Séries de Web
Corujas sem Asas

Corujas Sem Asas |Episódio 1×13


“Corujas Sem Asas”

uma web-série de Pedro Paulo Gondim

1ª Temporada || Episódio 13

“A Revelação”

EPISÓDIO MEGA ESPECIAL! 

——————————————————————————–

Aeroporto, portão de desembarque [Manhã].

Ana: (abraçando-o) Oi meu amor!

Pedro: (beijando ela) Tava com tanta saudade!

Ana: Estou feliz que está aqui. Saiba que ontem consegui emprego.

Pedro: Parabéns! Mas, e aí, o que fez?

Ana: Cheguei faz uns dias, não são muita coisa não é?

Pedro: Eu também. Lá em São Paulo só estava trabalhando, e tal.

Ana: Por que você não se muda de vez pra cá! Vi que estão fazendo um concurso para gerencia, que é seu ramo.

Pedro: E onde é?

Na padaria, o clima é de muita agitação entre as pessoas. O cheiro de pães se mistura com o das pessoas aflitas.

Antônio: Tem certeza que essa é a melhor solução?

Heitor: Claro! Disse que o papai queria deixar a empresa em suas mãos. Pois aí está. Você será o novo dono da empresa, enquanto o candidato ideal será o novo gerente da empresa.

Antônio: Mas é lógico que você será o vice-diretor.

Heitor admite que sempre errou na vida e aceita o cargo, deixando Antônio mais que feliz. Depois de várias entrevistas…

Antônio: Entre!

Pedro: (fechando a porta) Bom dia!

Antônio: Pode se sentar.

Depois de um tempo, Pedro sai da sala e Heitor entra.

Heitor: O que achou?

Antônio: Pedro é um ótimo candidato. Seu currículo, seu jeito de falar. Ele tem um poder de gerencia muito maior do que se espera. Suas ideias expansionistas, deixam qualquer um querendo mais.

Heitor: Então está bem. Vamos dar o prazo de um mês para ele. Se der certo, estaremos deixando a empresa em boas mãos.

Antônio: Concordo. Ah! Esqueci de comentar. Ontem uma mulher foi fazer entrevista para ser a cozinheira da casa.

Heitor: Já que estou indo pra lá, talvez eu encontre com ela.

Antônio: Não poderia, pois ela começa amanhã. Me disse que hoje chegaria um parente seu e teria que recebê-lo.

Casa de Sophia. Sala de estar/porta de entrada [Tarde]

Sophia: (abrindo a porta) Hey! Que bom te ver!

Arthur: (ele a cumprimenta sério) Também é bom de ver.

Sophia: (estranhando, mas, sorridente) Bem, aceita uma xícara de café?

Arthur: Não seria muito incômodo?

Sophia: Ah, não! De maneira nenhuma! Queira entrar.

Cozinha/mesa de jantar [Tarde]

Arthur: (sentado; coloca açúcar no café; ele bebe um pouco; coloca sobre a mesa) O que te vim dizer hoje é algo que… Sinto na obrigação de te dizer.

Sophia: (curiosa e séria) Pare com esse suspense que me mata!

(Arthur narrando enquanto “mostra as cenas”): Heitor e eu “encobrimos” Bernardo esse tempo todo. Heitor fazia parte de uma gangue de traficantes muito famosa aqui em Campo Grande (MS). Nunca, ninguém da família dele soube de seu envolvimento com esse tipo. Nunca foi de agredir pessoas, pois achava isso totalmente incerto, o que acho que é raro nesses casos de… Tráfico e consumo de drogas. Na verdade, nós não nos conhecemos no colegial, e sim nas ruas. Eu… Fugi de casa junto com Bernardo, que sempre foi meu amigo desde a infância. Numa noite de Sexta do ano de 2011, Bernardo e eu fazíamos exatamente 6 anos que fugimos. Minha mãe era agressiva comigo, e sempre me batia. Meu pai morreu quando eu nasci. O pai de Bernardo vivia culpando Bernardo por ser a “maior desgraça de sua vida”. A mãe dele morreu em um acidente de carro um dia antes de nós escaparmos desses brutos.

Casa de Gilda. Sala de estar/porta da frente [Tarde].

Gilda: (olhar entristecido) Isso é muito deprimente minha netinha!

Camila: (mesma expressão) Pois é, vovó. Rodolfo, o irmão de Rodrigo, meu namorado, morreu, e já está tudo pago para eu ir  por um tempo.

Gilda: Fique tranquila. Ligarei para Sophia e deixarei o recado. (abraçando-a) Pelo menos, não vou ficar tão só. Sophia virá esta noite com um amigo dela.

Camila: (dá-lhe um beijo no rosto) Te ligarei quando chegar lá!

Gilda: Adeus minha querida!

Camila pega suas malas. Ela acena com a mão esquerda e se vai.

Casa de Sophia. Cozinha/mesa de jantar [Tarde]

[Continuação] (Arthur narrando e cenas sendo “mostradas”): Naquela noite de Sexta de 2011, Bernardo e eu passávamos em um beco, quando alguns marginais acharam que tínhamos algo de valor. Bernardo já tinha 15 anos, mas agiu feito uma criança: chorou e esperneou no chão. Eu já completara meus 19 anos, e sabia como lidar um pouco mais com “aquele tipo”. Justamente quando eles iam nos bater, eis que surge Heitor nos defendendo. Ele fugiu junto com a gente daquela gangue, e disse que queria um remédio definitivo para por fim no consumo às drogas, principalmente a que ele mais “amava”! Desde então, consumimos bebidas alcoólicas e fumamos cigarro, para “anestesiar” esse maldito vício. Se não fizermos isso… Já viu, né? Mas foi numa dessas tentativas de “amenizar”, que “complicamos” a sua querida vida, Sophia.

Na casa dos Barny… [Tarde]

Heitor: (abrindo a porta de um porão) Como vai querida?

A cena mostra Mariana amarrada, junto a baratas e ratos. O susto passou dos limites, e Heitor jurou vingança.

Mariana: (gritando) SOCORRO!

Heitor: Cale a boca sua desgraçada! (ele desce uma escada de poucos degraus) Ninguém vai te ouvir! Meu irmão pensa que te soltamos ontem, mas eu nunca deixarei.

Mariana: Por favor! Eu faço o que você quiser!

Heitor: Mesmo? Bem, mas eu não faço a preço de banana aquilo que quero como joia importada. E…

Ele percebe sinais de vômito no chão. Olha aquilo com bastante espanto.

Heitor: O que está havendo com você?

Mariana: (cara de enjoo) Sei lá! Tenho sentido um mal estar, algo como se estivesse apertando meu ventre e…

Heitor: (com tom de voz ameaçador) Você sabe muito bem que não gosto de brincadeiras! Diga-me, você pode estar…

Mariana: (derrama uma lágrima pelo olho esquerdo) Grávida? Sim! E o único pai pode ser você!

Heitor: (gritando) Como não vou saber se este progênito é meu, de meu irmão ou até mesmo… de meu pai?

Antônio grita por Heitor, que sai correndo do porão, e age discretamente.

Antônio: (cara de dúvida) Onde estava?

Heitor: (com medo) Eu… Estava… No…

Antônio: Ai! Não importa! Precisamos voltar para a empresa. Já é hora de avisar aos funcionários, sobre o novo gerente da padaria.

No porão, Mariana pensa consigo mesma. Chorosa, ela sente uma dor nas costas, e tenta tirar a camisa. Quando consegue, asas enormes surgem de suas costas.

Mariana: (lembrando-se assustada) Asas… Heitor! Agora eu sei. Quando estava fazendo… aquilo, com o filho de Guilherme, vi algo como se fossem… asas! Estranhei a razão de serem pequenas, e então me assustei a ponto de não lembrar a cena. O mais esquisito, é que agora que eu pensei direito… (ela se amedronta consigo mesma) Será que eu posso ser… irmã de Heitor?

Casa de Sophia. Cozinha/mesa de jantar [Tarde]

[Continuação] (Arthur narrando): Bernardo, Heitor e eu fomos à boate que geralmente frequentamos. Lá, Bernardo conheceu Gustavo. Ele apresentou a Bernardo um amigo, mas nessa hora pelo que Bernardo me contou, antes de ficar chapado, que Gustavo teve que voltar para casa, pois sua mãe estava passando mal. Bernardo e o garoto, que eu queria saber quem é, ficaram bêbados. Bernardo disse a Heitor que iria com seu novo amigo a um lugar, mas não nos revelou o mesmo. Mais tarde, Heitor recebeu uma ligação de Bernardo e me contou o que houve. Quando chegamos a um motel, Heitor entrou correndo no quarto e abraçou Bernardo. Eu fui para o banheiro lavar o rosto, mas sem querer deixei a porta aberta. Uma velhinha que passava por ali viu somente Heitor com uma garrafa de bebida alcoólica numa mão, e na outra, uma faca cheia de sangue. Bernardo tinha esfaqueado o garoto, pois disse que ele “estava agarrando minha mulher”, o que você sabe que não é verdade, pois ele não tinha namorada, e é homossexual. Essa velhinha confundiu Bernardo com uma mulher, em que ele estava desmaiado no chão pelo excesso de adrenalina. Tentei correr atrás dela, mas não consegui, e olha que a diferença de idade óssea é bastante longa, né? Essa velhinha denunciou Heitor, pois o conhecia, e era neto de sua falecida melhor amiga Elisângela Santos do Carmo, mãe de Guilherme Barny Santos de Vaz, pai de Heitor Barny Johan Santos.

Sophia: Bem, e… Quem seria essa bondosa ou maldosa velhinha?

Arthur: (segurando as mãos dela) Para sua infelicidade, foi uma senhora chamada Gilda Marcílio de Azevedo Filha, sua avó!

Com a notícia, Sophia sente uma forte tontura e desmaia.

Casa dos Barny. 2º andar/Quartos. Quarto de Antônio [Noite/Chuva]

Em sua cama, Antônio pensa se fez a escolha certa para a empresa, enquanto os trovões e relâmpagos “fazem a festa” nas nuvens.

Flash back: Padaria [Tarde – por volta das 17h]

Antônio: (usando um microfone) Boa tarde! Estou aqui para anunciar o mais novo gerente da padaria, o Sr. Pedro Branco!

Pedro fica super feliz com a notícia e vai até sua casa.

Casa de Pedro. Cozinha [Tarde/Pingos de chuva caindo]

Pedro: (dando um beijo nela) Tenho uma novidade bombástica pra te contar!

Ana: (curiosa) E o que seria?

Pedro: (com um grande sorriso) Sou o novo gerente da padaria!

Eles se abraçam e se beijam super contentes.

Atualmente: Casa de Sophia. Quarto de Sophia [Noite/Chuva forte]

Sophia: (acordando) Ai! Minha cabeça… Ah! (ela se assusta quando se vira para o outro lado de sua cama) Arthur! Você me espantou! Por que você me contou todas aquelas coisas?

Arthur: (sentado na beirada da cama) Sabe… (ele pega as mãos dela) quem deveria ter dançado com você aquela noite na festa da redação? Eu! Pois eu te amo!

Sophia: (ela se levanta rapidamente da cama) Você quer me deixar louca?!

Sophia sai correndo de casa. Arthur a segue. Ela tropeça e, naquela chuva forte, fica todinha ensopada. Ela engatinha um pouco chorando de dor, mas não consegue ir tão longe. Arthur a acha.

Arthur: (ajudando-a a se levantar) Por favor, Sophia! Pare de fugir e aceite que você precisa ser amada uma vez na vida!

Sophia começa a chorar novamente e abraça-o muito forte. Arthur e Sophia totalmente molhados se beijam naquela linda noite chuvosa do mês de agosto. Sophia vai à casa de sua avó. A garota decide ser o mais direto possível.

Gilda: Sua cara de aflição está me deixando preocupada. O que houve?

Sophia: Por que não me contou sobre o caso de Heitor Barny?

Gilda: (disfarçando) Do que está falando, Sophia?

Sophia: Não se faça de sonsa vovó! Sabe muito bem que eu falo de sua “suspeita” de ter visto alguém ter sido esfaqueado!

Belas paisagens noturnas são mostradas no México, levando até um apartamento na Cidade do México. Lá, mostra uma mulher tentando se inspirar para fazer canções. Um homem abre a porta da casa.

Rodrigo Cândido Luzzy: (24 anos, branco, peso baixo-alto) Mamãe, a senhora já trabalhou demais no show.

Josyane Luzzy: (41 anos, negra, peso médio-alto) Não estou cansada filho! Aliás, que dia que Mariana chega?

Rodrigo: Talvez amanhã, não consegui me comunicar com ela. Minha namorada, Camila, também vai chegar amanhã!

Josyane: Ai filho! (faz um expressão de dor) Mesmo seu irmão vindo a falecer, eu…

Rodrigo: (ele senta no sofá [branco] da sala junto à mãe) Acalme-se. Sei que é uma notícia triste. Estou até um pouco abalado, mas você sabe…

Josyane: (um pouco nervosa) É lógico, Rodrigo! Ele é adotado, ou melhor, era, e você sempre o tratou como se fosse um objeto.

Rodrigo: Mas saiba que…

Josyane: (sendo direta) Não! Já sei que iria falar que eu o amava mais que a você. E está certo. Rodolfo sempre foi meu filho predileto. Uma pena que ele nunca soube que… não era realmente desta família. Nunca tive coragem de contar.

Rodrigo: (se levanta rapidamente; olhar perverso) É claro que ele sabe! Ou melhor, soube. Contei pra ele no dia em que fez 18 anos.

Josyane: Quando Mariana chegar conversaremos melhor sobre o assunto.

Rodrigo fica curioso e pergunta a mãe o porquê de ter adotado um filho, se já tinha ele, e Mariana.

Josyane: Bem… (sendo mais que direta) Nunca gostei de nenhum dos dois. Sempre foram os desgostos da família Luzzy. Agora, com licença, vou ir até o 20º andar conversar com Sebastian, seu querido tio.

Casa de Gilda. Sala de estar [Madrugada/Chuva].

Gilda: Você sabe muito bem que nunca me atreveria a contar mentiras!

Sophia: Pois contou! E uma bem suja! O que te deu pra acusar a pessoa errada?

Gilda: (chorando um pouco) Olhe minha neta, denunciei o que vi! Um homem com uma garrafa de cerveja na mão, uma faca cheia de sangue em outra, e um corpo em uma cama. Parece até filme de ficção, mas é realidade!

Sophia: O que os olhos veem, a coração não sente. Saiba que o melhor amigo, do cara que matou essa pessoa, me disse que você está totalmente equivocada!

Gilda: Reconheci Heitor Barny, por ser neto de minha falecida melhor amiga. Se não fosse…

Sophia: Heitor estava ajudando um amigo. Bernardo Kons, meu colega de trabalho, é um dos melhores amigos dele, e Heitor só quis ajudar. Bernardo, sim, matou seu “namorado” enquanto estava bêbado!

Gilda se conforma com os atos e admite que errou feio. Elas se abraçam e se reconciliam como as boas amigas que sempre foram. Sophia dorme, pensando em Arthur.

Gilda sonha com a cena que viu do garoto sendo morto. Arthur sonha com Sophia beijando seus lábios. Bernardo e Gustavo dormem de conchinha, sonhando um com o outro.

Uma boa noite pra vocês gente! Continua…

Pedro Paulo Gondim

Acompanhe também:
Twitter

Deixe um comentário

Séries de Web