Capítulo 74 – Filho Amado
Filho Amado.
Capítulo 74.
Noronha, abismado: Como é? Eu não sou seu filh…
Anna o corta: Exatamente. Você é filho da idiota da Helena- Ela ri- Não tá entendo nada, né? Por essa você não esperava, e aposto que isso o seu falecido detetive não tinha descoberto…- Ela anda pelo quarto- É uma história longa, mas agora que eu ” perdi”, agora que você me entregou pra polícia, acho que já está na hora de saber desse acontecimento tão importante em sua vida…
Noronha, angustiado: Fala logo, para de brincar com os meus sentimentos, acaba de vez com essa história tão suja!
Anna arregala os olhos: Tudo bem… Eu falo, não tenho nada a perder mesmo…Tudo começou quando eu meu namorado fugimos de Cuiabá pra o interior, o motivo não importa agora, o que importa é que eu me chamava Alizia e ele Elmano.
FLASHBACK- Vila Varzeônica. Fim de 1973.
Imagem de duas pessoas chegando em frente ao teatro municipal. Um homem e uma mulher.
Anna narrando: Eu e o Elmano tinhamos fugido de Cuiabá e precisavamos nos esconder da policia em algum lugar… Eis que nos vimos em frente ao teatro de Vila Varzeônica, teatro que abrigava a orquestra principal da cidade( acho que era a unica coisa que dava lucro no lugar). Por sorte no teatro havia um lugar especial pros abrigados da guerra. Era o que queriamos! Eu e Elmano fingimos que eramos fugitivos e conseguimos abrigo, era um quarto pra os homens e outros pras mulheres. Ideal, já que lá a polícia jamais me acharia.
Quando me dei conta eu havia conseguido um emprego de camareira no teatro, e o Elmano de faxineiro. É claro que não queriamos aquilo por muito tempo então tratamos de nos aproximar dos musicos ricos da orquestra. Eu me aproximei da maestra, Helena Dávila. Uma mulher pura, ingenua, e muito querida por todos. E era solitária sim, porque em menos de uma semana viramos amigas e verdadeiras confidentes. O próximo passo era achar um homem pra dar o golpe da barriga, se eu me casasse poderia mudar de nome e a polícia jamais me acharia. A Helena e os outros me conheceram como Anna, nem suspeitavam da minha identidade.
Noronha, indignado: Você sempre muito manipuladora…
Anna ri: Esperta seria mais apropriado, o fato é que eu me aproximei dos Dávila e logo conquistei a confiança de todos. O Bento era marido da Helena mas eu não tirava o olho dele, era o homem perfeito pra eu dar meu golpe. Foi numa noite de janeiro que eu dei inicio ao plano… Bento e Helena tinham brigado, eu o convidei pra ir na minha casa. Nessa época eu e o Elmano haviamos conseguido alugar um comodo, mas ninguém suspeitava que eramos namorados. Pra todo caso eramos apenas amigos, bons amigos.
JANEIRO DE 1974- NOITE.
Bento, triste: Eu não sei mais o que fazer, a Helena anda impossível por esses dias, ela insiste na ideia de nos mudarmos daqui e eu não quero!
Anna se aproxima dele com uma taça de vinho: Calma, é briga de casal, logo passa- Ela oferece a bebida.
Bento recusa: Não, obrigado mas eu não gosto de beber porque estou dirigindo e…
Anna insiste: É só uma taça, Bento, vai te ajudar…
VOLTA A CENA.
Anna ri para Noronha: Seu pai foi tão ingenuo que eu consegui apagar ele direitinho, depois de duas taças de vinho, ele dormiu! Tratei de tirar a roupa dele e me deitar na cama, quando Bento acordou…
Flashback.
Bento, surpreso: O que eu tô fazendo aqui?- Ele nota o que aconteceu- Não me diga que…
Anna ri: Sim… E foi ótimo, Bento, eu não pensei que gostasse de mim dessa maneira!
Bento se veste apressado: E não gosto, sou fiel a Helena, e muito.
Anna narrando:… Depois daquela noite já estava tudo certo pro meu golpe começar. Fiquei grávida, mas não do Bento, e sim do meu namorado.
Noronha interrompe: Presumo que esse Elmano agora se chama Coronel Bravejo…
Anna, debochando: Sim! Você é bem esperto, Noronha! Sempre foi, ao contrário da sua mamãezinha Helena.
Ela continua narrando: E engravidei do Elmano, e a Helena do Bento. Depois daquela noite o Bento nunca mais quis falar comigo, mas ficou calado, nosso segredo morreu debaixo dos lençóis. Eu e Helena engravidamos praticamente juntas. Quando estavamos no sétimo mês foi que tudo se complicou… Eu continuava morando em uma casinha alugada com o Elmano, e também continuavamos trabalhando no teatro…
FLASHBACK.
TEATRO DE VILA VARZEÔNICA. INTERIOR. AGOSTO DE 1974. TARDE ENSOLARADA.
Elmano chega correndo: Tenho pessimas notícias, a polícia de Cuiabá anda espalhando nosso retrato falado… Se isso chegar em alguém da orquestra, eles nos descobrem!
Anna, apavorada: E agora, o que eu faço?
Elmano instrui: Você vai falar pro Bento que o filho que está esperando é dele! Fruto daquela noite de amor, ele vai a acreditar, as contas batem…
Anna: A Helena também tá grávida dele! Mesmo que ele acredite, jamais vai abandonar a maestrina sonsa pra ficar comigo!
Elmano a olha fixamente: Só tem uma solução, vamos ter que mata-la!
Anna o encara.
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Anna narrando: E daí por diante tudo piorou. Naquela mesma noite, perto de uma apresentação da orquestra, eu recebi uma notícia.
Camarim de Helena/ Noite.
Helena se olha no espelho: Cadê meu colar, Anna? Acho que só falta isso pra eu ficar pronta, a apresentação já devia ter começado mas eu, como sempre, me atrasei.
Anna: O colar está no seu baú- Ela pega o objeto acinzentado e tira o colar- Esse é o mais bonito, combina com seu tom de pele- Fala, ironicamente.
Helena coloca o colar: Você como sempre muito gentil…- Depois se levanta- Tô com cada vez mais dificuldade de andar, sétimo mês… Você também sente o bebê pesar?
Anna confirma: Sim, mas você trabalha porque quer e eu porque preciso… Se eu fosse você, Helena, pararia de me apresentar, já tem maestrina substituta, é hora de parar ou o garoto aí pode sofrer as consequências!
Helena acaricia a barriga: Você tem razão, acho que essa será a minha ultima apresentação… Já tem nome pro seu? O Bento escolheu Noronha pro nosso, é meio incomum mas acho bonito!
Anna: O meu se chamará Éssio…
Helena: E o pai, quem é o pai? O Elmano?
Anna mente: O Elmano e eu somos amigos, o pai é…- Elmano entra no camarim.
Ele, aflito: Com licença, desculpe interromper, mas posso falar contigo Aliz… Anna?!
Anna ri: Eu posso, Helena?
Helena pega suas luvas: Pode ir, eu vou me apresentar porque já tô atrasada e o teatro está cheio como nunca hoje.
Nos corredores…
Elmano, tenso: Os policiais estão aqui, espalhando retratos falados da gente, e os desenhos até que estão parecidos com nosso rosto… Tô com medo!
Anna: Nada de medo, nós temos que agir rapidamente! Toca fogo aqui, toca fogo!
Elmano, confuso: Fogo?
Anna confirma: Isso mesmo, o Bento não tá aqui, coloca fogo e mata todo mundo queimado, depois eu me faço de vitima e revelo pro Bento que o filho era dele… É o golpe perfeito…
Elmano: Farei isso, vou pegar a gasolina, e vai ter que ser antes da apresentação- Ele sai correndo.
Anna narrando: Nós tinhamos que pensar muito rápido, a plateia estava cheia de artistas e fotografos, logo alguém ia reconhecer o nosso retrato falado… Quando eu voltei pro camarim, tive outra surpresa.
Helena está de costas.
Anna: Tá tudo bem, dona Helena?
Helena se vira lentamente: Estourou! A bolsa estourou, o bebê não aguentou ficar mais dois meses e quer nascer! Chama alguém, Anna, chama!
Anna sai correndo : Sim senhora!
No corredor encontra novamente Elmano.
Anna o puxa: A bolsa da Helena estourou, o que eu faço?
Elmano está com o alcool em mãos e o fósforo: Eu não sei…Temos que pensar!
Benê e Belarmino chegam.
Anna narrando: A dupla de violinistas bocós quase nos flagrou, estavam procurando a Helena, a plateia estava ficando irritada com a demora da maestrina, mas felizmente conseguimos despacha-los. Agora só faltava decidir o que fazer quanto a sonsa grávida. Foi aí que eu tive a ideia que mudaria tudo, Noronha.
Noronha, devastado com tudo o que tinha ouvido: Que ideia…
Anna conta: Resolvi que iria fazer o parto lá mesmo, depois pegaria o bebê, pra ficar como se ele fosse meu.
Noronha fica chocado com a revelação.
Anna narrando: E foi isso que eu fiz! Cheguei no camarim onde Helena estava.
Helena, desesperada; Que balde de água é esse? Eu mandei você chamar alguém- Ela sente muitas dores.
Anna revela: Não dá tempo de ir pro hospital, eu vou fazer esse parto, Helena, não se preocupe!
Helena nega: EU QUERO IR PRO HOSPITAL! Vai no telefone e liga pra Bento, fala pra ele vir me buscar, é uma ordem! E trata de chamar um dos musicos, interrompe a apresentação e conta o que tá acontecendo…
Anna coloca o balde de água no chão: Eu sinto muito, mas vou ter que te desobedecer, dona Helena, eu farei o parto do seu filho!
Helena se levanta vagarosamente: Jamais! Eu vou chamar alguém, e se considere sumariamente demitid…- Mas antes que chegue na porta acaba sendo atingida por uma tora e cai desmaiada.
Anna, friamente: É uma idiota mesmo…
Anna narrando: E eu fiz o seu parto, Noronha! Demorou, foi uma das piores coisas que fiz na minha vida, mas você nasceu…- Ela engole em seco- Olhei pra sua mãe caída e te coloquei dentro da minha bolsa. Me preparava pra ir embora quando resolvi pegar mais umas coisinhas.
Mostra a cena de Anna pegando o baú e os colares de Helena.
Anna narrando: Eu peguei tudo o que sempre desejei, os mais lindos colares de prata, os brincos dourados, tudo… Guardei o canivete que tinha me ajudado no parto e nem pergunte como… Depois disso eu sai do camarim com você dentro da minha bolsa. Foi a ultima vez que vi a sua mãe.
Noronha, abismado: Ah meu Deus…
Anna narrando: Depois disso eu sai do teatro e fui pra casa contigo. O Elmano chegou um pouco depois dizendo que nosso plano tinha dado certo, a orquestra havia pegado fogo.
Anna mostra o bebê: E o que a gente vai fazer agora? Esse serzinho aqui não para de chorar, não aguento mais!
Elmano fala: Você vai ter que perder o nosso bebê, Alizia.
Anna chora: Não vou sacrificar o meu filho, ele é fruto de uma noite de amor nossa! Esse bebê aqui não é nada meu, vamos mata-lo!
Anna narrado… Vamos mata-lo, eu falei, mas Elmano me convenceu e eu acabei perdendo o bebê que tinha na barriga… Eu sacrifiquei o meu filho… E nunca vou me perdoar por isso… Dias depois, o Bento veio me visitar em casa quando soube que ” meu bebê” tinha nascido.
Bento, triste: Parabéns, Anna, é um lindo menino! A Helena era sua amiga, ia ficar muito feliz ao saber disso… Mas ela não sobreviveu…- Ele começa a chorar.
Anna finge tristeza: Eu não sei como o maldito incendio aconteceu, mas a Helena era uma mulher tão boa, não merecia ter sido vitima!
Bento escorre as lagrimas: E o pior é que meu filho também tava lá dentro, o meu Noronha, que planejei tanto… Minha vida acabou, depois da morte de minha esposa, eu não tenho mais sentido nesse mundo, tô desorientado, sem vontade nenhuma de permanecer vivo.
Anna pega em sua mão: Não fala isso, até porque eu tenho uma notícia um tanto quanto… Reveladora.
Bento a olha: Que notícia?
Anna: Eu nunca contei pra ninguém quem era o pai de meu filho… Todo mundo pensou que era o Elmano, mas na verdade… O pai do meu filho… É você, Bento.
Anna narrando: Ele ficou boquiaberto…
Bento: Não é possível, Anna, nós…
Anna conta: Nós transamos aquela noite que você esteve aqui… Felizmente você tem um herdeiro sim… E é o nosso filho…
Bento: Eu jamais vou me perdoar por ter traído a Helena!
Anna pega em sua mão: Agora ela não está mais viva… É hora de você assumir o seu filho comigo, hora de nos casarmos e de recomeçar uma nova vida. Eu era muito amiga de sua antiga mulher, e tenho certeza que ela só queria a sua felicidade.
Bento, desolado: É claro… Mas eu posso fazer um pedido?
Anna: Claro, meu bem…
Bento: Já que o Noronha não teve oportunidade de chegar no mundo por causa de uma tragédia… Podemos chamar nosso filho de Noronha em homenagem a ele?
Anna, falsamente: Claro…
Anna narrando: E mal sabia ele que Noronha tinha sim chegado ao mundo! Depois daquilo eu me casei com ele e finalmente mudei meu sobrenome e a polícia jamais veio me procurar novamente… Enfim, meu plano havia dado certo…
Foca em uma imagem de Bento e Anna se casando.
Anna narrando: Mas antes de nos casarmos, eu e Bento ficamos mais de um ano em Brasilia, porque ninguém da família podia suspeitar que ele havia traído Helena. Quando voltamos, em meados de 75, você estava mais crescidinho, então inventamos pra os Dávila que você tinha nascido lá em Brasilia mesmo…E até hoje só eu e o Bravejo sabemos da sua verdadeira origem…
Noronha a encara, com os olhos cheios de lagrimas: Você é uma monstra!- Ele está tremulo com o que acabara de ouvir.
Anna ri: E você um ingrato, eu te salvei de ser queimado, tive que abortar meu filho por sua causa, e é assim que me agradece? Noronha, eu nunca te dei amor porque te criei por obrigação… Quem disse que amei o Bento algum dia? Eu amava o Elmano, era com ele que eu desejava construir minha vida, meu futuro! Mas as coisas nem sempre saem como quero… Você e o Bento não passam de um monte de NADA pra mim! Pra que dar amor a um filho que nem meu era? Eu te tratei de qualquer jeito, porque pra mim você era um qualquer…
Noronha aponta o dedo na cara dela: Você escolheu me criar, me dar amor era o mínimo, AMOR DE MÃE, mesmo que não fosse…
Anna ri: Você não entendeu mesmo… Noronha, põe na cabeça, você foi usado em um plano! Foi tudo pra me livrar de ser presa! O Éssio sim, ele foi feito com carinho e amor, mas não é filho do Bento…
Noronha, chocado: O Éssio não é filho do… Nós não somos irmãos?
Anna gargalha: NÃO! Ele é filho do Bravejo, mas o Bento jamais desconfiou disso também… O lavoureiro idiota morreu sem saber disso tudo…
Noronha: Você amava o Bravejo?
Anna, melancólica: Sim… Mas depois nós brigamos, e nunca mais ficamos como antes, nossa relação morreu faz décadas… Mas foi o único homem pelo qual desenvolvi amor de verdade, e claro, depois veio o meu amado Éssinho… Meu filho… Fruto do meu amor… Foi pra ele que eu dediquei minha vida, queria que ele se espelhasse em mim, fosse forte, astuto, esperto… E ele era! Até um dia desses quando decidiu te pedir perdão… Aí eu pude ver que Éssio era mais um fraco! Tentei fugir com ele, dopei o coitado, mas você nos flagrou!
Noronha percebe tudo: Então no dia da fuga… Ele não sabia de nada? VOCÊ ME ENGANOU!
Anna: Enganei, porque eu não queria que fizessem as pazes, ele não te deve perdão, você não é nada dele!
Noronha a pega pelo braço: Você me paga! Tem noção do que fez? Arruinou toda a minha vida desde o começo, não era pra eu estar aqui e nem nada disso estar acontecendo se não fosse a sua maldade DESTRUIU A MINHA VIDA!
Anna não se intimida: Você que vai me pagar… Veja bem, sua mãe e seu pai já morreram porque tentaram entrar no meu caminho, o Detetive também bateu as botas… Desde sempre eu parto de um princípio, quem tentar me atrapalhar, morre! Simples assim, e sempre deu certo, até você voltar querendo se vingar!
Noronha: Graças a minha vingança eu pude perceber o ser humano cruel que você era… Chega, Anna, a polícia chegou… Você perdeu… Depois de ” se livrar” de todo mundo que passava pelo seu caminho… Você encontrou alguém mais forte. Eu.
Anna debocha: Você é fraco como sua mãe, como qualquer um dessa famíliazinha de merda! Acha que conseguiu me vencer… Coitado… Posso até ser presa e pagar pelo que fiz, mas antes eu cumpri minha missão e criei meu filho com muito louvor! Já você não teve nem ao menos o carinho da verdadeira mãe… Por isso se tornou essa pessoa… Você merece ter o mesmo fim que seus pais…
Noronha se vira pra ir embora: CHEGA! Eu vou chamar os policiais, é o seu fim!
Anna rapidamente tira algo do baú: NORONHA, ESPERA!
Noronha se vira.
Anna mostra: Olha aqui o canivete que te deu a vida…- Ela mostra o objeto- Apaga a luz, ele brilha no escuro…
Noronha não fala nada.
Anna joga o baú no chão: Agora você tem a chance de se livrar de mim, de me matar- Ela entrega o objeto- Faça isso. Mate a pessoa que te destruiu.
Noronha respira ofegantemente: Não, você merece sofrer, ter um sofrimento bem doloroso e cruel pra perceber o que fez com essa gente toda que enganou, não sou eu que te darei mais esse castigo, e sim a sua própria mente que vai te corroer! Eu vou viver a minha vida, tentar ser feliz, longe da sua monstruosidade! Eu tenho nojo de você, assim como todo mundo ali naquela sala tem também, até o Éssio percebeu seu jogo. Seu reinado acabou- Ele joga o canivete com toda a força que tem.
Anna pega novamente o objeto: Cadê a pessoa forte? Não tem coragem de me matar? Noronha, eu nunca vou me arrepender de nada o que eu fiz. Eu soube jogar o jogo da vida, vocês deviam aprender ao invés de ” sentir nojo” de mim…
Noronha não diz nada, apenas se curva e abre a porta pra ir embora.
Anna: Tudo bem… Esse mesmo canivete que ajudou você a nascer pelas minhas mãos- Ela o finca nas costas de Noronha, para sua surpresa- É o mesmo que te ajudou a morrer, pelas minhas mãos.
Noronha fica paralisado, o sangue escorre por suas costas. Anna retira o canivete.
Anna: Antes de eu ser presa, precisava fazer isso. Você passou a vida inteira me incomodando, só que hoje já foi demais… Mas pense pelo lado bom, você era o filho amado da família Dávila!
Noronha cai no chão do corredor, bruscamente, com o sangue escorrendo por suas costas.
FLASHBACK.
Camarim de Helena…
Helena acaricia sua barriga: Tá todo mundo esperando por esse filho, sabe Anna, já dizem até que é o FILHO AMADO por todos…
VOLTA A CENA…
Noronha continua caído no chão. Anna fecha a porta do seu quarto e se dirige até a sala.
Na sala…
Josélia acaricia Caio: Meu Deus, mas que história horrível essa que você acabou de me contar, Jasmine, e cadê a polícia? Cadê a ambulância?
Jasmine:Estamos esperando eles faz tempo mas não chegam, quando você tocou a campainha, achamos que eram os policiais e o Noronha foi buscar a mãe no quarto, mas não voltou até agora!
Leopoldo: É melhor nós irmos até a delegacia, já que eles não vem até a gente.
Anna aparece, para espanto de todos, que se levantam.
Aurora e José do Gado chegam no mesmo instante.
Aurora: O que tá acontecendo aqui?
Anna olha pra um lado e outro: Eu é que pergunto, onde é que estão os policiais que ia me prender? Não tô vendo nem sinal…
Jasmine, aflita: Não era a polícia tocando a campainha e sim a minha tia,cadê o Noronha?
Aurora, angustiada: É isso que eu ia perguntar, onde tá o Noronha?
Anna ri.
Caio, bravo: O que você fez com o meu pai?
Anna pega o baú que tinha em mãos e tira o canivete, cheio de sangue: Ele tá morto!
Todos ficam aterrorizados.