Corujas Sem Asas |Episódio 1×04
“Corujas Sem Asas”
uma web-série de Pedro Paulo Gondim
1ª Temporada || Episódio 04
“Visitantes”
Na praça, Letícia, Sophia e Vanessa procuram mais corujas em arbustos e debaixo de rochas, mas nada. Até que ouvem um som de pássaro.
Letícia: Devemos estar perto do ninho.
Sophia: (amedrontada) Eu não tenho a mínima ideia do que estamos fazendo.
Vanessa consegue achar! Mas não só uma, mas mais de 50 corujas sem asas. Todas se impressionam.
As garotas, ao mesmo tempo espantadas, felizes, e amedrontadas, olham fixamente para as pobres corujas sem asas.
Sophia: Isso é incrível! Como algo assim pode se reproduzir? Como elas não viraram alimento? Mistério…
Vanessa: Só sei que eu quero ter uma!
Sophia: (séria) Vai sonhando, mocinha!
As corujas têm olhos marrons, mas, de repente, eles ficam verdes.
Letícia: (com medo) Vamos embora daqui, gente?
Vanessa: (suando) Acho que é hora de dar no pé!
As corujas piam fortemente e algo estranho acontece. O asfalto começa a ceder, fazendo um grande buraco. As três, que estavam perto das corujas, desmaiam instantaneamente.
Assim… São 7h da manhã. Ela brilha com os raios de sol. No hospital da cidade, Antônio espera aflito por notícias de seu irmão.
Antônio: Por que eu larguei de meu irmão ontem? Foi tudo minha culpa! Minha culpa! Como eu…
Guilherme chega ao hospital o mais rápido que pode.
Guilherme: Filho! (os dois se abraçam forte) Como está seu irmão?
Antônio: Mal! E a culpa é minha.
Guilherme: A culpa é dele mesmo filho. Você sabe por que ele está aqui?
Antônio: Nem perguntei!
Guilherme: Deixa que eu faça isso.
Ele vai até a recepção e conversa com a recepcionista.
Atendente: O que o senhor deseja?
Guilherme: Sou pai de Heitor Barny. Ele está internado aqui neste hospital.
Atendente: Deve ter sido horrível o acidente.
Guilherme: Você sabe a causa?
Atendente: Não posso te informar nada, mas os médicos que estão cuidando dele, disseram que a qualquer momento, ele pode acordar.
Meia hora depois, ambulâncias trazem mais três pessoas. Letícia, Sophia e Vanessa. Nessa hora, Heitor também acorda, e a família recebe a notícia. Guilherme sorri.
Guilherme: Pode ir primeiro, filho.
Antônio: (abraçando o pai) Obrigado!
Ele entra no quarto onde está seu irmão. Heitor abre um pequeno sorriso no rosto. Antônio fecha a porta.
Antônio: Eu fiquei tão preocupado, maninho. Por que tinha que beber ontem?
Heitor: Mas, depois de encontrar Mariana, não bebi mais nada! Saí com ela pra aquela lanchonete, a gente conversou, e eu estava indo embora pra casa.
Antônio: Mas, o que aconteceu depois?
Heitor: Estava passando de frente a praça, avistei duas mulheres e uma menina. Ouvi um barulho estranho, e quando as vi desmaiarem, também desmaiei, foi quando meu pé acelerou o carro, o fazendo bater numa árvore.
No hospital, Sophia recebe a visita de Arthur e de Bernardo.
Sophia: Olá rapazes! Como estão?
Bernardo: Acho que bem. Você nos deu um susto!
Arthur: Quando ligaram pra equipe de redação, todos rezaram por você!
Sophia: (sorridente) Que gesto carinhoso, gente. A culpa deve ter sido das corujas.
Bernardo: Mas… corujas? Não vemos estes animais por aqui faz… pelo menos um ano.
Sophia: E a volta delas desestabilizou o ambiente inteiro.
Mariana faz uma visita ao quarto onde Heitor está.
Mariana: (abraçando-o cinicamente) Que bom te ver Antônio!
Antônio: Também é bom ver você.
Mariana: (olhando para Heitor, que está dormindo) O que seu irmão aprontou dessa vez?
Antônio: Disse que seu acidente foi por causa de corujas.
Mariana: (rindo) Justamente corujas! Vou te contar uma coisinha de seu irmão.
Antônio: (curioso) Que novidade seria?
Mariana: Nenhuma, além de Heitor ser um safado, e querer transar comigo quando estava bêbado. Somente assim pra gente se ver.
Antônio: (estranhando) Por quê? Vocês não tem uma grande amizade?
Mariana: (debochando) INIMIZADE você quer dizer!
Continua…