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Coisas da Vida

Coisas da Vida 2º Capitulo

2º Capitulo

CENA 01 – APARTAMENTO DA ELLER – QUARTO – INT. – MADRUGADA

Música: Justin Timberlake – Sexy Back

Gaby era o nome da mulher que Edigar viu ontem perto do banheiro no bar, após muita conversa, mãos bobas, beijos e abraços, ele conseguiu a levar pra cama. Os dois estavam assim, coladinhos, já fazia muitas horas, e parecia que o fogo dos dois nunca acabava.
Os dois conversando. No entanto, o momento é interrompido quando se escuta o ruído da porta do apartamento sendo aberta. Gaby se ergue da cama ligeiramente, já vestindo roupa do chão, e diz:

Gaby: É o meu marido, o cachorro grande!

A música é interrompida bruscamente…

Edgar (Assustado): Como é o nome?
Gaby: O nome dele é Zé Cachorro Grande, ele é dono do morro ao lado!
Gaby: Vamos logo te esconder, porque ele não vai te respeitar te vendo aqui na cama.

Edigar se levanta da cama rapidamente recolhe as roupas espalhadas pelo o quarto. Ele vai pra dentro do armário. Só que Gaby pega no braço dele e o afasta.

Gaby: Ai não! Esse vai ser o primeiro lugar que ele vai abrir, já encontrou tantos aí dentro.
Edgar: E eu me escondo onde?
Gaby: Tu vai pela janela, ele vem pro quarto e tu passa pela a janela da sala que ta aberta.
Edgar: É alto!
Gaby: Deixa de ser frouxo! Vai pela a janela ou nós dois morremos aqui, vai querer morrer?

Ele passa pela a janela, e começa andar pelo estreito parapeito. Ele faz a passagem, e entra na sala do apartamento. Edigar se veste apressadamente, ele procura os sapatos.

Edgar: Puta merda… Esqueci os sapatos!

No quarto…

Zé Cachorro Grande: Que barulho foi esse?
Gaby: Tem barulho nenhum, quero saber é o que tu ta fazendo em casa hora dessa, tu não ia viajar?
Zé: Não precisei ir, e a casa é minha, chego a hora que eu bem entender.

Zé Cachorro Grande olha para o chão e nota os sapatos de Edigar.

Zé: Estes sapatos de quem são?
Gaby: Como, de quem são? São seus…
Zé: Meus sapatos não são cheios de frescurinha como esse!

A mulher sem saída, tenta inverter o jogo.

Gaby: Então onde foi que você arranjou estes sapatos? Tu anda me traindo Zé? Tu pode até ser grande, mas ninguém faz Gaby de corna não. – A mulher leva as mãos ao rosto, fingindo estar chorando.
Zé (Com raiva): Esses sapatos não são meus!

Edgar, na sala, derruba um jarro. Zé escuta, e corre para ver. Quando chega lá, só consegue ver a silhueta de Edigar saindo apressadamente do apartamento. Cachorro Grande ainda tenta o alcançar, porém, Edigar mais rápido, consegue fugir pelo o elevador.

Zé: Era tu que tava me traindo! Pois fique sabendo que ninguém trai Cachorro Grande não, tu vai pagar junto do teu amante, vadia.

Ele defere um forte tapa no rosto de Gaby, que cai na cama com a mão no rosto.

A imagem escurece.

CENA 02 – APARTAMENTO DE THEO – INT. – DIA

Edgar chega ofegante em casa. Theo está sentado no sofá, comendo pipoca e vendo um filme romântico.

Edgar: O que é isso? Filme de mulherzinha? Quem é tu? O que fez com o Theo?
Theo: Edigar amigo, vem cá me dá um abraço! – Abrindo os braços
Edgar: Sai de perto de mim!
Theo: Se eu te contar tu não vai acreditar. – Suspirando
Edgar: Então não conta! – Dando as costas
Theo: Mas vou contar assim mesmo… Não tem aquela garota do bar, a que derramou cerveja em mim, então, ela mora no apartamento da frente!
Edgar: No apartamento da Lili?
Theo: Sim! Tá vendo? É o destino dizendo que ela é minha alma gêmea.
Edgar: Tu não ta bem, vou te levar no médico pra ver o que é isso, mas só amanha amanhã!

Edgar vai para o quarto, quando Theo percebe que ele está sem os sapatos.

Theo: Cadê teus sapatos?

Edgar: Quando eu acordar, te conto o que aconteceu, a noite foi animada! – Sorrindo

Anoitece…

CENA 03 – APARTAMENTO DA LILI – INT. – NOITE

Ema estava completamente afundada no sofá, ainda nos seus filmes depressivos de comédia romântica, é quando Lili entra de forma minuciosa e completamente fantasiada de mulher gato, ela chicoteia o chão, e solta um sonoro miado.

Ema pula do sofá.

Ema: O que é isso?
Lili: Minha surpresinha pro Alex, hoje eu vou retribuir o jantar maravilhoso que ele preparou ontem!

Ema afunda a cabeça em uma almofada começa a chorar

Lili senta ao lado da amiga e acaricia seus cabelos.

Lili: Não queria te deixar novamente sozinha em casa.
Ema: Não tem problema, eu estou gostando desse tempo sozinha, gostando de repensar sobre tudo o que me aconteceu. Vai logo pro teu encontro!

Lili coloca o sobretudo marrom, e sai do apartamento.
Ema volta a dar atenção para o filme, se passam alguns segundos, e ela começa a imaginar o rosto de Theo como o do protagonista, encantada, a moça suspira. Logo, cai em sim e defere vários tapas em seu próprio rosto.

Ema: Para, para, para! Esquece esse garoto, tu não tá dando conta nem da vida a um, imagina a dois.

CENA 04 – LANCHONETE PALACE – INT. – NOITE

Música: Rude – MAGIC!

A cena abre, mostrando Theo e Edigar em uma mesa qualquer do bar, os dois comem alguns petiscos. Edigar conta tudo o que ocorreu pela manhã.

Theo: Eu não acredito que tu foi quase pego pelo o Zé Cachorro Grande!
Edigar: Eu to com medo dele me achar Theo, sabe como é esse povo, só sabe resolver as coisas na porrada.
Theo: Mas tu disse que ele não tinha visto teu rosto…
Edgar: Mano ele é traficante, as coisas pra esses caras parecem mais fáceis, ele descobre quem saiu correndo do apartamento dele num estalar de dedos. De qualquer forma vou andar com mais cuidado…

Os dois terminam de comer.

Edgar: Eu vou pra boate, vem comigo?
Theo: Não, eu vou tentar criar coragem pra pedir pra Ema sair comigo, será que ela topa?
Edigar: Jesus me dê paciência pra aguentar amigo apaixonado.

Edigar levanta.

Edgar: Aliás, tu paga a conta, é o preço por eu aguentar essas tuas paixonites.

Ele sai do local, deixando Theo boquiaberto.

ABERTURA

CENA 05 – APARTAMENTO DO ALEX – INT. – NOITE

Música: Fever – Beyoncé

Lili chega ao apartamento de Alex, seu namorado. Ela destranca a porta com a chave reserva.

Lili (com voz sexy): Amor? Onde está você? Eu vim fazer uma surpresinha.

Ela desmancha o nó que segurava o sobretudo, ele cai no chão. Com a fantasia de mulher gato.

Lili: Vem ser meu Batman, vem.

De quatro, ela começa engatinhar de maneira provocante até a porta do quarto, onde Alex poderia estar, pois era audível um barulho de música muito forte vindo de lá. Quando Lili chegou no local, se deparou com Alex e uma outra mulher, com fúria ela se levanta do chão, e acerta um jarro de cima da mesa no som que tocava.

Lili (Furiosa): O que é isso Alex?

Alex se levanta rapidamente da cama.

Alex (assustado): Espera, eu posso explicar…
Lili (com raiva): Agora tu vai querer me explicar como vocês dois estavam? Eu entendo muito bem isso, canalha!
Mulher (sorrindo): Tá querendo se juntar na festinha?
Lili (indignada): Que puta amanhecida foi essa que tu arrumou, Alex? Eu tô esperando uma explicação…
Alex: Amor, desculpa, foi o impulso… Eu sou homem, sabe como é, né?
Mulher: E que impulso…

Alex lança um olhar reprovativo para a mulher que está deitada na cama. Ele não consegue dizer mais nada, e Lili começa a chorar.

Lili (chorando): Você está vendo a maneira como estou vestida? Eu me desloquei da minha casa até esse fim de mundo, desse jeito, para te surpreender, para esquentar a nossa relação, para te mostrar o quanto eu te amo… Melhor, o quanto eu te amava… Porque o que sentia por ti vai morrer, eu vou matar esse sentimento… Eu não tenho mais que ficar aqui, podem continuar. Vou atrás de coisas melhores.

Ela corre até a sala, pega o sobretudo e vai embora.

CENA 06 – RUAS DA CIDADE – EXT. – NOITE

Edigar andava distraído pelas as ruas, sua distração era tanta olhando para os decotes e as bundas das mulheres que passavam que não notou um carro preto o seguindo desde que saiu da lanchonete. Estava perto da rua da boate, quando dobrou na esquina, sentiu encostar a ponta de um cano de arma nas suas costas.

Zé Cachorro Grande: Entra no carro.

Entrou no carro. O Zé Cachorro Grande entrou logo em seguida. Dentro do veículo estavam ainda mais dois homens, que ficavam na frente.

Edgar: O que é isso?
Zé Cachorro Grande: Uma coisa chamada juízo final. Você enfeitou minha cabeça e agora eu preciso lavar minha honra.
Edgar: A gente ta no século XXI, ninguém mais lava a honra com sangue.
Zé Cachorro Grande: Minha vida, minhas regras.
Edgar: Mas eu não faço parte da tua vida, cara, para com isso, abre a porta, me deixa ir e fica tudo de boa…
Zé Cachorro Grande: Você passou a pertencer ela no momento que tu resolveu ficar com a minha mulher.
Edgar: Mas eu não sabia, ela não disse que era casada.
Zé Cachorro Grande: Ela me contou tudo, que tu seduziu ela com essas conversas de playboy, foi culpa tua… Mas de qualquer forma eu vou matar os dois!

A tensão é visível no rosto de Edigar, em sua mente, ele tentava arquitetar uma maneira de fugir dali.

Música: Nico Vega – Bang Bang (My Baby Shot Me Down)

Edgar: Seu Zé, por favor, não me mata… Eu juro como não fico mais com a sua mulher, eu não passo nem perto da rua de vocês.
Zé Cachorro Grande: Não vai ficar com ela mesmo não, depois de matar você, eu vou matar ela!

Edgar suava frio e suas mãos tremiam, não havia escapatória.

Bem perto dali…

Música: Abandonada por Você – Fafá de Belém

Lili vinha caminhando, cambaleando e tropeçando, sua maquiagem estava completamente borrada devido às lágrimas, o cabelo desgrenhado e segurava nas mãos uma garrafa vodka. Com seu fone de ouvido, escutava “Abandonada por Você”.

Lili: ABANDONAAAAADA POR VOCÊ… TENHO TENTADO DE ESQUECEEEER…NO FIM DA TARDE UMA PAIXÃO, NO FIM DA NOITE UMA ILU…

Lili para de cantar, seus passos ficam mais lentos, ela nota uma estranha movimentação no viaduto, ela encosta-se a um carro, e consegue reconhecer Edigar, seu vizinho.

Lili: Gente do céu. É o Edigar! – Ela pega o celular com dificuldade, e disca o número da polícia, informando o que está acontecendo e sendo informada que logo chegará ajuda.

Enquanto isso…

Zé Cachorro Grande: Segurem esse frouxo, que antes de jogar ele do viaduto, eu vou dar umas porradas nele.

Em câmera lenta, vemos várias cenas do Zé Cachorro Grande dando soco, chutes, tapas, cotoveladas, contra o Edigar, que geme e chora de dor. Lili assiste a cena apreensiva, é quando toma uma atitude.

Lili: Eu não posso ficar aqui só olhando…

Ela se levanta e rapidamente caminha até onde os homens estão.
Lili pega a garrafa que estava em suas mãos, à quebra no fundo, deixando pontas cortantes. Ela corre e se põe em frente aos homens.

Lili: Soltem-no ou eu mato vocês! – Temerosa, porém, mantendo a imagem de bravura.

A Moça transpareciam coragem, uma coragem que talvez ela jamais tivesse tido em sua vida. Os homens se entreolham, surpresos.
Ouve-se a voz de Lili sobre a cena. Enquanto a mesma mantem os cacos de vidro apontados em direção aos bandidos.

Lili: Dizem que errar é algo inerente da raça humana, e não discordo. Nós já erramos quando resolvemos ainda nos primeiros minutos da vida chorar e gritar, mostrar para o mundo que estamos disponíveis para o seu jogo… E alguns erros, nós beneficiam de tal maneira que acabamos viciando. No entanto, outros, pegam nossos corpos surrados de apanhar, e joga na linha de fogo, pronto para o fim. E é nessa hora que a ficha cai, é nessa fração de segundos que notamos que deveríamos ter errado mais. Porque no fim, a vida é isso, um eterno erro, onde alguns conseguem, com muita sorte, acertar.
CONGELA
E acaba o 2º Capitulo

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