Séries de Web
O Internato

Capítulo 6 – O Internato

O internato

 

Capítulo 06

Lorenzo tenta se livrar, mas as mãos de Abiel são fortes demais. Quando começa a tossir, Abiel o levanta…

Abiel – Morre não…que você tem que penar muito ainda nessa vida ! Baitola escrota !

Lorenzo é mergulhado novamente e por fim sua cabeça é solta. Ele se levanta, seu rosto está ardendo muito. Ao encarar o espelho meio embaçado pelo vapor. Grita de Terror, ao ver que sua face está em carne viva, totalmente deformada.

Lorenzo – NÃOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO…. – Emite um grunhido desesperado. Como você pode me transformar num monstro novamente ? Eu que tinha vencido o preconceito pela minha aparência e agora é assim que você me trata ? Chorando de soluçar – Isso não pode estar acontecendoooooooooooooo… eu vou te matar seu desgraçado…. – Ele tenta jogar Abiel na banheira, mas acaba caindo pelo próprio impulso…

Ciclope acompanhado da mulher que preparou o banheiro invade o banho. Abiel viera correndo e abrira caminho por entre os dois. A temperatura da banheira estava normal, o que acontecera era que Lorenzo tivera um surto e tentava se afogar, fingindo briga com Abiel.

Abiel – MAS POR QUE ELE ESTÁ GRITANDO O MEU NOME DESSE JEITO ?

Ele tenta retirar Lorenzo daquela situação, mas acaba levando um tapa do próprio namorado.

Lorenzo – EU NUNCA MAIS QUERO TE VER NA VIDA, MONSTRO DEFORMADOR DE ROSTOS…

Ciclope – Se acalma Senhor Bismark !

Georgina ( professora de Algebra) – Meu Deus, a bicha pirou !

Do lado de fora do quarto. Cassandra acabara de fechar a porta. Encarava o vinho que Lorenzo bebera com preciosidade.

Cassandra – Bom, quem não tem cão, caça com gatos. Como me proibiram de testar a minha droga em camundongos, tive que testar em humanos. Simples assim. Mas que isso vai ser vendido a euros, isso vai ? Nova revolução científica… Tráfico de drogas, é coisa do passado. O que importa agora é esse meu alucinógeno poderoso…

E sai em um tom macabro com aqueles olhos filtrados com veias saltadas…

***

 

Briele que estava gritando de uma maneira extremamente aguda, ensurdecendo os ouvidos do casal, se transformou numa cobra aquática, disposta a eletrocutar aquela vagabundizinha como xingava em sua mente. Heitor se transformou num tritão e com bravura soltou bolhas fosforescentes dos lábios, congelando o animal que caiu adormecido no tapete. Já na forma humana, ele se virou para olhar para Cecília, mas ela havia fugido.

A menina corria chorando no corredor e acabou sendo puxada pela gola quando descia as escadas. Era Odette.

Odette – Eu vi pela bola de cristal, sua prostituazinha. Você atacou meu filho. A vontade que eu tenho é de meter por esses degraus abaixo. – Disse com ódio mortal.

Cecília – Eu não fiz nada senhora. Me solta!

Odette – Não minta para mim, que eu não nasci ontem.

Cecília – Ele veio se declarar para mim, não pude evitar, eu sinto muito.

Odette a soltou com repugnância e a viu sair correndo pelas escadas. Heitor apareceu, mas ela conseguiu atrasar o filho dizendo que a menina havia continuado naquele pavimento, enquanto aproveitava para chamar os filhos para conter o filho de ir atrás daquela maldita.

Cecília saiu correndo pela vizinhança e quase foi atropelada por um cnidário gigante. Ela observou um ponto de táxi-aquático do outro lado e foi se informar. No mesmo momento da mansão, Heitor era sedado relutantemente com uma poção de conter cavalos marinhos sob o olhar cruel da mãe que alisava com um agasalho nos braços sua nora em forma de cobra sedada.

Ela já dentro do automóvel que mais parecia com um submarino feito de ostras com rodas, ela perguntou onde ficava Ucrânia.  O homem disse que o máximo que poderia leva-la era até as a Indonésia, que depois de lá, ela tinha que seguir sozinha, pois o trajeto era terrestre. Ela aceitou e eles partiram. Momentos depois, Heitor que conseguira se desvencilhar do remédio, chegara lá e para seu azar, havia perdido um de seus amores da vida toda. Mas será que a história iria terminar por aqui?
***

 

No Internato…

Uma caveira empregada está tirando as cutículas do dedão de Lorenzo, quando ele grita histericamente.

Lorenzo – Ai, sua bruaca, mas nem para ser manicure, você serve?

A caveira emite um grunhido em sua linguagem e dá de ombros. Lorenzo cai na risada.

Lorenzo – Como se eu fosse entender essa sua linguagem carcomida pelo tempo. Pode se retirar daqui e voltar a ser girafa borralheira, lá na cozinha.

Ela tenta se justificar, mas ele já vai empurrando para a porta.

Lorenzo – Nada de semi-alfabetismo do nordeste, aqui, hein? Saia daqui antes que eu mande mamãe descontar um mês inteiro do seu salarinho chulo. 

Ele bate a porta e se volta para encarar no espelho. Ele retoca o pó de arroz e passa mais batom em tom de vermelho macabro e revela seus dentes de vampiro.

Lorenzo – Para os outros, você sempre será um mísero ratinho, contudo você sabe que pode se transformar em coisas bem melhores… Haha’. HORA DE CAÇAR VÍTIMAS, BEBÊ! E DEIXÁ-LAS VAZIAS DE SANGUE!

Ele pula a janela e sai correndo naquela imensidão escura da calada da noite…

***

Ao chegar ao país. Cecília se lembra de algo muito interessante. Não possui dinheiro e entra em desespero.

Cecília – Ai, meu Deus, desculpa, eu não tenho dinheiro.

Taxista – Dinheiro, o que é dinheiro?

Cecília – O Senhor não sabe o que é isso. Mas que doido. Como vou retribuir a sua carona?

Taxista – Ora como tradicionalmente fazem. Uma mordida nos cílios.

Cecília – COMO? (Uma cara de nojo)

Taxista – Esse é o pagamento das mulheres.

Cecília hesitou por um momento e fazendo o que o homem pediu, saiu correndo. Ele despediu todo avermelhado, afinal ela era uma princesa.

Chegando ao porto, ela percebeu que já escurecera e agora como chegaria até a Ucrânia para salvar seus amigos? Ou melhor, será que deveria voltar para lá e não chegar a casa primeiro e pedir a ajuda de seus pais, pelo menos garantia sua segurança. Mas antes que pudesse dizer algo, foi brutalmente capturada e jogada em uma limusine escura. Uma mulher alta e ossuda pagou certinho os capangas e mandou Frank, um outro motorista arrancar com o carro para a pista de helicóptero. Era Cassandra.
***

Quando a menina acordou no dia seguinte estava trancada em um porão mofado. Ratos ferozes rodeavam seus pés famintos de comida. Ela gritou e uma risada medonha foi gargalhada pela enorme porta de madeira. A portinha pequena identificadora de rostos repartida por losangos foi aberta na superfície superior da porta. Cassandra agora a encara mais lividamente do que nunca.

Cassandra – Está com medo dos ratos, doçura? Não se preocupe, são meus bichinhos de estimação, não fazem nada do que eu não mandar.

Cecília desejou pular até a porta e agarrar a face daquela desgraçada, mas percebeu que estava acorrentada.

Cassandra – Não. Sem maus modos, seus pais não te ensinaram? ( rindo novamente)

Cecília – Eu vou acabar com você sua vadia, velha desgraçada.

Cassandra – Auto lá, vadia eu tá posso ser, mas velha? Olha a minha idade garota. 45 anos, velha só se for para semi analfabetas como você.  Eu querida estou em plena forma, tanto de corpo, quanto de mente, tanto que estava esperando o momento certo para poder te agarrar de novo e te trazer para cá. Estávamos andando na Indonésia, quando vimos você chegar. Que sorte a minha, não? Mesmo você não estando lá, nós iriamos te achar, temos pessoas trabalhando para gente no mundo todo. Eu sabia que iria para Marmêndia. Quando me falaram que aquele principinho de quinta tinha vindo te salvar, eu não pensei duas vezes. Bastardinho idiota estudou aqui, teve a sorte de ser adotado pela minha irmã e agora posa de rebeldia, vou te contar, se fosse eu no lugar da minha irmã, teria mandado esse carma para o purgatório, logo de uma vez.
Cecilia – Não fala assim do Heitor, ele é um bom rapaz.
Cassandra – Ui, senti uma pitada de amor no ar. Química, talvez? Mas com aquele partido, meu Deus, mas sendo você, até que é entendível, não é mesmo? Mas de qualquer modo, não me interessa, o que me interessa é que vai comer o pão que debóide amassou meu amo, se você não conhece. Mas estou falando de mais por hoje, vou deixar você contemplar seu novo quarto. Quanto aos deveres não se preocupe, será trazido em meia e meia hora para você a partir…( ela olha no relógio gigante do pulso) nesse minuto. E ai de você se não fizer, pode dessa vez não sobreviver. Au revoir, mercy. ( e bate a porta com estrondo. Cecília esbraveja de angústia). De repente Cassandra abre de novo.
Cassandra – Ah, como eu ia esquecendo para você não chiar como uma chaleira doida. ( e prende um esparadrapo em sua boca). Ah, não essa cor ficou rrrídícula e ( puxa com força, a menina grita de dor. ) Prrrrronto, um rrrrosa está perrrfeito. Até mais querida. ( E dessa vez fecha a porta educadamente, até dando tchauzinho). Se debatendo, a menina só desejou uma coisa naquele momento que aquela vaca morresse.
***

 

Sete Meses mais tardes. Estudando feito condenada sobre pressão dos chicotes. Já de volta no quarto. Ela ficou sabendo por Manoela que já havia saído da cadeira de rodas que haveria um evento internacional na escola. Uma espécie de Olimpíada das matérias daqui uma semana e que se a escola não ganhasse como sempre, todos iram ter seus miolos estourados por canhões famintos.
Cecília – É mentira ! Eles precisam da gente, nunca fariam uma coisa dessas.
Manoela – Você não sabe a gravidade da situação. Essa Olímpiada vale milhões de fundos para o colégio vencedor. ( sentando na mesa com sua bandeja lotada de comida. Marieta logo aparece para se juntar a elas, agora ela fazia parte do rol de amigas. Afinal, estava passando pela mesma situação que as duas)
Marieta – O Ciclope está completamente equivocado sobre minha pessoa. Eu entreguei todos os deveres para ele, mas consta que não. Agora ele quer que eu faça tudo de novo, mas não vai dar tempo, preciso estudar para as provas semanas que vem, nas quais os conteúdos são outros.
Cecília se irrita – Como você consegue?
Marieta – Consegue o quê?
Cecília – Levar isso tudo natural. Não caiu a sua ficha ainda que estamos perdidas dentro de um colégio fordista.
Marieta – Eu sei! Mas não tem nada o que podemos fazer ou tem ? Sua genialidade tem limite senhorita Dudooke, permite lembra-la disso !
Cecília cerrou os punhos. Manoela apartou a briga.
Manoela – Parem já com isso. Agora vocês são amigas. Marieta, o que Cecília está falando é verdade, não podemos nos esquecer de que estamos vivendo um inferno aqui dentro, mas ao mesmo tempo Dudooke, não dá para querer resolver tudo na pancada e resolver agora, teremos que obedecer, até conseguir nos safar e ajudar nossos colegas.
As meninas concordaram com as cabeças e com muita relutância com o dedinho mindinho fizeram as pazes.
Manoela – Muito bom.
***

 

A Olímpiada não tardou a começar três semanas mais tardes. A cabeça de Cecília revirava, ela não conseguia dormir direito, estava sofrendo demais com aquelas punições, tinha certeza. Fome, castigos, surras e agora para piorar chantagem com a família. Até onde isso iria parar? Precisava por um fim. Descobrir algum podre deles para poder entrar em campo que até então só estava povoado por atacantes.
Naquela manhã, todos estranharam por que Cassandra é quem iria anunciar a abertura, já que a Olímpiada das escolas Ocultas estava em sua sede, mas algo terrível veio ao conhecimento de todos, quase de supetão. O Zelador do local encontrou em um Box no jardim, a mulher morta eletrocutada com fios enfiados em sua orelha e o corpo inteiro encharcado. Será que fora um acidente? Pensou todos que se aproximavam. Mas não era, na parede havia escritos em HELIÓGRAFOS impossíveis de ser traduzido com o remetente: ASSINADO UM ASSASSINO QUE TEM SEDE PELA MORTE.
TODOS SE DESESPERARAM.

Deixe um comentário

Séries de Web