Capítulo 66 | Processo Iniciado – No Rumo da Vida
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[CENÁRIO 01 – CASA DA CARLA/ SALA/ NOITE]
(Carla permite Felipe entrar. Os dois estão na sala agora, conversando)
FELIPE – Como você estar?
CARLA – Bem.
FELIPE – Acho que o seu pai já deve ter contado sobre mim?
CARLA – Contou.
FELIPE – Não podemos esconder o que houve entre a gente no passado…
CARLA – Não aconteceu nada entre a gente.
FELIPE – Aconteceu! Eu nunca consegui esquecer aquela noite. Até um dia desses, fazia questão de não esquece-la, mas…
CARLA – A situação mudou né?!
FELIPE – Mudou! Eu soube que você tem um filho. Esse filho por acaso é…?
CARLA – Não. Não é seu, se você quer dizer isso. Como você soube que eu tenho um filho?
FELIPE – Não importa como eu soube. Quem é o pai então?
CARLA – De um outro cara, com quem tive um curto relacionamento.
FELIPE – Você não contou para ele que estava grávida?
CARLA – Como podia contar para alguém que nem sei onde está. O cara sumiu logo depois e nunca mais tive notícia dele. (os dois ficam em silêncio por um tempo) Bem, se era só isso que você queria saber…
FELIPE – Eu queria me aproximar de você… (segura a mão dela, mas logo solta em seguida) Como irmão!
CARLA – Melhor deixar assim, não acha? Você com à sua vida e eu seguindo a minha. Soube que você casou!
FELIPE – Separei.
CARLA – Já? O que houve?
FELIPE – Não tem porque continua com um casamento sem amor.
CARLA – Provavelmente deve ter várias pretendes querendo esse cargo.
FELIPE – Pior que não. Acho que esse cargo não pode ser mais preenchido. (os dois se olham nos olhos por um tempo)
CARLA – Está ficando tarde. Tenho que alimentar meu filho ainda. Boa noite. (levanta e caminha em direção à porta. Felipe demora um pouco sentado no sofá, depois levanta e vai para à porta)
FELIPE – Boa noite! (vai embora. Carla, da porta, observa Felipe entrar no carro e ir embora. Carla fecha à porta e volta para à cozinha)
CAMILA – O que ele queria?
CARLA – Se despedir. Desculpa pessoal, mas acho que já deu para mim. Boa noite para vocês.
ROSÁRIO – Boa noite filha.
JUNIOR – Boa noite.
ROBERTA – Boa noite. (Carla sobe para o quarto)
Amanhecendo…
[CENÁRIO 02 – CASA DO FELIPE/ Q. DE FELIPE/ DIA]
(Miguel entra no quarto do Felipe)
MIGUEL – Estava te procurando?
FELIPE – O que foi?
MIGUEL – Preciso de um favor seu?
FELIPE – Peça.
MIGUEL – Você pode me emprestar seu carro?
FELIPE – Claro, mas para que você quer ele?
MIGUEL – Eu vou atrás daquela garota. Acho que dessa vez, vamos nós acertar
FELIPE – Boa sorte para você. (pega a chave em cima da mesa do criado mudo, e entrega para o primo)
MIGUEL – Obrigado cara. Prometo trazer seu carro no mesmo estado que peguei.
FELIPE – Não liga para isso, se preocupa apenas com à sua garota.
[CENÁRIO 03 – CASA DA CARLA/ COZINHA-SALA/ DIA]
JUNIOR – Eu já vou indo. Deixei à Ana dormindo. Se ela acordar…
ROSÁRIO – Não se preocupa querido, sei cuidar dela. Se concentre nas entrevistas. Você precisa de um emprego.
JUNIOR – Verdade. Bom dia para vocês.
ROSÁRIO – Bom dia. (Junior corre até a porta, mas antes que ele saísse, ele dar de cara com um oficial de justiça)
OFICIAL – Bom dia.
JUNIOR – Bom dia.
OFICIAL – Você é o Junior?
JUNIOR – Sou eu mesmo.
OFICIAL – Isso é para você. (entrega um envelope para ele)
JUNIOR – O que é isso?
OFICIAL – Uma intimação. O senhor pode assinar aqui. (Junior assina, recebe o envelope e o Oficial vai embora)
ROSÁRIO – (entrando na sala) O que é isso? (Junior abre o envelope e começa a ler)
JUNIOR – Estou sendo intimado para o processo da guarda da Ana. Ele realmente cumpriu e abriu um processo. Ele é mais rápido do que pensei.
ROSÁRIO – Mas já tem à data da audiência?
JUNIOR – Daqui dois dias.
ROSÁRIO – Não se preocupa, ninguém vai tirar ela de você.
JUNIOR – (começa ficar nervoso) E se tirar? E se eu perder a minha filha Rosário? E se ele conseguir tirar ela de mim, não sei o que vou fazer sem ela!
ROSÁRIO – Calma filho. Confia em Deus, vai dar tudo certo. Você não vai perder sua filha, nenhum juiz teria coragem de fazer isso com um pai bom que nem você.
[CENÁRIO 04 – APARTAMENTO DA CAMILA/ SALA/ DIA]
CAMILA – (ao telefone) Está bem, obrigada por avisar Rosário. Tchau.
ADRIANA – O que a Rosário queria?
CAMILA – O Gustavo iniciou o processo pela à guarda da Ana. A audiência será daqui dois dias.
ADRIANA – Como assim dois dias? Tão rápido? Pode isso?
CAMILA – Eu disse que o Gustavo não estava de brincadeira. Se o Junior não se preparar, ele vai perder a filha.
ADRIANA – Não podemos deixar isso acontecer. (ela joga sua bolsa no sofá, e corre até a porta)
CAMILA – Onde você vai maluca?
ADRIANA – Vou na casa da Carla, ver o Junior.
CAMILA – Ele não estar lá. Ele foi para rua, procurar emprego.
ADRIANA – Mesmo assim eu vou lá. Não posso deixar à Ana sozinha.
CAMILA – E a faculdade maluca?
ADRIANA – Vai continuar lá, Camila. Tchau. (Adriana fecha à porta e saí até à casa da Carla)
CAMILA – Essa é totalmente maluca. (Bianca entra na sala) Oi. Eu já vou indo para à faculdade, precisa de alguma coisa.
BIANCA – Não, nada. Estou bem. Só quero te desejar uma boa aula. (caminha até ela e a abraça. Após o abraço, se afasta um pouco de Camila, sorrindo)
CAMILA – Daqui estarei de volta. (saí do apartamento, sorrindo também)
[CENÁRIO 05 – CASA DA CARLA/ COZINHA/ DIA]
ROSÁRIO – Você devia ter visto a cara dele filha.
CARLA – Imagino, mas vamos fazer de tudo para proteger à filha dele. Ela é filha da minha melhor amiga e ninguém vai levar ela da gente.
ROBERTA – Eu queria saber, como foi que ela morreu?
CARLA – Ela infelizmente faleceu na hora do parto.
ROBERTA – Nossa. Deve nem tempo de segurar a própria filha?
CARLA – Não. Nem de olhar para ela.
ROSÁRIO – Você imagina agora a dor que esse rapaz estar sentido?
ROBERTA – Imagino. Ele vai sentir ainda mais dor, se perder a filha. (campainha)
CARLA – Deixa que eu atendo. (Carla bebe sua xícara, coloca em cima da pia e corre para atender à porta) Já vai. Miguel?
MIGUEL – (sorrindo) Oi.
[CENÁRIO 06 – CASA DA VERÔNICA/ SALA/ DIA]
VERÔNICA – Vai sair filha?
LUANA – Vou. Vou ver se consigo arrumar um emprego?
VERÔNICA – Que piada é essa agora?
LUANA – Piada nenhuma mamãe. Como a nossa família está precisando de dinheiro, o correto é arrumar um emprego e ajudar aqui dentro, não acha?
VERÔNICA – Não acredito que você vai me dar mais esse desgosto filha?
LUANA – Trabalhar não dar desgosto para ninguém. E eu tenho um ótimo currículo, com meu charme, consigo um emprego rapidinho.
VERÔNICA – Quem você quer enganar fazendo isso filha? Você devia está pensando em que maneira você vai conquistar o Felipe e não ficar pensando essas besteiras.
LUANA – Mamãe, a senhora não manda mais em mim. Eu sou adulta e posso fazer o que eu quiser. (com isso, Luana vai para rua procurar emprego)
[CENÁRIO 07 – CASA DA CARLA/ SALA/ DIA]
MIGUEL – Posso entrar?
CARLA – Claro. (Miguel entra, e os dois vão para à sala) Aceita tomar algo?
MIGUEL – Não, obrigado. Cadê seu filho?
CARLA – Dormindo. Mas daqui a pouco deve acorda. Então acho que é melhor você ser rápido.
MIGUEL – (rir) Claro.
CARLA – Qual a graça?
MIGUEL – É que você continua a mesma. Eu não sei o que te fez voltar para o Rio, sem avisar à ninguém, mas acreditei que estava acontecendo alguma coisa entre nós… (segura a mão dela) E acredito, que você sente à mesma coisa que eu estou sentido agora. (se aproxima dela) E o único jeito de saber, se isso é verdade, é fazendo isso… (a beija. Após um tempo de beijo, Carla se afasta)
CARLA – Porque você fez isso?
MIGUEL – Quero ter certeza se realmente não está acontecendo nada entre a gente. (Carla não responde nada e ele se desculpa) Desculpa, Carla. Eu não devia ter feito isso, agir por impulso. (Pedro acorda)
CARLA – Meu filho acordou! (caminha até a porta) Então, se você me dar licença.
MIGUEL – Posso voltar outra hora?
CARLA – Melhor não.
MIGUEL – Tá. Desculpa novamente. (Carla não responde e Miguel vai embora)
[CENÁRIO 08 – CASA DO FELIPE/ Q. DE FELIPE/ DIA]
FELIPE – Já chegou? (Miguel entra no quarto do Felipe e se joga na cama dele) Então, como foi?
MIGUEL – Acho que fiz uma besteira!
FELIPE – O que você fez?
MIGUEL – Eu à beijei.
FELIPE – E como ela reagiu?
MIGUEL – Não como eu esperava. Que burro que eu fui.
FELIPE – Vocês brigaram?
MIGUEL – Não. Mas ela não gostou do que eu fiz. Que bela maneira de tentar aproximar dela. (senta sobre à cama)
FELIPE – Eu não sei o que te dizer cara.
MIGUEL – E o assunto da sua banda, eles vão alugar lá o local?
FELIPE – Não sei. Entreguei as informações para o pessoal, eles vão conhecer melhor lá.
MIGUEL – Sei. O que está fazendo?
FELIPE – Compondo uma música para Alice.
MIGUEL – Posso ver?
FELIPE – Agora não. Ainda não terminei e não gosto que vejam, antes de estar pronta.
MIGUEL – Ok. (levanta da cama) Então, vou indo. Deixa você termina de compor a música para sua filha. E valeu aí pelo o apoio com aquela garota, mas acho que estraguei tudo.
FELIPE – Dar um tempo para ela. Vocês vão se acertar.
MIGUEL – Deus te ouça. (sai do quarto)
[CENÁRIO 09 – CASA DA CARLA/ SALA/ DIA]
ADRIANA – Ele ainda não chegou?
ROBERTA – Ainda não.
CAMILA – Cadê a Carla?
ROBERTA – Ela saiu com a mamãe. Elas foram comprar algumas coisas para o Pedro.
ADRIANA – Você sabe de alguma coisa sobre a audiência?
ROBERTA – Não. Mas o Junior ficou bastante frustrado após receber aquele envelope.
ADRIANA – O Gustavo foi mais rápido que à gente. Que tal a gente ligar para o advogado do Claudio, talvez ele nos informe o que devemos fazer?
ROBERTA – Boa ideia. Você tem o número dele?
ADRIANA – Tenho. (Adriana pega seu celular e liga para o advogado. Minutos depois, Junior chega, e pela expressão no rosto, parece que ainda não encontrou em emprego. Adriana está sozinha na sala) Que bom que você chegou, Junior. Talvez não devia, mas, liguei para o advogado e informei sobre a intimação. Ele disse que vai verificar.
JUNIOR – (apresentando ser confiante) Para mim tanto faz. Pode ser daqui dois dias, podem adiar, que estou pronto para essa batalha.
ADRIANA – Conseguiu arrumar um emprego?
JUNIOR – Não. Outro dia sem sorte.
ADRIANA – Calma. Também essa área aqui, não tem muitas oportunidades de emprego. Você não pensa em arrumar um emprego em outro bairro?
JUNIOR – Eu já tive essa ideia, mas vou pagar a condução com que dinheiro?
ADRIANA – Bem, posso te emprestar um dinheiro. Aí, quando você estiver fixo no emprego, você me devolve.
JUNIOR – Eu agradeço, mas não. Você e as meninas já estão ajudando demais.
ROBERTA – Achamos o papai. (entrando na cozinha, com Ana nos braços) Papai, sua filha quer dormir.
JUNIOR – Me dar ela aqui. Está com sono filha? Vou colocar ela para dormir. (sobe para o quarto)
ROBERTA – Você gosta dele né?
ADRIANA – Não como você está pensando.
ROBERTA – Está na cara Adriana. O jeito que você olha para ele, esse cuidado todo.
ADRIANA – Ele era marido da minha melhor amiga.
ROBERTA – Sim, pode ser, mas isso não…
ADRIANA – A Joana amava o Junior. E mesmo ela não estando aqui, vou respeitar esse amor.
CARLA – Então tá.
Anoitecendo…
[CENÁRIO 10 – CASA DA VERÔNICA/ SALA/ NOITE]
LUANA – Cadê o pessoal dessa casa? (descendo as escadas, direção a sala)
VERÔNICA – Seu irmão saiu. Certamente, foi para a casa da namorada. Lucas deve está no quarto e sua prima saiu. Conseguiu emprego?
LUANA – Consegui. Vendedora de uma loja, num shopping aqui perto.
VERÔNICA – Vendedora? Sério filha? Você com toda essa beleza, elegância, não tinha um cargo melhor não?
LUANA – Vendedor é um trabalho digno igual qualquer um. E se a senhora quer reclamar, comece a pensar em uma maneira de começarmos a economizar, que o dinheiro vai entrar menos aqui dentro. (vai para cozinha)
[CENÁRIO 11 – CASA DA CARLA/ SALA/ NOITE]
(Carla, Camila, Adriana, Cláudio, Junior e o advogado dele estão na sala conversando)
CAMILA – Então, como foi lá?
ADVOGADO – Realmente o julgamento foi marcado para daqui dois dias.
CAMILA – O que devemos fazer então?
ADVOGADO – Se preparar. Vou ver quais as reais chances dele (Gustavo) conseguir a guardar. Não se preocupem. Temos dois dias e vou estudar afundo nas chances que temos. Ah, e preparem-se, amanhã virá uma assistente social visitar você.
JUNIOR – Certamente, ela verá que não tenho condição para cuidar de uma casa, já que estou morando de favor na casa dos amigos.
CARLA – Calma, Junior. Vamos fazer de tudo para dar uma boa impressão para à assistente.
ROSÁRIO – Mostraremos à ela o pai amoroso, generoso que você é.
CAMILA – Ela verá que você merece ficar com à Ana.
CARLA – Tem mais alguma informação que precisamos saber?
ADVOGADO – Por enquanto não.
CAMILA – Obrigado.
ADVOGADO – De nada. Qualquer coisa não hesitem em me ligar.
CAMILA – Podem deixar. (Camila acompanha o advogado até a porta)
JUNIOR – É, agora resta aguardar.
Dois dias depois…
[CENÁRIO 12 – TRIBUNAL/ DIA]
(o dia da audiência chega. Junior e Gustavo estão frente à frente, com seus respectivos advogados. O juiz inicia)
JUIZ – Está aberto o julgamento pela guarda da menor Ana Clara Silva. Onde o tio, Gustavo Souza, requer à guarda da menina do pai Junior Silva. Com à palavra, o autor do processo, o tio que requer à guarda da menor, Gustavo Souza.
Continua no Capítulo 67…