Capítulo 7 – Samara
Samara: Deixa eu te explicar. O João queria se vingar da Lúcia por ela ter colocado fogo no bar dele. Esse dois tiros eram pra acertar ela e não o Augusto.
Roberto: E por que você empurrou o Augusto para cima desses disparos então?
Samara: Vem comigo. – Ela o puxa para dentro da Mansão. – Aqui ninguém pode nos escutar.
Roberto: Agora me responda. Por que fez isso?
Samara: Porque agora tudo vai se agravar para a Lúcia.
Roberto: Ainda não entendi. Se agravar alguma coisa para alguém este alguém vai ser o Augusto que está entre a vida e a morte lá fora.
Samara: É isso! Ele está perdendo muito sangue Roberto. Logo ele vai precisar de mais.
Roberto: Certo! Mas como a Lúcia vai se ferrar? Não consigo entender.
Samara: Você só precisa saber de uma coisa. Nós vamos poder dormir em paz sem ter medo de ser atacados por ela a noite.
Roberto: Não é você que não tem medo dela?
Samara: Mas eu não tenho medo dela e sim do que ela pode fazer com nós… já que não gosta da gente e é uma assassina.
Roberto: Você é tão corajosa. – Ele leva a mão até o rosto dela e acaricia. – Queria que a Morgana tivesse um pouquinho da sua coragem, sua ousadia.
Samara: Você tem que gostar dela do jeito que ela é.
Roberto: Nunca terei uma oportunidade como esta novamente.
Samara: Do que você está falando? – Ele a beija.
Cena 2 – Estrelar (Noite). Mansão Lamburgo.
Morgana: Sinceramente? Eu não estou nem um pouco preocupada.
Lúcia: Como é que você pode falar assim? Ele é seu pai.
Morgana: Não me dirija a palavra. Você é outra que merece ir o quanto antes para o inferno. Como estavamos conversando Samara… Samara? – Ela parece estar com a cabeça longe dali. – Samara!
Samara: Sim? Desculpa eu estava pensando nisso tudo que aconteceu.
Lúcia: Será mesmo? Ou será que você está escondendo algo da gente?
Samara: Se tem alguém aqui que adora esconder as coisas, este alguém é você.
Lúcia: Eu? Sou mais transparente do que a água não tenho nada para esconder de ninguém.
Samara: Diz isso com tanta firmeza assim? Olha que o santo Sérgio Amaro pode te castigar por essa sua mentira.
Morgana: Existe mesmo um santo com este nome? Nunca ouvi falar.
Samara: Pergunte a sua mãe. Ela é mais devota a ele do que qualquer outra pessoa.
Lúcia: Não dê ouvidos a esta mulher. Ela não sabe o que diz. Tenham uma boa noite. – Ela sobe a escada.
Cena 3 – Alexandria (Noite). Mansão Damasceno.
Arnaldo (Ao telefone): Mas como é que tudo isso aconteceu Amora?
Amora (Ao celular): Foi tudo muito de repente. Uma tentativa de assassinato, mas creio que ele esteja bem.
Arnaldo (Ao telefone): Tudo bem. Qualquer notícia que você tiver me ligue. – Ele desliga.
Silvia: O que é que a Amora queria?
Arnaldo: Tentaram matar o Augusto. Dispararam dois tiros contra ele.
Silvia: Meu Deus! Mas como?
Arnaldo: Pelo que a Amora me disse foi tudo muito de repente.
Cena 4 – Alencar (Noite). Hospital.
Roberto: Como é que foi lá?
Marcelo: Meu pai perdeu muito sangue. Precisava de sangue compatível com o dele, e eu por ser filho me habilitei a fazer isso.
Roberto: Então você vai fazer a transfusão de sangue ao seu pai?
Marcelo: Logo mais eles irão me chamar para ir até lá pra eles recolherem o meu sangue.
Roberto: Eu vou ligar para a mansão. Passar a notícia a elas. – Ele pega o celular e disca o número. – Alô!
Samara (Ao telefone): Quem está falando? Roberto! Tudo bem?
Roberto (Ao celular): Melhor agora. Mas antes que você comece a pedir para que eu pare, vamos logo ao assunto. O Marcelo vai realizar uma transfusão de sangue para o pai dele.
Samara (Ao telefone): Eu vou te dizer uma coisa. Nunca mais venha com suas graças para o meu lado, eu estou noiva e você é compromissado com a minha cunhada. – Diz ela baixinho antes de desligar.
Marcelo: Está tudo bem por lá? A mamãe não está atracada com a Morgana e a Samara?
Roberto: Por enquanto parece estar tudo tranquilo. – Ele sorri. O médico chama por Marcelo.
Cena 5 – Estrelar (Noite). Mansão Lamburgo.
Lúcia: Quem era? – Diz ela descendo a escada. – Alguma notícia sobre o Augusto?
Samara: Ele deve ter perdido muito sangue já que o Marcelo terá que transferir sangue para ele.
Lúcia: Problemas, problemas. Eu vou sair para refrescar a cabeça.
Morgana: Assim como todas as outras noites. A senhora deve viver com problema né? Já que vive refrescando a cabeça.
Lúcia: Eu sou a sua mãe. Exijo respeito. Você não pode falar assim comigo.
Morgana: O que eu disse demais? Apenas falei o que tenho observado.
Lúcia: Eu não vou ficar aqui batendo boca com você. – Ela sai.
Samara: Você também percebeu as intermináveis saídas da sua mãe?
Morgana: Só venho observando ela.
Samara: Morgana, você precisa saber de uma coisa. Eu confesso a você que fico muito preocupada em morar de baixo do mesmo teto que a sua mãe.
Morgana: Depois do que ela me fez? Nenhuma mãe faria isso com um filho, ela é um verdadeiro monstro, devemos temer mesmo.
Samara: Sérgio Amaro… ele não é um santo Morgana, mas sim o pior pesadelo da sua mãe.
Morgana: Quem é este homem que põe tanto medo nela?
Samara: É o homem que ela matou. A sua mãe é uma assassina Morgana, assassina.
Cena 6 – Cajamar (Noite). Motel.
Lúcia: Pedro, a melhor parte do meu dia é sempre quando eu te encontro, sabia?
Pedro: As vezes eu fico pensando que você só está comigo pra… debochar da cara da minha mãe.
Lúcia: Nunca! Sua mãe não tem importância na minha vida.
Pedro: Não tem mais, mas naquela noite… que vocês discutiram feio por você não ter gostado do vestido dela e ter falo isso diretamente a ela. Foi naquela noite que tudo começou entre a gente.
Lúcia: Confesso que eu queria muito mesmo debochar da cara da sua mãe naquela noite mas… não o fiz.
Pedro: Sabe quando fazemos as coisas sem perceber? Você confundiu tudo, não está comigo por gostar de mim, mas sim para debochar da cara da minha mãe.
Lúcia: Vamos deixar isso de lado. Vem aqui vem. – Ela tira a camisa de Pedro.
Pedro: Não, chega! Eu não quero mais nada com você. E se você não colocar isso na sua cabeça eu mesmo a farei entender. Irei te entregar para o Augusto.
Lúcia: Essa é a sua decisão? Você tem certeza que é isso o que você quer?
Pedro: Nunca estive tão seguro em toda a minha vida. – Lúcia sai. – Pelo menos por hoje eu sou seu. – Ele se vira e da um sorrisinho sínico.
Amora: Um caso com a quarentona, que situação hein!
Pedro: Você não devia estar na boate com os meu pais? Quando sai de lá eles falavam muito bem de você, será que isso permanece?
Amora: Não é porque eu não estou lá que eu não esteja trabalhando e é claro que permanece, sou a melhor funcionária deles. – Ela o pega pelo pescoço e o beija. – Fiquei tão feliz em te ver lá no hotel.
Pedro: Como o mundo é pequeno, não é?
Cena 7 – Alencar (Noite). Hospital.
Médico: Algo muito estranho aconteceu. Ele se ofereceu para transferir o sangue que… deveria ser compatível com o seu, já que são pai e filho.
Augusto: Mas o nosso sangue não é compatível?
Médico: Não. Por isso sinto em lhe informar, mas o Marcelo não é seu filho. – Augusto arregala os olhos.
Augusto: O Marcelo não é meu filho? Só pode estar havendo algum engano. Vocês devem ter errado em alguma coisa.
Médico: Impossível senhor. O sangue não é mesmo compatível e seu filho, ele não é.