Capítulo 70 – Realeza (Última semana)

SEPTUAGÉSIMO CAPÍTULO

Cena 1- Mansão Corte Real- Dia.
Clotilde explica todo o seu plano, e dá de cara com Pierre.

Maria Luiza: Gente. Como foi que você conseguiu filmar eles assim? Você foi mesmo muito esperta para que nenhum dos dois percebessem que estavam sendo filmados.
Clotilde: Na verdade, o Celso estava sozinho quando implantei essa câmera no apartamento dele. Não sei ao certo porque ele e Maria Letícia haviam se “separado”, mas eles não estavam juntos.
(FLASHBACK)
Celso: Pois então você voltou para nada. – Ele se joga no sofá. Sem que ele perceba, ela coloca uma micro câmera na instante. – Nunca conseguirá outra confissão daquelas.
Clotilde: Pode até ser, mas já basta eu encontrar as pessoas certas, que possam confirmar o que estou dizendo.
Celso: E quem iria lhe ajudar com isso?
Clotilde: Quem sabe, a inimiga número um da nossa rainha.
Celso: Está falando da Maria José? Se for, pode tirar o seu cavalinho da chuva… aquela lá já tá morta uma hora dessas.
Clotilde: Como você pode ter tanta certeza assim? – Ela pensa um pouco. – Claro, se livraram dela, pois é assim que agem com quem está no caminho sujo de vocês.
Celso: Chega de lero-lero vai. – Ele se levanta e abre a porta. – Agora você já sabe que não tem ninguém que possa te ajudar a desmascarar a Maria Letícia. Por favor, retire-se da minha humilde residência.
Clotilde: Eu vou, mas eu volto. – Ela dá uma olhada fatal para a câmera e vai embora.
(FIM DO FLASHBACK)
Maria Luiza: Gostei do seu plano. E esta câmera continua lá? Ou você voltou para retirá-la?
Clotilde: Pouco tempo depois acabei sendo pega com dois tiros nas costas. Eu estava hospedada no mesmo prédio que o Celso, mas ele não sabia. Quer dizer, tanto ele quanto a Maria Letícia pode ter atirado em mim… então os dois descobriram, de alguma forma, que eu estava lá.
Maria José: Então foi mesmo Deus quem intercedeu por você. Se não fosse Ele, estaria morta agora.
Clotilde: Verdade, Maria José. Acabei indo para o hospital, fiquei um tempo lá, e quando voltei para casa fui ver o que tinha perdido. Ou melhor, o que a minha câmera tinha filmado. Percebi que não tinha perdido nada, mas de ontem para hoje… simplesmente acordei com essas revelações de Maria Letícia. Ela também mencionara que você tinha voltado e tudo o mais, e é por isso que estou aqui.
Maria José: Quer saber de uma coisa? A minha irmã merece justiça. Pode ter certeza que eu irei com você até a delegacia para entregar aquela vadia.
Marisa: Tomara que já levem o Celso como cúmplice, desgraçado.
Melissa: Gente, eu papo está bom, mas eu preciso ir. Fiquei de visitar meu namorado hoje. – Ela mente. – Qualquer novidade, me avisem. – Ela sai.
Pierre: Parece que a morte do pai dela só foi o ponto de partida para as maldades daquela louca.
Maria José: Pierre? O que você ainda está fazendo aqui?
Pierre: Ué, eu estava aqui o tempo todo, só observando a conversa de vocês.
Clotilde: Antônio. E pensar que há anos atrás éramos nós dois quem tentava colocar a desgraçada no xilindró. Mas você deu para traz.
Marisa: Antônio? Pera ai que agora não entendi nada. – Ela fica confusa.
Pierre: Meu nome não é Pierre, e eu não sou mordomo. O meu nome é Antônio, e sou padeiro. – Ele fala comum sorriso no rosto. – Mas a minha vida mudou completamente quando vi Maria Letícia matando o próprio pai.
Clotilde: Ele viu tudo. E depois de algum tempo, eu vim em busca do meu tio, mas não o encontrei. Naquela época, Antônio já era mordomo de Maria Letícia, e nós conversávamos bastante durante a minha estadia nesta casa.
Maria Luiza: Me lembro de quando você esteve aqui pela primeira vez.
Pierre: E conversa vai, conversa vem, acabei contando tudo para ela. Contei que Maria Letícia havia matado o homem que ela estava procurando, e fui cruelmente punido por isso.
Clotilde: Ah, então foi por isso que você não prestou queixa contra a Maria Letícia: Ela descobriu que você tinha contado tudo para mim.
Pierre: Sim, e me torturou com ferros quentes nas costas.
Maria José: Agora eu entendi o misto de amor e ódio que a Regina comentou na noite passada. Você a amava por obrigação, mas a odiava por tudo que ela lhe fez. – Ela conclui. E Pierre faz que sim com a cabeça.

Cena 2- Mansão Sales Couto de Sá- Dia.
Michele surge no local e conversa com Daniele.

Michele: Então ele se entregou?
Daniele: Ontem ele saiu daqui dizendo que ia contar tudo para a polícia. Se ele não mentiu, a esta hora já deve estar preso.
Michele: É bom saber que ele está se redimindo. Agora, aonde é que você esteve durante todo esse tempo? Já até encontramos a Maria José.
Daniele: Sério? Fico feliz em saber que ela está bem, que o pior não lhe aconteceu. E eu havia sido sequestrada pela louca da Maria Letícia.
Michele: O que? Você está dizendo que aquela desgraçada lhe sequestrou? A José acredita que a vagabunda também esteja por traz do sumiço dela.
Daniele: Não tenha dúvidas disso. Só pode ter sido ela. Aquela desgraçada queria dar um fim em nós duas, mas acabou se ferrando.
Michele: Mas ela teve o que merecia. Aliás, só vim dar uma passadinha aqui para conferir se o Roberto tinha mesmo se entregado como prometeu. Estou indo mesmo para a nova casa da sua tia.
Daniele: Não entendi. A tia José comprou uma casa nova? De onde ela tirou tanto dinheiro?
Michele: Muito pelo contrário. A sua tia voltou mais forte do que nunca, e acabou com a farsa de Maria Letícia.
Daniele: Mas o que? E quando foi isso que eu não fiquei sabendo? – Ela pergunta surpresa. – Parece que as coisas andam melhores do que eu imaginava.
Michele: Muita coisa aconteceu. Inclusive, a sua tia está namorando. – Ela comenta contente. – O Bartolomeu é um cara super gente fina.
Daniele: Uhm! Então quer dizer que a dona Maria José está de namorado novo, enquanto eu sofria igual uma condenada nas mãos de Maria Leticia? – Ela brinca.
Michele: Afinal, a bruxa estava decidida em matar você? Pois se não pediu resgate, esse era o único interesse que ela poderia ter contigo.
Daniele: Sim, ela estava mesmo decidida em acabar com a minha vida, mas por incrível que pareça… acabei sendo salva por uma visita do meu pai.
Michele: Oi? O seu pai te salvou? Como assim? Ele não contou nada disso.
Daniele: Também não sei ao certo o que aconteceu, mas… foi isso.
Michele: Por que você não vem comigo rever a Maria José? Ela vai adorar te ver novamente.
Daniele: Não tenho tanta certeza disso. Da última vez que a vi, ela não foi tão receptiva assim.
Michele: Não seja boba, Daniele. Ela já sabe que você só se aproximou do seu pai por vingança, é claro que a José vai te perdoar. Quer dizer, já te perdoou.
Daniele: Eu errei em querer me vingar dele sozinha. Querendo ou não, foi a minha tia quem disse que ele poderia ter sido o culpado da morte da minha mãe. Ela merecia saber o que eu estava armando.
Michele: Mas eu também entendo o porquê de você não ter envolvido ela nisso. Sabemos que ela nunca iria aceitar esse tal plano de vingança.
Daniele: É, talvez tenha sido por isso que não contei nada, e decidi fazer tudo sozinha.
Michele: E então? Vamos?

Cena 3- Cobertura Queiroz Galvão- Tarde.
Cléber e Leonardo planejam o casamento.

Cléber: Já está tudo certo. Nós iremos nos casar em breve. – Eles pulam de felicidade. – Não vejo a hora de estar casado contigo para sempre.
Leonardo: Eu também não vejo a hora do dia chegar logo. – Ele comenta contente. – Será que depois de casados não iremos nos enjoar da cara um do outro?
Cléber: Caso isso aconteça, é só andarmos com um saco na cabeça. – Eles sorriem. – Assim não enjoamos um da cara do outro.
Leonardo: Você nunca perde a piada, não é? Adoro isso em você.
Cléber: Eu também gosto muito de mim, mas mais do que gostar de mim, eu amo você. – Ele diz acariciando o rosto do amado.
Leonardo: Ai que fofo. Eu também te amo muito, meu amor. – Ele o beija. – Agora nós temos que pensar sobre o nosso casamento, sobre exatamente tudo.
Luciana: Pelo visto estão bem empenhados com o casório. Espero que daqui algum tempo não estejam empenhados no divórcio.
Leonardo: Ai credo, mãe. Parece até que está nos agourando.
Luciana: Mas casamento é isso, meu filho. Não há só o lado bom, também tem o lado ruim, a parte obscura da história.
Leonardo: Tá, mas não no nosso casamento, que só haverá o lado bom. – Ele diz abraçando Cléber.
Luciana: É o que eu espero.

Cena 4- Clínica de Reabilitação- Tarde.
Marillu consegue o perdão de Ivan. Eles se abraçam.

Marillu: Olá. Será que podemos conversar um pouco? – Ela chega por traz de Ivan. – Só quero conversar contigo se realmente quiser.
Ivan: Vamos até ali, aqui está muito barulho. – Eles caminham até uma salinha. Lá, os dois se sentam frente a frente. – E ai? O que você quer falar comigo?
Marillu: Eu não sei se começo lhe pedindo perdão novamente, ou se lamento por estar aqui.
Ivan: Lamentar por eu estar aqui? Não faça isso nem de brincadeira. Estou me sentindo limpo agora. – Ele dá um sorriso sincera, que motiva Marillu.
Marillu: Eu não conheço nada sobre você. Assim como você também não deve saber nada sobre mim. Saiba que não estou te culpando por nada, mas perdemos muito tempo discutindo. Deveríamos ter nos dedicado mais a nos conhecer melhor.
Ivan: Podemos fazer isso agora. Prazer, o meu nome é Ivan. – Ele brinca, estendendo a mão para ela.
Marillu: Não é disso que estou falando, seu bobo. Você sabe que eu errei muito tanto com você quanto com o seu pai, e agora eu gostaria que você me perdoasse por isso.
Ivan: Posso até te perdoar, mas vai ser preciso que você me prove que merece o meu perdão.
Marillu: E como eu farei isso?
Ivan: Seja sincera, seja você. Só podemos dizer se gostamos ou não de uma pessoa, quando a conhecemos de verdade, sem nenhuma máscara. – Marillu engole seco.
Marillu: Eu não sou um monstro como mostrei ser ao te abandonar com o seu pai. – Ela se emociona. – Naquela época, eu não tinha uma boa sanidade mental, só pode. – Ivan sorri. – Por que quem iria estragar uma vida inteira por causa de um amor platônico?
Ivan: É, não conheço muitas pessoas que tenham feito isso.
Marillu: Mas eu fiz, e me arrependo imensamente por isso. – Lágrimas escorrem o seu rosto. – Eu sou mãe duas vezes. E o que mais quero é te dar carinho, amor, assim como já dei para o Frederico. Não sou um monstro, mas também estou longe de ser uma anja. Sou apenas uma humana, que erra e aprende com os seus erros. E se eu pudesse voltar no tempo… nada disso teria acontecido. – Ela chora incessantemente.
Ivan: O bom é ver que você errou e aprendeu a lição. Não dizem que o amor acaba cegando as pessoas? Talvez tenha sido isso o que aconteceu com você. Acabou ficando cega, mas no fim das contas… voltou a enxergar. – Ele a abraça.
Marillu: Me belisca, pois eu acho que estou sonhando. O melhor sonho de toda a minha vida. – Ela chora muito, e aperta Ivan.
Ivan: Aperta, aperta até não aguentar mais. – Os dois ficam emocionados. – Pois é isso que eu também estou fazendo. – Ele a aparta ainda mais.

Cena 5- Clube Realeza- Tarde.
Célia encontra Maria Luiza e conversa com ela sobre Tiago.

Célia: Maria Luiza, que bom te encontrar por aqui, querida. Estava mesmo precisando falar com você.
Maria Luiza: Nossa. Quanto tempo, Célia. Aonde é que você estava?
Célia: Estava em um SPA, que é ótimo por sinal. – Ela mente. – Mas enfim, não vim aqui para falar sobre isso.
Maria Luiza: Ah, claro. Presumo que tenha vindo agradecer pela sua carta que entreguei a Antonella.
Célia: Também, mas não é isso ainda. – Ela sorri. – Quero falar com você sobre o seu vídeo íntimo que foi pulicado na internet.
Maria Luiza: Até você já está sabendo? – Ela se assusta. – As fofocas correm numa velocidade surpreendente.
Célia: Para te falar a verdade, acho que fui a segunda pessoa a ficar sabendo da existência desse vídeo. E mais, eu estava do lado da pessoa que o enviou.
Maria Luiza: Célia, você tá brincando com a minha cara? – Ela pergunta sem acreditar. – Como assim estava do lado da pessoa que enviou o vídeo? Por que não fez nada para impedi-lo?
Célia: Sei que você deve ter culpado o garoto do vídeo, mas não foi ele quem fez isso contigo. Muito pelo contrário, quem postou o seu vídeo na internet foi a Antonella.
Maria Luiza: Como é que é? E por que que ela fez isso?
Célia: Por pura maldade. Assim como ela também contou para a sua mãe sobre o seu relacionamento com o garçom do clube, pouco antes da ceia na sua casa.
Maria Luiza: O que foi que eu fiz para ela? Gente, não faz sentido. Você está me dizendo que ela me atacou duas vezes por puro capricho?
Célia: Ela com certeza queria algo com isso, só não sei te dizer o que. Se eu fosse você, teria uma conversa séria com ela.
Maria Luiza: Eu não estou acreditando numa coisa dessas. E o pior é que o tal lá do vídeo, tinha me jurado que não foi ele quem tinha enviado. Mas eu não estava acreditando nele.
Célia: O nome dele é Tiago, e eu o conheço bem. Nunca faria isso com você.
Maria Luiza: E por que diabos ele inventou de filmar tudo… aquilo?
Célia: Ah, acho que apenas para guardar de recordação. Pois não é todo dia que ele transa com uma bela moça feito você, não é?
Maria Luiza: Desculpa, mas não sei nada sobre esse garoto. Agora, que eu estou surpresa com essa história, eu estou. Gente, a Antonella me abraçou quando entreguei a sua carta para ela… como a sua neta consegue ser tão falsa assim?
Célia: Eu já a repreendi por isso. Pois você nos ajudou bastante, e não merecia o que ela te fez.
Maria Luiza: Mas deixa estar, eu vou encontrar ela. A Antonella que me aguarde, ela vai me escutar.

Cena 6- Cobertura de Severino- Tarde.
Frederico e Severino conversam sobre a possibilidade dele ser pai.

Severino: Vamos supor que a Antonella esteja mesmo grávida de você. O que pretende fazer?
Frederico: Ah, serei homem o suficiente para assumir a criança. Darei para ela tudo que estiver ao meu alcance, e o que não estiver também.
Severino: É um bom começo: dedicar-se mais ao seu filho do que a si mesmo. Não tenho dúvidas de que você será um ótimo pai, Fred. Mas é preciso te dizer que não será nada fácil.
Frederico: Sei disso. A minha vida mudará completamente, e eu já estou ciente.
Severino: A melhor coisa do mundo para um homem é ser pai, mas é difícil aturar a espera nos hospitais, os choros nas madrugadas e tudo o mais.
Frederico: É a parte chata de ser pai. – Ele brinca. – Mas eu vou tirar isso de letra, pode ter certeza disso.
Severino: A sua mãe foi visitar o Ivan?
Frederico: Sim. Ela saiu daqui decidida em explicar tudo para ele, e rezando para que o Ivan a perdoasse.
Severino: Como será que eles estão lá sozinhos? Espero que ela consiga o perdão dele. A sua mãe está mudada, e merece ter o amor do filho.
Frederico: Também estou torcendo para que dê tudo certo lá. Pois o que ela mais quer é o perdão dele, mais nada.

Cena 7- Clube Realeza- Tarde.
Marisa conversa com Celso, e diz que não confia nele.

Marisa: Celso? O que é que você está fazendo aqui? – Ela pergunta preocupada. – Deveria estar em casa.
Celso: O que foi? Não posso mais visitar a minha namorada? – Ele estranha. – O que significa isso, Marisa?
Marisa: É que eu fiquei surpresa com a sua visita. – Ela mente. – Você nunca vem aqui este horário.
Celso: Resolvi dar uma passadinha aqui, depois de ter descoberto que a Maria José está de volta. Isto é mesmo verdade?
Marisa: Sim, ela voltou. Mas não está por aqui, foi resolver outras coisas.
Celso: Pouco me importa aonde ela esteja, vim aqui ver você. – Ele é falso. – A mulher da minha vida. – Ele a beija.
Marisa: Chega, chega. – Ela se enfurece. – Eu não aguento mais essa hipocrisia, tamanha falsidade.
Celso: Do que você está falando? Você tá tão estranha hoje.
Marisa: Eu não sou nenhuma tonta, Celso. Sei que anda de conluio com a Maria Letícia, e que por isso está aqui agora. Com certeza deve ter vindo pegar o dinheiro da campanha, que estava no cofre. Mas lamento te dizer que eu já devolvi tudo.
Celso: Você está completamente surtada. O que eu fiz para que você duvidasse assim de mim?
Marisa: Para de ser fingido. – Ela dá um tapa na cara dele. – Não aguento mais o seu cinismo. Cara, eu estava mesmo caindo na sua lábia, mas felizmente abri os meus olhos a tempo. E toda a confiança que eu tinha em você, evaporou.
Celso: Quer saber de uma coisa? Eu também não aguento mais ter que beijar essa sua boca imunda. – Ele aperta a boca dela. – Só estou fazendo isso por obrigação mesmo.
Marisa: Agora o gatinho está mostrando as garras? – Ela é irônica. – Eu sabia que vocês ainda estavam juntos. E duvido nada que tenha mentido para mim sobre a morte do Marcelo.
Celso: Acredite no que quiser, o problema é seu, inteiramente seu. – Ele esbraveja. – Quero que você vá para o inferno, sua desgraçada. – Ele vai embora.
Marisa: Ai meu Deus, ele devia estar em casa para que a polícia pegasse os dois. – Ela se preocupa. – O que vai adiantar a Maria Letícia estar presa, e esse louco ficar à solta por ai?

Cena 8- Apartamento de Celso- Tarde.
Maria Letícia confessa para Melissa que matou Rodolfo.

Maria Letícia: Será que o Celso esqueceu as chaves? Aonde é que ele anda com a cabeça? – Ela fala consigo mesmo ao ouvir a campainha. Maria Letícia abre a porta e dá de cara com Melissa. – O que você está fazendo aqui?
Melissa: Sabia que iria te encontrar por aqui. Aliás, este é o seu único refúgio. – Ela sorri e entra. – Espero que não tente me matar, assim como fez com outras pessoas.
Maria Letícia: E por que eu te mataria? Pode ter certeza que apenas faria isso se me desse um bom motivo. – Ela a encara.
Melissa: Não creio que precisa de um bom motivo para sair matando as pessoas. Porém, tenho receio de que queira me matar depois do que descobri.
Maria Letícia: E o que foi que você descobriu? – Ela se senta no sofá com um sorriso no rosto.
Melissa: Descobri que você matou a irmã da Maria José, o Marcelo, e também o seu próprio pai. – Maria Letícia perde o sorriso. – Isso basta?
Maria Letícia: E o que você pretende fazer com essas informações? Aliás, como pretende provar isso?
Melissa: Prova é o que não falta. – Ela sorri, cruzando os braços. – Mas não foi para isso que eu vim. Quero fazer um acordo com você.
Maria Letícia: Se veio atrás de dinheiro pode dar meia-volta, pois não estou tendo nem para mim. Terei até que sair daqui, por não ter mais dinheiro para quitar as dívidas.
Melissa: Não vim atrás de dinheiro, Maria Letícia. Creio que você queira o meu silêncio, e você pode tê-lo. Basta apenas que me responda uma pergunta, e eu prometo que não irei contar nada para ninguém sobre a assassina cruel que você é.
Maria Letícia: Esse acordo poderia ficar melhor. Eu repondo a sua pergunta, consigo o seu silêncio e mais umas notinhas. – Ela é ambiciosa.
Melissa: Dinheiro, tudo o que você faz está ligado ao dinheiro. – Ela faz um muxoxo. – Tudo bem, eu dou o quanto quiser. Contanto que contribua comigo.
Maria Letícia: E quem me garante que você vai mesmo me dar esse dinheiro? Depois que eu responder a sua pergunta, pode ser que eu nunca mais a veja.
Melissa: Primeiramente, eu costumo cumprir com a minha palavra. E segundo, não quero correr o risco de ter o mesmo fim que essas três pessoas.
Maria Letícia: Bela resposta. Então desembucha de uma vez. Faça a pergunta.
Melissa: Me responda com a verdade. – Elas se olham seriamente. – Foi você quem matou o Rodolfo? Ou foi o Celso?
Maria Letícia: Como assim? Você não disse que sabia que o meu pai havia sido assassinado por mim?
Melissa: Por favor não fuja do assunto. – Ela esbraveja, irritada. – Me responda sem rodeios.
Maria Letícia: Eu acho que você não entendeu direito. O meu pai e o Rodolfo são a mesma pessoa. O seu padrasto, o namorado da sua mãe, era meu pai.
Melissa: O que? – Ela fica atônita.

CONTINUA…

Rodrigo Gomes