Capítulo 61 – Realeza

SEXAGÉSIMO PRIMEIRO CAPÍTULO

Cena 1- Cobertura de Marisa- Noite.
Marisa aceita se reconciliar com Celso. Ele a beija.

Marisa: Celso, o que você está me dizendo é muito sério. Tem certeza de que foi mesmo a Maria Letícia quem fez isso?
Celso: Claro que tenho. Ela falou para mim com todas as letras. Foi a Maria Letícia quem matou o Marcelo, e ela fez isso por ele ter atraído a Maria José até ela.
Marisa: Como não me ocorreu isso antes? A Maria Letícia nunca aceitaria ter sido desmascarada de braços cruzados. – Ela fica incrédula. – Gente, ela foi capaz de matar o próprio filho por causa de dinheiro.
Celso: Pra você ver que eu não estou mentindo quando digo que ela me deixou para traz ao ficar rica novamente. Se ela foi capaz de matar o filho, dar um pé na minha bunda foi fichinha, não acha?
Marisa: Celso, depois disso nem tem como eu te dar um não como resposta. Você provou que merece uma segunda chance.
Celso: Então eu posso considerar isto como uma reconciliação? Nós voltamos a ser um casal?
Marisa: Sim. Eu estou disposto a te dar uma segunda chance. – Ele a beija. – Mas não pise na bola novamente, pois não haverá uma terceira chance.
Celso: Você não vai se arrepender de ter voltado para mim, eu te prometo.

Cena 2- Mansão Sales Couto de Sá- Noite.
Roberto fica surpreso ao saber que Michele arrumou as malas, e está prestes a voltar para a antiga casa aonde vivia com Maria José.

Roberto: O que significa isso, Michele? – Ele fica surpreso ao vê-la descer cheia de malas. – Que malas são essas?
Michele: Eu estou indo embora, Roberto. E nem tente me impedir, pois não irei voltar atrás na minha decisão.
Roberto: Michele, você não pode fazer isso comigo. Você nem ao menos me deixou explicar o que aconteceu.
Michele: Sério que você ainda pensou em me explicar aquilo? Não sou nenhuma tola, você me enganou, e eu não irei te perdoar por isso.
Roberto: Michele, eu te amo. – Ele se ajoelha diante dela. – Pelo amor de Deus, não faça uma coisa dessas comigo.
Michele: Eu só tenho que te agradecer por você ter deixado que a Gaby e eu passássemos uns dias aqui em sua casa, mas… para mim já chega.
Roberto: Por favor, me deixe explicar. É só isso o que eu te peço. – Ele abraça as pernas dela. – Não me deixe assim… de uma maneira tão banal. – Ele chora. – Eu não quero ficar sozinho nesta casa toda, me escuta… por favor.
Michele: Chega. – Lágrimas escorrem a sua face. – Eu não aguento mais isto, Roberto. Adeus. Foi bom enquanto durou.
Roberto: E pra onde é que vocês vão? Como irão se virar sem a Maria José?
Michele: Ela não vendeu a antiga casa dela, e é para lá que nós iremos voltar. – Ela enxuga as lágrimas. – O melhor que você tem a fazer é me esquecer de uma vez por todas.
Roberto: Você não pode fazer isso comigo, não pode. – Ele chora. – Eu não vou aguentar ficar longe de você.
Michele: Não seja precipitado, já passou por tanta coisa antes de me conhecer. – Ela olha para Gaby. – Vamos?
Roberto: Michele, não. – Ele se levanta. – Não faz isso comigo, eu te suplico.
Michele: Chega de súplicas, Roberto. Acabou. – Elas caminham até a porta e Roberto as segue.
Roberto: Me diz o que você quer, eu faço tudo que você queira, é só me dizer o que quer.
Michele: Eu só queria que você fosse sincero comigo, mas você não consegue ser sincero nem consigo mesmo. – Elas vão embora.
Roberto: Michele. – Ele cai de joelhos no chão. – Não se vá, pelo amor de Deus. – Ele fica encolhido no chão, chorando.

Cena 3- Boate- Noite.
Jonathan prensa Tiago contra a parede, e lhe dá uma bela surra. Ele diz que não foi ele quem enviou o vídeo, e Maria Luiza fica perplexa ao descobrir que foi Antonella.

Jonathan: Cadê o dono desta espelunca? – O local está vazio. – Vamos, apareça seu covarde.
Maria Luiza: Calma, amor, ele deve estar na sala dele lá em cima. Vem. – Eles sobem uma pequena escada.
Tiago (Ao celular): Imagina, Célia. Não é preciso que você me pague pela minha ajuda, apenas quero que você converse com a Maria Luiza. Você pode fazer isso por mim? – Jonathan arromba a porta do local. – O que é que está acontecendo aqui?
Maria Luiza: Eu não te disse que tinha namorado? Só acho que não mencionei o quanto ele tem ciúmes de mim. – Jonathan tira Tiago da cadeira e o pressiona na parede.
Jonathan: Agora você tá com medo, seu franguinho? Apronta uma palhaçada daquelas com a minha namorada, e agora fica ai com essa cara de criança chorona.
Tiago: Calma, deixa eu te explicar o que realmente aconteceu. – Ele fala sem ar.
Jonathan: Você acha que eu vim atrás de explicações? – Ele começa a esmurrar o rapaz. – Isto é para você aprender a não mexer com a mulher dos outros, seu desgraçado.
Tiago: Me ouve, por favor. Não fui eu quem fez isso.
Maria Luiza: Deixa ele falar, amor. Quero ver o que esse rato tem a dizer. – Jonathan cospe na cara dele e se junta a Maria Luiza. – Anda, se não foi você, quem foi?
Tiago: Foi aquela moça que eu pedi para que você entregasse a carta. Ela pegou o meu celular, e enviou o vídeo sem a minha autorização.
Maria Luiza: O que? A Antonella? – Ela fica perplexa. – Ela foi capaz de fazer uma coisa dessas comigo? Eu que praticamente a ajudei.
Jonathan: Esse covarde está mentindo, Malu. Não vê que ele quer tirar o dele da reta.
Tiago: Não, eu não estou mentindo. Confesso que gravei tudo, mas só fiz aquilo para deixar guardado comigo. Pois não é todo dia que eu pego uma gata como você, com todo respeito.
Jonathan: E por que a Antonella faria isso? Não tem nexo o que ele está dizendo Malu.
Maria Luiza: Também acho, ele quer mesmo é se livrar de tudo isso. Mas saiba que não deixarei esta safadeza impune, irei até o fim para te processar.
Tiago: Não faz isso comigo, não tenho nada a ver com o envio desse vídeo.
Maria Luiza: Se dizia tão machão, e agora está ai… que feio. – Ela e Jonathan vão embora.
Tiago: Olha só aonde eu fui me meter.

Cena 4- Cobertura de Severino- Noite.
Frederico diz que desistirá do casamento com Léo, e que irá querer boa parte da herança de Carlos Henrique.

Marillu: Com que direito você vem aqui e fala neste tom comigo? Eu sou sua mãe, Frederico, e não admito que fale assim.
Frederico: Você não tem que admitir nada, não tem moral para cobrar nada de mim. E saiba que eu não deixarei que você fique com todo o dinheiro que abocanhou do Carlos Henrique.
Marillu: Você vai se casar com um veado rico, e ainda vem até aqui para me cobrar dinheiro? Eu preciso mais dele do que você.
Frederico: Nada disso. Agora eu tenho a minha fonte de dinheiro, não preciso golpear ninguém. Estou disposto a deixar o meu casamento com o Leonardo de lado para pegar parte da herança.
Marillu: Eu criei um monstro. Você só vai fazer isso para arruinar a minha vida, não é?
Frederico: Estou apenas estragando os seus planos, pois entendi o que você sempre quis. Queria que eu me casasse o quanto antes, para poder deixar o caminho livre… assim você poderia fugir para qualquer lugar com todo o dinheiro do Carlos Henrique, e sumiria para sempre.
Marillu: Quer saber de uma coisa? Eu ia fazer isso mesmo. Pena que o Carlos Henrique voltou, e você demorou demais para se casar. – Ela faz uma pausa. – E outra, você devia me agradecer por ter pensado em ti. Pois se eu quisesse, caia no mundo e te deixava sozinho, ao vento. Mas não, fui tola, esperei que você se casasse. Quis garantir o seu futuro antes de pensar no meu.
Frederico: Você diz que criou um monstro, mas como eu não iria me tornar um com a mãe que tenho? – Severino não consegue interferir. – Eu só quero que você me dê boa parte do dinheiro que conseguiu roubar dele.
Marillu: Espere sentado, pois em pé cansa. Você já está com a boca na botija, só falta dar a mordida. Case-se logo com o Leonardo, dê um golpe nele, ou seja feliz ao lado dele.
Frederico: Você está brincando com a minha cara, só pode. Eu não irei me casar com o Leonardo, não vou.
Marillu: Faça como achar melhor, só espero que não reclame depois, porque eu não irei te dar nem um centavo daquela herança.
Frederico: Faça isso, e verá do que o monstro que você criou é capaz de fazer por dinheiro. – Ele vai embora, possesso de raiva.
Severino: O que foi isso?
Marillu: Foi a prova de que a verdade… dói.

Cena 5- Mansão Corte Real- Noite.
Maria Letícia vai falar com Daniele e Pierre descobre tudo.

Maria Letícia: Voltei. – Ela diz ao abrir a porta. – Amanhã, ou talvez depois, tenho uma surprezinha para você. – Ela tira a mordaça de Daniele.
Daniele: Que surpresa?
Maria Letícia: Sabia que eu sempre me sonhei torturando uma pessoa igual naquelas novelas de época? Deve ser incrível chicotear alguém.
Daniele: Por que você é tão cruel assim?
Maria Letícia: Porque a vida nos obriga a ser forte, não é? Você, assim como eu, sabe como dói ser traída pelo próprio pai.
Daniele: Ser forte é uma coisa, agora ser má é algo completamente diferente. E eu sabia que o meu pai havia matado a minha mãe, só queria ter a certeza.
Maria Letícia: Pois agora você tem toda a certeza do mundo. Mas não era sobre esta traição que eu estava falando. O seu pai lhe traiu quando fugiu e deixou a sua mãe sozinha contigo na barriga.
Daniele: Uma traição imperdoável esta.
Maria Letícia: Não, nada é pior do que eu passei. Mas enfim, não vim aqui para falar sobre isso. – Pierre surge atrás dela.
Pierre: Madame? – Maria Letícia fica sem reação. – Então é por isso que esta porta agora vive trancada.
Maria Letícia: O que você está fazendo aqui, Pierre? Não devia estar dormindo?
Pierre: Sim, mas… estranhei que os cachorros pararam de latir, e acabei decidindo vir aqui.
Maria Letícia: Pois agora você já sabe o que está acontecendo. Por favor, volte para o seu quarto.
Pierre: O que a madame fará com a moça?
Maria Letícia: Irei tortura-la, assim como fiz contigo. – Pierre sua frio. – Quando você me dedurou para a Clotilde, dizendo que eu havia matado o meu pai.
Pierre: Eu tenho as marcas daquela barbárie até hoje, nunca saíram das minhas costas as cicatrizes daqueles ferros quentes.
Maria Letícia: Também deixarei umas marquinhas nas costas da nossa amiguinha aqui. – Ela aponta para Daniele. – Mas ao contrário de você, ela apanhará até a morte. Por isso digo que você deve se considerar privilegiado, pois não dou de dar segunda chance para ninguém.
Pierre: Desculpe o incômodo, minha rainha. Irei voltar para o meu quarto, boa noite.
Maria Letícia: Espero que você guarde segredo sobre o que viu e ouviu, caso contrário… não sou de dar segunda chance. – Ela fala em tom ameaçador.
Pierre: Pode deixar, madame. – Ele vai embora.
Daniele: Ele tem mesmo muito medo de você. – Ela repara. – Então quer dizer que você matou o seu próprio pai? Presumo que tenha algo a ver com a sua “força”.
Maria Letícia: Mesmo que eu não goste de você, admito que é bem esperta. E sim, a força que eu te disse antes, vem da minha superação sobre o que o meu pai me fez passar.

Cena 6- Apartamento de Celso- Dia.
Celso se vangloria por ter conseguido reatar com Marisa. Clotilde surge novamente.

Celso: É isso ai, garoto. – Ele pula de felicidade. – É assim que se faz. Ela caiu no seu papo direitinho. A Maria Letícia vai adorar saber que a Marisa voltou para as nossas mãos. – A campainha toca e ele vai atender. – Será que os personagens desta web não se cansam de tocar a campainha em todos os capítulos? Haja paciência. – Ele abre a porta. – Você de novo?
Clotilde: Sim. Não posso mais visitar o meu priminho? – Ela diz entrando no local.
Celso: Já falei que não tenho mais nada com a Maria Letícia, me deixe em paz. Aquela mulher morreu para mim. – Ele é fingido.
Clotilde: Para de ser mentiroso, Celso. Não acredito em uma palavra que diz, só está gastando saliva à toa.
Celso: Ah, acredite no que quiser. – Ele dá de costas. – Aliás, o que é que você quer na minha casa?
Clotilde: Vim perguntar se você já contou para a Maria Letícia que eu voltei. Quero saber como ela reagiu à minha volta.
Celso: Ela ficou feliz em saber que você está de volta, pois você quase a matou e ela… – Ele percebe que falou o que não devia.
Clotilde: Eu sabia que vocês ainda estavam juntos. – Ela sorri ao ver que a sua jogada deu certo. – Agora só falta descobrir o que estão tramando.
Celso: Nós não estamos tramando nada, Clotilde. Por que não nos deixa quietos no nosso cantinho?
Clotilde: Vocês quietinhos? Faz-me rir. – Ela dá uma gargalhada. – Vocês nunca ficam numa boa, sempre estão aprontando algo.
Celso: Sabe de uma coisa? Você é totalmente sem nexo. Se quer tanto acabar com a Maria Letícia, por que não vai até a polícia e conta o que sabe?
Clotilde: Porque agora eu já não tenho nenhuma prova. Antes eu tinha o gravador que entreguei ao Alberto, mas vocês destruíram. Tenho que procurar uma maneira de denunciá-la.
Celso: Pois então você voltou para nada. – Ele se joga no sofá. – Nunca conseguirá outra confissão daquelas.
Clotilde: Pode até ser, mas já basta eu encontrar as pessoas certas, que possam confirmar o que estou dizendo.
Celso: E quem iria lhe ajudar com isso?
Clotilde: Quem sabe, a inimiga número um da nossa rainha.
Celso: Está falando da Maria José? Se for, pode tirar o seu cavalinho da chuva… aquela lá já tá morta uma hora dessas.
Clotilde: Como você pode ter tanta certeza assim? – Ela pensa um pouco. – Claro, se livraram dela, pois é assim que agem com quem está no caminho sujo de vocês.
Celso: Chega de lero-lero vai. – Ele se levanta e abre a porta. – Agora você já sabe que não tem ninguém que possa te ajudar a desmascarar a Maria Letícia. Por favor, retire-se da minha humilde residência.
Clotilde: Eu vou, mas eu volto. – Ela vai embora, e ele bate a porta com força.
Celso: Oh mulherzinha chata essa Clotilde.

Cena 7- Cobertura de Marisa- Dia.
Marisa conta para Maria Luiza e Melissa que reatou com Celso. Elas não gostam da notícia.

Marisa: Eu tenho uma coisa séria para falar com vocês, acho até que não irão gostar, mas… se trata do que eu quero e… reatei com o Celso.
Melissa: Como é que é? Não acredito numa coisa dessas, mãe. Tanto que eu te pedi para que não cedesse aos papos dele.
Marisa: Mas ele provou que está mesmo mudado, Mel. Precisa dar um voto de confiança a ele.
Melissa: Nunca. Ele não merece outra chance, pois mostrou do que é capaz.
Maria Luiza: Tia, eu tenho que concordar com a Mel. A senhora não devia ter dado outra chance ao Celso. Ele e minha mãe são farinha do mesmo saco, e nós sabemos disso.
Marisa: É porque vocês não viram a prova de fidelidade dele. Depois que eu contar a vocês, caíram duras neste sofá.
Melissa: E o que foi que ele fofocou desta vez? Pelo jeito a coisa deve ter sido forte para a senhora perdoar ele.
Marisa: Ele me contou que a Maria Letícia matou o Marcelo.
Maria Luiza: O que? – Ela fica pálida. – A minha mãe matou o meu irmão? Mas por quê?
Marisa: Ela era contra o namoro dele e da Daniele, mas mesmo assim, o Marcelo seguiu em frente com o caso deles. A Maria Letícia providenciou uma separação entre eles, mas o que ela não esperava aconteceu: a Maria José, que sabia muito sobre o passado dela, era tia de Daniele, e armou o maior barraco na ceia de natal.
Melissa: E vendo que tinha perdido todo o seu prestígio, ela partiu para cima do Marcelo. Culpando ele pelo que aconteceu com ela, é isso?
Marisa: Exatamente isso.
Maria Luiza: Eu acho que não estou bem. – Ela se senta. – Não posso acreditar que ela tenha chegado a esse ponto.
Marisa: Calma, Malu. – Ela a abana. – Calma, porque eu sei que não foi fácil escutar isso.
Melissa: Não foi fácil escutar que a senhora reconciliou com o Celso, isto sim. – Ela sai.
Marisa: Melissa. Ai que menina difícil. – Ela continua a abanar Maria Luiza. – Está melhor?

Cena 8- Casa de Maria José- Dia.
Gaby e Michele ficam surpresas ao saberem que não estão sozinhas em casa.

Gaby: Acho que você fez bem em ter deixado o Roberto. Assim como ele foi capaz de mentir sobre aquilo para você, ele poderia mentir sobre outras coisas mais graves.
Michele: É, talvez eu tenha mesmo agido bem. – Ela faz o café. – Esta casa fica tão vazia sem a José, não é?
Gaby: Também acho, parece que está faltando algo… a alegria desta casa.
Maria José: Pois fiquem sabendo que eu estou de volta. – Ela surge risonha. – Quando cheguei vocês estavam dormindo, e eu preferi não as incomodar.
Michele: José? É você mesmo ou eu estou tendo uma alucinação? Me belisca, Gaby, me belisca porque eu acho que estou sonhando.
Gaby: Não tá não, Michele. – Ele toca Maria José. – É ela mesmo. – As duas abraçam a travesti.
Maria José: Parem de gritar suas loucas. – Ela fala contente. – Temos visita, e não seria de bom grado acordamos o moço.
Michele: Visita? – Ela a olha com olhos semicerrados. – Sei. Então foi por isso que você evaporou, não é?
Maria José: Não é nada disso que você está pensando. – Ela fala sem graça. – Na verdade, nós estamos… namorando, mas não vão fazer nenhum alarde.
Gaby: É assim que eu gosto de ver. Agora, aonde é que você esteve durante esse tempo?
Maria José: É uma longa história.
Michele: Pois então sente aqui e conte tudo para nós. – Elas se sentam à mesa e começam a conversar.

Cena 9- Casa de Regina- Dia.
Regina discute com Jonathan por ele ter voltado com Maria Luiza. Ela o pede para que não conte nada sobre a existência de Kevin.

Regina: Olha ai, já foi se meter em confusão por causa daquela menina. Será que você não vê, meu filho? Maria Luiza não foi feita para você. O mundo de vocês dois são completamente diferentes.
Jonathan: Esse papo comigo não rola, mãe. Quando é amor, não tem quem me faça pensar o contrário.
Regina: Tô falando, você e o seu irmão só vão aprender quando quebrarem a cara.
Jonathan: Não seja boba, mãe. Maria Luiza e eu estamos muito bem. E eu só fui tirar uma satisfação com um moleque que estava se metendo a besta com ela.
Regina: Viu? Está procurando sarna para se coçar, isto sim. Por acaso você conhece esse rapaz, Jonathan? Ele pode ser um traficante e você não sabe.
Jonathan: Mãe, para de ser surtada, poxa. Me deixa ser feliz.
Regina: Tá, tá. Depois não diga que não avisei. Mas, você falou para ela o porquê de não querer ter filho? Esse foi o motivo pelo qual se separaram da última vez.
Jonathan: Não, eu ainda não contei nada para ela. Até porque ela nem me questionou sobre essa história. Mas se ela quiser saber, estou disposto a falar a verdade.
Regina: Você está ficando louco? Não quero que ninguém saiba da existência do Kevin, entendeu?
Jonathan: Não entendo, por que a senhora insiste em não querer que ninguém saiba dele? Só porque…
Regina: Esta história é mais complicada do que você pensa, por isso mantenha-se fora dela.
Jonathan: Desculpa, mãe, mas se a Malu quiser saber a verdade… eu irei contar. E chega de papo, vamos logo para o trabalho.

Cena 10- Clube Realeza- Tarde.
Cléber tem uma conversa séria com Leonardo.

Cléber: Você está esperando alguém? – Ele surge por traz de Leonardo. – Sei que não merece, mas estou aqui para ter uma conversa séria com você.
Leonardo: Brincadeira. Como a minha mão pode brincar comigo assim? Ela liga dizendo que está passando mal, e…
Cléber: Tudo não passou de uma ideia nossa. Pois você nunca iria me escutar, caso não mentíssemos.
Leonardo: E quem disse que eu vou te escutar? Irei me casar amanhã, e tenho coisas para resolver ainda. – Ele se levanta e começa a caminhar.
Cléber: Espera. – Ele pega Leonardo pelo braço e o vira. Os dois ficam de olho no olho. Cléber envolve o seu braço na cintura do rapaz. – Você não pode se casar com o Frederico. Ele não é homem suficiente para você.
Leonardo: Com certeza a minha mãe deve ter te contado sobre ontem, não é? – Ele pergunta docilmente.
Cléber: Sim, ela disse que ele teve uma postura inadequada. E que quando voltou, nem explicações deu… foi direto dormir.
Leonardo: Dá para você tirar as mãos da minha cintura? – Cléber faz o que ele pediu. – O que é que você quer de mim?
Cléber: Eu quero você. – Eles se olham nos olhos. – Mas já que você não quer ser meu, eu apenas desejo que você seja feliz, porém, o Frederico não irá fazer isso.
Leonardo: Então está explicado. É por isso que você está envenenando a minha mãe contra o Fred e eu.
Cléber: Não, não. Eu só estou tentando te fazer enxergar que ele não presta.
Leonardo: Chega, Cléber. Amanhã eu irei me casar com o Fred e ninguém irá me impedir de ser feliz ao lado dele. – Ele vai embora, deixando o amigo sem palavras.

Cena 11- Apartamento de César- Tarde.
Antonella, Célia e Simone conversam sobre o que passaram nos últimos tempos.

Simone: E foi assim que o César entrou em minha vida. Se ele não tivesse substituído aquele diretor corrupto, a minha vida não teria mudado.
Célia: É, parece que a sorte está a nosso favor. Eu encontrei o Tiago e você o César, dois anjos que caíram do céu.
Simone: Pois é, se não fosse eles… estaríamos condenadas. Por falar nisso, fui lá na mansão Sales Couto de Sá?
Antonella: E como estão aquelas duas cobras?
Simone: Não vi a Daniele. Apenas a amante do seu pai, uma outra prostituta e ele. Como eu o disse, aquilo lá virou um prostíbulo.
Antonella: E aonde foi que se meteu aquela suburbana?
Simone: Sei lá. Quero é saber de você. O que foi que o médico falou? Foi algo grave?
Antonella: Não aconteceu nada demais. Mas só posso contar amanhã o que realmente aconteceu.
Simone: Como assim? Vai fazer algum exame?
Célia: Antonella, você está nos deixando preocupada. O que está acontecendo contigo?
Antonella: Amanhã, vocês irão saber.
Simone: E por que não agora? O que é que você está escondendo, hein?
Antonella: Já disse. Amanhã vocês saberão. – Simone e Célia se entreolham.

Cena 12- Rua- Tarde.
Ivan tem uma overdose nos braços de Melissa, que se desespera.

Melissa: Minha mãe não podia ter feito uma coisa dessas comigo. – Ela anda se apoiando na parede. – Se ela queria acabar comigo, ela conseguiu. – A moça chora. – Como ela pôde dar outra chance para aquele canalha? Ele só vai arruinar a nossa vida ainda mais. E outra, tenho certeza que ele ainda envolvido com a megera da Maria Letícia. – Um mendigo cai em sua frente e começa a se debater. – Moço o senhor está bem? – Ela consegue ver o rosto dele, é Ivan, que está irreconhecível. – Ivan? É você?
Ivan: Me ajuda, meu ajuda. – Ele pega no braço dela com força, e fala com dificuldade. – Eu estou morrendo. – uma escuma começa a sair de sua boca.
Melissa: Meu Deus, ele está tendo uma overdose. – Ela fala com a cabeça dele em seus braços. – Alguém me ajuda, alguém me ajuda. – Ela grita desesperadamente.

CONTINUA…

Rodrigo Gomes