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Noite Adentro

Continuação do Cpt seis 🔫👝

CAPÍTULO SEIS
PARTE II

Dona Luana- (Voice Over. Conversa por telefone com Adamastor) No cemitério de novo? Não quer ir num shopping? Parque? Avenida Paulista?
Adamastor- Não quero deixar rastros… E um cemitério é mais que perfeito!

CENA DEZ. CEMITÉRIO CAMPO GRANDE. EXT. DIA.
EM MEIOS ÀS LÁPIDES DECRÉPITAS, UM PLANO DE MORTE É FORJADO.
Dona Luana- Eu me sinto bem aqui, e isso é estranho!
Adamastor- Sim! É muito estranho! As pessoas, com medo da finitude, fogem desse lugar… Fogem da única certeza quem têm da vida, a morte… (Olha pra umas rosas) Este morreu há pouco, umas duas ou três semanas atrás… (Cheira a coroa de flores) Não queria ter morrido. Agora é carbono
Dona Luana- Você está me assustando, sabia?
Adamastor- Li um poema de Augusto dos Anjos, desculpe. E o que a senhora descobriu sobre Carol?
Dona Luana- Que ela vai sim visitar a mãe quarta que vem, a hora que eu nã…/
Adamastor- Eu sei, às dez horas e depois, ela almoça num pé sujo porta de cemitério
Dona Luana- Eca! Que nojo! Devem usar cadáveres frescos pros pratos feitos do dia. Que nojo!
Adamastor- E Margot?
Dona Luana- Ela vai se instalar num flat, não sei aonde… Acho que na Vila Madalena
Adamastor- Bairro de viados!
Dona Luana- Está tudo certo?
Adamastor- Está sim… Talvez eu converse com a Margot
Dona Luana- Perfeito! Agora vamos embora, esse lugar está me dando calafrios!

CENA ONZE. CASA DE ADILSON. INT. DIA. QUARTO DO CASAL.
ANA E ADILSON DISCUTEM FEIO.
Adilson- Agora que a velha foi embora, podemos ter uma… (Vê uma pequena poça no chão) Que isso? Urina?! Quem fez isso? A velha Chica?
Ana- (chora) Não tente nada… Por favor!
Adilson- Está com medo? Eu não vou fazer nada com ninguém aqui! Já estou fodido e mal pago, pra que quero fazer mais algo? Pra que me foder mais? (Passa a mão no armário, o abre o tira a bolsa bege de lá) Eu tenho uma surpresa pra você, meu bem!
Ana- (se urina de medo) Eu… Eu…
Adilson- (alisando a bolsa) Eu? Eu? O que você acha que eu tenho nessa porra de…/
Ana- (finge sentir contrações. Se joga no chão) MEU BEBÊ! MEU BEBÊ!
Adilson- (não sabe muito bem o que faz, se solta a mala ou acode Ana) Porra! Foda-se, vai ser aqui e agora! (Abre a mala e não vê o revolver) CADE?! CADE ESSA…/
Ana- (o golpeia na cabeça com o abajur do criado-mudo) SEU PORRA! (Foge)
Adilson- (corre atrás, agarrando-a) VEM CÁ! SUA VAGABUNDA! (Segura seu braço) ONDE ESTÁ ESSA PORRA DE ARMA?! ME DIZ!
Ana- (rapidamente, solta um dos braços, agarra um caco de vidro e corta a testa de Adilson) ME LARGA SEU DOENTE!
Adilson- (a solta. Chora de dor) AHHH! PORRA!
Ana- (se levanta. Com raiva, o chuta várias vezes na barriga e nas regiões íntimas) SEU MERDA! Cade a PORRA do seu AMANTE?! VAI TOMAR NO CÚ! Só é macho na cama? (Cospe no rosto de Adilson) Desgraçado! Seu porra! (Adilson desmaia) Seu desgraçado! (Chora) Seu porra!

CENAS DE CIDADE DE SÃO PAULO

Ana- (Voz Over) Pode ficar despreocupada comigo, Dona Chica! Estou no meu flat e logo mais vou tomar um bom banho! Me ligue caso ele atente contra a senhora ou alguém mais… Antes de ir embora, fiz um curativo no rosto dele. Quero o pai do meu filho vivo! Mas não o quero por perto, não por enquanto… Ok… Adeus, obrigada por tudo! Tchau!

Adamastor- (Voz Over) E Margot?
Dona Luana- Ela vai se instalar num flat, não sei aonde… Acho que na Vila Madalena
Adamastor- Bairro de viados!

CENAS DE SÃO PAULO
CENAS DO SOL SE PONDO AOS POUCOS NA CAPITAL PAULISTA
CENAS DA VIDA NOTURNA DA VILA MADALENA

CENA DOZE. RESTAURANTE DO BECO. INT. DIA.
VÁRIAS PESSOAS SE REÚNEM NO RESTAURANTE PARA TOMAR UM CHOPE E CONVERSAR COM AMIGOS. UMA BANDA TOCA JAZZ AO VIVO. ANA ESTÁ EM UM AMERICAN BAR TOMANDO UM CHOPPE. MARGOT CHEGA E PUXA CONVERSA.
Garçom- Mais um?
Ana- Por favor! Tudo pra esquecer da vida! (Suspira)
Margot- (entra em cena) Um Whisky! Com gelo extra!
Ana- Deus! Não me fale em Whisky!
Garçom- (lhe entrega um chope) Chopinho no grau!
Margot- Então vou querer uma caipirinha de saquê!
Garçom- Pra já! (Sai de cena)
Ana- (toma uma grande golada de chope) Desculpe por ter me intrometido na bebida alheia
Margot- Tudo bem, pode ficar tranquila! Já estou acostumada com esse calor quase invasivo daqui
Ana- Ah…
Margot- No bom sentido, claro!
Ana- Então você é de onde?
Garçom- Sua caipirinha!
Margot- Grata! (Beberica) Umh! Perfeito! Então, sou da Inglaterra
Ana- (surpresa) Nossa! Que legal! Eu tinha um amigo de faculdade nascido em Londres!
Margot- Na verdade, nasci nos Estados Unidos. Meu pai é de Londres mesmo, já eu nasci na Filadélfia… Com uns treze anos, fui morar em Londres com meus pais
Ana- Nossa, mas seu português é ótimo!
Margot- Fiz faculdade em Portugal. Administração
Ana- Que legal! E você está aqui a trabalho?
Margot- Amor! Durante a faculdade, conheci o homem da minha vida! Estou aqui correndo atrás dele aqui
Ana- Ah! (Toma outra grande golada de chope) Eu, o contrário… Descobri podres do meu marido, ele queria que eu abortasse o meu filho
Margot- Deus!
Ana- E… E a coisa foi feia, muito feia!
Margot- Imagino
Ana- E agora, vou me separar
Margot- Vai criar seu filho só?
Ana- Não, vou criar meu filho com o pai do meu ex… Meu sogro, Agenor Santiago
Margot- Menos mal, né?! Família faz toda a diferença
Ana- Sim! E Seu Agenor é uma pessoa boa, íntegra e muito mal compreendida… Sabe, ele errou no passado mas ele quer se tornar alguém melhor! Eu e ele vamos montar uma família!
Margot- (pega nas mãos de Ana) Nós duas merecemos muito a felicidade!
Ana- Sim! (Se abraçam. Ana chora) Desculpa por… Por chorar
Margot- Fica fria!
Ana- Eu aqui, desabafando e eu nem te disse meu nome… Sou Ana
Margot- Margot Mary Wendice! (Apertam suas mãos)
Ana- Belo nome! E então, conta mais sobre esse seu amor
Margot- Ah, ele é lindo e… (Ficam conversando)

CENAS DA NOITE PAULISTA

CENA TREZE. PRESÍDIO DE SANTANA. INT. NOITE. CELA DE AGENOR.
AGENOR ESTÁ DEITADO EM SUA CAMA. ELE VÊ UM RATO PASSANDO AO SEU LADO, AGARRANDO-O.
Agenor- (acaricia o rato) Que belo ratinho! Lindo, lindo! Vou te chamar de Ana! Ana, a rata! (Ana tenta escapar) O que? Por que está tenta… Opa! Quase escapou! Quase! (Passa Ana no rosto) Que pelos macios, Ana! Tem tomado banho com o que? Vamos, amor… Pode dizer! Me responda! Vamos! Pode me responder! (Aperta Ana) Vamos, sua vagabunda! Responda! (Aperta Ana, matando-a) Sua puta! Merda! (Taca a Ana na parede) Sua idiota! Rata idiota! (Pega os restos mortais de Ana) Não diga depois que eu não tentei te amar! Agora, o cortejo fúnebre! Onde será que vou colocar o cadáver de Ana? (Pega um saquinho plástico) Vou colocar Ana nesse saquinho e… (A enrola no saquinho e joga-a na privada) E dar a descarga! (Empurra a descarga) Tchau, Ana! Vai pro Tietê, vai! (Faz o Sinal da Cruz) Verme maldita! Amém…

CENAS DOS DIAS PASSANDO

18/12/2015

Dona Luana- (Voz Over. Ao telefone com Margot) Alô? Margot?
Margot- Que foi? Quem é…?
Dona Luana- Luana… Dona Lua…/
Margot- Ah, sim… Mom de Zé Robert… Pode falar
Dona Luana- É hoje. É hoje que… Que o Adamas…/
Margot- Eu sei, eu sei… Não dormi por causa disso. E se formos pegas?
Dona Luana- Não seremos, tenho certeza! Fica tranquila!
Margot- Só o Whisky pra me deixar calma…
Dona Luana- Então beba e fique fria! Logo mais Zé, você, dois filhos e um cachorro
Margot- Não quero ter filho e sou alérgica a cachorros!
Dona Luana- Logo mais voc…/
Margot- Mas agradeço a ligação…
Dona Luana- Até mais…/ (Desliga na cara de Dona Luana) Que vadia!

CENA QUATORZE. CASA DE DONA LUANA. INT. DIA. COZINHA.
ZÉ ROBERTO PREPARA O CAFÉ DA MANHÃ. DONA LUANA ESTÁ APREENSIVA. CAROL ESTÁ TRITONHA.
Zé- (observa sua mãe) Nossa, mãe… Que cara péssima!
Dona Luana- Não dormi direito
Zé- Estava falando com quem?
Dona Luana- Com a Cida… Ela queria saber um negócio da novela. Fofocas de novelas
Zé- Sei
Carol- Bom dia
Zé- Oi, amor! (A beija) Nossa, que cara é essa? As duas hoje estão um caco!
Carol- (senta-se à mesa) Eu tive um sonho ruim… Pesadelo, na verdade! Mas vou ficar melhor depois que visitar mamãe! Vou comprar um buquê de rosas brancas pra enfeitar sua lápide
Dona Luana- (chora) Meu Deus!
Zé- Que foi?
Dona Luana- É… Nada, nada não… Eu só achei bonito esse negócio das rosas
Carol- Vou indo!
Zé- Não vai tomar o café?
Carol- Não… (Ao se levantar, Dona Luana agarra seu braço)
Dona Luana- Esper… Espera… (Um momento de silêncio)
Carol- Estou esquecendo de algo?
Dona Luana- (solta o braço de Carol) Não, não está
Zé- A senhora tá com uma cara de preocupação
Carol- Não precisa se preocupar comigo, assim que eu sair do cemitério, eu como algo num restaurante perto… Um prato feito
Dona Luana- Ah, sim… Prato feito é… É sempre bom!
Carol- Tchau… (Sai de cena)
Dona Luana- (apreensiva) Deus!!

CENA QUINZE. APARTAMENTO DE FERNANDA E JANA. INT. DIA. QUARTO.
FERNANDA SE TROCA. VAI ACOMPANHAR ANA ATÉ O PRESÍDIO DE SANTANA. AGENOR SAI DA PRISÃO.
Jana- (ao celular) Também não sei!
Fernanda- Fala com quem?
Jana- (tapa o fone do celular) Com meu pai… (Ao celular novamente) Tá, falo com você depois… Decide e me liga… (Desliga o celular)
Fernanda- (ri) Nossa, quanto drama!
Jana- Muito! Meu pai não é nada decidido! Ele não sabe se vai visitar mamãe no cemitério ou não… Jesus!
Fernanda- Eu vou acompanhar Ana até a penitenciária
Jana- Vai até uma penitenciária?
Fernanda- Calma… Pesquisei antes. Lá não tem problema nenhum
Jana- Tome cuidado! E tome cuidado com aquele Agenor
Fernanda- Ana me garantiu que o sogro está mudado
Jana- É sempre bom ter um pé atrás! Olha lá!
Fernanda- Igual o caso daquele Adamastor. Caso Agenor apronte, volta pra prisão ou coisa pior
Jana- Nunca se sabe… Esse Agenor aí é um louco! Ex-viciado…
Fernanda- (verifica o celular) Tô indo…
Jana- (se beijam) Tchau… (Fernanda sai de cena. Jana volta ao celular) Alô?! Oi, papi…

CENAS DA CIDADE DE OSASCO

CENA DEZESSEIS. CASA DE JUAREZ. INT. DIA. SALA DE ESTAR.
JUAREZ CONVERSA COM JANA. ESTÃO PENSANDO EM IR ATÉ O CEMITÉRIO.
Juarez- (ao celular) …então filha, que tal irmos pro cemitério? Lembrei que sua irmã vai hoje!
Jana- (Voz Over) Pode ser! Eu passo aí pra te pegar?
Juarez- Eu vou de Cptm, pode ser?
Jana- Pode sim
Juarez- Perfeito!
Jana- E o Adamastor? Tem rondado você?
Juarez- Não! Claro que não… Graças a Deus! E vocês?
Jana- Também não
Juarez- Ótimo! Creio que Carol também não… Ok… Tchau, até daqui a pouco…

CENAS DA CIDADE DE SÃO PAULO

Dário- (Voz Over) Eu não quero que vocês dois se encontrem mais! (Espanca o filho) Você me entendeu?
César- Si-sim… (Chora)
Clara- Calma, Dário!
Dário- E a culpa é sua desse moleque ser viado! A culpa é sua! (Bate na mulher)
César- Não bate na…/ (Leva um soco na cara)
Dário- Imaginem se descobrem que o meu filho é gay! Namorado da filha do meu chefe! Seus porras! César, você vai viajar com a Roberta pra bem longe! Pra muito longe! Mas, antes de qualquer coisa, quero que você marque um encontro com aquele sujo… Só que eu vou no seu lugar. Tenho que dar uma lição naquele vagabundo!
César- (chorando) O que você vai fazer com o Adilson?
Dário- Pouco importa, você já estará bem longe…

CENAS DA CIDADE DE SÃO PAULO
CALANDO A IMENSIDÃO PAULISTA, UMA IGREJA EVANGÉLICA CANTA PRA DEUS

CENA DEZESSETE. IGREJA EVANGÉLICA CRISTO PAZ. INT. DIA.
UM CORO COMPOSTO DE HOMENS E MULHERES ENSAIAM ALGUMAS MÚSICAS PARA O CULTO DA NOITE. ADILSON CHEGA NA IGREJA PEDINDO AJUDA.
Pastor Gildo- Vocês estão cantando muito bem, irmãos e irmãs! (Ouvem uns gritos)
Lorena- Que gritos são esses?
Pastor Gildo- Deve ser um desses bêbados, pedintes de rua… Vamos todos cant…/
Adilson- (entra na igreja aos berros e prantos) Me ajude, Senhor! Me ajude! (Se ajoelha aos pés de Gildo) Eu pequei e agora ele quer me bater! Por favor…
Pastor Gildo- (acolhe Adilson) Calma, amigo… O que aconteceu?
Adilson- Eu…. Eu pequei! Pequei feio! Eu quero que você tire o pecado de mim e ajude a reconquistar a minha mulher! (Chora muito)
Lorena- (ao coral) Gente, a aula vai dar uma pausa de quinze minutos…/
Pastor Gildo- Amanhã continuamos
Lorena- Podem ir… Desculpem… (Todos do coral vão embora)
Lorena- E agora?
Pastor Gildo- Ele desmaiou! Deve estar com a pressão baixa. Prepara uma solução de água e sal pra ele pra quando ele acordar! Rápido! Vou coloca-lo lá dentro… O que será que aconteceu pra estar tão desesperado?
Lorena- Algo muito ruim! Até de arrepiei! Tá repreendido em nome de Jesus!

CENA DEZOITO. PRESÍDIO DE SANTANA. EXT. DIA.
AGENOR SAI DA PRISÃO. A LUZ DO SOL OFUSCA SEUS OLHOS. AO VER ANA, CORRE PARA ABRAÇA-LA.
Agenor- (abraçando-a) Meu Deus! (Chora) Enfim a liberdade!
Ana- (chora. Emocionada) Graças a Deus você tá aqui com a gente! Ah! Esqueci de apresentar… Essa é Fernanda, uma grande amiga!
Agenor- (abraça Fernanda) Muito obrigado por estar aqui! Estou tremendo!
Ana- É alegria! Vamos formar a família mais feliz do mundo!
Fernanda- Tenho certeza disso!
Agenor- E Adilson?
Ana- Ah… O Adilson… Não sei dele, depois que saí de casa nunca mais nos falamos
Agenor- Poxa! O meu amorzinho não veio! Tudo bem, eu entendo! Ainda está emburrado comigo!
Ana- Ele vai ver quão bom e de Deus você é!
Agenor- Só Ele sabe o quanto eu sofri e sofro por causa da rejeição que sofro de Adilson! O que eu mais quero é dar um abraço apertadíssimo no meu menino! Quase esmaga-lo! Como um ratinho! (Riem)
Ana- Tomara que Deus toque seu coração e o faça mudar de idéia! Eu não consigo imaginar um filho que odeia o pai!
Agenor- E o pior, sem motivos! (Para e repensa) Na verdade, motivos tem…/
Ana- Mas você já pagou por todos! Regenerou-se! E agora, merece uma segunda chance!
Agenor- Exato! Mereço sim! A segunda chance virá com o meu pequeno neto!
Ana- Seu filho! Esse menino é o nosso filho! (Abraça Agenor)

CENA DEZENOVE. IGREJA EVANGÉLICA CRISTO PAZ. INT. DIA. SALA DE REUNIÕES.
ADILSON, AGORA ACORDADO, CONVERSA COM PASTOR GILDO E LORENA.
Lorena- Mais água?
Adilson- Por favor!
Pastor Gildo- Se quiser, pode falar… Somos todo ouvidos!
Adilson- (toma uma grande golada de água) Ah… É complicado. E muito demorado…
Pastor Gildo- Estamos sem pressa
Lorena- Estou na Santa calma!
Adilson- São duas histórias… Vou tentar resumi-las. A primeira é sobre o meu pai. Ele sempre foi um péssimo pai, sempre abusou de mim quando eu era criança… E foi o assassino de minha mãe
Lorena- Deus!
Adilson- Saiu até no jornal na época da desgraça toda… Agora, cinco anos depois, ele vai sair da prisão
Pastor Gildo- E você está nervoso
Adilson- Não estaria se a minha mulher não estivesse atrás dele. Querendo construir uma família com ele
Lorena- Deus!
Adilson- E é aí que entra a segunda história… (Suspira. Toma outra grande golada de água) Eu sei que vocês são evangélicos e…/
Gildo- (pega na mão de Adilson) Aqui, sou só um amigo! Não sou pastor nada… Pode falar o que quiser
Lorena- Sem julgamentos
Adilson- Eu sou gay… E eu traia a minha mulher com um outro cara… (Chora) Ela ficou sabendo e agora, pra me provocar… (Suspira)
Gildo- Pra te provocar, procurou seu pai
Adilson- E tem outra… O pai desse rapaz, o Dário, me procurou e… (Chora) Me espancou! Disse que eu tinha que tomar jeito… (Recosta nos ombros de Gildo)
Gildo- Calma, meu amigo. Eu sei que tudo isso é… (Lorena aponta para o braço de Adilson, com cicatrizes recentes e sangue pisado) Vamos te ajudar
Lorena- Pode contar conosco sempre!

CENAS DE SÃO PAULO

Carol- (Voz Over) Eu tive um sonho ruim… Pesadelo, na verdade! Mas vou ficar melhor depois que visitar mamãe! Vou comprar um buquê de rosas brancas pra enfeitar sua lápide

CENA VINTE. CEMITÉRIO CENTRAL. EXT. DIA.
JUAREZ E JANA CHEGAM NO CEMITÉRIO. OS DOIS PROCURAM CAROL, QUE VISITA A LÁPIDE DE SUA MÃE.
Juarez- Carol? Atende?
Jana- (mexe no celular) Ué! Eu falei com ela ainda hoje… Há uns quarenta minutos… Eu falei que estávamos vindo também. Ela disse que estava usando rosa…
Juarez- Meu Deus! (Atordoado, corre até a lápide de sua esposa) CAROL!
Jana- Que foi? (Vê o corpo da irmã no chão) CAROL?! CAROL! (Se debruça sobre o corpo) Minha irmã!
Juarez- (chora) Minha filha! CAROL! (Desmaia)
Jana- (abraça o corpo da irmã) SOCORRO! (Chorando desesperada) SOCORRO! SOCORRO! (Imagem escurece)

Carol-(Voz Over) Eu te amo! Te amo muito! Quero passar a vida inteira contigo!

FIM DE CAPÍTULO

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