Corujas Sem Asas |Episódio 1×05
“Corujas Sem Asas”
uma web-série de Pedro Paulo Gondim
1ª Temporada || Episódio 05
“Lembranças”
NOS EPISÓDIOS ANTERIORES…
Heitor fecha a porta de sua casa, sem nada entender, mas reflete um pouco mais sobre si.
Heitor: Não tenho nada a esconder. Nunca matei ninguém. Essa jornalista está completamente equivocada.
[…]
Heitor: (cheirando o pescoço dela) Tu tá tão gostosa hoje. Quer fazer um “lepo lepo” comigo ali no canto?
Mariana: Só se for agora!
[…]
Letícia: (espantada) O que é isso? (olhando mais de perto) É… uma coruja! Mas isso é muito estranho. Nunca vi esses animais na cidade, e quando vejo… (ela pega o animal cuidadosamente) É uma coruja sem asas!
[…]
Bernardo: Mas… corujas? Não vemos estes animais por aqui faz… pelo menos um ano.
Sophia: E a volta delas desestabilizou o ambiente inteiro.
[…]
Antônio: Que novidade seria?
Mariana: Nenhuma, além de Heitor ser um safado, e querer transar comigo quando estava bêbado. Somente assim pra gente se ver.
Antônio: Por quê? Vocês não tem uma grande amizade?
Mariana: INIMIZADE você quer dizer!
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Guilherme visita Letícia no hospital.
Guilherme: Olá! Como está?
Letícia: Mais ou menos. Ainda estou mal.
Guilherme: Sei que somos amigos, além de nem parecer, mas pode me contar. O que aconteceu?
Letícia: Corujas. As corujas voltaram para a cidade, mas não voltaram de um jeito normal.
Guilherme: (curioso) O que você quer dizer com isso?
Letícia: Uma espécie nova, diferente. CORUJAS SEM ASAS! Elas são fofas, mas ao mesmo tempo, assustadoras. Pode ser que signifique que algo de ruim, está prestes a acontecer.
Guilherme: Isso é fascinante! Se o governo e cientistas descobrirem a causa desse acidente, a cidade vai virar museu.
Letícia: Pois é! Guarde esse segredo, Gui. Te peço por favor. Seria algo completamente inusitado.
Guilherme: Vou ir até a padaria fazer mais algumas coisas. Me ligue ou fale com Antônio. Ele está visitando Heitor.
Letícia: O que aconteceu com ele?
Guilherme: Não fui visitá-lo ainda. Mas logo, vou saber!
Ele sai com um belo sorriso no rosto. No quarto de Heitor, ele acorda e vê Mariana sentada em uma poltrona ao lado da maca.
Heitor: (surpreso) Não te esperava ver aqui!
Mariana: Agora que somos namorados, o que custa eu lhe amparar?
Heitor: (mais surpreso ainda) NAMORADOS?
Mariana: Não se lembra? Você me chamava de cachorra, de vadia, louca e escalavrou minha… Depois fomos pra boate novamente, comemos um sanduíche na lanchonete da frente, onde você falou que me amava mais que tudo nessa vida. Assim falou “Beijo, me liga!” e saiu.
Heitor não esconde a verdade e se dispõe a se abrir.
Heitor: Sei que quando fomos namorados, te traí, mas juro que… sempre te amei. Até mesmo na hora de nossas brigas, me segurava pra falar “Eu te amo”.
Mariana vai até Heitor, e o beija intensamente, que retribui o ato. Em outra área do hospital, Sophia consegue se levantar da cama e ir até o quarto onde Vanessa está.
Sophia: (abraçando a irmã) Vanessa! Estava tão preocupada. Tentei vir o mais cedo possível para te ver.
Vanessa: Também digo o mesmo. Aliás, tocando no assunto, essas corujas malditas. Sou tão pequena e olha o que fizeram comigo.
Sophia: (rindo) Você fica engraçada, com essa cara de criança carente e abatida.
Vanessa se lembra de detalhes que chamam a atenção de Sophia.
Vanessa: Se lembra de que viramos para o lado contrário às corujas?
Sophia: Acho que sim. Por quê?
Vanessa: Olhei para o chão, e nele, estavam crescendo plantas. Pareciam mais, trevos.
Sophia: Claro, pois o asfalto é infértil para crescer outros tipos! Acho que elas só estão tentando, talvez, reorganizar o nosso ecossistema. Já viu as notícias absurdas sobre queimadas e erosões?
Vanessa: Os olhos verdes das corujas não enganam ninguém. Elas querem um líder, ou ser ele mesmo, sobre nós.
2 dias depois…
Na redação de jornalismo, o clima é de festa! Balões, enfeites, pipoca e algodão-doce, e muita fartura, comemoram o aniversário do dono da empresa.
Sophia: Eu sou tão magrinha! Hoje vou engordar uns 20 quilos.
Bernardo: (sorrindo) Mas vai continuar um arraso! Ainda bem que te deram alta!
Arthur: (tentando paquerá-la) Você está uma gata, como sempre.
Sophia, tímida, ri sobre o comentário de Arthur.
Continua…