Séries de Web
Filho Amado

Capítulo 73 – Filho Amado

Filho Amado.

 

Capítulo 73.

 


 

Sítio de Josélia e Benê/ Noite.

 

Josélia aparece enquanto seu marido acabava de lavar a louça.

 

Josélia olha no seu relógio de pulso: Agora que já jantamos acho que podemos ir até a casa do Noronha, sei que não sou bem vinda lá mas estou com saudade da minha sobrinha, além do mais estou muito preocupada com o estado dela e do Caio, sabe se lá o que está acontecendo por lá…

 

Benê pega a chave do carro: Eu vou sem problemas, mas quando formos expulsos de lá, não venha reclamar comigo!

 

Josélia, irritada: O Noronha não tem o direito de me afastar da minha sobrinha, não tem!

 

Casa de Jurema/ Noite.

 

Jurema analisa o mapa: Quer dizer que esse tempo todo o tesouro estava no sítio mesmo? Não acredito, nós rodamos a cidade toda, ficamos paradas até no meio do mar, tudo isso pra voltar pra o maldito sítio!

 

Betânia coloca brincos: Nesse mapa diz que está enterrado perto do chiqueiro dos porcos, amanhã vamos até lá e uma de nós distrai o casal idoso enquanto a outra cava procurando a grana…Só o tosco do Belarmino pra enterrar dinheiro, já estava afetado mentalmente…

 

Jurema: Apesar de eu amar incondicionalmente o meu irmão, tenho que concordar contigo, acho que ele já não estava muito bem da cabeça…- Ela repara na roupa de Betânia- Vai aonde com essa roupa tão chique? Aliás, deve ser a única que você tem…

 

Betânia se olha no espelho: Eu pouco me importo com suas palhaçadas, vou na casa do Noronha, tentar reconquista-lo.

 

Jurema cai na gargalhada: Betânia, você é idiota assim desde sempre? O cara te expulsou de lá e te humilhou e mesmo assim ainda insiste em tentar conquista-lo? Tem gente que nasceu pra ser iludida mesmo!

 

Betânia passa batom: Não é ilusão, querida, eu sei que ele me ama, só está com medo de assumir por alguma razão, mas ainda vou conquistar ele, nem que seja aos poucos, eu tenho os meus artifícios sensuais pra usar, e nenhum homem resiste a eles- Ela penteia o cabelo- Estou pronta, me empresta o carro?

 

Jurema se levanta: Eu vou com você, aqui em casa está tudo muito parado e a novela que eu gosto já acabou, fora que eu quero prestigiar de perto seu novo fracasso amoroso- As duas saem.

 

Cadeia Municipal/ Noite.

 

O chefe dos carcereiros conversa com a delegada Mafalda.

 

Ele: Acho que é melhor você voltar amanhã, já é tarde, os presos estão jantando e não seria bom interromper isso.

 

Mafalda, séria: Eu preciso falar com o Coronel Bravejo ainda hoje, é um assunto muito urgente e tenho um mandato se quiser, fui trazida da capital justamente pra investigar casos do passado, e faço o possível e impossível pra desvenda-los, não importa que seja de dia, de tarde, de noite ou até nas madrugadas mais frias!

 

Ele: Belo discurso, delegada! Acho que vou ser bondoso e abrir uma exceção pra senhora e seus dois acompanhantes, mas só porque estou muito bondoso hoje- E chama um dos carcereiros- Traga o Coronel até aqui urgentemente.

 

Refeitório da prisão…

 

O coronel tenta comer algo, mas acaba cuspindo tudo:Essa gororoba aqui é indigerível, investi tanto nessa cadeia, fiz até uma reforma, mas como sempre eles não souberam usar o dinheiro que doei e veja o que esse lugar se tornou…

 

Ruper come tudo: O senhor deveria parar de reclamar, até que não é tão ruim assim…

 

O carcereiro chega até Bravejo e grita: Tem uma pessoa querendo falar com você, vamos logo!

 

O coronel vibra: Eu sabia que meu advogado não iria falhar, adeus Ruper, talvez eu não volte nunca mais, foi um prazer te conhecer- Ele cumprimenta o parceiro- E vocês, presidiários idiotas, fiquem aí enquanto eu ganho a minha liberdade! Não foi divertido me ofender? Só que agora eu vou sair daqui e vocês vão permanecer! Eu que estou rindo agora, HA HA!- Ele é algemado e sai, aos risos.

 

Em uma salinha…

 

Bravejo entra: Doutor Carvalho você demorou mas finalmente veio, vou descontar isso dos seus honor…- Ele se dá conta que não é o seu advogado- Quem são vocês? Cadê meu…

 

Mafalda se apresenta: Sou a Delegada Mafalda e esses são Adams e Wagner, viemos aqui para colher seu depoimento sobre a morte de Chico Branco.

 

Bravejo fica apavorado.

 

Casa de Noronha/ Noite.

 

Jasmine tenta levantar a mesa: Me ajudem, o Rodrigo está preso aqui embaixo!

 

Anna sai correndo do escritório com uma arma: Quem se aproximar de mim leva tiro, independente de quem for!

 

Alminha, Leopoldo, Lara e Jasmine ficam paralisados.

 

Anna ri: Agora vocês me obedecem, não é? São idiotas mesmo, achando que podem brincar com Anna Maria Dávila- Grita- Eu devia mesmo era torturar vocês todos por terem me dito aquelas coisas, e um por um!

 

Éssio vê a cena mas não pode fazer nada: MÃE, PARA COM ISSO!

 

Anna se vira pra ele: Cala a boca, Éssio!

 

Éssio lembra: O Noronha e os policiais vão chegar aqui, não tem mais alternativa, acaba com isso tudo de uma vez! Larga a arma, se entrega!

 

Anna nega: Não sou fraca como você, aliás, todos vocês que estão aqui são uns inúteis e não servem nem como seres humanos, não sei qual é o mais idiota daqui…Nenhum tem o mesmo sangue frio que eu…Pois saibam que pra sobreviver nesse mundo é preciso agir friamente, é preciso ser cruel, tanto que agora vou fugir antes que a polícia chegue- Ela sai andando na direção na porta. Estão todos congelados- Quem sabe eu mande um cartão de natal pra vocês quando eu achar outra família tão idiota quanto os Dávila pra enganar…

 

Bruno desce as escadas com o detetive em mãos, Ema vem logo atrás: Socorro, chamem uma ambulância!

 

Anna aponta a arma pra eles: Coloca o detetive no chão…- Bruno se assusta- COLOCA AGORA, É UMA ORDEM, OU EU ATIRO EM VOCÊ, BALEIA!

 

Ema, nervosa: Calma, Anna…Não faz isso!

 

Anna ri: Ah é tão divertido ver todo mundo assustado- Ela simula que está apertando o gatilho- Coloca esse idiota no chão, Bruno.

 

Bruno joga o detetive.

 

Anna instrui: Agora você e sua mãe vão pra perto dos outros, já- Bruno e Ema obedecem- Ninguém se mexe…Eu vou sair lentamente pela porta da frente e não quero ver ninguém me seguindo, ou eu aperto esse gatilho e faço um estrago aqui!

 

Éssio a encara: Você é uma monstra!

 

Anna o olha: Éssio, você é a minha pior decepção, ainda achei que teria alguém parecido comigo, mas me enganei…- Caio desce as escadas com Marinez.

 

Caio corre pra perto da mãe: O que tá acontecendo aqui, mamãe?

 

Marinez vai atrás: Eu tentei segurar ele no quarto como você tinha me pedido, mas não consegui.

 

Jasmine pega o filho no colo: Não se preocupe, Caio, não é nada demais…

 

Anna continua com a arma em mãos: Esse menino devia ter se afogado assim como eu planejei, mas nem tudo é perfeito!- Fala, ironicamente- Agora eu vou indo, boa noite, pessoal, fiquem bem- Mas quando ela se vira, dá de cara com Noronha.

 

Noronha, sério: Vai aonde, mamãe?

 

Anna arregala os olhos, tenta apontar a arma para Noronha mas recebe um golpe certeiro do filho, que consegue imobiliza-la e jogar a arma longe.

 

Noronha, furioso: Os outros podem até ser fracos, mas eu não sou!- Ele a imobiliza.

 

Anna, dolorida: Idiota, infeliz…

 

Noronha a pega pelo pescoço: Vou te deixar no seu quarto, já que gosta tanto de trancar os outros! Aproveite, porque os policiais estão chegando, e aí sim será o seu fim…- Ele a leva até seu quarto.

 

Bruno, desesperado: Alguém chama uma ambulância, o detetive estava caído, e não está respirando!

 

Leopoldo liga pra o hospital.

 

Jasmine, desesperada: E o meu amigo Rodrigo está aqui…Debaixo dessa mesa e dessas cadeiras, só que eu não consigo levantar ela sem ajuda…

 

Logo ela, Helder e Alminha conseguem tirar o rapaz de debaixo da mesa, está desacordado também.

 

Marinez se senta no sofá: Ai…É muita coisa pra um dia só, não aguento tanta tragédia!

 

Lara, preocupada: E onde está a polícia? Já deveria ter chegado…

 

Noronha chega: Pronto…Deixei a megera trancada no quarto, lá não tem como fugir! Agora eu exijo explicações, por exemp…- Ele vê o detetive- O que aconteceu com o Américo?

 

Ema conta: Estava trancado no quarto há horas, Bruno arrombou a porta e achamos ele desacordado.

 

Noronha, desesperado: Foi ela…FOI ELA! MINHA MÃE ENVENENOU O DETETIVE, TENHO CERTEZA!

 

Todos estão atordoados.

 

Leopoldo: Calma, eu chamei uma ambulância.

 

Noronha se senta no sofá: Eu não tô bem…Minha pressão caiu…É muito acontecimento pra um dia só. Eu quero algumas explicações, primeiramente o que você está fazendo aqui tio Leopoldo? Sua estadia na Europa não era pra durar três meses?

 

Leopoldo, sério: Eu voltei pra garantir a sobrevivência da minha filha Lara, e ainda bem que fiz isso porque quando cheguei ela estava trancada em um banheiro!

 

Noronha: Foi tudo obra da minha mãe, ela planejou isso pra tentar fugir…

 

Alminha se aproxima: Quem quer explicações somos nós! O que o Éssio estava fazendo no porão?

 

Noronha se levanta: É que…

 

Éssio completa: Eu mereci, tia, é melhor se poupar dos detalhes, ou poderá se assustar com a história.

 

Cadeia Municipal/ Noite.

 

Os presidiários estão no passeio noturno depois da janta, Clécio se aproxima de Batista.

 

Clécio olha pra lua: Não está cheia, mas acho que serve, não é?
Batista, com medo: Acho que sim…

 

Clécio pega o pêndulo: Mas pra você virar lobisomem vai ter que relaxar, não fique tenso ou isso atrapalhará nossos planos…Nós temos exatos oito minutos pra que a transformação aconteça…

 

Batista, determinado: Tudo bem…Acho que estou pronto- Ele olha preocupado pra Éssio.

 

Clécio pega o pêndulo: No circo onde eu trabalhava, aprendi várias técnicas de hipnose- Ele olha para os dois lados, no pequeno pátio os presidiários conversavam normalmente, e alguns ficavam em posição estratégica, perto dos guardas que os vigiavam- Bom…Então feche os olhos, Batista, vamos fingir que só estamos eu e você aqui…Relaxe…Relaxe…Estamos sendo banhados pela lua prateada, lua que exerce poder sobre você…Batista lembre-se da primeira vez que você virou lobisomem…Lembre-se da sensação que você sentiu, da transformação, veja o seu corpo se cobrindo de pelos…Ouça o uivo na calada da noite…A noite te domina…

 

Batista repete: A noite me domina.

 

Clécio ri: Exatamente. Concentre-se, e quando abrir os olhos você vai olhar fixamente pra lua, vai namorar ela, vai se envolver na luz gélida e…Se transformar…Você tem uma missão pra cumprir, deve nos ajudar, deve atacar os guardas…E pra isso deve deixar o poder da lua te dominar… Vire lobisomem, Batista. Escute a minha ordem- Ele balança o pendulo de um lado para o outro, e a cabeça do ex-inspetor segue o movimento, com uma expressão morta, neutra- VIRE LOBISOMEM QUANDO OLHAR PRA LUA! Eu vou parar de balançar o pêndulo e então você seguirá a minha ordem, entendido?

 

Batista, totalmente hipnotizado: Sim.

 

Clécio deixa de balançar o objeto e espera uma reação, mas Batista continua o mesmo, ele se afasta e vai pra perto de outros presidiários.

 

Batista continua sentado no banco, olhando pra lua.

 

Clécio cruza os dedos: Funciona, por favor…Funciona…

 

De repente Batista se levanta, ele anda olhando pra lua, como que se quisesse chegar lá.

 

Clécio se enfia no meio de um grupo de presidiários e observa a transformação de longe.

 

A pele se enche de pelos, a face já não era a mesma.

 

Clécio fecha os olhos, e quando menos espera, acaba ouvindo o que tanto queria: um uivo.

 

Um dos detentos grita: LOBISOMEM! LOBISOMEM!

 

E o lugar que estava tão pacato vira um verdadeiro caos, todos correm assustados de um lado para o outro, uma verdadeira muvuca.

 

Ruper acompanha a multidão: Meu Deus, cadê o Coronel nessas horas.

 

O lobisomem continua parado no centro do pátio. Os carcereiros não sabem o que fazer.

 

Em uma salinha qualquer…

 

Mafalda faz anotações: Era tudo o que eu queria saber, obrigado Coronel, vamos indo rapazes- Ela, Adams e Wagner saem.

 

O Coronel é algemado por um carcereiro: Pra onde eu tô indo agora?

 

Carcereiro: Vai pra onde os outros estão, pro pátio, é hora do passeio noturno pós-janta, se bem que já deve ter acabado- Eles seguem pro pátio.

 

Lá, os carcereiros se aproximam lentamente da criatura; Que tipo de brincadeira é essa? Quem foi o responsáv…- Mas eles acabam recebendo unhadas da criatura.

 

O lobisomem joga os dois carcereiros no chão e os esmaga com suas patas, depois sai correndo descontrolado pelos corredores da prisão.

 

Os presidiários aproveitam e correm rumo a liberdade.

 

Batista esmaga quem passar por sua frente, ele chega até a recepção da cadeia, onde estão alguns policiais, mas logo mata todos também.

 

Todos os que estavam no pátio correm pelos corredores da prisão, afobados, um passando por cima do outro.

 

Clécio é o mais entusiasmado: Liberdade! LIBERDADE!

 

Ruper também corre junto com os outros, de repente ele escuta a voz do Coronel.

 

Bravejo, sem fôlego: Eu estava indo pro pátio quando alguma espécie de criatura atacou o meu carcereiro e por pouco eu me salvei, o que tá acontecendo afinal? Pra onde a gente tá indo?

 

Ruper: Eu sei lá, está todo mundo fugindo, e eu acompanhei! Só lembro que de uma hora pra outra apareceu um lobisomem…Ah meu Deus…É isso, foi o Batista!

 

Bravejo, perdendo o pique: Quer dizer que o desgraçado é mesmo lobisomem? Enfim, acabou ajudando a gente!

 

Os presidiários passam pelo portão principal e conseguem se ver livres finalmente, os guardas da prisão estavam todos mortos.

 

Clécio corre sem olhar pra trás: Finalmente estou livre!- Ele sorri enquanto continua a corrida.

 

E o plano havia dado certo. Nas largas ruas de Vila Varzeônica, mais de mil presidiários corriam, cada qual com um rumo, cada qual com um propósito.

 


 

Em frente a casa de Noronha/ Noite.

 

Godofredo estaciona a viatura.

 

O delegado tira o cinto: Já demoramos demais, vamos logo prender a tal “ assassina”- Ele e o outro policial vão saindo quando recebem uma ligação e resolvem atender- Alô? Sou eu mesmo, como é?….Mas que brincadeira de lobisomem é essa? Para de passar trote…O quê?…Todos os presos fugiram?…Não, espera um pouco, eu já  tô chegando aí pra controlar essa situação- Ele desliga- Dá meia volta, a assassina fica pra depois, aconteceu uma rebelião e parece que todos os detentos fugiram, e com a ajuda de um…Lobisomem.

 

O policial ri: Isso é sério?

 

Godofredo o encara: Muito sério! Vamos pra cadeia munícipal agora, sinto muito mas essa assassina não vai poder ser presa agora, vamos logo!- Eles colocam o cinto e aceleram novamente, com a sirene desligada.

 

Mansão de José do Gado/ Noite.

 

José encontra Aurora na cozinha com Conceição e Guido.

 

José, irritado: Anda…Me explica o que você tá fazendo por aqui, Aurora? Que eu me lembre, já estamos com as contas acertadas, você e sua mãe não fazem mais parte da minha vida e vice-versa…

 

Aurora se levanta: Eu sei, mas aconteceram problemas e pensei que pudesse ficar aqui porque tenho que evitar o stress agora que estou grávida…Mas eu vou sair logo, chama um taxi pra mim, Conceição.

 

José interrompe: Nada disso…Eu te levo de volta, taxi a essa hora é difícil de achar, mas só por piedade, porque esse é o único sentimento que ainda sinto por você e por sua mãe.- Ele pega a chave do carro.

 

Aurora, feliz: É verdade? Você vai mesmo me levar, pai?

 

José se faz de durão: Não sou seu pai…E já te disse que vou te levar apenas por piedade, agora vamos antes que eu mude de ideia e fique assistindo televisão por aqui.

 

Conceição pega suas coisas: Eu e o Guido também já vamos pra casa, meu turno acabou.

 

José: Então arrume logo seus trapos, eu te dou uma carona, mas só porque estou extremamente bem humorado hoje e de bem com a vida…- Eles saem.

 

Aurora cochicha pra Conceição: Ele está começando a mudar de novo- Elas riem.

 

Casa de Noronha/ Noite.

 

Noronha anda de um lado para o outro: Cadê a policia? Já devia ter chegado…

 

Ema se levanta:Ninguém quer jantar? Era pra ser almoço, mas aconteceu esse alvoroço e…

 

Bruno olha pro detetive: Eu perdi o apetite, tem das pessoas desmaiadas aqui, um escritório destruído e uma assassina trancada no escritório, não conseguirei encarar um prato de arroz com feijão diante desses fatos…

 

Marinez: E a Aurora? Onde você a deixou, Noronha?

 

Noronha lembra:Na mansão do José do Gado, acho melhor eu ir buscar ela e aproveitar pra passar na delegacia, você tem certeza que os policiais disseram que estavam a caminho, Leopoldo?

 

Leopoldo:Sim, eles falaram que chegariam aqui, mas até agora nenhum sinal…

 

A campainha toca.

 

Todos se levantam.

 

Ema se prontifica:Eu vou abrir o portão pra eles!- E sai.

 

Alminha, feliz:Finalmente essa bandida nojenta vai ser presa, eu nunca pude achar que Anna fosse ser uma pessoa tão desprezível, fez várias vítimas, inclusive a pobre criança!- Se refere a Caio.

 

Lara a consola:Mas agora ela vai pagar, por tudo, tia!-Ela se lembra de algo-Mas onde estão as provas que temos contra a Anna?

 

Noronha: Eu não tenho provas de que ela matou o papai, foi a tia Alminha que me contou isso. Minha mãe vai ser presa por um outro crime que cometeu, pela morte de Helena Dávila.

 

Alminha e Leopoldo ficam chocados.

 

Alminha coloca a mão no coração: Sua mãe matou a Helena?

 

Leopoldo: Meu Deus então foi ela quem provocou aquele terrível incêndio que vitimou muitas pessoas…

 

Lara, sem entender nada: Pera aí, quem é Helena?

 

Alminha conta:Foi a primeira mulher do Bento…

 

Noronha completa: Ela participava da orquestra, e morreu queimada em 1974…Foi isso que o papai descobriu, foi essa uma das causas da sua morte…Minha mãe mata qualquer um que passe em seu caminho…Foi isso que aconteceu com o detetive Américo, ele queria falar comigo sobre outra coisa que tinha descoberto sobre minha mãe, mas morreu antes disso…

 

Éssio:Mas talvez ele ainda não tenha morrido…Isso só os médicos vão poder falar…

 

Noronha ignora o comentário do irmão: Eu vou buscar a Anna no quarto dela- Ele sai.

 

Alminha, desolada:Meu deus mas que ser humano medíocre, sujo e cínico! Como a gente não percebeu isso antes, Leopoldo? Fomos vítimas daquela infeliz!

 

Leopoldo: Eu não sei, mas meu coração tá muito abalado com isso tudo…A Anna matou o irmão que eu tanto amava, matou a Helena e tantas outras pessoas…Ela merece ser torturada por ter feito isso, entrou no nosso caminho como que se não quisesse nada, mas na verdade foi tudo um plano, só que é como diz o ditado; a justiça pode até tardar, mas ela não falha.Se Anna não fosse descoberta em vida, teria de acertar as contas depois da morte!

 

Ema recebe Josélia e Benê no portão.

 

Josélia estranha: Que expressão é essa, Ema? Vocês estão esperando outra pessoa?

 

Ema disfarça:Estamos sim…Eu vou até deixar o portão aberto, porque daqui a pouco eles chegam.

 

Josélia, pegada no braço de Benê: Eles quem? Fala, você tá me deixando assustada assim! O que tá acontecendo nessa casa?

 

Ema pigarreia: Muita coisa aconteceu, dona Josélia, estamos esperando a polícia e a ambulância também…

 

Josélia, impressionada:O quê?-Ela sai correndo.

 

Quarto de Anna…

 

Noronha entra, as luzes estão apagadas, Anna está sentada na cama, virada de costas em relação a porta.

 

Noronha acende a luz:Vamos, a polícia chegou!-Anna não responde nada,ele resolve entrar-EU FALEI PRA GENTE IR! A CASA CAIU, MÃE! EU TENHO PROVAS DE QUE VOCÊ MATOU A HELENA E INCENDIOU O LUGAR ONDE A ORQUESTRA FICAVA!

 

Anna se vira lentamente, está segurada em seu baú: É mesmo? Que bom que você conseguiu provas, Noronha, mérito seu e do finado detetive…

 

Noronha, sério: Para de cinismo e vamos logo pra sala…

 

Anna, calma:Espere! Já que você descobriu tanto sobre mim, investigou tanto o meu passado e até mandou cartas pro seu pai, provavelmente deve saber que…Eu não sou a sua mãe-Ela sorri.

 

Noronha fica paralisado.

 

Termina o capítulo 73.

Victor Morais

Escrevi as webs novelas Beira-Mar e Filho Amado que foram publicadas no portal. Atualmente escrevo " Ser Humano", que se passa nos anos 80 e trata da relação complicada entre mãe e filha. Drama, emoções, cotidiano, conflitos familiares...Esse é o meu estilo.

Acompanhe também:
Twitter

Victor Morais

Escrevi as webs novelas Beira-Mar e Filho Amado que foram publicadas no portal. Atualmente escrevo " Ser Humano", que se passa nos anos 80 e trata da relação complicada entre mãe e filha. Drama, emoções, cotidiano, conflitos familiares...Esse é o meu estilo.

Deixe um comentário

Séries de Web