Corujas Sem Asas 2×12 – Os Originais
“Corujas Sem Asas”
uma web-série de Pedro Paulo Gondim
2ª temporada || Episódio 12
“Os Originais
Participação especial de Alice Truyrafra, Coraline Truyrafra, Enzzo Truyrafra, Gilda Truyrafra, Lucas Truyrafra, Manuela Truyrafra, Miguel Truyrafra, Rafael Truyrafra e Thiago Voybodinna.
Aeroporto Internacional de Campo Grande (MS). [Manhã].
Ybanô: [firme] Prestem atenção! Os hanisionativos ficarão parados aqui, na calçada, esperando seus responsáveis, os quais irão chegar em mais ou menos um minuto.
Sophia: [fecha os punhos] Nós já fomos sequestrados. Por que não poderíamos sequestrar outras pessoas também? Vamos lá!
Heitor: [sorrindo; sussurrando] Além de linda ela é corajosa. [Mariana o olha friamente] O que foi agora, “demônio da escadaria”?
Mariana: [curiosa; arruma seu cabelo para trás] Por que “da escadaria”?
Heitor: [enraivecido] Porque eu queria complementar com algo que não fosse tão óbvio, como “da Terra” ou “de asas”. Não sei como elas te escolheram!
Mariana: [bate seu cabelo no rosto dele] Pois não é questão de escolha e sim de genética, do querer do “amor” aqui da Terra. [ela sorri falsamente] Passe bem!
Vinícius: [dá batidinhas no ombro dele] Não fique assim, Heitor. Sei que nos conhecemos pouco, mas vejo que não tem más intenções. Você quer somente o bem de sua família e dos próximos. [sorri] Sua personalidade marca o que você é. Se você já foi mal algum dia, há um porquê. Mas espero que, de todo modo, saiba sair dessa situação chata. Não conheço bem as mulheres, mas vejo que terei muitas batalhas com elas.
Heitor: [sorri] Você é também é um baixinho legal. Amei te conhecer! Já quer virar meu friend? [eles riem] Esse sim é meu verdadeiro eu. Algo estava me impedindo de ser quem eu era e sou agora novamente.
Laura: [acalorada] E tomara que a gente consiga descobrir o que estava nos afetando!
Estados Unidos, Nova York. Ilha Irmãos do Norte. [Manhã].
Uma nave em forma de disco desce do céu. A terra se esvai fortemente com a força do vento que a nave faz ao atingir o solo. Quando uma das portas de aço se levanta, uma fumaça branca inicia seu processo de saída junto à Naklada, Comansavá, Ximirica, vários nuilloppahs e várias corujas negras, conhecidas como “anti-asas”.
Naklada está com um vestido azul-ciano, o qual possui penas negras nos ombros como grandes asas afiadas e calça sapatos de salto alto grosso. Comansavá vem com roupas de couro e botas pretas em estilo coturno. Ximirica, com seu velho terno. Os nuilloppahs como vieram ao mundo. As anti-asas, no mesmo estilo dos “azulados”.
Ximirica: [olhando para uma construção] O que é… “aqui”?
Comansavá: [caminhando] Pelo que eu pesquisei, estamos na “North Brother Island”. Aqui funcionava um hospital que tratava de doenças contagiosas daqui da Terra. Mas não foi um surto de doença que causou o abandono da ilha. Na verdade, houve um grande incêndio numa embarcação onde morreram muitíssimos terráqueos.
Naklada: [fazendo pose] E é aqui onde iremos encontrar Thiago Voybodinna.
nuilloppah Chefe: [fazendo cara feia] E quem é esse animal?
Naklada: [dando-lhe um tabefe] Cale-se, bicho estúpido. Estou falando de um dos maiores feiticeiros deste planeta. Ele é como eu era, só que mais sábio.
Ximirica: [inclina a cabeça] Tipo aquele homem que está nos olhando do topo desse lugar, que acho ser uma casa abandonada?
Todos olham para aquele homem. Ele sorri e lhes chama para subirem. Ximirica manda as corujas irem à frente.
Uma aparência de 60 anos não cai mal para um homem de 97 anos, com barba longa e branca, marcas de idade avançada, olhos verdes-oliva, calvo, usando um longo pano branco e grosso, como o dos guardiões, junto a uma corda amarrada em sua cintura. Sua dentição não é das melhores, o que talvez justifique seu colar de dentes que usa no pescoço, o qual tem na ponta uma serendibite.
Aeroporto Internacional de Campo Grande (MS). [Manhã].
Os quatro hanisionativos ficam na calçada do aeroporto, de frente ao estacionamento. Eles não estão muito distantes, o que facilita o trabalho dos guardiões.
Sophia, Rodrigo, Heitor e Laura usam o poder de invisibilidade, os quais tiveram conhecimento enquanto estavam em Hanisined no decorrer desses dois meses. Os guardiões lançam raios das mãos, que não saem fortes e com uma coloração alaranjada, mas, atingindo os quatro alvos, Ybanô, os guardiões e hanisionativos desaparecem do local.
Estados Unidos, Nova York. Ilha Irmãos do Norte. [Manhã].
Thiago: [faz reverência] Sejam bem vindos a minha humilde casa.
Naklada: [sorri; faz reverência] Obrigada, Thiago. Aliás, sua língua é um encanto.
Thiago: [feliz] É bom ter uma apreciadora da língua inglesa aqui comigo. Mas, então… Quem são vocês?
Todos se apresentam, incluindo os nuilloppahs e as corujas negras, as quais o feiticeiro quase tem um troço.
Ximirica: Por que vive aqui neste ermo? Não seria melhor viver no continente?
Thiago: [caminha] Ah, nem sempre. Aliás, vejo que estão com algum problema. [ele mostra as mãos aos presentes] Hum… Hanisined! Já ouvi falar desse lugar. Vocês procuram então… [olha para o príncipe] Seus pensamentos sobre comida estão atrapalhando minha concentração. Pense mais baixo!
Comansavá: [surpreso] Nossa, desculpa!
Thiago: [eleva as mãos ao alto] Sim, tenho o que vocês procuram. [com um simples estralo, um pergaminho cai do teto] Aqui está! [entrega-o à Ximirica] É um caminho bem rápido e divertido, vocês vão gostar.
Naklada: [olha para o pergaminho; depois para o feiticeiro] Por que nos deu isso se nós só queremos destruir o planeta?
Thiago: [feliz] Sou uma pessoa um pouco equilibrada, mas gosto de vinganças. Se vocês conseguirem, o preço será a morte do futuro de vocês!
N. Chefe: [espantado] O Futuro de Hanisined está aqui na Terra?
Ximirica: Sim, foi antes da briga entre as magias. Aquelas vadias vão acabar por acabar com a minha magia! [olha para Thiago] Sabe, meu nome real é Eslowhÿ. Trabalhava para o Futuro como seu ajudante. Quando Sombra chegou lá e o tirou de seu posto, ela me “jogou fora” e arranjou um novo. Ainda tinha minha magia, mas algo estava controlando a todos de Hanisined.
Comansavá: [coça sua barba; anda e para] Porém ainda tenho algumas dúvidas. Por que nós, feiticeiros, sabemos as “novidades” antes de todos e por que não funciona aqui?
Naklada: [fazendo gestos com as mãos] Bem, a primeira resposta é que nós somos um pouco mais desenvolvidos mentalmente que humanos comuns.
N. Chefe: [aproximando-se] E sobre a segunda?
Thiago: [sorrindo] Essa é simples: Suas magias continuam presas! Enquanto a Sombra ou a Luz de Hanisined não estiverem livres, vocês continuam sem poderes. Mas vejo que suas corujas, Ximirica, ainda podem ter magia. Um pouco, mas possuem. [faz uma cara fria] Aliás, elas me dão um pouco de medo!
Ximirica: Não se preocupe. [ele ri] São inofensivas. Isso, enquanto eu não mandar!
Thiago: Aliás… [se aproxima de uma delas; toca-lhe a cabeça] Posso sentir que não são espécies clonadas por magia universalitílica ou são da própria fauna hanisinediana. Elas são exatamente o quê?
Ximirica: [ditoso] Ah, me lembro como se fosse ontem. O rei Guikoltra havia decretado a região para as corujas sem asas viverem. Eu, como feiticeiro, queria a magia universalítica delas pra mim. Eu consegui raptar uma. Cortei bem na jugular dela com uma faca bem afiada! [ele ri] Peguei o coração dela e injetei magia negra. Então, o ritual precisava de outra coruja. Esta foi difícil de ser pega, entretanto ninguém conseguia escapar. Fiz a “sem asas” adormecer e troquei o coração dela pelo de magia das trevas. O resultado é esse que você está vendo! Tive que pegar mais duas para haver a primeira reprodução, mesmo assim foi um sucesso. Elas são negras, sem nenhuma capacidade de bondade, são onívoras, “sem asas”, têm olhos avermelhados, dentinhos, garras maiores do que as corujas convencionais, além de serem ótimas de briga!
N. Chefe: [abobalhado] São mesmo, eu até tinha uma!
Ximirica: [zangado] E pensa que eu não sabia? Quase te matei, mas você sua pequena tropa de 100 nuilloppahs junto às minhas 500 corujas negras, as quais eu apelidei de “anti-asas”, pois são as maiores inimigas das “sem asas”, vai ajudar à mim e a todos nós conseguirmos a Sombra de volta.
Naklada: [faz reverência novamente] Muito obrigado por nos acudir. Apesar disso… para onde é que vamos achar Sombra?
Thiago: Se olharem o pergaminho, a capital da bota lhe dirá o caminho.
N.Chefe: [confuso] “Capital da Bota”? Isso é na França?
Comansavá: Quase isso, caro nuilloppah. Estamos indo visitar as terras europeias da Terra, mas é mais abaixo da França. A imagem da bota! Pelo que pesquisei, lá ocorriam amplos massacres numa grande arena. Iremos à Roma pessoal!
Há vários anos atrás na Terra…
Campo Grande (MS). Fazenda dos Pomares. [Tarde]
Do céu, uma nave parecida com a “B.O.L.A.” pousa sobre uma plantação de milho da Fazenda dos Pomares, no interior de Campo Grande. Menor do que a citada, da nave “B.O.L.L. IV” saem os vários adultos quase ingênuos, sendo comandadas por umas 1.000 corujas sem asas.
Todos estão com o mesmo traje: um grande pano grosso e branco, cada um com uma cinta amarrada em volta da cintura em cores diferentes.
Os irmãos gêmeos de 25 anos, Enzzo e Lucas, vão à frente a rumo à principal casa da fazenda. Eles têm peso médio, mostrando seus corpos pouco atléticos, estatura média-alta, olhos castanho-escuros, cabelos de tamanho médio-curto e “bagunçados”.
Alice, de 22 anos, tem estatura média-baixa, peso médio-alto, olhos azul-esmeralda, cabelos longos, lisos e ruivos. Coraline é também irmã gêmea de Manuela, as quais têm 24 anos. Seus cabelos curtos, pretos e encaracolados dão destaque a seus olhos cinza-claros, suas orelhas meio pontudas, peso médio-baixo e estatura média-alta.
Miguel, de 21 anos, tem cabelos médio-longos, lisos e loiros, estatura média-alta, corpo bastante atlético, olhos verde-água e nariz empinado.
Rafael, de 26 anos, tem estatura alta-baixa, peso baixo-alto, cabelos castanho-claros e olhos laranja-claros.
Por último, a única conhecida, Gilda, avó de Sophia, com 23 anos, de cabelos médio-curtos, levemente ondulados, loiros, estatura média-alta, peso médio-baixo, olhos castanho-claros e um sorriso ardente.
As corujas disseram que iriam se afastar do local para evitar surpresas. Então, todas as 1.000 corujas sem asas entraram na densa mata, esperando um sinal de um dos guardiões para que pudessem voltar. Contudo, não era previsto a vinda de quatro caçadores pela floresta.
Caçador 01: [sorrindo] Estão vendo aquilo? São… corujas!
Caçador 02: Acho que vamos ganhar uma boa grana com a venda delas. Ei você!
Caçador 03: [aproximando-se] Pode mandar!
Caçador 02: Chame os outros. Tem muitas aqui, não iremos conseguir em pouca quantidade.
Caçador 04: [intrigado] Mas isso é muito estranho. Por que elas estariam no chão?
Caçador 01: Parece que são… [ele ri] corujas “sem asas”. Isso triplicaria nossa grana!
Caçador 04: [feliz] Seremos ricos!
Então, vários caçadores vieram com suas redes e armadilhas. Nenhum animal escapou. Em instantes, vieram chamá-las, mas sem respostas, todos começaram a desesperar-se.
Acrescentando informações, as “sem asas”, possuindo magia universalitílica, podem sim controlar o amor, mas, como são seres de luz, não há ódio nelas, apenas um modo de defesa momentânea.
Um mês depois, vários guardiões já haviam se desfocado da principal missão, mas ainda continuavam em Campo Grande. O amor da Terra é mais forte que o de Hanisined. O amor e o ódio só perdem apenas para a universalitílica, a mais poderosa magia do infinito.
Sendo assim, em um ano, Enzzo, Alice e Manuela já haviam se casado. Um ponto importante, se você já notou, é que os guardiões têm magia de luz. Ela é facilmente controlada pelo amor ou ódio. Isso são “energias” maiores que Luz e Sombra, algo quase incontrolável pela mente.
Desta maneira um pouco simples, pode se explicar o que houve entre Lucas e Coraline, os quais se “apaixonaram” e estão namorando. Rafael tentou se aproximar de Gilda, mas, por alguma razão, ela conseguiu conter-se mais que os outros guardiões e o dispensou, casando-se logo após dois anos com Miguel, o qual ela não resistiu dar uma oportunidade.
Não sendo irmãos de sangue, com exceções entre Enzzo, Lucas, Manuela e Coraline, eles seguiram seu rumo mundo à fora.
Dezoito anos se passaram até que Ybanô veio totalmente desesperado ao planeta. Sua primeira parada é em São Paulo, a qual estava crescendo cada vez mais. Chegando numa casa simples de muro bege-claro, ele toca a campainha.
Enzzo: [abraça-o] Que bom te ver! Como adivinhou que hoje estaríamos fazendo uma reunião familiar? As notícias correm.
Ybanô: [curioso] Reunião? Eu não sabia. Vim aqui para ajudar as corujas!
Enzzo: [desmunheca] Elas devem estar bem. Não se preocupe. Vamos, entre! Hoje é aniversário de casamento de Lucas e Coraline.
Ybanô fica surpreendentemente pasmo. Sua boca semiaberta revela um terror profundo em sua alma.
Ele entra e vê Lucas e Coraline beijando-se e abraçando um jovem e ao lado dele uma adulta, também filha dos dois.
Gilda está com uma adolescente ao seu lado, sua filha. Miguel conversa com ela e pergunta a Gilda se viu o outro filho deles.
Andando mais um pouco, Ybanô tromba com Rafael, o qual lhe apresenta sua esposa e sua filha.
Em mais um pouco, ele sorri para Manuela, a qual apresenta seu filho de 18 anos.
Enzzo aproxima-se do feiticeiro e lhe apresenta sua filha, a qual também é adulta, assim como o filho de Alice, o qual bagunça o cabelo de Ybanô, lhe deixando constrangido.
Na sala da casa, Ybanô senta-se numa poltrona e ainda assim fica assustado. Todos estranham.
Alice: O que há com você? [ela tomba a cabeça]
Coraline: [preocupada] Está doente… alguma doença grave?
Enzzo: [animando-o] Vamos, levante-se! Explique o que tem!
Gilda: [empurrando a todos] Não estão vendo que ele está sem ar?
Lucas: [sorrindo] Ybanô, gostou dos nomes que demos aos nossos filhos? Assim eles poderiam encaixar na sociedade mais facilmente! Mudamos também os sobrenomes.
Manuela: É sério! [sacode-o] O que há?
Miguel: [lhe entrega um copo d’água] Beba, parece com sede. [Ybanô bebe apressadamente e lhe devolve o copo vazio]
Rafael: Pelo menos já sabemos o que ele tinha: sede!
O feiticeiro olha no fundo dos olhos de cada um dos guardiões. Ele percebe uma alma perdida e sem fluxo, vagando por um corpo quase inválido.
Ybanô: [olhando-os friamente] Fiquei severamente desesperançado com todos vocês!
Antes de ir, ele diz a todos que terão o que merecem. Mesmo não sendo culpa deles, o amor poderia ser controlado, mas somente se quisessem.
Ele se vira, arranca uma pena gigante das asas de Miguel, o mais próximo.
Ybanô: [sorrindo] Desejo-lhes sorte. E a vocês também, jovens, que serão a próxima geração. Os “filhos dos guardiões”, ou melhor, descendentes!
O feiticeiro esfrega a pena em seus lábios e desaparece de lá numa nuvem branca.
Na próxima Terça…
Um episódio especial!
Muitas dúvidas surgiram…
para poucas serem respondidas.
Então, no próximo episódio…
Um momento inesquecível…
Surpresas emocionantes…
Curiosidades inquietantes…
Justificando o que ficou pendente.
Ybanô: O futuro da Terra está em jogo!
Corujas Sem Asas – 2×13 “Alguns Pontos” – Terça – 18h – no SdW!