Capítulo 79 – Filho Amado
FILHO AMADO.
CAPÍTULO 79( PENÚLTIMO CAPÍTULO).
Hospital São Cristovão/ Tarde.
Rodrigo conta: Eu matei o senador Buarque antes de vocês, naquele mesmo dia ele havia descoberto que eu estava roubando o dinheiro que lhe pertencia e me demitiu…Só que eu não suportei isso, e dei um jeito de mata-lo!
Noronha: É impossível, eu envenenei Buarque a noite e vi ele morrendo diante dos meus próprios olhos, a Jasmine estava junto!
Jasmine se arrepia: Nem gosto de me lembrar daquela noite…Foi uma das piores da minha vida…
Rodrigo suspira: Lembra daquele remédio que ele tomava? Eu alterei a quantidade de propósito, eu vinha matando o Buarque há mais de seis meses…Naquela noite a única coisa que fiz foi envenenar a comida com uma substância notoriamente proibida pra ele!
FLASHBACK.
2007. BRASÍLIA. CASA DO SENADOR BUARQUE.
Buarque, furioso: Eu confiei em você, Rodrigo, quebrei todas as leis possíveis na mente de um político e deixei minha fortuna na mão de outro…E como sempre a história acabou com um final triste…Tinha muita admiração por você, mas ela se perdeu quando descobri que…Que você me roubava! Considere-se demitido, saia daqui, e não venha reclamar de direitos porque você perde a razão partindo do princípio que traiu a confiança daquele que te acolheu e te tornou quase um…Um membro da família!
Rodrigo, sério: Eu sei de muita coisa sua…Seria interessante se elas saíssem no jornal e o povo visse que o senador idolatrado pela população não passa de um ladrãozinho!
Buarque anda com sua bengala: Infeliz…É assim que retribui depois de tudo o que lhe fiz? Com uma ameaça?! Você merece morrer, Judas!
Rodrigo provoca: Me mata! Mais um crime pra sua coleção!
Buarque avança pra cima dele: Sai daqui agora, ou eu faço isso mesmo, e ainda destruo a sua família!- E lhe joga no chão.
Rodrigo se levanta: Saio sim, mas sem nenhum arrependimento porque eu tava buscando o que era meu, você nunca me colocou num cargo maior e eu implorava por isso! Sempre quer se ver acima dos outros, como um rei!
Buarque, vermelho: VAI EMBORA DAQUI! SAI! SAI!- Grita.
Na cozinha…
As empregadas preparam o prato do senador: Aqui está, ele disse que vai comer no quarto hoje porque está indisposto, e porque dona Jasmine foi pra casa de uma amiga e só volta pela tarde…- Ela entrega a comida ao mordomo.
Rodrigo se prontifica: Não se preocupem, eu levo o almoço do senador pro quarto dele- E toma a bandeja do mordomo.
Empregada: Ué, desde quando o advogado leva a refeição?
Perto da porta do quarto, Rodrigo coloca veneno no suco e na comida: Good bye, senador! Pague pelos seus crimes, mas no inferno!- Ele coloca a bandeja no chão e bate na porta, depois sai correndo.
VOLTA A CENA.
Rodrigo termina de explicar: E nesse veneno, que eu guardava comigo há tempos, continha um mineral cujo o nome não me recordo, mas que fazia extremamente mal ao Senador. Era fatal. Foi isso que matou ele segundo a biópsia. Ou seja, eu o assassinei. Vocês também o envenenaram depois, mas ele morreu por conta do que eu coloquei no almoço.
Noronha, boquiaberto: Nossa, então eu…Não sou um assassino. Eu não matei ninguém na minha vida!
Rodrigo pega seu guarda-chuva: E como o inquérito da morte dele foi arquivado depois de sete anos, resolvi contar isso pra vocês! Até hoje ninguém descobriu meu plano, inclusive a empregada foi presa depois, como a principal suspeita de ter matado o Buarque…Só que dei um jeito de ela morrer na prisão sem antes contar que eu tinha levado a bandeja até o quarto…
Jasmine, horrorizada: Rodrigo, você é um assassino!
Rodrigo dá uma risada: E com A maiúsculo, e itálico também…Agora que já disse isso, preciso voltar pra Brasília, tá ventando hoje, o tempo ideal pra meus vôos!- Ele estende a mão pra Noronha- Tchau, provavelmente não nos veremos mais- Noronha aperta a mão dele- Cuide-se bem, pelo que notei, sua vida anda bem movimentada aqui em Vila Varzeonica- Ele pega o guarda-chuva, beija Jasmine e sai do quarto.
Noronha: Esse Rodrigo é uma figura mesmo…
Jasmine, atordoada: É um assassino! Gente, jamais imaginei isso…Bem, pelo menos tem um lado bom, não sou a culpada pela morte do Buarque!
Noronha sorri: Você mudou bastante de lá pra cá, nós mudamos Jasmine…E agora eu preciso sair desse hospital logo, e tentar ajudar o Éssio. Eu sinto que tenho esse dever, depois do que cometi contra ele, é o mínimo que posso fazer.
Jasmine fica feliz.
Galpão Abandonado/ Início de Noite.
Taléfica acorda, zonza: Ai…Onde eu tô?
Clécio a olha fixamente: Você voltou pra perto de mim, mamãe…E vamos ser felizes na nova vida que pretendo começar!
Taléfica olha pra ele, assombrada: Me tira daqui…Eu não quero mais nada com você, rompi laços pra sempre!
Clécio dá um riso maligno: Claro que não! Nós continuamos mãe e filho, passamos por um período turbulento, mas agora tudo irá se acalmar e fluir bem…Só preciso pegar a Aurorinha, minha amada mulher, e então poderemos fugir!
Taléfica treme.
Clécio: E farei isso amanhã mesmo, nem que eu precise passar por cima de um batalhão de pessoas…- Promete.
Delegacia Municipal/ Noite.
Adams chega na sala com um pen-drive e coloca ele imediatamente no computador. É um arquivo importante. Mafalda chega logo em seguida da mansão de Noronha.
Mafalda analisa o anel: A única pista que encontramos mesmo foi esse anel, não há sinal nem ao menos da enxada que foi usada no crime! Epa…É um anel de…Só pode ser…Se esse anel for mesmo do assassino, eu já sei quem é.
Adams vira a tela do computador: Consegui imagens das câmeras do estacionamento do salão, olha isso…Lara e Éssio despacham Josué, depois conseguem entrar no carro do Bento, aparentemente, e ficam a espreita do lavoureiro na beira da pista…Por sorte nossa, tinha uma câmera que conseguiu flagrar o exato momento do atropelamento…Era pra atingir o Josué!
Mafalda conclui: O Éssio queria matar Josué e acabou assassinando o Fígaro? Por essa nem eu esperava…Mas então a Lara é cúmplice! Vamos até a casa dela prende-la, já!
Apartamento de Lara/ Noite.
Leopoldo e ela conversam sobre a viagem dele pela Europa.
Leopoldo conta da viagem: E depois eu fui em um restaurante muito chique…Tinha tanto talher que nem conseguia usar, ainda bem que o Noronha contratou um guia pra me ajudar e…
Lara descobre: Pera aí…O Noronha? Pai, foi ele quem te ofereceu essa viagem?
Leopoldo percebe o que falou.
Lara, sem querer acreditar: FOI ELE? RESPONDE, PAI! AGORA VOCÊ SE CALA, NÉ? DEPOIS DE IMPLORAR PRA EU ME AFASTAR DO NORONHA…
Leopoldo, triste: Calma, filha…Foi ele sim, mas…
Lara o interrompe: MAS nada, não tem nenhum porém, você se mostrou um tremendo mentiroso! E ainda teve a coragem de dizer que tinha ganhado esse pacote de viagem!- Berra.
A campainha toca.
Lara vai atender: Não pense que a nossa conversa acabou, pai…- Ela atende e dá de cara com Mafalda.
Mafalda e Adams entram no local.
Lara tenta evitar: Ei, vocês não podem entrar no meu apartamento sem permiss…
Mafalda a corta: Se quiser, nós te algemamos lá fora, na frente dos vizinhos que estão conversando. Seria uma vergonha, né? Se bem que de qualquer forma eles vão te ver…
Leopoldo se levanta: Algemar?
Mafalda confirma: Isso mesmo, mais uma criminosa nessa família, que já pode até entrar pro guiness…O senhor cometeu algum crime também?
Leopoldo, ferido: Assim a senhora me ofende!
Mafalda, cínica: Não foi a minha intenção, de qualquer modo, vamos algema-la logo, já que foi cúmplice no homicídio de Fígaro Bernardes Antunes durante a festa de bodas do próprio, viu o primo Éssio Dávila atropela-lo e não fez nada a respeito, também ajudou ele a enrolar Josué e depois pegou as chaves do carro do tio Bento Dávila para que o atropelamento fosse realizado…
Adams a algema.
Leopoldo, chocado: O quê?
Lara chora.
Mafalda: Ninguém desconfia de uma moça assim, que aparenta ser tão honesta…- Ela pega a moça pelo pescoço- É só isso, até mais ver senhor.
Leopoldo, desesperado: Não…Minha filha é inocente, se derem outra chance…
Lara, chorando: É tudo verdade, pai…
Mafalda sorri: Acho que isso basta por hoje, boa noite- Ela fecha a porta e sai com Lara e Adams.
Leopoldo, surpreso: Meu Deus…
Hospital São Cristovão/ Noite.
Noronha se troca: Finalmente me deram alta…Não foi nada demais…Só um golpe da vida- Brinca.
Aurora, contente: Agora é hora de ir pra casa e…Matar essa história, literalmente. Acabou Noronha…O filho rejeitado pela mãe, a vingança…Fim, né?
Noronha se aproxima dela: Só falta uma coisa pra isso se concluir. Eu preciso ajudar o Éssio. E aí sim, vamos poder viver felizes- Ele a beija.
Casa de Jurema/ Noite.
Jurema está na sala assistindo televisão, Betânia se aproxima.
Betânia toma postura: Você não falou nada desde que me tirou daquele buraco…
Jurema, decepcionada: Falar o quê? Depois de ser enganada e humilhada pelo meu próprio irmão, acho que não quero mais nada nessa vida. E ainda por cima continuo sendo classe média, nunca vou sair desse patamar…E nunca farei minha plástica pra mudar o rosto. É como cantava Maísa “ MEU MUNDO CAIU”.
Betânia tenta consola-la: Bola pra frente, pelo menos os momentos que vivemos foram bem…Engraçados, no final das contas. A gente até parou de brigar. Criamos laços e…
Jurema, surpresa: Jamais pensei que você fosse aceitar tão facilmente a perda da nossa grana. Mas, Betânia, você tem razão…Finalmente paramos de brigar e, falando nisso, resolvi tomar uma drástica atitude.
Betânia, curiosa: Qual é? Algo relacionado com o Belarmino?
Jurema nega: O “ PorcoMan” como você mesmo dizia, está muito feliz com a tal Suelídia e não volta tão cedo pra cá, talvez nunca mais apareça em Vila Varzeônica e fique morando com ela em São Cristóvão. Mas não é disso que quero falar, é que eu…Desejo que você saia da minha casa, Betânia.
Betânia, chocada: COMO ASSIM? A gente viveu tanta coisa e depois de nossa conversa você me trata assim? Eu não tô acreditando, Jurema!
Jurema desliga a tv: Exato, você tem até amanhã pra sair da minha casinha e se considere demitida do mercado, você não trabalhou lá por nenhum dia mesmo! Tomei essa atitude porque percebi que não quero conviver e nem ser amiga de uma ladra ambiciosa e mentirosa!
Betânia, inconformada: Mas você me ajudou esse tempo todo, também é uma ladra ambiciosa e mentirosa, como eu!
Jurema afirma: Sou mesmo, mas quem disse que eu seria amiga de mim mesma? Se eu fosse outra pessoa jamais conseguiria ser amiga de Jurema, a mais diva de Vila Varzeônica. Enfim, aceita que dói menos é a minha frase favorita, até amanhã você acha outro cantinho pra morar, ou outro trouxa pra enganar, assim como enganou o meu irmão.
Betânia, séria: Tudo bem, tá me dispensando…Mas eu sou forte, vou achar outro lugar e quer saber do que mais? Acho facinho algum homem pra comer na minha mão, igual o Belarmino…Um dia você se arrepende de ter me expulsado daqui- Ela sai.
Jurema: Não me arrependo não, nunca gostei de você, tá ouvindo? Broaca, nojenta, Baratânia devia ser seu nome, ingrata, e ainda te abriguei aqui!- Ela se deita no sofá- E no final fomos enganadas pelo Belarmino.
Rua qualquer de São Cristovão…
Belarmino beija Suelídia.
Belarmino, contente: Vamos viver e aproveitar a vida, agora sei do que realmente precisava pra me tornar um homem feliz: do amor! E achei ele.
Suelídia, contente: E a tal da Jurema, e a Betânia?! O que aconteceu no final?- Ela tosse um pouco.
Belarmino: O que aconteceu foi que eu resolvi esquecer o meu passado- Eles se beijam.
Foca na felicidade de ambos.
NO DIA SEGUINTE…
Rodoviária Varzeônica/ Manhã.
Um dos ônibus do Rio de Janeiro para e algumas passageiras descem.
Bruno, aflito: Deve ser o ônibus da prima Margot, e agora, o que eu faço?
Helder o acompanha: Fique calmo, sua prima não é tarada, ela apenas sente um carinho especial por você, e quer saber minha opinião? Se se gostam tanto, deviam casar, já passou da hora, veja, até o Benê tem mulher e você na seca, filho…
Duas freiras descem do ônibus, Bruno reconhece uma.
Bruno, sem chão: Pai…É ela ali, a prima Margot virou freira?!
Helder, decepcionado: Que pena porque eu já ia deixar o salão de festas reservado pra festa de casamento de vocês dois…
Bruno, angustiado: Para de besteira, vamos ver ela!- Os dois se dirigem até a freira, que está retirando a mala do compartimento do ônibus.
A outra freira fala com Margot: Cuidado com essa mala pesada, ou pode se machucar…
Margot consegue tirar a mala e a coloca no chão: Não se preocupe, madre Costa, eu tomo cuidado sim- Ela vê Bruno e corre pra abraça-lo- PRIMO BRUNO! QUE SAUDADE DE VOCÊ!
Bruno a abraça: Eu também estava com saudade da sua…Euforia. Vejo que veio acompanhada!
Costa faz o sinal da cruz: A paz do senhor pra você, vim acompanhar a noviça Margot pois no convento não é permitido que nossas jovens saiam sozinhas…
Margot, feliz: E eu vim aqui mesmo só pra te ver, Bruninho, só vou poder passar uma semana…Mas vamos aproveitar bastante, né não?
Costa se irrita: Mas que palavreado é esse, Margot? Lembre-se de ser aplicada sempre, independente da situação…Vamos ir ou ficar paradas nesse terminal rodoviário?
Helder pega as malas: Vamos agora, vocês vão ficar instaladas na casa onde estamos trabalhando porque o Noronha deixou, deviam ter avisado com mais antecedência que viriam.
Margot: Eu mandei a carta faz um mês, quando chegou?
Bruno: Esquece…Mas você está bem diferente mesmo, desde quando entrou pro convento?
Margot conta: Foi tudo insistência da mamãe, ela falou que eu…- Os dois conversam.
Costa observa o casal: Espero que essa viagem não tire Margot do caminho puro, ela está quase se tornando uma freira…E esse Bruno não pode atrapalhar- Diz.
Cemitério Municipal/ Manhã.
João Caetano conta: Ontem aqui no enterro da “ Anna” não veio ninguém não…Aliás, em toda a minha vida de coveiro eu jamais presenciei um velório e enterro tão vazios quanto o dessa sujeita. Até parecia que ninguém amava ela.
Noronha está com Aurora.
João Caetano se lembra: Ah, lembrei, no velório apareceu uma pessoa sim…Mas eu não sei te dizer quem é, aliás, eram duas! Dois homens…
Noronha coloca os óculos escuros: Imagino quem sejam, mesmo assim muito obrigado por tudo, senhor coveiro. É bom saber que ninguém veio no enterro de minha mãe- Ele e Aurora saem.
João Caetano, pra si mesmo: Mal sabe ele que eu fiquei com a cabeça da mãe dele…Mas afinal, porque esse homem não veio no enterro da mãe? Eu hein, essas famílias de hoje em dia, no meu tempo não era assim não…- Ele sai.
Casa de Noronha/ Dia.
Ema está mexendo em seu guarda-roupa quando acha algo no paletó de Helder.
João de Oliveira, mais conhecido como O BACANA, da assessoria de imprensa de artistas( famosos de preferência).
Tel: 1234-5678.
Tim: 98765-4321.
Oi: 2468-1357.
Claro: Não tenho.
Ema estranha: Ué, mas onde o Helder achou isso?- Ela remexe ainda mais e acha uma bolada de dinheiro- O QUÊ? O nosso pagamento ainda não chegou esse mês…De onde veio tanta grana?- Questiona.
Ela guarda tudo no seu avental e desiste de achar o que procurava.
Na sala…
Bruno chega com Margot e madre Costa: Fiquem a vontade, finjam que a casa é de vocês, só não coloquem o pé no sofá, por favor.
Margot fica admirada: Nossa, mas que casão!
Costa, irritada: Modos, menina! Desde quando se usa essa expressão “ casão”?
Noronha e Aurora chegam do cemitério: Eu vou tomar um banho pra tirar esse cheiro ruim de cemitério do meu corpo, e depois sigo pra delegacia!
Bruno o interrompe: Chefe essa é a minha prima Margot Praxed…
Noronha, eufórico: Prazer, namorada do Bruno, já nos vimos outras vezes na infância, nas festas de aniversário dele…- Ele sobe- Fiquem a vontade aqui, só não coloquem o pé no sofá.
Bruno, sem jeito: Lembra das minhas festas? Ai, que saudade de quando minha família era rica…
Margot ri: Eu lembro, todos os anos elas tinham praticamente o mesmo tema, na de sete anos era sabão em pó e suas vantagens, na de oito foi sabão em pó e suas desvantagens, na de nove acho que foi azul&sabão em pó: Uma linda parceria…
Os dois riem, a madre não gosta de ver a diversão de ambos.
UMA HORA DEPOIS…
Cadeia Municipal/ Dia.
O carcereiro bate na porta da cela: TEM VISITA!
Éssio está em péssimo estado: Pra mim?
O carcereiro ironiza: Tem mais algum detento nessa cadeia? Claro que é você- Ele destranca a porta.
Sala de Visitas…
Éssio entra empurrado pelo carcereiro, que depois fecha a porta e fica do lado de fora. Noronha está em uma mesinha, aflito.
Éssio, desanimado: Se fosse em outros tempos diria que está aqui pra rir de mim…Mas como as coisas mudaram, já posso até imaginar o que quer…
Noronha afirma: Eu vou te tirar dessa prisão!
Éssio nega: Eu mereço estar aqui, Noronha, sou um criminoso, e o que me for proposto, aceitarei. Independente que sejam mais de duzentos anos de pena…
Noronha: Pelo que fez, acho que pega dez anos, mas a pena pode diminuir, por bom comportamento, serviços sociais entre outras coisas que tenho certeza que está disposto a fazer pela sua liberdade e felicidade ao lado da Jasmine…- Ele pega na mão do irmão- Você ama Jasmine, e ela também te ama. Quero ver os dois felizes…Enfim, ela merece isso- Ele se comove.
Éssio, chorando: Eu a amo mesmo, do fundo de meu coração. Mas acho que jamais uma mulher tão bela como ela vai aceitar um cadeirante, inválido…E fracassado, criminoso…Eu não sirvo pra Jasmine. Não quero que ela me veja aqui…Aliás, não desejo a visita de ninguém!
Noronha, comovido: Para de falar isso, eu vou lutar pra conseguir uma autorização especial pra que você vá até o hospital e anule o efeito das injeções…Pelo menos eu posso fazer isso por você, é o mínimo.
Éssio sorri.
Noronha respira fundo: Me perdoa por isso?
Éssio, compreensivo: É claro, Noronha.- Os dois se olham.
O carcereiro aparece: Acabou o tempo da visita, só posso permitir cinco minutos…
Noronha se levanta: Eu vou indo, mas em breve volto e com boas notícias pode acreditar, foi muito bom falar contigo…
Éssio pede: Manda…Manda um beijo pra Jasmine, tá?
Noronha faz que sim e sai.
Na recepção…
Godofredo conversa com Mafalda, quando Noronha passa.
Godofredo, preocupado: Três crimes? Então pode ser executado segundo diz a lei aqui da cidade, um bandido que cometeu mais de três homicídios pode ser morto…
Mafalda sorri: Eu bem que suspeitei disso, o Wagner e Adams me contaram dessa tal lei, e eu quero matar sim o assassino…Pro bem da população é melhor, fora que ele ainda é suspeito de um quarto crime- Ela vê Noronha- NORONHA! Descobrimos quem matou Chico Branco!
Noronha se aproxima dos dois: Quem foi?
Mafalda conta: O seu irmão, Éssio Dávila, como você suspeitava…
Noronha, abatido: Nossa…Eu…
Mafalda o interrompe: Achamos umas fotos antigas no jornal com uma matéria sobre a festa, veja- Ela mostra- Aqui as 23h00 o Coronel começa a fazer um discurso depois que Bento é levado pro hospital, Éssio está ao lado, as 23h02, na segunda foto, ele não está mais lá…Em uma foto tirada por outro profissional, Éssio está na sua barraca vazia, com veneno na mão…Foi ele, Noronha. Esse jornal estava escondido no Acervo Municipal, e prova mais uma vez, o caráter assassino de seu irmão.
Noronha está abalado.
Mafalda prossegue: Mas não se preocupe, conversei com o Godofredo e tomamos uma importante decisão…Vamos matar o Éssio, pro bem de toda a cidade. Ele será executado.
Noronha fica em choque.
Casa de Noronha/ Dia.
Jasmine coloca suas malas na sala: Nossa, essas estão pesadas, filho!
Bruno está conversando com a prima.
Bruno vê Jasmine: A senhora quer minha ajuda?
Jasmine sorri: Não, obrigado Bruno mas pode continuar conversando com sua namorada, o Noronha disse que ia me deixar no sítio onde minha tia está.
A campainha toca.
Pouco depois, Betânia entra na sala, acompanhada por Ema.
Jasmine, irritada: O que você está fazendo aqui?
Betânia, irônica: Vim falar com o grande amor da minha vida, Noronha Dávila!- Ela ri, deixando Jasmine e Ema furiosas.
Cadeia Munícipal/ Dia.
Noronha implora: Vocês não podem fazer isso com o Éssio, ele se arrependeu do que fez, e tenho certeza que merece outra chance!
Mafalda: Eu tenho a lei do meu lado, uma pessoa que comete mais de três homicídios pode ser executada por nós, e eu quero fazer isso, ninguém vai me impedir!
Noronha clama: Você não tem esse direito, as leis dessa cidade são ridículas e agora sou prefeito, portanto vou tratar de invalidar essa lei!
Godofredo avisa: Você pode até tentar, Noronha, mas essas coisas demoram, talvez consiga daqui pra 2016, se tiver sorte, essa lei é antiga, não vai ser fácil…
Mafalda conclui: Ótimo, vamos matar o Éssio, sinto muito Noronha, eu sempre faço o que é necessário, e isso é necessário.
Noronha, furioso: Isso não vai acontecer, eu não vou permitir!- Ele sai, irritado.
Casa de Noronha/ Dia.
Ema serve café pra Betânia.
Betânia, maldosa: Você e suas bebidas apáticas, não é Eminha?
Jasmine, incomodada: Talvez o Noronha demore um pouco, ele tá cheio de compromisso, é melhor você voltar um outro dia…
Betânia bebe café: Eu espero o quanto for necessário, Jasmong…Jasmine!
Caio chega com o nariz tapado: Que cheiro é esse?
Jasmine: É incenso, filho, a madre colocou pra perfumar o ambiente!!
Margot e Bruno aparecem.
Betânia se levanta e beija Bruno: Como vai, querido? Olá, freirinha! Não sabia que curtia pessoas da igreja, Bruno!
Margot, irritada: Quem é essa?
Betânia se apresenta: Maria Betânia Flores, mulher de bem, linda e maravilhosa…
Margot cochicha pra Bruno: Que nome ridículo!- Os dois riem.
Noronha chega, abalado: Jasmine, acho que não tô em condições de ir te deixar, aconteceu uma coisa e…- Ele está pálido- Preciso agir rapidamente.
Aurora desce as escadas: Deixa eu levar ela, amor, tô com saudade de dirigir!
Betânia, chocada: Aurora? Mas o quê…
Jasmine explica: Eles tão juntos, Betânia.
Betânia fica boquiaberta.
Noronha agradece: Fico feliz que vá deixa-los, estará me fazendo um grande favor já que preciso resolver outras coisas.
Aurora, feliz: Eu vou pegar a chave do carro…
Marinez aparece: E eu vou pegar uma carona, filha!
Aurora repara: Mãe…Cadê aquele anel que ganhei do Clécio e te dei porque não gostava? Jogou fora?
Marinez fica nervosa: Eu perdi faz muito tempo, filha, era uma bijuteria mesmo…
Betânia se aproxima do amado: Preciso falar com você.
Noronha, estressado: Agora não, por favor volte outra hora.
Margot ri: Bem feito…
Betânia o agarra: É urgente!
Noronha suspira: Então vamos pro escritório, vejo vocês depois- Eles entram.
Aurora: Então vamos pro sítio?
Em frente a Casa de José do Gado/ Manhã.
Aurora estaciona: O que você quer aqui na casa do papai, mãe?
Marinez desce: Coisas particulares, filha…- E arruma o cabelo.
Jasmine: Será que eu poderia usar o banheiro da casa?- Marinez faz que sim e ela desce também- Fica aí me esperando, Caio, já volto…
Aurora fica com Caio no carro, ela liga o rádio. Jasmine e Marinez são recebidas por Conceição.
Caio fica olhando fixamente pra Aurora: É verdade que você é…Minha madrasta? Você tomou o meu pai da mamãe?
Aurora fica aflita.
Cadeia Municipal/ Dia.
Lara chega algemada com Wagner e Adams.
Wagner avisa: Ficamos horas no presídio feminino de São Cristovão mas não tem jeito, lá está muito lotado, vamos ter que deixar a Lara aqui mesmo.
Mafalda pensa: É…Vamos deixar ela com o primo assassino, eles se combinam mesmo- Todos saem em direção a cela de Éssio.
Lá…
Wagner tira as algemas de Lara e a coloca na cela, depois tranca e vai-se com os outros.
Lara se aproxima de Éssio, desesperada, os dois choram.
Na recepção…
Godofredo chega com um papel: A autorização judicial que precisávamos pra executar o Éssio acabou de chegar e já imprimi ela, está tudo pronto, só falta a atitude mesmo!
Mafalda ri: Não seja por isso, vamos fazer isso, AGORA.
Em frente a casa de José/ Dia.
Caio, bravo: Eu fiz uma pergunta…
Aurora responde: Eu e o Noronha nos amamos, e a sua mãe não estava se acertando com ele, mas não foi a minha intenção separar casais, quando me reaproximei de verdade do seu pai, ele contou que o casamento já tava acabado…Entendeu?
Caio suspira: Eu entendo…É a vida, né?- Ele ri.
Um carro estaciona na frente da mansão.
Clécio nota: Olha, nós não vamos mais precisar entrar lá e nem manter ninguém de refém, a Aurora tá ali naquele carro- Aponta- Estamos esperando o quê? Vamos logo!- Ele e outros dois bandidos saem sorrateiramente.
Aurora muda a estação do rádio: Vamos ver se está passando uma coisa melhor…De que tipo de musica você gosta?
Caio sugere: Vamos sair um pouco, eu quero alongar minhas pernas- Eles tiram o cinto e saem.
Aurora fecha a porta do carro: Cuidado com a rua porque…- Ela vê Clécio na sua frente e gela- Clécio?
Caio fica encostado dela.
Clécio sorri: Eu voltei pra te buscar, vamos ter nosso final feliz, eu você e minha mãe- Ele se aproxima com os outros dois.
Aurora se afasta: Eu vou gritar, sai de perto de mim, nunca mais quero olhar na sua cara depois de tudo oque descobri…Você é um monstro, Clécio, tem que morrer, é um ser humano podre e cruel, capaz de se aproveitar da pureza de uma criança! É um criminoso de pior espécie!- Caio fica com medo.
Clécio, debochado: Não fala com essa raiva toda porque no fundo sei que me ama como antigamente…Tudo o que houve foi apenas um engano! Agora colabore, pense em mim e na nossa vida como era antes, lembra dos momentos felizes que vivemos nessa mansão? Eles vão voltar, minha querida, só que em um cenário diferente! Temos que ir…Vamos ir!- Afirma.
Aurora, angustiada: SOCORRO! ALGUÉM ME AJUDA- Os dois capangas a pegam e Clécio entra rápido no carro.
Caio tenta salva-la: Larguem ela!- Ele morde a perna de um deles.
De dentro do carro, Clécio ordena: Peguem o garoto também, depois pensamos em como nos livrar dele.
Um dos homens pega Caio, que reluta: SOCORRO! ME AJUDEM!- Ele é jogado no carro, ao lado de Aurora, pouco depois eles partem.
Jasmine está na sala da mansão: Bom, agora que já usei o banheiro, eu vou indo. Obrigado- Ela sente um tremor interno- Ai…Ai…
Conceição a acode: O que houve, minha querida?
Jasmine treme: Meu filho…Tem alguma coisa acontecendo com meu filho…
No carro de Clécio…
Aurora está amordaçada junto com Caio, Clécio beija seu pescoço.
Clécio, feliz: Não se preocupe, estou fazendo isso pro nosso bem- E continua beijando a moça, que tenta gritar e está chorando.
Casa de Noronha/ Dia.
Noronha, estressado: Você me enrolou até agora e não falou coisa com coisa…O que quer comigo? Fala logo, Betânia!
Betânia se aproxima dele: Seu perfume…Sempre foi o meu favorito- Ela tenta beija-lo, mas é empurrada.
Noronha, furioso: Não adianta usar de jogo de sedução, mas que tentativa ridícula é essa? Eu já deixei claro que não quero mais NADA contigo, nunca quis aliás, então para de insistir, vai investir na sua vida e me deixa em paz, me exclui, Betânia! Não sei se tenho dó ou raiva de você, mas tenho que usar essas palavras fortes pra você se tocar!
Betânia o agarra: Injusto! É isso que você tá sendo, além de me desvalorizar e acabar com os meus sentimentos, não tem um pingo de sentimento pela pessoa que já fez muita coisa por você…
Noronha ri: Não banque a palhaça, Betânia- Ele a pega pelo braço- Sai daqui, tentei conversar mas você insiste em coisas que já foram finalizadas.
Betânia se solta: EU FIZ MUITA COISA POR VOCÊ SIM! E NÃO FORAM FINALIZADAS!
Noronha perde a paciência: O QUE VOCÊ FEZ? FALA! DIZ LOGO E ACABA COM ESSA MALDITA CONVERSA!
Betânia se recompõe: Eu deveria ser a pessoa mais valorizada por você, porque eu fui capaz de tudo pra te ajudar- Ela vai até seu ouvido e cochicha- Eu matei por você, Noronha. Eu cometi um crime, pra te vingar.
Noronha fica boquiaberto.
Termina o capítulo 79.