah, não tenha dúvidas quanto a isso. – Ele sorri. – O Antony é o tipo de homem que toda mulher gostaria de ter na cama.

Gilda: Ai, como você é indecente. Estou falando de algo que vai bem além do sexo. O Antony parece ter uma alma muito boa, longe de qualquer obscuridade mundana.

Marcos: Mas gente, olha só o que o amor faz! – Ele fala surpreso. – Se já tá no papo das almas é porque acredita que o gato seja sua alma gêmea, não é?

Gilda: Sinceramente? Não dá para conversar com você. – Ela sorri. – Você fica aí brincando com tudo que eu digo.

Marcos: Não tô brincando. Só acho que com um beijinho daqueles não tem como a pessoa saber a ficha completa da alma do outro.

Gilda: É, talvez eu esteja até me precipitando um pouco. Mas que ele me deixou mexida, isto eu não tenho como negar.

Marcos: Percebi desde quando saímos lá da escola. Você está tão distante, com a cabeça lá no mundo da lua.

Gilda: Você que o conhece mais tempo, acha que ele tem um bom coração? É uma boa pessoa?

Marcos: Não tenha dúvidas disso. O Antony é um verdadeiro lorde. E em comparação com o Bismarque, ele sai em disparada.

Gilda: Não fala assim. Você também gostava bastante do Bismarque. Se deixasse, viravam a noite conversando.

Marcos: Isso era antes dele se tornar no que se tornou. Mas não quero falar sobre aquele crápula. O papo sobre o Antony estava bem melhor.

Gilda: É só não desviar do assunto. Pois para mim o Bismarque já é página virada. – Ela fala confiante.

Cena 5 – Casa de Emília. Jardim Ângela. Tarde.

Valentina: Ai, Dênis. Por favor, já basta a minha mãe me pressionando o tempo todo. Não faça isso comigo você também. – Ela tenta fugir do assunto.

Dênis: Infelizmente você não foi capaz de responder corretamente a minha pergunta. – Ele ironiza. – Pelo visto a sua situação está bem complicada. O seu coração está totalmente perdido.

Valentina: Eu tô te falando. – Ela leva as mãos até o rosto. – Gosto muito do Luan, ele é o homem da minha vida, meu primeiro namorado, o primeiro homem com quem transei, o rapaz que me fez a mulher mais feliz deste mundo. Eu amo de paixão o meu marido. – Ela olha para Dênis. – Mas aí, fui escutar demais a opinião da minha mãe, e acabei dando abertura ao Antony, que também me faz muito feliz. Sem falar que o Thales e ele me fazem sentir como se eu fosse da família.

Dênis: Acontece que você não vai poder ficar nesta situação para o resto da sua vida. – Ele é objetivo e sensato. – A vida é feita de escolhas, Val. Está mais do que na hora de você fazer a sua. Sem a intervenção da sua mãe, que ao meu ver, te manipula demais.

Valentina: Você acha? Por outro lado, vejo apenas uma mãe desesperada em fazer a filha enxergar o que é melhor para ela.

Dênis: Engano seu. Os objetivos dela são outros, bem distante disso daí que tu pensa.

Valentina: Quais são os objetivos dela? – Ela estranha.

Dênis: Não quero falar sobre isso. Quero apenas fazer com que você reflita sobre a sua vida amorosa. – Ele faz uma pausa. – Seu namoro com o Luan aconteceu naturalmente, você mesma escolheu o seu namorado, que se tornou até marido. Agora com o seu patrão foi diferente, você trabalhava para ele e não sentia nada pelo cara. E somente quando a sua mãe começou a colocar caraminholas na sua cabeça que ele estava lhe dando mole, foi que tu resolveu investir nele.

Valentina: Eu também não podia avançar antes porque tinha a mulher dele, a Lia, a mãe do garoto. Depois que ela se matou, as coisas mudaram. Thales e eu ficamos tão próximos e o Antony passou a me ver como uma pessoa da família, o que fez com que a minha mãe propusesse que o meu patrão estivesse apaixonado por mim.

Dênis: Mas talvez não fosse essa a intenção dele. Ele te via como uma pessoa da família, não ao ponto de se tornar a mulher da vida dele.

Valentina: Acontece que ele me provou o contrário do que tu acabou de dizer. Pois quando fui falar sobre todo o carinho que envolvia a gente, o Antony recebeu os meus sentimentos muito bem e assim engatamos nessa bela história de amor.

Dênis: Pode ser que ele estivesse carente, já que a mulher dele havia morrido há alguns meses. – Ele respira fundo. – Possivelmente o Antony também não queria magoar os sentimentos que você disse ter por ele.

Valentina: Será? Acho que não. Se tem uma coisa que o Antony é, é sincero. Não creio que ele se enganaria ou me enganaria com esse amor que sentimos.

Dênis: É, pode até ser. Mas ainda acho que essa sua relação com o seu patão foi um pouco forçada pela sua mãe. Era ela quem te incentivava a avançar o sinal com relação ao cara.

Valentina: Tem razão, a mamãe me incentivou bastante para que eu ficasse com o Antony. E acabou que me envolvi com ele de uma maneira avassaladora. Outra que a dona Emília nunca gostou do Luan, por isso me empurrava tanto para cima do meu patrão.

Dênis: Será que ela não gosta mesmo do Luan?

Valentina: Que pergunta mais tosca, Dênis. Os dois nunca se deram bem, vivem brigando.

Dênis: Já ouviu aquele ditado: “quem desdenha quer comprar”?

Valentina: O que tu tá querendo dizer com isso?

Dênis: Nada, nada. Quero apenas que você analise um pouco a sua vida. – Ele se levanta. – Antes que ela lhe dê uma rasteira e você acabe ficando sem nenhum dos dois que diz amar tanto. – Ele dá um beijo na testa de Valentina. – Não deixe que a sua mãe manipule os seus sentimentos. – Ele vai para o quarto.

Valentina: Antony ou Luan? – Ela se pergunta. – Minha mãe adoraria me ver casada com um médico, quanto a isso não tenho dúvidas. – Ela sorri sozinha, respira fundo e começa a pensar seriamente sobre o assunto.

Cena 6 – Casa de Valentina. Jardim Ângela. Tarde.

Emília: Então é assim que você foi procurar emprego seu safado? – Ela fala ao entrar na casa de Valentina e se deparar com Luan dormindo no sofá. – Só a Valentina mesmo para acreditar no que tu diz. – Ela vai até o banheiro, pega um balde, enche o mesmo de água fria e volta para a sala. – Vamos brincar um pouquinho. – Ela então taca toda a água fria em Luan, que acorda assustado.

Luan: Valentina, o que foi…? – Ele vê Emília parada em sua frente com um balde nas mãos, rindo. – Você de novo?

Emília: Não está feliz em me ver, genrinho querido? – Ela é irônica.

Luan então avança em cima de Emília.

Luan: Para mim já chega, eu não aguento mais você. – Ele a puxa pelo braço e a arrasta até a porta da casa. – Não é porque a senhora é mãe da Valentina que pode ficar fazendo uma coisa dessas comigo, me humilhando.

Emília: Ah, Luan! Para de drama. – Ela se solta. – Eu tava só brincando, e te acordei apenas porque preciso de um favorzinho seu. Não precisa ficar irritadinho comigo.

Luan: Sínica, sínica, você é uma sínica, Emília. Vai embora daqui, por favor, não me faça olhar nem mais um segundo para essa tua cara nojenta.

Emília: É assim que você trata a sua sogra? Que horror.

Luan: O que você quer? Anda, fala. É só me dizer o que tu quer para me deixar em paz de uma vez por todas.

Emília: E se eu disser que quero você? Só tendo você todinho para mim, aí sim lhe deixarei em paz. – Ela o olha atentamente. – Você topa?

Luan a olha perplexo, sem palavras.

CONTINUA NO PRÓXIMO CAPÍTULO

2 comentários sobre “Dia Especial – Capítulo 5

  • Gilda ficou levemente balançada com o beijo que deu no Antony é isso mesmo produção? Será que pinta romance por ai. Bem, isso será mau para o Bismarque que está fazendo toda essa surpresa para a amada, veremos como isso irá se proceder.
    Valentina é outra que nao sabe que caminho seguir. Sua mãe lhe orienta a optar por Antony, há Denis faz ela ficar balançada sobre Luan.
    Bem que o Denis ja desconfiava, e olha só, a proposta indecente que Emília fez para o genro, a mulher querendo trair a própria filha 😮 Jesus Christian!!

    • Sim, sim. A produção confirma o fato: Gilda ficou mesmo balançada com o beijo. Mas se pinta romance ou não… você só descobrirá nos próximos capítulos.
      Concordo totalmente contigo. Bismarque não aprovará esse beijo que rolou entre Gilda e Antony.
      Valentina está parecendo uma barata tonta nessa história, esta é a verdade. Mas veremos até quando ela vai ficar indecisa.
      Dênis estava mais do que certo em desconfiar de Emília. Agora é aguardar para ver a reação de Luan.
      Obrigado por comentar, Wags! Continue acompanhando ‘Dia Especial’.

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