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Realeza

Capítulo 74 – Realeza (Penúltimo capítulo)

SEPTUAGÉSIMO QUARTO CAPÍTULO

Cena 1- Presídio- Tarde.
Carlos Henrique explica tudo a Maria Letícia.

Maria Letícia: Carlos Henrique? Como é que você veio parar aqui? – Ela pergunta surpresa. – Quer dizer, como foi que você conseguiu sair do xilindró?
Carlos Henrique: Da mesma forma que você. Eu só precisava de um celular, e acabei conseguindo lá na prisão. Não demorou muito para que eu conseguisse falar com os meus contatos.
Maria Letícia: Ah, então o mesmo que fez por mim, fizeram por você? – Ela está um tanto que boba com o acontecido. – Te tiraram da cadeia da mesma forma que você me tirou?
Carlos Henrique: Sim. Por isso é bom ter amigos. Da primeira vez que fui levado em cana, foram eles quem me ajudaram também.
Maria Letícia: Então este carrão não é seu? – Ele faz que não com a cabeça. – Ah, vamos logo embora daqui. – Ela entra no veículo.
Carlos Henrique: Não vai perguntar por que eu resolvi te salvar? – Ele pergunta, acelerando o carro.
Maria Letícia: Porque você viu que eu posso ser uma forte aliada. E assim como eu também ia te ajudar, você resolveu fazer o mesmo por mim.
Carlos Henrique: É, você acabou caindo no meio do caminho. Estava prestes a me ajudar quando te derrubaram, e quando me vi livre… fiquei sabendo que você estava presa, e acabei concluindo que você não tinha ido mais me visitar por causa disso.
Maria Letícia: Pois é, acabei caindo do cavalo. Mas tudo bem, o que importa é que estamos juntos agora. – Ela pega na mão dele. – Sabia que eu admiro homens frios como você?
Carlos Henrique: Você deixou isto bem claro quando foi me visitar naquele inferno. – Ele não desgruda os olhos da pista.
Maria Letícia: E para onde vamos agora?
Carlos Henrique: O máximo que consegui foi um quartinho mequetrefe numa favela. Vamos ter que nos contentar com isso.
Maria Letícia: É o que tá tendo para o momento.
Carlos Henrique: Mas não se preocupe, não iremos ficar na miséria por tanto tempo. Nós precisamos encontrar a Marillu, aquela rata.
Maria Letícia: O que é que você ainda quer com aquela mulher? Ela nunca te dará uma segunda chance, se for isso.
Carlos Henrique: E quem disse que eu quero uma segunda chance? Eu quero é o meu dinheiro que aquela ladra roubou.
Maria Letícia: Ah, agora são outros quinhentos. – Ela se olha no espelho do carro, e ajeita o cabelo. -–Também precisamos recuperar a minha grana que uma travesti safada surrupiou.
Carlos Henrique: Nós iremos pegar essas ladras, pode ter certeza disso. Faremos da vida delas um verdadeiro inferno. Mas não podemos esquecer que estamos foragidos, então todo cuidado é pouco.
Maria Letícia: Pode deixar comigo. Você faz ideia de onde podemos encontrar a Marillu?
Carlos Henrique: Não faço a mínima ideia de onde aquela cachorra esteja.
Maria Letícia: Eu já sei aonde posso encontrar a Maria José, resta saber o que farei com aquele projeto de mulher. Quer dizer, só há uma coisa que pode ser feita: eu vou matar aquela vadia.
Carlos Henrique: E pode ter certeza de que quando eu estiver com o meu dinheiro de volta, farei o mesmo com a Marillu. – Eles sorriem maliciosos.

Cena 2- Cobertura de Marisa- Tarde.
Marisa fala com Maria Luiza e Melissa sobre a festa surpresa que está preparando para Maria José.

Marisa: Apesar desse perrengue que estamos vivendo, amanhã é aniversário da Maria José, e estou arquitetando uma festa surpresa para ela lá no clube.
Maria Luiza: Sério? Eu não sabia que amanhã era aniversário dela. Ao menos uma coisa boa no meio de tanta coisa ruim. – Ela fala feliz.
Melissa: Como está o andamento dessa festa surpresa, mamãe?
Marisa: Já convidei bastante pessoas, só falta falar com mais algumas. Já contratei o buffet e tudo o mais.
Melissa: Confesso que não estou no clima de festa, mas faço um esforcinho pela José. Desde quando a senhora está esquematizando isso, mamãe?
Marisa: Pouco tempo depois dela ter voltado. Comecei tudo convidando os sócios lá do clube e também os amigos mais íntimos dela. Isto inclui a Regina, a Michele, a Gaby. Convidei até a Clotilde, que ajudou a José a acabar com a Maria Letícia.
Maria Luiza: Então tudo está indo de vento em poupa. – Ela volta a ficar triste. – O jeito é tentar nos divertir e esquecer essas coisas todas. Até porque a bruxa está presa, e é impossível que aconteça algo de errado nessa festa.

Cena 3- Cobertura de Severino- Tarde.
Marillu e Severino aprontam as malas. Frederico tenta convencer eles a ficarem.

Marillu: Amanhã é o grande dia. Não vejo a hora de chegar logo em Ourinhos. – Ela arruma suas malas contentes. – A festa da Maria José será o nosso último evento aqui em São Paulo.
Severino: Bastante coisa deve ter mudado por lá. E eu também preciso ver qual a atual situação daquele lugar.
Frederico: Podem ter certeza de que não estão perdendo nada. – Ele se joga no sofá. – Por isso se eu fosse vocês, ficaria aqui mesmo.
Severino: Nem perca o seu tempo tentando fazer lavagem cerebral em nós, pois não vai conseguir nada.
Frederico: Vamos, gente. Se vocês ficarem aqui podem ter certeza de que tudo será melhor, até porque os filhos de vocês estão aqui.
Marillu: Vai doer bastante viver longe de vocês, mas como eu já disse antes: estarei aqui todo final de semana.
Frederico: Ah, não é a mesma coisa. E outra, vocês vão para lá sem nem ao menos terem comprado a casa ainda.
Severino: Nem tem problema, nós ficamos na casa do seu tio Josemar.
Frederico: Tio Josemar? – Ele se assusta. – Ah, aquele seu irmão que a minha mãe falou que estava grávida.
Severino: O próprio. Faz tempo que eu não o vejo, desde quando ele havia “fugido” com a sua mãe.
Marillu: Ele voltou a pouco tempo, não é?
Severino: Sim. Parece que ele tinha perdido a memória, por isso que ficou sumido por tanto tempo. Se eu não me engano, ele tinha sofrido um acidente gravíssimo.
Marillu: Coitado, e eu inventando que ele havia fugido para se encontrar comigo. – Ela balança a cabeça negativamente. – Também vou adorar rever ele.
Frederico: Ah, querem saber de uma coisa? Se vocês querem ir, vocês vão. Só sei que eu vou ficar.
Severino: Pera ai que agora estou começando a entender tudo. – Ele fala com um sorriso no rosto. – Você tá com medo de ficar sozinho aqui na cidade grande, não é?
Frederico: Claro que não. Tá de tiração com a minha cara, pai? Eu sou macho, não tenho medo de nada.
Marillu: Medo não é, pois se não ele viria conosco. Ele deve estar dando graças a Deus por saber que vai ficar sozinho em casa, podendo fazer o que bem entende.
Frederico: Se fosse em outros tempos até poderia ser, mas não é nada disso. Queria apenas aproveitar essa maré boa com vocês. Não faz muito tempo que a situação mudou para a melhor e vocês já estão caindo fora.
Marillu: Mas é justamente porque a situação ficou melhor que nós estamos indo, pois agora não teremos nenhuma dor de cabeça ao deixar você e o Ivan sozinhos por aqui.
Severino: Fica tranquilo, filho. Você vai aprender a se virar sozinho.

Cena 4- Apartamento de Clotilde- Noite.
Maria Letícia taca fogo em Clotilde, e Pierre observa tudo acuado. Lilla acaba reencontrando o mordomo.

Clotilde: Maria Letícia? O que é que você está fazendo aqui? Como descobriu aonde estou morando? – Ela pergunta assustada ao vê-la em sua porta.
Maria Letícia: Eu descobri no dia em que tentei te matar com aqueles tiros, mas… – Ela vai entrando sem ser convidada e dá de cara com Pierre. – Pierre? O que você está fazendo aqui? Ah, claro. Já estão mancomunados novamente, não é?
Pierre: Claro que não, madame. – Ele procura por alguma mentira. – É que aquela travesti dos infernos acabou me demitindo, e eu não tinha para onde ir.
Maria Letícia: Ai resolveu pedir ajuda à sua amiguinha dos velhos tempos. – Ela o olha com os olhos semicerrados. – Estou vendo que você está numa cadeira de rodas… por acaso ficou paraplégico com aqueles tirinhos? – Ela dá uma gargalhada.
Clotilde: Você não cansa de ser inconveniente? Você não é bem-vinda aqui, por favor, saia da minha casa.
Maria Letícia: Ai, que horror prima. Isto são modos de me tratar? – Ela é cínica. – o papai não ia gostar de ver você me tratando desta forma.
Clotilde: Lava a sua boca para falar do meu tio.
Maria Letícia: Realmente, ele é tão sujo para estar com aquele demônio na minha boca. Não sei como gosta de um monstro daqueles.
Clotilde: Ele não me deu nenhum motivo para odiá-lo. Muito pelo contrário, ele cuidou de mim como um verdadeiro pai.
Maria Letícia: Sorte a sua que os seus pais morreram somente depois de eu ter caído no mundo. Tenho certeza de que se eles tivessem morrido um pouco antes disso, o meu pai colocaria você para se prostituir… assim como fez comigo.
Clotilde: Eu custo a acreditar nesta história. Não sei porque, mas não acredito em nada do que saia da sua boca com relação ao meu tio.
Maria Letícia: Você deu sorte que quando ele passou a cuidar de você, o desgraçado já tinha emprego, pois se não tivesse… você iria ter que trabalhar. E lhe confesso que esta profissão não é nada agradável.
Clotilde: Eu não entendo. O que você quer aqui?
Maria Letícia: Larga a mão de ser cínica, Clotilde. Vim acertar as nossas contas. – Ela está com uma sacola na mão, da onde tira uma garrafa.
Pierre: O que você vai fazer minha rainha? – Ele as olha acuado. – O que é isso que tem em mãos?
Maria Letícia: Isto daqui é o fim da sua amiga, Pierre. E se eu fosse você, não me envolveria nisso… dá logo o fora daqui enquanto é tempo.
Clotilde: Pelo amor de Deus, Antônio. Não me deixe sozinha com essa louca. – Pierre fica sem saber o que fazer.
Maria Letícia: Sente o cheiro. – Ela tira a tampa da garrafa e deixa Clotilde cheirar. – Conseguiu reconhecer o cheiro?
Clotilde: Gasolina. – Ela conclui. – O que você vai fazer com isso, Maria Letícia?
Maria Letícia: Nada. – Ela tampa a garrafa novamente. – Desde que você me conte como conseguiu me entregar para a polícia. E eu sei que também teve dedo daquela travesti nisso tudo.
Clotilde: Eu coloquei uma micro câmera no apartamento do Celso, em uma das visitas que fiz a ele. A Maria José acabou voltando e te desmascarou mais uma vez. Você veio para o apartamento do Celso, e passaram a noite inteira conversando. A minha câmera conseguiu capturar tudo.
Maria Letícia: Nossa, como você é esperta. – Ela aplaude. – Primeiro, aquela história de gravador, agora uma micro câmera. Pena que eu não sei perdoar as pessoas. – Ela abre a garrafa novamente. – Você se meteu com a pessoa errada Clotilde.
Pierre: Fale para ela sobre a festa, Clotilde. Pois se há uma pessoa neste mundo que ela odeia, até mais do que você, é a Maria José.
Clotilde: Isso, isso… eu te dou uma informação sobre a Maria José em troca da minha vida. – Maria Letícia pensa bem.
Maria Letícia: Desembucha logo.
Clotilde: Amanhã terá uma festa surpresa para a Maria José, lá no clube Realeza. É o cenário perfeito para que você faça ela pagar pelo que lhe fez.
Maria Letícia: Gostei da notícia, mas não é tão importante assim. Irei matar a Maria José de qualquer jeito, independente do cenário. – Ela joga a gasolina sobre Clotilde. Pierre sai do locas às pressas. – Adeus, prima. – Ela se distância de Clotilde, e de longe joga um isqueiro em direção a ela. O corpo de Clotilde começa a pegar fogo, assim como a sua cadeira de rodas, não demora muito para que os móveis também comecem a incendiar.
Pierre: Abre, abre, abre. – Ele aperta o botão do elevador insistentemente. O elevador abre, Lilla está lá dentro. – Lilla?
Lilla: Pierre. Agora eu acredito que Deus existe. Vim aqui falar com o Celso, mas não o encontrei. E olha que a minha segunda opção era falar contigo, só não sabia aonde te encontrar.
Pierre: E o que é que você quer falar comigo? – Ele respira com dificuldade, pois ainda está muito assustado.
Lilla: Ah, você sabe como é né? Te dei uma mãozinha lá para tapear a Maria José e…
Pierre: Uma mãozinha para mim? Você ajudou foi a Maria Letícia, inclusive foi paga para isto. – Ele a interrompe.
Lilla: É que agora eu não tenho para onde ir, estou completamente sem rumo, sem direção. Por favor, Pierre, me ajude. Nem que eu tenha que te pagar quando puder, mas pelo amor de Deus, me ajuda. – Ela suplica.

Cena 5- Mansão Corte Real- Noite.
Michele conta a Maria José que conseguiu convencer Daniele a ir visitar Roberto.

Michele: Eu consegui conversar com a Dani, e convenci ela a ir visitar o pai na cadeia.
Maria José: Ai que bom. Vai ser ótimo para ela se reconciliar como pai. A pobrezinha deve estar se sentindo tão sozinha. Preciso conversar com ela logo e pedir para que ela venha morar comigo.
Michele: Ela até queria vim falar contigo, mas eu achei melhor que ela viesse em outro dia, pois você está passando por um turbilhão de coisas com a história do Bartolomeu.
Maria José: Não tem mais Bartolomeu nenhum, Michele. Eu gostava muito dele, mas se ele achou melhor ir embora… quem sou eu para impedi-lo?
Michele: A esta hora ele já deve ter dado as caras lá no Mato Grosso. Eu também gostava muito dele, ele tinha um papo legal.
Maria José: Ele era super delicado comigo, você precisava de ver. Mas como dia a Gaby: o encanto se quebrou. – Ela fica triste.
Gaby: Estou ficando maluca ou escutei mesmo o meu nome nessa conversa ai? – Ela entra no quarto animada.
Maria José: Maluca você já é de nascença, sua louca. – Ela brinca. – Nós não estávamos falando de você, o assunto era outro.
Michele: Mais precisamente, o assunto era Bartolomeu.
Gaby: Ah, já entendi tudo. E ai, como você está? – Ela pergunta com as sobrancelhas arquejadas.
Maria José: Estou ótima, melhor impossível. – Ela se levanta determinada. – Vê se sou mulher de ficar chorando por homem.
Gaby: Você está tentando demonstrar que está sendo forte, mas não consegue. Mentir não é a sua especialidade, José.
Maria José: É né? Quem eu estou querendo enganar com esta pose toda? Está estampado na minha cara que ainda não consegui esquecer ele.
Gaby: Mas é óbvio, você não vai esquecer ele assim do dia para noite.
Maria José: Ai, eu não quero mais falar sobre isso não. Eu não gosto de ficar parecendo uma fresca, eu sou uma leoa, e leoas não choram. Vamos mudar de assunto que é melhor.
Michele: É Gaby, fala sobre o seu namoro com o Rafa, pois esta deve ser a única boa. Já que a minha relação com o Roberto ainda é um caso indefinido, e a José continua triste por causa da ida do Bartolomeu.
Gaby: Ah, nós estamos bem… – Elas conversam.

Cena 6- Casa de Regina- Noite.
Regina está contente por ter sido convidada a participar da festa surpresa de Maria José. Nelson diz que irá acompanha-la.

Regina: Eu estou muito contente por ter sido convidada para a festa da José, isto mostra que eu não sou apenas uma simples empregada. Mostra que eu sou amiga da patroa.
Nelson: Não se esqueça que a dona Marisa também me convidou. E olha que eu nem vou muito com a cara da Maria José, se bem que agora estou conseguindo aturar ela.
Regina: Você não vai com a cara dela porque é um preconceituoso. E a dona Marisa só te convidou porque não sabe que você não gosta da José, pois se não ela nem havia te convidado.
Nelson: Não importa, o importante é que eu fui convidado, e que irei te acompanhar nessa festa. Não quero você dando mole para nenhum cara.
Regina: Ah, me poupe Nelson. Você não é meu dono para ficar me regulando. Nem os meus filhos fazem isto.
Nelson: Por falar nisso, cadê eles? Gostei tanto deles dois terem me apoiado hoje mais cedo.
Regina: Não se empolga não, porque o que conta aqui é a minha escolha, não a deles. E os dois devem estar namorando, só pode, para não terem chegado ainda.
Nelson: O Jonathan voltou com a Maria Luiza, mas e o Rafael? Ele se acertou com a Gaby, ou está com a Lilla ainda?
Regina: Eles não gostam muito de se abrir comigo, é raro isto acontecer. Acho que ele deve estar com a Gaby de novo, não sei.
Nelson: E você não vai pegar no pé dele por ele estar namorando uma prostituta? – Ele fica surpreso. – Se bem que eu não sei se ela ainda continua nesta profissão.
Regina: Eu já tanto fiz, que agora tanto faz. Por mim que os dois façam o que quiserem da vida deles. Só quero mesmo que eles sejam felizes.
Nelson: É assim que eu gosto de ver. Agora você podia tirar um tempinho para pensar em si mesma.
Regina: Pensar em mim, não significa que eu vá cogitar em te dar uma chance. – Ela é grossa.
Nelson: Pensa bem, Regina. Pensa nos benefícios que o nosso namoro pode trazer para a sua relação com os seus filhos.
Regina: Eu me dou muito bem com os meus filhos, eles só não gostam quando me intrometo demais na vida deles.
Nelson: É ai que tá. Eles não devem se sentirem a vontade expondo a vida amorosa deles para você. Talvez eles precisem conversar com quem realmente os entenda, e pode ter certeza que serei o braço direito de ambos, caso você aceite namorar comigo.
Regina: É, pode ser. – Ela fica pensativa. – Talvez os meus meninos estejam mesmo precisando de um padrasto.

Cena 7- Mansão Corte Real- Dia.
Marisa conta a Maria José que matou Celso.

Maria José: Os dias vão se passando e nada de encontrarem o Celso. Maria Letícia já deve estar começando a mofar lá naquele lugar, agora ele… ainda continua livre, leve e solto.
Marisa: Não precisa mais se preocupar com aquele canalha, José. Ele teve o fim que merecia. – Ela é fria.
Maria José: Como assim, Marisa? Por acaso você sabe de algo que eu não sei? Pode abrir essa boca e me contar tudo imediatamente. – Ela praticamente ordena.
Marisa: É, estou mesmo precisando desabafar com alguém sobre este assunto. – Ela se senta. – Maria… eu matei o Celso.
Maria José: O que? – Ela fica atônita. – Marisa, você não podia ter feito isso. Isto só vai prejudicar a sua vida. Fazer justiça com as próprias mãos não leva ninguém a nada.
Marisa: Eu sei disso. Mas era ele ou eu. Só matei o Celso porque se não o fizesse, ele me mataria. Foi em legítima defesa.
Maria José: Como é que isso foi acontecer, hein?
Marisa: Ele ligou para a Melissa, por um motivo que até hoje desconhecemos. Ele falou que queria dar explicações obre uma história ai, mas tenho certeza de que era balela. – Ela faz uma pausa. – Aproveitando a ligação dele, induzi a minha filha a marcar um encontro com ele. Ela fez o que eu mandei. Já tinha acionado a polícia e tudo o mais. Mas não pude deixar a Melissa ir sozinha, e sem que ela percebesse eu fui atrás dela.
Maria José: Gente que história mais maluca. – Ela fala levando as mãos à boca.
Marisa: Ele estava prestes a matar a Melissa, quando eu pulei nas costas dele. O desgraçado disputou a arma comigo… e eu acabei apertando o gatilho.
Maria José: Ah, então foi mesmo em legítima defesa. Meu Deus do céu, quando pensamos que as coisas podem melhorar… elas pioram do nada.
Marisa: Para você ver. Mas então, tenho outra coisa para te dizer. Hoje teremos uma reunião lá no clube, com os novos fornecedores. Será pela faixa das oito horas da noite. – Ela mente.
Maria José: O que? Sério? Ah, vou perder a estreia de uma web novela incrível. Sem dizer que hoje é meu aniversário, queria me divertir um pouco.
Marisa: Hoje é o seu aniversário? – Ela finge que não sabia. – Ai, amiga, me desculpa. Eu não sabia disso, se não teria comprado algo para você. – Ela a abraça. – Que Deus lhe dê mais muitos e muitos anos de vida, com saúde, paz e alegria.
Maria José: Ai, obrigada. – Elas continuam abraçadas.
Marisa: Assim, se você quiser… eu posso tentar mudar a data da reunião e deixar para amanhã cedo.
Maria José: Não, deixa. Vamos resolver o que deve ser resolvido logo de uma vez. – Marisa fica contente por ter conseguido enganá-la.

Cena 8- Apartamento de César- Dia.
Célia diz que não perderá a festa de Maria José por nada, mesmo não gostando da travesti.

Célia: Eu não perderei a festa da travesti por nada. Não gosto dela, mas tenho certeza que vai ter cada bafo lá na festa, e eu não posso ficar de fora.
Simone: É impressionante como a senhora adora uma fofoca, Deus me livre. – Ela se benze. – Para te falar a verdade, não sei nem porque a Marisa nos convidou, nem somos amigas daquele tipinho.
Célia: Mas somos sócias do clube, e como o evento vai ser lá… ela não iria nos deixar de fora. E fofocar é mesmo o meu hobby predileto.
Simone: E eu não sei disso? Te conheço desde outros carnavais, dona Célia.
Célia: Por falar nisso, você procurou saber o que aconteceu com o Roberto? O porquê dele ter sido preso?
Simone: Quem? Eu? Você acha mesmo que eu vou perder o meu tempo precioso com aquele traste? Ah, eu tenho mais o que fazer, mamãe.
Célia: Pois se você não se importa em saber das coisas, eu por acaso consegui descobri o que aconteceu.
Simone: A é? E por que o canalha foi parar atrás das grades? O que o imprestável aprontou desta vez?
Célia: Viu só? Depois fica reclamando por ter uma mãe fofoqueira, está mostrando que também gosta da coisa.
Simone: Ah, mãe, para de graça e fala logo o que você descobriu. – Ela olha Célia atentamente.
Célia: Ele matou a mãe da bastardinha. Quer dizer, mandou matar.
Simone: O que? – Ela fica boquiaberta. – Que o Roberto não é nenhum santo, disso eu já sabia… agora, assassino? Gente, estou pasma.
Célia: É, também fiquei de queixo caído quando soube da bomba. Parece que agora o seu ex-marido está comendo o pão que o diabo amaçou, bem pouco.
Simone: Deus está punindo ele pelo que fez conosco. Cadê a amante dele num momento desses? – Ela zomba da cara de Roberto.
Célia: Ah, aquela é outra que não tem aonde cair morta. Com certeza deve ter pulado fora quando ele foi preso.
Simone: A Antonella vai ficar arrasado quando souber que o pai é um assassino. Ou não. Pode até ser que ela goste, pois assim ficará com o dinheiro dele.
Célia: Até parece. Ele ainda não morreu, minha filha, apenas está preso. E para pegar no dinheiro do pai novamente, ela vai ter que enfrentar a suburbana.
Simone: O que não é nada fácil. Aquela menina é o capeta em forma de gente. Vou ter uma conversa com a Antonella, e impedir que ela entre em guerra com aquela bandida.

Cena 9- Quartinho de Carlos Henrique- Tarde.
Carlos Henrique demonstra estar empenhado em encontrar Marillu.

Carlos Henrique: Nem que nós tenhamos que ir no inferno e voltar, mas vamos encontrar a Marillu. Aquela desgraçada vai devolver o meu dinheiro.
Maria Letícia: Enquanto você está ai pensando em Marillu, estou aqui planejando algo para matar a Maria José e ficar com o dinheiro da porca.
Carlos Henrique: Pelo que você me disse, acho quase que impossível você matar ela e ainda sair por cima da carne seca.
Maria Letícia: Pois é, acho que não tem outra saída. – Ela admite.
Carlos Henrique: Vamos fazer assim: você mata a tal Maria José, pois ela pode ser uma pedra em nosso sapato. E depois nós procuramos pela Marillu.
Maria Letícia: Você tem mesmo esperança em encontrar a Marillu? Ela deve estar bem longe daqui, nadando na sua herança.
Carlos Henrique: Ela não tem tanta coragem assim.
Maria Letícia: Querido, para todos ainda continuamos presos. Eles pensam que estão livres de nós, e por isso a Marillu deve ter ido para bem longe daqui, torrar o seu dinheiro como bem entender.
Carlos Henrique: Desgraçada, desgraçada.
Maria Letícia: Agora eu não entendo. Se aquela policial disse que estava me salvando por dinheiro… quem pagou ela? Você está mais duro do que… de tarado.
Carlos Henrique: Foram aqueles meus amigos que te falei. Eles me ajudaram com um dinheirinho e tudo o mais. Consegui te libertar, e ainda sobrou uma merreca para comprar isto daqui.
Maria Letícia: E por que você não pede dinheiro emprestado para eles então?
Carlos Henrique: Porque eles já gastaram tudo o que tinham para gastar comigo. A dívida deles foi quitada, pois gastaram uma nota preta para subornar o policial que me salvou, e ainda me deram uma grana preta para salvar você.
Maria Letícia: Entendi. Enfim, eu vou me livrar da Maria José ainda hoje, na festa que eu te falei.
Carlos Henrique: Ah, sim. E como você pretende entrar lá?
Maria Letícia: Simples. – Ela joga uma caixa em cima do sofá, Carlos Henrique abre e vê vários acessórios. – Irei me disfarçar. A festa não é à fantasia para eles, mas para mim… – Ela sorri.
Carlos Henrique: Gosto de ver o quanto é esperta. – Ele a pega no colo e a beija.

Cena 10- Padaria- Tarde.
Pierre conversa com Lilla, e ela o dá um beijo de interesse.

Lilla: E por que você não entregou a desgraçada para a polícia? Você devia ter feito isso.
Pierre: Claro que não. Eu não quero mais me envolver nos rolos de Maria Letícia, levanto as minhas mãos aos céus por ter conseguido escapar daquela bruxa. – Ele atende um cliente.
Lilla: Nossa, a Maria Letícia é mesmo cruel. Matar uma pessoa queimada? É ter muito sangue frio. Sem falar na coragem dela em matar o próprio pai.
Pierre: Obrigado. – Ele dá o troco para o cliente e volta a conversar com Lilla. – Você não conhece ela de verdade, nem nunca vai conhecer. Pois ninguém sabe quem realmente é Maria Letícia, aquela mulher é imprevisível.
Lilla: Mas ainda bem que ela não fez nada contigo. Pois se você estivesse morto, quem iria me ajudar no momento como esses?
Pierre: Não se anima muito não, pois você vai ter que contribuir com dinheiro para dentro de casa também. Pode dar os seus pulinhos, bonita.
Lilla: Não sei porque você não quer me deixar como atendente aqui na sua padaria.
Pierre: Porque eu acabei de voltar ao serviço, não faz nem uma semana que voltei a ser Antônio novamente, e você pode botar tudo a perder.
Lilla: E como eu colocaria tudo a perder? Agora eu sou sua parceira. – Ela o abraça.
Pierre: Com uma parceira como você, quem precisa de inimigo? Eu te conheço bem, Lilla. Nunca que vou te deixar responsável pelo dinheiro da minha padaria, vai saber se um dia dá a louca em você… pode acabar me roubando.
Lilla: Nossa. – Ela leva as mãos até o peito. – Que difamação. Eu nunca faria isso contigo, você tá sendo muito injusto comigo, sabia?
Pierre: Quem não te conhece que te compre. – Ele a olha com os olhos semicerrados.
Lilla: Eu gosto tanto de você, não sei como consegue duvidar do meu amor, que é tão puro e verdadeiro. – Ela o beija na boca por interesse.
Pierre: O que foi isso? – Ele pergunta com os olhos ainda fechados, como se estivesse sonhando.
Lilla: Foi um beijo de amor. – Ela fala com cara de nojo, limpando a boca. – Estou apaixonada por você, Antônio Pierre.
Pierre: Já te disse que não é Antônio Pierre, meu nome é somente Antônio. Pierre foi a Maria Letícia quem inventou.
Lilla: É que eu ainda não me acostumei em te chamar de Antônio. Para mim você continua sendo o Pierre de sempre.

Cena 11- Clube Realeza- Noite.
Maria José é surpreendida por todos com uma festa surpresa. Daniele pede perdão a tia.

Marisa: Vem, José, vamos logo. Já estamos atrasadas. – Ela sai do carro puxando Maria José.
Maria José: Muito obrigada, Nelson. Calma, Marisa, os fornecedores não vão fugir.
Marisa: Nunca se sabe. Do jeito que estamos atrasadas, pode até ser que eles já tenham ido. – Quando elas entram no clube as luzes se acendem.
Todos: Surpresa. – A música começa a tocar, a decoração está impecável.
Maria José: O que é isso? – Ela pergunta emocionada.
Marisa: É a sua festa de aniversário, amiga. – Ela a abraça. – Parabéns.
Daniele: Tia? – Ela surge por traz de Maria José. – Será que nós podemos conversar um instante? Sem querer estragar a sua festa, mas já estragando. – Ela fala sem jeito.
Maria José: Minha sobrinha. Que saudade eu estava de você. – Ela a abraça emocionada. – É claro que você pode conversar comigo.
Marisa: Sejam breves, pois aqui as coisas são diferentes: o discurso vem antes de partir o bolo.
Maria José: Ai, eu ainda não estou acreditando que fizeram esta surpresa maravilhosa para mim. – Ela fala enxugando as lágrimas.
Daniele: Tia, eu quero te pedir perdão. Sei que deixei a senhora muito magoada com toda essa história de vingança. Eu devia ter te contado tudo, não podia ter lhe excluído. – Ela chora.
Maria José: Eu te entendo perfeitamente, meu amor. – Ela a beija na testa. – pode ter certeza de que eu soubesse o que estava aprontando, não teria deixado seguir adiante.
Daniele: O que mais me doeu nisso tudo, foi ter que te humilhar daquela forma. – Maria José enxuga as lágrimas da sobrinha.
Maria José: Não fique remoendo o passado, Dani. O que se foi, se foi. Agora eu já sei o porquê de você ter feito aquilo, e é óbvio que tem o meu perdão. – Ela a abraça com força. – Só quero que dê uma oportunidade para que o seu pai possa lhe explicar como tudo ocorreu.
Daniele: Ele já me falou tudo que devia, tia. E o Roberto foi o cabeça da morte da minha mãe. – Ela é fria. Ao longe é possível ver Maria Letícia no andar de cima, que fica de frente para o palco que Maria José discursará em breve. Ela está disfarçada, e fazendo um teste de pontaria na sala onde se encontra.
Maria José: Mas pense pelo lado… menos ruim. Não foi ele quem matou a Denise, mas sim a Maria Letícia, que está pagando pelo que fez.
Daniele: A desgraçada foi presa? Não sabia dessa.
Maria José: Não dá outra coisa nos jornais. Agora, voltando ao seu pai… ele ao menos está tentando se redimir. O Roberto se entregou à polícia pelo que fez.
Daniele: Tá tia, eu não quero falar sobre ele agora. Só quero te desejar parabéns, e pedir a Deus para que nunca mais nós nos separemos.
Maria Luiza: Desculpa interromper a conversa de vocês, mas a tia Marisa pediu para que você subisse lá no palco para dar o discurso.
Maria José: Tudo bem, eu já estou indo. – Ela olha para Daniele. – Eu já volto, enquanto isso… pense no que te falei. – Ela vai para o palco.
Daniele: Será que eu devo mesmo perdoar ele? – Ela pergunta para si mesma. – Ele merece uma segunda chance? – Daniele olha para o alto, tentando impedir que as lágrimas caiam e acaba vendo alguém no andar de cima com uma arma em punho, apontando para a direção de Maria José. – O que é aquilo? – Ela percebe tudo. – Estão tentando matar a minha tia. – Daniele se desespera e corre em direção a escada que dá acesso ao andar de cima.

Cena 12- Clube Realeza- Noite.
Maria Letícia dispara um tiro contra Daniele.

Maria Letícia: Chegou a sua hora, Maria José. Só tem uma forma desta história chegar ao fim, e é com a morte de uma de nós. – Ela fala apontando uma arma em direção a Maria José, que ainda está no palco discursando. – Você nunca mais irá me atrapalhar, sua travesti nojenta. Chegou a hora de cantar para subir. – Daniele surge por detrás dela e lhe dá uma paulada na cabeça.
Daniele: Você não vai matar ninguém sua louca. – Maria Letícia leva uma mão até a cabeça, mas não larga a arma. – Se tem alguém que vai morrer aqui, este alguém é você.
Maria Letícia: E quem é que vai me matar? Anda, diz. – Ela fala apontando a arma para Daniele. – Você é outra que conseguiu escapar da minha mira, mas está de volta sob ela. E desta vez não irei fraquejar. – Maria Letícia está prestes a atirar, quando Daniele dá um tapa na mão dela, fazendo com que o tiro seja disparado contra o chão, e a arma acabe caindo da mão dela. O disparo faz um estrondo assustador, chamando a atenção de todos que estavam na festa. Daniele e Maria Letícia começam a se estapear e rolar pela sala, ambas tentam pegar a arma, que continua no chão. De longe, Maria José consegue ver uma movimentação de sombras na sala do andar de cima e decide ir até lá.
Maria Letícia: Você é fraca, não pode comigo sua fedelha. – Ela dá um soco no olho de Daniele.
Daniele: É o que veremos, sua bandida. – Daniele rasga a camisa dela. – Você só vai conseguir pegar aquela arma por cima do meu cadáver.
Maria Letícia: Chega de brincadeira. – Ela dá um chega pra lá em Daniele, que acaba caindo perto de uma mesa de madeira. Maria Letícia corre e pega a arma. A moça tenta correr atrás dela, mas já é tarde demais: a megera está com a arma em punho apontando para ela. – Vamos resolver isso de uma vez por todas. – Maria Letícia mira bem em Daniele e aperta o gatilho, sem dó nem piedade.

CONTINUA…

4 comentários sobre “Capítulo 74 – Realeza (Penúltimo capítulo)

  • Eu sabia que algo de ruim ia acontecer nessas festas. Aliás, nas nossas festas só tem morte gente hahah. Amei o barraco entre Maria Nojo, digo, Letícia e a Daniele. Será o fim da mocinha? Belo gancho pro último capítulo! Espero que Dani ainda esteja viva. Coitada da Maria José, seria mais uma desgraça pra vida dela. Logo lerei o último capítulo pra poder falar tudo o que achei da web!
    Ah, e falando em webs, eu não sabia que a Maria José lia! Acho que ela gostaria do Series de Web…

    • Nem me fala. Quando não é festa, é casamento. Precisamos pensar melhor em lugares para ocorrer essas mortes e barracos. Gente, foi mesmo pesado o barraco delas!! Será que a megera acabou com a vida da nossa mocinha? Ai meu core, espero que não!! Um gancho e tanto. Também espero, pois ela tem que se acertar com o Roberto ainda. A José só colecionando desgraças nesses últimos capítulos… gentem!! Estarei aguardando.
      Bem isso, a José lê webs… também me assustei, isso não estava lá na descrição dos personagens hehehe!! Obrigado por comentar, Victor 😀

  • Meu Deus, Maria Letícia não cansa, e agora ainda tem o Carlos Henrique ao lado dela, curuzes, a megera atirou na Dani, e a próxima a ficar frente ao mau é Marillu.
    Esse capítulo foi demais, eu tó amando os últimos capítulos.
    A lista de crimes da Maria Letícia só aumentam, matou a pobre Clotilde queimada, que mau.
    E Lilla não perde o tempo e já foi arrastando as asinha para o Pierre, vaz Antônio.
    O resto todos indo rumo a felicidade!!!! 🙂

    • Não disse que ela não fica um só instante sem mexer os seus pauzinhos? kkk Coitada da Dani, espero que ela saia viva desta. Será que o calhorda irá atrás da Marillu? Mas ela já tá de viagem marcada para o dia seguinte… tudo pode acontecer, não é? hehe
      Que bom saber que você amou este capítulo, e também a reta final 🙂
      Realmente, essa mulherzinha não tem escrúpulo algum… e lá se foi a Clotilde, ao menos revelou para todos as falcatruas da cobra.
      Lilla é outra que só vive no interesse, Deus me livre e guarde u.u
      E que venha a felicidade!! Obrigado por comentar, Wagner 😀

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