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Filho Amado

Capítulo 60 – Filho Amado

Filho Amado.

 

Capítulo 60.

 


 

Noronha chega em casa, Jasmine está deprimida no sofá, se lembrando da confissão de Éssio.

 

Noronha, determinado: Olha Jasmine eu preciso falar muito sério contigo, sobre o nosso casamento.

 

Jasmine se interessa: Nossa, mal chegou e já tá com essa objetividade toda? Agora eu fiquei curiosa!

 

O perueiro buzina no portão.

 

Jasmine levanta: Eu vou deixar o Caio no portão e aproveitar pra acertar as contas com o perueiro, hoje ele vai mais cedo pra escola, vai ter uma festa…
Noronha dá um cheque pra ela: Vai logo, tenho que conversar urgentemente com você!

 

Na cozinha…

 

Josélia está com Benê na mesa, Ema finaliza o almoço e Bruno a ajuda.

 

Ema, feliz: Quer dizer que vocês estão namorando e pretendem se casar? Bem que dizem que pro amor não tem idade!

 

Benê conta: E pretendemos nos casar, temos que aproveitar a vida!- Ele pega na mão da amada.

 

Ema aprova: Estão certíssimos…

 

Josélia, constrangida: E eu penso em morar no sítio que o Belarmino deu pro Benê, só estou procurando uma forma de dizer isso pra Jasmine já que ela é muito ligada a mim.

 

Ouvem-se gritos no andar de cima.

 

Ema, preocupada: Nossa, o que será que está acontecendo?

 

No quarto do detetive…

 

Américo está agarrado em sua bolsa:…Vocês querem me fazer mudar de ideia mas jamais irei trair a confiança que o Noronha depositou em mim.

 

Éssio tenta novamente: Eu sei que nessa bolsa sua devem ter fotos e documentos que me incriminam, mas pense bem, se você entregar esses documentos vai destruir a casa toda. Noronha pode até cometer um assassinato, como você lidaria sabendo que é o culpado?

 

Américo: Eu não vou cair nessa sua chantagem emocional, Éssio, se alguém é culpado nessa história não sou eu. Não fui eu que tive um caso com minha própria cunhada e ainda matei uma pessoa de brinde, que ser humano você é? Puxou a sua mãe…

 

Anna se ofende: Nós estamos tentando ter uma conversa pacífica com você. Entregue a bolsa com as provas, nós sabemos o que tem aí.

 

Américo: É impossível compreender dois assassinos de sangue frio como vocês que ainda querem sair impunes, que seres humanos cruéis! Se afastem de mim ou eu grito mais ainda, nada nem ninguém vai me fazer mudar de ideia!

 

Anna pega o canivete: Pois então vamos ter que fazer diferentemente, me dá essa bolsa agora porque não tenho medo de usar minha arminha aqui!

 

Américo dispara: Foi com esse canivete que você matou suas vítimas?

 

Éssio: Pera aí, do que ele está falando?

 

Anna, com os olhos vermelhos: Está inventando mentiras Éssinho pra tentar te jogar contra mim- Ela avança pra cima do detetive- Me dá essa bolsa, agora!

 

Américo consegue fugir, ele abre a porta do quarto e sai fugido pelo corredor. Anna corre atrás, disposta a pegar a tão cobiçada bolsa.

 

Os gritos e falas exaltadas chamam a atenção de todos lá embaixo. Noronha se levanta do sofá, curioso. Ema e todos que estavam na cozinha chegam com o mesmo intuito.

 

Noronha estranha: Mas que rebú é esse na minha casa como se aqui fosse uma feira do peixe?! Minha mãe vai ter que aprender a se comportar como uma empregada enquanto estiver aqui…

 

Américo resolve descer as escadas, mas Anna o alcança e, agindo por impulso, empurra o detetive que sai rolando pelos degraus, mas não se solta de sua bolsa.

 

Anna fica parada no topo da escada, sem reação nenhuma, enquanto o detetive está caído.

 

Noronha, impressionado: O QUE SIGNIFICA ISSO?

 

Delegacia de Vila Varzeônica/ Meio-Dia.

 

Dois policiais estão almoçando, quando o delegado Godofredo chega.

 

Godofredo, sério: Vocês podem parar o almoço por um minutinho? Tenho um comunicado importante pra fazer.

 

Adams e Wagner colocam os pratos em cima da mesa.

 

Godofredo: Vocês sabem como nosso setor de investigações andava fraco, portanto eu tive uma conversa definitiva com o prefeito e fiz uma breve reunião na delegacia, decidimos que precisaríamos contratar um policial de fora para reativar e reforçar esse setor. Depois de muito tempo conseguimos e hoje uma pessoa chegou pra chefiar o setor de investigações…

 

Wagner: Ainda bem, nós acumulamos tantas investigações aqui…Finalmente alguém pra colocar ordem em tudo.

 

Godofredo, contente: Eu vou buscar essa pessoa, e quero que vocês recebam ela muito bem, sem grosserias afinal ela apesar de jovem é muito competente!- Ele sai.

 

Adams: Nossa, quem será essa pessoa tão competente que aceitou vir trabalhar aqui?

 

Godofredo chega com uma mulher: Quero que cumprimentem a delegada Mafalda Fraga- Os dois homens se admiram com a beleza da mulher, que está de óculos e roupas pretas.

 

Mafalda tira os óculos: Nada de informalidades, vamos logo pra essas investigações que não tenho tempo a perder! Aqui nessa cidade os ladrões vão aprender a se portar, ou eu não me chamo Mafalda, eles já ficaram soltos tempo demais e sem punição, tem noção do quanto isso é grave?- E range os dentes.

 

Eles se impressionam com as atitudes da mulher.

 

Apartamento de Marinez…

 

Aurora chegam cantarolando: Trouxe o nosso almoço e o remédio que você me pediu…

 

Marinez estranha: Você viu algum passarinho verde pra estar tão feliz assim? Quando saiu daqui estava suspirando e triste pelos cantos e agora volta assim? O que aconteceu?

 

Aurora se senta no chão, ao lado da mãe: Eu ainda não posso contar, mãe, mas confia em mim. Tenho a sensação de que finalmente vou ter a vida que eu sempre quis, com a pessoa que eu sempre quis- Ela sorri atoa- Parece que tudo vai se ajeitar, pro nosso bem.

 

Marinez estranha: Se você diz assim, eu acredito. Como o nossa vida muda tão de pressa, não é? Acordei na mansão, achando que teria mais um dia normal, aí aconteceu aquele rebuliço todo e viemos parar nesse prédio oco depois de fazer a coitada da senhora que morava aqui sair com os poucos pertences dela…E agora você me diz que tudo vai ficar bem- Ela pega na mão da filha- Acho que era tudo o que eu queria ouvir.

 


 

Mansão de Noronha…

 

Américo tenta se mexer mas não consegue, Helder e Ema levantam o detetive, que deixa a bolsa cair.

 

Noronha, furioso: EU EXIJO UMA EXPLICAÇÃO, ANNA MARIA DÁVILA!

 

Anna desce as escadas: A culpa não foi minha…

 

Noronha ironiza: Como não? Se você acabou de jogar o detetive da escada depois de perseguir ele pelo corredor?! Isso tem um motivo e eu quero saber qual foi ele, agora!

 

O detetive tenta falar algo:…A bolsa…

 

Ema repassa: Ele está falando alguma coisa sobre a bolsa dele, Noronha!

 

A bolsa estava jogada em um canto, Anna desce as escadas correndo: Não escutem o que ele está falando, esse homem resolveu inventar mentiras pra tentar me expulsar daqui com meu filho…

 

Noronha ordena: Bruno, pega aquela bolsa.

 

Bruno vai em direção ao objeto quando Anna é mais rápida e o pega.

 

Noronha, impaciente: Entrega essa bolsa pro Bruno imediatamente, eu já estou irritado e não faça isso piorar!- Anna não responde nada- Ou você entrega ou eu te expulso daqui, jogo o Éssio na rua e deixo os dois na completa miséria! Vamos, é uma ordem.

 

Anna olha aflita pra cada um, sendo que ninguém sabe o que está acontecendo. Ema e Helder ajudam o detetive a se sentar no sofá, mas ele está todo destruído.

 

Anna sussurra: Não posso deixar nada de ruim acontecer com o meu filho…- Ela sai correndo com a bolsa em direção ao jardim.

 

Noronha e Bruno correm atrás dela.

 

Noronha ordena: Pega aquela maldita bolsa, Bruno, vai!

 

Bruno consegue alcançar Anna, que está a beira da piscina, mas antes que algo seja feito, ela joga a bolsa dentro da água.

 

Noronha e Helder chegam.

 

Noronha, furioso: Se atira nessa piscina, Bruno!

 

Bruno obedece o patrão, Noronha pede que Helder segure Anna, que está gritando desesperada.

 

Jasmine surge na mesma hora: O que tá acontecendo?

 

Noronha pega a bolsa toda molhada: É o que nós vamos descobrir nesse momento- Ele a abre brutalmente e tira tudo de dentro- Vejamos, documentos…Que incriminam o Éssio- Ele sorri- Por isso você não queria que eu descobrisse, não é?- Se refere a Anna, que apenas chora- Deixe me ver o que mais tem aqui…- Ele pega um papel maior, o analisa por um bom tempo, e deixa todos os outros caírem.

 

Era uma foto de Éssio beijando Jasmine no carro.

 

Jasmine observa tudo, gélida. Éssio chega no mesmo instante. Todos ficam surpresos.

 

Noronha se vira para a mulher: Eu…- Ele engole em seco- Eu não tô acreditando nisso aqui- E segura a foto com toda sua força.

 

Jasmine fica sem saber como reagir, ela não se aproxima e nem recua, está com a face tensa, encarando Noronha, mas bravamente.

 

Josélia, inconformada: Só pode estar acontecendo algum engano, deve ser uma dessas montagens…

 

Noronha não encara ninguém: Todos pra dentro, por favor. Eu preciso ser uma conversa a sós com a Jasmine.

 

O grupo sai lentamente, deixando os dois frente a frente.

 

Noronha continua com uma expressão morta: Eu ia perguntar se essas fotos eram reais mas é só olhar pro seu rosto que dá pra perceber…Eu admito que eu não te amava, nunca te amei, a gente sempre foi sócio.

 

Jasmine escorre lágrimas: Esse foi meu erro, me apaixonar por você e me deixar envolver. Eu quis ir além da sociedade achando que você queria o mesmo.

 

Noronha nega: Eu nunca te prometi amor, a não ser na frente das câmeras onde nós formávamos umclássico e lindo casal. Fora isso sempre fomos sócios. Você deve se lembrar que quando nos conhecemos tramamos um plano perfeito pra enganar e matar o Senador Duarte de quem eu era empregado e você amante, e esse plano tão perfeito era que nunca foi descoberto. Eu também errei por ter me casado com você apenas pelas aparências, era pra cada um ter seguido um rumo diferente…

 

Jasmine explica: Foi por isso que eu me entreguei pro Éssio e olha que nem foi nada profundo, eu me sentia carente e também muito ferida cada vez que você me humilhava com aquelas suas frases objetivas, apesar de tudo sou muito sentimental, um defeito que não dá pra retirar. Eu te amava e te amei muito, mas nunca fui correspondida e aguentei esse amontoado de ofensas…CALADA.

 

Noronha aponta o dedo na cara dela: Você sabia muito bem que eu era assim e aceitou, mas falando sério Jasmine eu não me importaria se você me traísse nem que fosse com um mendigo ou com um rei, mas com o Éssio…O Éssio foi o cara que eu falei mal pra você durante anos, eu contei tudo o que ele fez comigo, contei todo o sofrimento que passei e você sempre o condenava…E agora eu descubro que você beijou aquele nojento, não tem explicação pra isso, você me golpeou da maneira mais cruel que poderia ter sido feita, não sei se você queria me atingir ou se envolveu por ele…Mas isso…- Ele chora, ainda com o dedo apontado- Isso é imperdoável!- Ele está vermelho.

 

Jasmine: Eu estava carente e cheia de você Noronha, mas não fiz nada pra te atingir, o Éssio me envolveu com o charme dele, e quer saber de mais? Eu gostei, porque depois de anos uma pessoa me valorizou de novo e me tratou como gente, não como um lixo que pode ser atirado de um helicóptero ou de um Monte! O Éssio é melhor do que você- Dispara.

 

Noronha a pega pelo pescoço: Você não tinha o direito de fazer isso comigo, Jasmine, eu te odeio, você merece sofrer também!

 

Jasmine: Você nunca aceitou que o Éssio teve mais atenções por isso armou isso tudo, mas a verdade é que você não é uma pessoa melhor que ele, é tão ruim quanto qualquer ser desprezível, como sua mãe. Você é pior que ela!

 

Noronha começa a enforca-la com toda sua força, Jasmine tenta se livrar mas é asfixiada e começa a ficar roxa, suas veias vão ficando cada vez mais evidentes enquanto ele a aperta com toda a força que carrega, com os olhos sangrando de ódio.

 

Betânia aparece e vê tudo sem ser percebida, mas se diverte com a cena.

 

Jasmine está com os olhos esbugalhados: So…corro!

 

Noronha continua a enforca-la: Você não podia ter feito isso comigo!

 

Ema então surge: PARA, NORONHA!- Os outros logo chegam também e separam a briga dos dois.

 

Jasmine está sem folego, querendo desmaiar e com a respiração ofegante e o pescoço inchado. Seu rosto já era roxo.

 

Josélia acode a sobrinha: O que você tentou fazer? Vou te denunciar, Noronha, seu covarde!

 

Noronha está tonto: Ela mereceu…Mereceu tudo por ter feito isso comigo!

 

Bruno se lembra das crises do amigo: Vamos entrar e se acalmar, assim você vai acabar tendo um surto.

 

Betânia observa tudo, rindo da desgraça da inimiga.

 

Na sala, o detetive está sob os cuidados de Helder, enquanto Anna e Éssio estão recolhidos em um canto.

 

Noronha, ainda sem folego: Vou ter meu acerto de contas com você também…- Avisa ao irmão.

 

Josélia ajuda a sobrinha a se recuperar no quintal: O que Noronha fez é muito sujo, usar de sua força contra uma mulher é algo que jamais perdoo. Vamos denunciar ele e sair daqui, se o Benê permitir nós duas iremos com o Caio para o Sítio, tentar começar uma nova vida.

 

Benê, ainda assombrado com tudo: É claro que eu deixo, depois de hoje então…

 

Jasmine, toda dolorida: Eu não vou denunciar o Noronha…

 

Josélia, indignada: Mas o que é isso afinal? Amor? Por uma pessoa que acabou de tentar te matar?! É incompreensível, minha sobrinha!

 

Jasmine: Eu…Eu tenho meus motivos- Ela respira com dificuldade- E nem me pergunte quais são.

 

Ema chega com um copo de água.

 

Na cozinha…

 

Bruno belisca uns quitutes da mãe, enquanto Noronha bebe água com açúcar.

 

Noronha, revoltado: Eu nunca vou perdoar, por mais que eu maltratasse a Jasmine nada foi pior do que ela fez comigo! Ela tem que sofrer, e o Éssio também! Eles acham que podem rir e se divertir pelas minhas costas…- Ele pega o celular e liga pra alguém.

 

Jardim…

 

Josélia anda de um lado pro outro, Jasmine está sentada em uma cadeira: Está decidido…Quando o Caio chegar todos nós vamos partir pro sítio de uma vez.

 

Noronha chega, sério. Todos os outros da casa aparecem atrás dele.

 

Noronha: Eu resolvi chamar todos aqui porque depois desse episódio lamentável, resolvi fazer uma LIMPA aqui.

 

Jasmine, assustada: Uma limpa?

 

Noronha prossegue: Uma limpa sim pra retirar as pessoas que estão aqui sem serventia alguma- Ele range os dentes- Josélia e Benê, vocês são os primeiros, saiam daqui imediatamente.

 

Josélia, determinada: Eu ia sair você querendo ou não porque jamais quero ficar morando com um monstro que é capaz de tentar matar a própria mulher! Eu já sabia que você não era normal, mas nem desconfiava que era capaz dessas atrocidades!

 

Noronha pouco se importa: Ah mas você me amou no dia em que eu e a Jasmine chegamos pra tirar você e seu amado marido Fígaro daquele lixão imundo em que moravam! Sua falsa, fica querendo bancar a moralista mas não passa de semelhante a mim…

 

Josélia chora: Eu me arrependo muito do dia em que eu aceitei sair de lá, podia até estar morrendo de fome mas pelo menos se eu ainda estivesse no lixão meu marido Fígaro poderia estar vivo!

 

Noronha debocha: Acho que você nem deve estar sentindo falta dele e nem daquela vida já que se atirou em cima do meu tio Benê…

 

Josélia: Não admito que você fale isso de mim.

 

Noronha aponta pro portão: Tá incomodada? Vai embora, RUA! RUA! VAI EMBORA DAQUI!

 

Josélia, triste: Vamos logo, Jasmine!

 

Noronha impede: Nada disso, a Jasmine vai ficar aqui.

 

Todos se espantam com a atitude.

 

Termina o capítulo 60.

Victor Morais

Escrevi as webs novelas Beira-Mar e Filho Amado que foram publicadas no portal. Atualmente escrevo " Ser Humano", que se passa nos anos 80 e trata da relação complicada entre mãe e filha. Drama, emoções, cotidiano, conflitos familiares...Esse é o meu estilo.

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