Dia Especial – Capítulo 3
CAPÍTULO 3
Cena 1 – Apartamento de Gilda. Morumbi. Noite.
Bismarque: Não tire conclusões precipitadas. – Ele beija a testa de Gilda. – Até logo, fique bem e espere por mim. – Ele sai do quarto sem falar mais nada.
Gilda: Bismarque, não. – Ela tenta se levantar, mas não consegue e acaba derrubando o abajur no chão. – Bismarque, você ainda está aí? Pelo amor de Deus, você não pode ter ido embora sem nem me dar um motivo para tal. – Gilda se levanta ao apalpar a parede de seu quarto. – Ai que ódio, não consigo nem ao menos ir atrás do meu noivo sozinha! – A mulher então se encosta na parede e começa a chorar compulsivamente. – Tudo isso é culpa minha, culpa minha por ter ficado cega. – Ela começa a se dar tapas no rosto. – Eu mereço, estou vendo as consequências da minha ignorância.
No elevador…
Bismarque: Senhor Amado, até agora não estou conseguindo acreditar no que eu tô fazendo. – Ele diz ao discar um número no celular. – Atende. Atende. Caixa postal. Mas que merda! Não posso deixar a Gilda sozinha, não no estado em que ela se encontra. Vou tentar de novo. – Ele disca o número mais uma vez.
Cena 2 – Cobertura de Marcos e Raí. Morumbi. Noite.
Raí: Ah, finalmente! – Diz ele com um copo de vinho na mão, sentado no sofá. – Pensei que não voltaria para casa hoje. – Ele encara Marcos.
Marcos: Mas infelizmente eu voltei. – Ele fecha a porta. – Como andam as coisas por aqui?
Raí: Iam muito bem até antes da sua chegada. – Ele se levanta. – E o seu começo de noite foi bom? Seu amante lhe deu bastante prazer?
Marcos: Não sei sobre o que você está falando. – Ele coloca as chaves na estante. – Vou tomar um banho e dormir um pouco, já que esta é a única coisa que tem de interessante nesta casa. – Ele vai para o quarto e Raí o segue.
Raí: Por que você não admite de uma vez que tem outro? – Ele fecha a porta do quarto. – Você não está mais nem aí para o nosso relacionamento, Marcos. E a única coisa que explica isto é a existência de uma outra pessoa entre nós.
Marcos: Acho que você bebeu demais. – Ele fala pegando o copo da mão do outro. – O álcool está subindo para cabeça, pois tu já tá falando asneiras.
Raí: Você pensa mesmo que me engana? – Ele gargalha alto. – Engano seu. – Raí então pega Marcos pelo braço. – Por que não tenta ser sincero e confessa tudo de uma vez?
Marcos: Meus Deus, que chatice! Raí, por que você não vai dormir? Amanhã você acorda cedo para ir trabalhar, esqueceu? – Ele se vira e começa a tirar a roupa para ir tomar banho.
Raí: Isso, foge. Tô tendo a impressão de que esta é a única coisa que você sabe fazer: fugir de mim. – Ele se joga na cama. – Mas se você pensa que eu vou ficar correndo atrás, ah, mas tu tá muito enganado.
Marcos: Chega, chega! Eu não aguento mais. – Ele se irrita. – Isso não está dando mais certo, Raí. Cada dia é um motivo novo para discutirmos, será que você não se cansa? Porque eu já tô exausto disto.
Raí: Ah, você está exausto? Acha que o corno aqui está contente com os chifres que tu vem colocando na testa dele? – Raí se levanta. – Você só pensa no seu lado, Marcos.
Marcos: Essas discussões estão servindo somente para desgastar o nosso relacionamento. Tudo entre nós está indo de mal à pior, e é até perigoso agravar ainda mais as coisas.
Raí: Então senta aqui na cama, vamos conversar. – Ele diz ao se sentar na cama. – Sejamos sinceros um com outro, pois esta pode ser uma solução para o nosso problema.
Marcos: E desde quando deixei de ser sincero com você, Raí? Me diz.
Raí começo a rir sem controle.
Raí: Você é engraçado. Muito comédia. – Ele rola na cama de tanto rir. – Tá de brincadeira com a minha cara, né? Fala a verdade.
Marcos: Tá vendo? Você está vendo como é que tu me trata, né? Parece até uma criança birrenta e mimada. – O celular de Marcos começa a tocar.
Raí: Olha lá ó! Está tocando. Não vai ir atender não? Deve ser o seu amante marcando outra transa gostosa contigo.
Marcos atende o celular.
Marcos (ao celular): Alô! – Alguém do outro lado da linha fala alguma coisa. – Bismarque? Se você está me ligando para pedir desculpas sobre hoje mais cedo saiba que…
Bismarque (ao celular): Eu saí de casa, Marcos. Vem para cá passar a noite com a Gilda. Ela vai precisar muito de você, da sua companhia.
Marcos (ao celular): O que foi que você fez com a minha irmã, Bismarque? – Ele pergunta possesso de raiva. – Se você me disser que a magoou, tu vai se ver comigo seu crápula.
Bismarque (ao celular): Você está muito bravo comigo pelo que aconteceu mais cedo, eu sei. Mas espero que tu entenda tudo isso que fiz, que estou fazendo. Pois amo demais a sua irmã.
Marcos (ao celular): Ama? Ama? Você finge que ama, Bismarque. Mas não vou ficar perdendo o meu tempo com você não. Diz logo onde a Gilda está que eu vou buscá-la.
Bismarque (ao celular): Ela está em casa. Acontece que eu resolvi sair de lá, mas não podia deixar a Gilda desamparada, por isso liguei para você.
Marcos (ao celular): Você terminou com a minha irmã? – Ele pergunta surpreso.
Bismarque (ao celular): Não é um adeus, e sim um até logo. Obrigado, Marcos! Muito obrigado. Agora eu preciso desligar. – Ele desliga e começa a chorar.
Raí: O que foi que o Bismarque aprontou? – Ele analisa a cara de Marcos. – Pela sua cara não deve ter sido coisa boa.
Marcos: Acho que o Bismarque terminou com a Gilda. – Ele fala voltando a se vestir. – Preciso ver como a minha irmã está. E pelo visto passarei a noite com ela.
Raí: Tudo bem. – Ele para na frente de Marcos. – Só não esquece que temos muito o que conversar, pois do jeito que estamos, não podemos ficar.
Marcos: O que eu mais quero é resolver isso o mais rápido possível. E se for para terminar, melhor fazermos isto agora do que nos obrigarmos a viver um relacionamento que… não está fazendo bem para nenhum de nós.
Cena 3 – Casa de Emília. Jardim Ângela. Noite.
Emília: Ai que novela ridícula! Não acredito nessas coisas de amor à primeira vista. – Ela aperta o botão do controle remoto violentamente, mudando de canal. – Nossa, não tem nada de bom passando neste horário, que chatice! – Ela desliga a tevê. – Acho que a única coisa que me resta é ir dormir, pois assistir hoje… tá difícil. – Ela escuta um barulho de chaves abrindo a porta e se assusta. – Dênis?
Dênis: Ainda está acordada? – Ele diz ao trancar a porta. – Péssima notícia para a minha pessoa. – Ele vai para a cozinha e ela vai atrás.
Emília: O que significa isso? Você nunca foi de voltar no mesmo dia para casa. Será que você pode me dizer o que está ocorrendo? Pois já vi que hoje não rendeu muito dinheiro.
Dênis: Tive que voltar cedo para casa porque amanhã tenho consulta. Só pude atender um cliente. – Ele bebe um copo de água. – Agora você já pode ir dormir em paz, tenha uma ótima noite. – Ele é sínico.
Emília: É, talvez tenha sido melhor você ter vindo para casa mesmo. – Ela faz um muxoxo. – Até porque você precisa passar no médico para ver o que está acontecendo contigo, pois assim irá satisfazer mais os nossos clientes. E isto é a única coisa que importa, já que cliente satisfeito é sinônimo de grana alta.
Dênis: Eu tenho nojo de você. – Ele joga o pouco de água que resta em seu copo na cara de Emília. – Você prometeu aos meus pais que cuidaria de mim. Mas se eles estivessem vivos, veriam que só falava aquilo da boca para fora.
Emília: Tu é um ingrato, Dênis. Um ingrato. – Ela esbraveja se secando com um pano de prato. – Devia mais é ter deixado você ir com o conselho tutelar. Seus pais já haviam morrido mesmo, não saberiam nunca se eu cumpri ou não com o prometido.
Dênis: Às vezes tento entender o porquê disso tudo. O porquê de você ter me trazido para morar contigo. Era somente para me explorar mesmo? Desde o início este sempre foi o seu plano?
Emília: Você não queria que eu te trouxesse para minha casa e te bancasse, né? – Ela gargalha alto. – Não banco nem a minha filha, quem dirá o filho dos outros.
Dênis: É, bancar a sua filha você não banca mesmo! Mas agora manipular, ah, isto é o que tu mais faz com a Valentina. Acho até que a coitada não tem vida própria, pois cada passo que dá tem de ser minuciosamente averiguado pela mamãe megera dela.
Emília: Você não sabe o que está dizendo. – Ela dá de costas.
Dênis: Vai negar que você empurrou a sua filha para cima do patrão dela? E mais, fez isto apenas para fazer com que ela se separasse do Luan, o grande amor da sua vida.
Emília congela, e então se vira em direção ao sobrinho.
Emília: Do que é que você está falando? – Ela engole seco. – Está ficando louco?
Dênis: Louca é você, que está apaixonada pelo marido da sua própria filha. – Ele se diverte ao perceber que está conseguindo deixar Emília nervosa. – Já escutei tanto papo seu com a Valentina. Nem sei como ela não percebeu isto ainda, pois saquei tudo só de escutar as conversas de vocês.
Emília: Acho que está muito tarde, tu não está falando coisa com coisa, e provavelmente alguém deve ter drogado você por aí. – Ela fica sem graça e vai para o seu quarto.
Dênis: Me engana que eu gosto, Emília. Se tu tremeu na base, é porque então as minhas suspeitas estão mais do que certas. – Ele fala para si mesmo, sorrindo. – Só assim mesmo para descobrirmos as coisas: jogando verde para colher maduro.
Cena 4 – Casa de Valentina. Jardim Ângela. Manhã.
Luan: Bom dia flor do dia! – Ele beija Valentina, que desperta com o beijo do rapaz. – Vamos levantar, preguiçosa. Tá quase na hora de ir trabalhar. – Ele pega a bandeja que está com um café da manhã reforçado e entrega para Valentina.
Valentina: É isso mesmo que eu estou vendo, meu Deus? – Ela diz esfregando os olhos. – Café da manhã na cama? – Ela sorri. – Faz tempo que você não me surpreende desta forma. – Eles se beijam.
Luan: Dizem que quem vive de passado é museu, mas tem vezes que as coisas antigas são melhores que as atuais, e não há problema algum trazê-las para o presente. – Ele entrega uma flor à mulher.
Valentina: Ótima reflexão. – Ela dá uma mordida na maçã. – Estou adorando ver a sua disposição em querer mudar.
Luan: O que a gente não faz para não perder a mulher amada? – Ele a beija. – Te amo tanto, e nunca iria me perdoar se eu te perdesse. Quero você na minha vida para todo sempre.
Valentina se engasga.
Valentina: Eu também espero o mesmo, meu amor. – Ela disfarça o fato de ter ficado sem graça. – Nem um outro homem será capaz de tomar o seu lugar no meu coração! – Ela o observa. – Deve ter sido um sacrifício para você, né? Acordar cedo para preparar isto tudo.
Luan: Você merece tudo isto e muito mais. Não se preocupe comigo, pois se você está bem, eu também estou. – Ele se levanta. – E por falar nisso, estou até pensando em sair para procurar emprego.
Valentina: Como é que é? – Ela se surpreende. – Após dois anos desempregado, você enfim procurará algo?
Luan: Está mais do que na hora, não acha? Já descansei bastante. – Ele fala aos risos.
Valentina: Nesses sete anos de casamento, nunca vi você tão determinado. Estou gostando muito de ver isso. – Ela se levanta. – Mas agora eu preciso tomar um banho.
Luan: Será que eu poderia te acompanhar?
Valentina se vira em direção ao marido.
Luan: O que foi? Não gostou da ideia?
Valentina: Muito pelo contrário. Tu não sabe o quanto eu gosto de tomar banho à dois. – Ela sorri e pula no colo de Luan. – Você é o melhor marido deste mundo!
Luan: E você tem o título de melhor esposa. – Os dois se beijam muito e começam a tirar as roupas. – Estou disposto a mudar, e fazer de você a mulher mais feliz deste universo! – Já pelados, ambos vão para o banheiro e fecham a porta.
Cena 5 – Casa de Antony. Chácara Santo Antônio. Manhã.
Antony (ao celular): Raí, meu amigo, quanto tempo! Você tá podendo falar agora?
Raí (ao celular): Bem rapidinho, pois daqui a pouco começa as minhas consultas. Mas e aí, como você está? E as férias, como andam?
Antony (ao celular): Acho que estou bem. Dentro do possível eu diria. – Ele dá um sorriso sem graça.
Raí (ao celular): Tudo bem mesmo? – Ele desconfia. – Estou sentindo que você está meio estranho, digo, a voz.
Antony (ao celular): Você me conhece melhor do que ninguém, não é? – Ele sorri. – Estou precisando desabafar um pouco, e creio que por telefone não seja o melhor meio.
Raí (ao celular): Gostaria de me encontrar mais tarde? Assim podemos bater um papo legal.
Antony (ao celular): Se não for incomodar. Podemos nos encontrar naquele restaurante que tem aqui perto de casa.
Raí (ao celular): Para mim está tudo ótimo. Te ligo quando eu estiver saindo daqui. Tudo bem?
Antony (ao celular): Raí, muito obrigado por tudo! Você é muito mais do que um amigo para mim, é como se fosse um irmão mais novo.
Raí (ao celular): Também te considero pra caramba, Antony! Uma pena que seja hétero. – Ele brinca.
Antony (ao celular): Engraçadinho. – Ele gargalha. – Por falar nisso, como anda o seu namoro com o Marcos?
Raí (ao celular): Acho que também gostaria de falar sobre isso pessoalmente. – Ele sorri. – E aproveita enquanto pode, pois as suas férias estão quase acabando. Logo, logo, estará aqui no hospital novamente.
Antony (ao celular): Nem me fala. Se bem que eu não vejo a hora de voltar a fazer aquilo que tanto gosto.
Raí (ao celular): Agora quem precisa de férias sou eu. – Ele finge um choro. – Tenho que desligar, meu amigo. Já está na minha hora.
Antony (ao celular): Tudo bem. Até mais tarde então. Beijos. – Ambos desligam os celulares. – Só o Raí pode me nortear, me dizer o que devo fazer nesta situação complicada em que me encontro. – Ele fala para si mesmo, parecendo estar agoniado.
Thales: Pai? – Ele bate na porta do quarto de Antony ao entrar. – Como estou?
Antony: Um verdadeiro galã de novela! – Ele fala com um belo sorriso no rosto. – Não é à toa que você é meu filho.
Thales: Não vejo a hora de ver a reação da professora Gilda. Acho que ela vai gostar bastante do que estamos aprontando.
Antony: Você acha? Pois eu tenho é certeza, ela vai amar. – Ele beija a cabeça de Thales. – Você viu se a Valentina já chegou? Preciso dispensar os serviços dela por hoje.
Thales: Não sei se ela chegou não, mas creio que sim. Qualquer coisa a gente deixa um bilhete para ela. Agora vamos logo porque não podemos nos atrasar.
Antony: Calma aí apressadinho! – Ele diz, contendo a ansiedade do filho. – Deixa eu me perfumar um pouco.
Cena 6 – Apartamento de Gilda. Morumbi. Manhã.
Marcos: Eu sinceramente não estou acreditando até agora que o Bismarque foi capaz de te abandonar desta forma. – Ele fala ao colocar um pouco de suco em seu copo. – Sério. Por mais que ele tenha me ofendido, e o conceito dele tenha caído comigo, nunca imaginei que fosse chegar a tanto.
Gilda: Naquela hora eu tive a certeza daquilo que você me disse. Sobre o Bismarque ter mudado. – Ela fala com a voz abalada. – Ele foi tão duro comigo, não respondia as minhas perguntas, me deixou falando sozinha. Coisa que o antigo Bismarque nunca faria.
Marcos: E esse papo dele? Você não caiu, né? – Ele dá uma mordida em seu pão. – Não vai ficar esperando por aquele crápula.
Gilda: Claro que não! Se ele acha que sou idiota, ele está muito enganado. Aquela história de “quero um tempo”, ah, por favor! O Bismarque terminou comigo e não teve coragem de dizer isso na minha cara. Quero mais é que ele se exploda.
Marcos: Fica assim não, irmãzinha. Nas nossas filas de pretendentes, sai um e vem dez. – Ele brinca e faz Gilda sorrir.
Gilda: Só se for na sua, porque agora que estou cega ninguém me quer mais. Quem vai querer uma inútil?
Marcos: Ei, não fala assim. Você ficou cega, mas continua linda e carismática. Que homem resiste a isso?
Gilda: Quer saber de uma coisa, Marcos? Tô tão carente ultimamente que o primeiro ser que me beijar na boca terá todo o meu amor. Que seja um cachorro, um inseto, ou qualquer outro ser vivo.
Marcos: Nossa, que garota radical essa minha irmã. – Ele sorri. – Tão dramática quanto o Raí.
Gilda: Por falar no Raí, ele veio aqui ontem, antes de o Bismarque chegar. – O silêncio paira na mesa do café da manhã. – Você teve mesmo coragem de trair ele?
Marcos: Eu sinceramente não gostaria de falar sobre isso, Gilda. Os momentos decisivos da minha relação com o Raí estão marcados para mais tarde.
Gilda: Observa bem o que você está fazendo, viu? Pode estar facilitando para que o amor da sua vida vá embora. E aí, pode ser que não tenha volta.
Marcos: Oh, não vamos estragar o café da manhã! Até porque essa é a refeição mais importante do dia. Então, please.
Gilda: Da minha parte você não vai escutar mais nem um “a”. Cansei dessa sua cabeça dura.
Marcos: Você sempre fala isso, e sempre volta atrás. Enfim, o que vamos fazer hoje? – Ele tenta dar uma animada na conversa deles.
Gilda: Ué, como assim o que vamos fazer? Se esqueceu que ontem recebi uma ligação da escola pedindo que eu voltasse lá para assinar uma papelada que ficou pendente?
Marcos: Nossa, tinha esquecido totalmente. E você nem para me lembrar! – Ele toma o seu suco em um gole só, olhando o relógio em seu pulso.
Gilda: Pensei que você fosse mais prestativo, meu irmão. Até porque nem para olhar as horas eu sirvo, mas tenho a impressão de que estamos muito atrasados.
Marcos: E bota atrasados nisso. – Ele se levanta. – Vamos logo antes que nos atrasemos ainda mais.
Cena 7 – Buffet Le Gousto. Paulista. Manhã.
Bismarque: Meu Deus! Acho que nem irei almoçar mais hoje. Esses canapés estão divinos. – Ele fala com a boca cheia. – Comi um melhor do que o outro, daqui a pouco vou querer todos.
Ailton: Fico feliz que esteja gostando. Não quer experimentar os doces? Modéstia à parte, são uns melhores que os outros também.
Bismarque: Uhm! Pode me trazer então. Vamos aproveitar enquanto ainda há espaço na minha barriga. – Ambos gargalham. – De dez buffets que entrei, o seu foi o melhor até agora.
Ailton: Ficarei agradecido se não for procurar por outro quando sair daqui. – Ele diz ao pegar os doces e colocar na mesa em que Bismarque está sentado.
Bismarque: Vou experimentar este azulzinho aqui primeiro. – Ele pega o doce e o prova. – Que delícia! – Ele revira fecha os olhos, satisfeito. – Não temos mais nada para conversar, Ailton. Contratarei o seu buffet para servir a minha festa de casamento.
Ailton: E a noiva? Onde é que se encontra? É até normal quando se vai casar o homem não querer participar das degustações nos buffets, agora a mulher? Essa para mim é nova. Pois sempre fazem questão de estarem presentes em tudo.
Bismarque fica meio triste e começa a se lembrar da discussão que teve com Gilda.
[FLASHBACK]
Gilda: Como assim, não temos mais o que conversar? – Ela se assusta.
Bismarque: Está mais do que na cara de que precisamos de um tempo para nós. Precisamos pensar um pouco melhor sobre a nossa relação, sobre essa nova fase de nossas vidas.
Gilda: Acontece que não é uma fase, eu ficarei cega para sempre.
Bismarque: Gilda, eu preciso de um tempo longe de você. – Ele fala com certo nervosismo na voz. Bismarque então se levanta. – Acho que é o melhor que temos a fazer no momento. – Ele chora, mas não deixa que a mulher perceba.
Gilda: Bismarque o que é que você está fazendo?
O homem pega uma mala dentro do guarda-roupa e começa a tacar suas roupas dentro.
Gilda: Bismarque, por favor, me responda enquanto eu falo com você. – Ela se desespera. – Você está terminando comigo, é isso?
Bismarque: Não é um término, Gilda. – Ele fecha a mala após ter colocado nela tudo o que necessita. – Não é um término. É apenas um afastamento necessário para que eu possa digerir todo esse turbilhão.
Gilda: E por que você não pode ter esse tempo aqui? Dentro da nossa casa. Temos um quarto de hóspedes, não me incomodo que você fique lá por um tempo.
Bismarque: Gilda, não. – Tudo fica em silêncio por alguns instantes. – Estou saindo de casa, vai ser melhor assim. A distância será essencial neste momento.
Gilda: Isso não tem nexo. A não ser que… você tem outra, é isso? – Ela espera por uma resposta, mas não a obtém. – Bismarque, seja sincero comigo. Você pretende voltar para casa? Ou será que é o nosso fim e você não tá tendo coragem de dizer isto na minha cara? – Ela chora. – Você não vai mais voltar, não é? A sua partida é definitiva.
Bismarque a olha, já com a mala feita.
Gilda: ANDA, FALA ALGUMA COISA! Se é que tu tem coragem para tanto.
Bismarque: Não tire conclusões precipitadas. – Ele beija a testa de Gilda. – Até logo, fique bem e espere por mim. – Ele sai do quarto sem falar mais nada.
[FIM DO FLASHBACK]
Bismarque: Acontece que estou fazendo uma surpresa! – Ele conta, radiante. – Ela nem faz ideia de que a pedirei em casamento. – Ele termina de comer o doce. – Estou preparando tudo, desde a decoração do sítio até ao que será servido na festa depois da cerimônia.
Ailton: Que loucura! Então ela não sabe que irá se casar?
Bismarque: Não. Casar é o maior sonho dela, sem falar que tem de ser em um sítio. – Ele sorri. – E eu realizarei esse sonho dela com louvor. A única participação da minha futura esposa será na escolha do vestido e dizer sim para o meu pedido de casamento.
Ailton: E se ela disser que não quer se casar contigo?
Bismarque: Eu sinceramente não tinha pensado nesta possibilidade. – Ele fala baixo, assustado. – E se a Gilda não quiser mais casar comigo depois de tudo que eu disse a ela? – Ele pergunta a si mesmo aflito.
Marcos e sua relação com Raí está mais pra baixo do que pra cima, mas pelo visto ele gostou dos SERVIÇOS do Denis, esse por sua vez nunca dá certo com a tia Emília, até eu fiquei curioso sobre esse fato dela ser afim do genro, será gente 😮 ?
Gilda e Bismarque chegaram ao fim 🙁 epa espera, ele está planejando uma surpresa pra ela, é isso mesmo produção? Por essa eu não esperava. Como Gilda reagirá a isso?
Valentina, parece que a vida resolveu se complicar para o seu lado, agora que Luan resolveu mudar o rumo da sua vida acho que ela vai ficar ainda mais confusa de o deixa pelo Antony ou não, que situação!
Gente, nem eu estou botando mais fé no relacionamento de Marcos e Raí. Acho que o casal acabará se separando em breve. O que possibilitará a ficada de Dênis na vida de Marcos ou não kkkkk
Será que a Emília gosta do Luan? Deve ser coisa da cabeça do Dênis, pois ela só sabe brigar com o genro kk
Viu só? Não falei que ele tinha uma justificativa para aquela atitude? Ele quer somente fazer uma surpresa à ela. Resta saber qual será a reação da nossa mocinha.
Valentina terá que escolher entre um e outro. Ela não pode ficar em cima do muro. Caso contrário, a web perde o sentido, já que fala sobre escolhas e ela se recusa a fazer a dela u.u
Muito obrigado pelo comentário, Wags, continue acompanhando Dia Especial.