Capítulo 58 – Realeza

QUINQUAGÉSIMO OITAVO CAPÍTULO

Cena 1- Mansão Sales Couto de Sá- Noite.
Gaby, Michele e Roberto se perguntam por onde anda Daniele.

Michele: Você tem certeza disso, Gaby? A Daniele falou que estava indo encontrar a Maria José?
Gaby: Sim, ela falou que tinha encontrado a tia. Antes disso, ela estava falando com alguém pelo celular, mas eu não consegui escutar nem um pedacinho da conversa.
Michele: Assim fica difícil de saber aonde ela se meteu. Mas a demora dela é mesmo preocupante.
Roberto: Você sabe exatamente a que horas ela saiu? Isto pode nos ajudar em alguma coisa. – Visivelmente preocupado.
Gaby: Olha, a hora exata eu não me lembro. Mas sei que já faz uma quatro ou cinco horas que ela saiu daqui.
Roberto: Será que ela conseguiu mesmo encontrar a Maria José? Menos mal se for isso mesmo que aconteceu.
Michele: Também devemos considerar que pode ter sido um trote, e que algum engraçadinho esteja brincando com a cara dela.
Gaby: Acho que seria melhor nós ligarmos para a polícia, só para prevenir. Pois no mundo de hoje, tudo pode acontecer.
Roberto: Você tem toda razão, Gaby. Algo sério pode estar acontecendo com a Dani, e devemos acionar a polícia o quanto antes.
Michele: Credo gente, parem de ser pessimistas. Logo mais a Daniele estará entrando por aquela porta sã e salva.
Roberto: Assim espero, mas mesmo assim… é melhor prevenir do que remediar, não acha?
Michele: Então vamos fazer assim. – Ela se senta no sofá. – Esperamos até o dia seguinte, e se a Daniele não tiver voltado ainda… contatamos a polícia sobre o acontecido, pode ser?
Roberto: Tudo bem. Talvez estejamos fazendo uma tempestade num copo d’água, e a Dani tenha mesmo encontrado a tia dela.
Gaby: Então vamos nos deitar, e rezar para que nada de mal tenha acontecido com ela.

Cena 2- Mansão Corte Real- Noite.
Maria Letícia deixa Daniele junto com os cachorros.

Maria Letícia (Ao celular): Não, Lilla, não. Ocorreu tudo dentro dos conformes. Tá, tá. Tenho coisa mais importante para resolver agora. Tchau, tchau. – Ela fala apressada e desliga o celular. – Não existe pessoa melhor do que ela para encher o saco dos outros.
Celso: O que é que você pretende fazer com esta fedelha? – Ele pergunta apontando para o porta-malas. – Já se passaram horas, e não sabemos o que fazer ainda.
Maria Letícia: Calma, eu tive uma ideia. – Ela se aproxima do porta-malas. – Abra, e a leve para onde fica os cachorros.
Celso: Você vai deixa-la junto com os cachorros, é isso mesmo que eu entendi?
Maria Letícia: Vai me dizer que tem uma ideia melhor? – Ela é grossa. – Amarramos e amordaçamos ela lá, e pronto. Os seguranças só mexem com os cachorros quando eu solicito, então não há perigo de alguém vê-la por lá.
Celso: Pode ter certeza que os cães irão latir a noite toda, prepare os ouvidos.
Maria Letícia: Eles foram muito bem treinados, e não irão me decepcionar. Farei com que fiquem quietos, e muito bem acorrentados.
Celso: Então mão na massa. – Ele diz abrindo o porta-malas. Daniele está assustada. – Chegamos!
Maria Letícia: Olá novamente, Dani. – Ela é cínica. – Achou que demoraria em me ver? Se enganou, querida.
Daniele: Isto não vai ficar assim sua vadia. – Ela começa a gritar e Celso tapa a boca dela.
Celso: Fica quieta sua filha de uma égua. – Ele olha para Maria Letícia. – A sua filha está ai?
Maria Letícia: Pode ficar tranquilo. Aqui só estão os seguranças e Pierre. – Ela cospe na cara de Daniele. – Não tinha dia melhor para essa vadiazinha vim para cá.
Celso: Então vamos logo, antes que alguém escute esta louca gritando. – Eles vão até um quartinho, aonde ficam os cachorros. O lugar é espaçoso, não muito, mas o suficiente para manter Daniele longe dos cachorros.
Maria Letícia: Parem de latir seus idiotas. – Ela ordena, e os cachorros param. – Fiquem quietos ai. – Ela pega uma corda e um pano. – Coloca ela ali.
Celso: Agora você vai poder gritar, espernear, que ninguém irá te escutar. – Ele diz ao amarrar ela, e depois amordaça-la.
Maria Letícia: Amanhã eu volto para nós termos uma conversinha, ok? – Ela fala antes de fechar a porta e sair com Celso. – Mais uma vez, você sempre muito eficiente. – Ela o beija.
Celso: Não quer experimentar a minha outra eficiência? Adoro aplica-la na cama. – Ele fala pegando-a pelo pescoço. – Eu sei que você gosta quando te machuco, te pego com força e selvagemente.
Maria Letícia: Adoro. – Ela diz baixinho, revirando os olhos. – Mas vai ter que ser uma rapidinha, já que a Maria Luiza pode chegar a qualquer momento. E para todos os efeitos, estamos brigados.
Celso: Pode deixar comigo. – Ele chupa a orelha dela.

Cena 3- Cobertura de Severino- Dia.
Antonella fala sobre o caso de Frederico e Leonardo, promovendo assim um desentendimento entre Marillu e Severino.

Marillu: Você ainda continua por aqui? Me impressiona como adora ser inconveniente. – Antonella se senta à mesa juntando-se a ela e Severino.
Antonella: Eu não tenho para onde ir, Marillu. E o Severino me deu um tempo até que eu achasse um lugar para ficar.
Marillu: Pois então trate de fazer isso rápido. – Ela é grossa. – Não quero você mais debaixo do mesmo teto que o meu.
Antonella: Não me trate como sua inimiga, Marillu. Eu sou sua amiga, mesmo que não me considere como uma. – Ela olha para Marillu, que não dá a mínima para o que ela diz. – E como prova disso, eu irei te contar algo que… com certeza você ainda não sabe.
Marillu: Típico de você, não é Antonella? Querendo fazer fofoquinhas, só para livrar o seu rabo.
Antonella: O seu filho está tendo um caso com outro homem. O Frederico está namorando o ex noivo de Maria Luiza. – Marillu dá um pequeno sorriso e Severino se engasga com o suco.
Marillu: Presumo que tenha sido muito triste para você, ver o meu filho beijando outro homem, você gostava tanto dele, não é?
Antonella: Pera ai. – Ela estranha a reação de Marillu. – Você já sabia disso?
Marillu: Claro que sim, garota. Tudo que o meu filho faz, ele me conta. Nada é às escondidas entre nós.
Antonella: Cínica, e o que tem a me dizer sobre o Carlos Henrique? Você esconder que ele estava vivo. Isto não foi às escondidas? – Ela provoca.
Marillu: Cala essa sua boca, idiota. – Ela se levanta furiosa, e Severino a contém.
Severino: Calma, calma. Você errou e sabe muito bem disso. Agora… que história é essa do Frederico estar namorando outro homem?
Marillu: Eu ia te contar que pressionei o nosso filho a se casar o mais rápido possível, e que por cauda desta pressão ele acabou se envolvendo com um riquinho ai.
Severino: Pera ai, então ele está namorando um cara por interesse? E o amor, aonde fica? Não posso acreditar que você submeteu o nosso filho à um papelão desses.
Marillu: O que eu podia fazer? O seu dinheiro iria acabar um dia, e nós tínhamos que nos manter. Como eu não podia mexer na herança do Carlos Henrique, pressionei o Fred a se casar.
Severino: Não posso acreditar numa coisa dessas. – Ele leva as mãos até a cabeça. – Você é louca, Marillu, completamente louca. Não sei nem porque que eu te trouxe para a minha vida novamente. Tudo estava indo tão bem sem você por aqui.
Antonella: É, Marillu, parece que a sua chapa tá esquentando, queridinha. – Ela fala antes de se retirar.
Marillu: Essa desgraçada tá adorando ver nós nos desentendendo. O plano dela deu certo, viu?
Severino: E você a inveja, já que nenhum dos seus deram certo. – Ele se levanta totalmente irado com a moça.

Cena 4- Cobertura de Marisa- Dia.
Maria Luiza acorda e a tia a enche de perguntas. Ela desabafa com Melissa, que a aconselha.

Marisa: Finalmente a princesinha acordou. – Ela comenta ao ver Maria Luiza se levantando do sofá. – Aonde é que você esteve? Pois chegou aqui cheia de sono e não me deu explicação alguma.
Maria Luiza: Desculpa, tia. Mas é que com a noite que tive ontem, eu não tinha mais espaço no meu saco para aguentar a minha mãe.
Marisa: E será que a mocinha pode me dizer aonde esteve? Não vai me dizer que encheu o caneco novamente, e ficou completamente bêbada.
Maria Luiza: Não tia. Ontem eu não ingeri nem um gole de álcool. – Ela se espreguiça. – Apenas fui me divertir, esquecer que tenho uma mãe que eu odeio.
Marisa: Hm! Presumo que tenha se desentendido com a megera, foi isso? – Ela senta ao lado da sobrinha e a abraça. – Fique calma, pois eu estou do seu lado no que der e vier.
Maria Luiza: Muito obrigada, tia. – Marisa se levanta. – E no que precisar, conte comigo também.
Marisa: Agora eu tenho que ir, antes que sua mãe vire aquele clube de cabeça para baixo. E se precisar de algo…
Melissa: Eu estou aqui. – Ela completa a frase, vindo de seu quarto. – Era isso o que a senhora iria dizer?
Marisa: Exatamente isso. Fiquem com Deus, meninas, e se cuidem. – Ela sai.
Melissa: E ai? O que foi que aconteceu para você ter vindo dormir aqui? E nem adianta me enganar, porque eu te conheço muito bem, e sei quando está mentindo.
Maria Luiza: Você me conhece bem. – Ela sorri. – É que aquele tal Tiago voltou a me perturbar, e agora as coisas se agravaram para o meu lado.
Melissa: Não vai me dizer que aquela fotografia voltou à tona? Ele prometeu que tinha removido o post.
Maria Luiza: Mas ele removeu mesmo, porém, não a foto, que continua no celular dele. O desgraçado me ameaçou e queria que eu o encontrasse na boate dele.
Melissa: E você foi? Sozinha?
Maria Luiza: Fui. Não tinha como eu levar o Jonathan comigo, né? Lá, ele quis bem mais do que apenas me ver produzida para ele.
Melissa: Não, não, não. – Ela arregala os olhos. – Vocês transaram? – Maria Luiza faz que sim com a cabeça. – Mas e o Jonathan? Vocês não se acertaram?
Maria Luiza: Sim, nós estamos nos acertando. As coisas entre nós estão indo muito bem. Mas se eu não fizesse o que o Tiago ordenou, ele jogaria aquela imagem na rede. E você sabe como é a mídia, não é?
Melissa: Olha ai o ruim de ser rico e famoso. Mas tinha outra forma de você resolver isso. Pois se ele enviasse aquela foto para a internet, você poderia processá-lo, já que ele usou da sua imagem sem a sua permissão.
Maria Luiza: Sei que agi sem pensar, mas… o que eu mais quero é esquecer que fiz isso. E por favor, não quero que o Jonathan fique sabendo de nada, tá bom?
Melissa: É, até porque isso só iria prejudicar o relacionamento de vocês. Ainda mais agora que estão se reconciliando.
Maria Luiza: Então, vamos esquecer isto… colocar um ponto final nesta história.

Cena 5- Apartamento de Celso- Dia.
Clotilde visita Celso e os dois têm uma conversa estranha.

Celso: Hm! Quem é vivo sempre aparece, não é? – Ele fala ao abrir a porta. – O que é que você quer na minha humilde residência?
Clotilde: Fiquei sabendo que Maria Letícia voltou à realeza dela. – Ela fala ao entrar. – E agora acabei de ficar intrigada, já que não esperava ser atendida por você, mas sim por um desconhecido.
Celso: Você quer saber o porquê de eu não ter ido com a Maria Letícia, é isso? – Ele pergunta e se senta no sofá. – E se eu dissesse que isso não é da sua conta?
Clotilde: Eu ficaria mais curiosa ainda. Pois se vocês não têm mais nada um com o outro, não faria mal nenhum você me contar o porquê.
Celso: Então serei sincero com você, a Maria Letícia me traiu. A desgraçada viu que estava podre de rica, e resolveu me deixar para traz.
Clotilde: Curioso, porque quando ela se mudou para a mansão, pois havia se casado com o Alberto, ela te levou. Engraçado que naquela época era bem perigoso abrigar o amante na casa do marido, mas atualmente… não há mais nenhum Alberto para impedir que morem juntos, debaixo do mesmo teto. – Celso engole seco.
Celso: Talvez ela não goste mais de mim, não me ame mais como antes.
Clotilde: Eu posso ser tudo, menos boba. E arrisco dizer que vocês estejam aprontando alguma. Assim como aprontaram com o Antônio, e o pai de Maria Letícia. Ah, sem falar do Marcelo. E admito que não me surpreenderia, se tivesse o dedo de vocês na morte do Alberto.
Celso: Você só aparece nesta web novela para falar sobre o passado? Quem vive de passado é museu, minha filha.
Clotilde: Passado esse que os condena bastante, não é? Eu só queria saber o que vocês estão aprontando, e o que fizeram para calar o Antônio. Pois ele estava firme em entregar vocês para a polícia, mas acabou desistindo, e acabou ficando tão submisso à Maria Letícia.
Celso: Esqueça isso para o seu bem. Aliás, por que foi que você voltou?
Clotilde: Eu acabei descobrindo lá em Paris, que a rainha não havia morrido como planejei. E o Alberto, curiosamente havia se “matado”. Acabei juntando as peças deste quebra-cabeças, e conclui que o mataram quando descobriram da existência do gravador. Não sei como, mas descobriram.
Celso: Sim. Nós ficamos sabendo da existência do tal gravador que você deu ao Alberto, para o caso de você morrer e garantir que a sua querida prima fosse presa. Mas não fomos nós quem matamos o Alberto. – Ele faz uma pausa. – Além do mais, se você quiser explicações, que vá cobrar Maria Letícia, pois eu não tenho mais nada com aquela mulher.
Clotilde: Me engana que eu adoro, Celso. – Ela dá uma gargalhada. – Eu voltei, e com muita sede de acabar com a “rainha”, que por pouco não me matou envenenada. O recado está dado. – Ela vai embora.
Celso: Desgraçada. Ela voltou para acabar com as nossas vidas. – Ele fala consigo mesmo, preocupado.

Cena 6- Mansão Corte Real- Dia.
Pierre desabafa com Regina mais uma vez. Ela fala um pouco mais sobre o seu falecido marido.

Regina: Percebi que você voltou a falar com o seu sotaquezinho francês. – Ela comenta ao cortar alguns legumes. – Por acaso está fazendo curso para voltar às raízes perdidas, é?
Pierre: Não. Eu nunca perdi as minhas raízes, apenas não estava falando francês com tanta frequência, entendeu?
Regina: Pensei que estava fazendo isso para agradar a sua rainha. Já que ela adorava o seu sotaque francês, sempre gostou.
Pierre: Na verdade, foi ela quem me pediu para que eu voltasse a falar francês com mais frequência. E eu a obedeci.
Regina: Como sempre. – Ela sorri. – Não há nada que a patroa te peça xingando, que você não faça sorrindo.
Pierre: Se você soubesse como eu gostaria de estraçalhar com a cara dela, você não diria que eu sou tão submisso àquela vadia. – Regina se assusta com as palavras dele.
Regina: O que é isso Pierre? Por acaso você é bipolar e eu não sei? Pois uma hora você se desfaz em elogios sobre a sua esplendorosa rainha, agora fala assim… como se não gostasse dela.
Pierre: Confesso que me desfazia em elogios há um tempo atrás, e que na frente dela… deixo bem claro que, para mim, é Deus no céu e ela na Terra. Mas os tempos mudaram, e eu não aguento mais fingir ser uma coisa que não sou. Procuro elogiar ela pela frente, e apunhala-la pelas costas. – Ele pronuncia as palavras com certo ódio.
Regina: Não sei o que te dizer. Parece até que é duas caras, parece não, você é.
Pierre: Sou, sou mesmo, não nego isso. Só quero que você saiba que não é a única que guarda segredos com aquela megera.
Regina: Do que você está falando? – Ela fica pálida. – O que foi que você ouviu, Pierre?
Pierre: Você ficou bastante tempo no escritório com ela, e eu acabei desconfiando. Mas agora você confirmou tudo: vocês estão mesmo escondendo algo.
Regina: Eu não tenho nada a ver com aquela mulher. A única relação que há entre nós é de patroa e empregada, entendeu? O que ela firmou como meu marido, não é problema meu.
Pierre: Então o papo dela é com o Dalton? Mas ele já faleceu, então a conversa é contigo agora.
Regina: Tudo aconteceu antes dele morrer, quando ele ainda era motorista da família Corte Real, antes de eu começar trabalhar aqui. Então, por favor, deixe isso quieto, este assunto está morto e enterrado.
Pierre: Se é assim que você quer, quem sou eu para te forçar a dizer alguma coisa? Mas que a rainha está cheia de mistérios, ah, quanto a isso não podemos negar.

Cena 7- Clube Realeza- Tarde.
Lilla vai até o clube e troca carícias com Rafael. Jonathan os observa, até que Maria Luiza chegue.

Lilla: Confessa que você amou a nossa noite, que só eu sei te fazer pirar na cama. – Ela fala passando a mão pelo cabelo do rapaz. – Fala para mim que ainda me ama.
Rafael: Calma ai Lilla, é muito cedo para falar uma coisa dessas. Admito que a nossa noite foi incrível, e que você me deixou completamente maluco, como fazia antes. Mas não posso dizer que te amo, pelo menos ainda não.
Lilla: Você não demorará muito para admitir que está completamente apaixonado por mim. E já é um começo você ter falado que gostou da nossa noite. – Jonathan os observa de longe.
Rafael: Pode ir tirando o seu cavalinho da chuva, porque eu nunca vou ter mais nada com você. Namorei contigo uma vez, e sei o quanto doeu quando você me deixou. Então é melhor não tentarmos fazer com que isso aconteça novamente.
Lilla: Você diz isso agora. – Ela beija o pescoço dele. – Mas quando chego perto de você e te faço arrepiar todinho… a história muda. – Ele revira os olhos, cheio de tesão.
Rafael: Para, para. – Ele a segura pelos braços. – Não vê que estou no trabalho? Não posso ficar de saliência aqui.
Lilla: Tá, você me convenceu. Mas hoje à noite, volto para te buscar de novo, ok?
Rafael: Por favor, Lilla, me deixa. Esqueça que eu existo, vai procurar outro macho para te satisfazer na cama.
Lilla: Não, não e não. Eu só quero você, somente você. Já experimentei vários tipos de homem na cama, e te digo que você foi o melhor de todos. Pois diferente dos outros, nós transamos com amor, não apenas com o prazer. – Ela o beija e vai embora.
Maria Luiza: Bu! – Ela assusta Jonathan, que continuava a observar Rafael e Lilla. – O que você está fazendo ai parado? Não trabalha mais não, gato?
Jonathan: Trabalhar eu trabalho. – Ele sorri. – Mas não com uma moça tão bela na minha frente, pois assim fica impossível de trabalhar. – Ele a pega pela cintura e a beija. – Pelo visto você está melhor.
Maria Luiza: Na verdade, não. – Ela fica triste. – Acho que estou bem pior do que ontem.
Jonathan: É alguma coisa com a sua mãe? Ela está te infernizando por nós estarmos juntos novamente?
Maria Luiza: Não, não. Admito que não sei lhe dizer se é pior, ou menos pior que a implicância da minha mãe.
Jonathan: Então diga-me o que está rolando.
Maria Luiza: Eu, eu, estava sendo ameaçada. – Jonathan faz cara de preocupação.

Cena 8- Asilo- Tarde.
Antonella visita Célia novamente, e acaba conhecendo Tiago.

Antonella: Não prometi que voltaria? Então, aqui estou. – Ela abre os braços. – Precisamos achar uma maneira de te tirar daqui, e foi por isso que eu vim.
Célia: Ai minha neta, você não sabe o quanto estou deprimida. – Ela balança a cabeça negativamente. – Estou com tanta falta daquele clube.
Antonella: Por falar nisso, a senhora não sabe da maior. Maria Letícia voltou a reinar, tirou a coroa da travesti à força.
Célia: Acho que estou perdendo bastante fofocas, nem me fale. – Ela comenta cabisbaixa. – E você como está?
Antonella: Estou bem, na medida do possível. Mas não foi para falar sobre mim, muito menos sobre o clube, que eu vim até aqui. Voltei para te tirarmos daqui o quanto antes.
Célia: Só não envolva a polícia nisso, pois o desgraçado do Roberto pode fazer a sua mãe sofrer, quando descobrir que eu consegui sair daqui.
Antonella: É, tudo tem que ser na surdina. Sem que ninguém fique sabendo de nada. Pensei em uma fuga, sei lá, ou algo do tipo.
Célia: Você não teve mais notícias sobre a Simone? Não faz ideia de como ela esteja?
Antonella: Não vovó, aqueles monstros sumiram com a mamãe. Na verdade, eles me mandaram um CD com filmagens sua e da mamãe, ambas sofriam muito.
Célia: Eles me gravaram mesmo. Lembro que eles disseram que era para a Simone, não sabia que os desgraçados iriam mostrar para você.
Antonella: Como a senhora conseguiu fazer com que aquela carta chegasse até a mim? – Amélia e Tiago se aproximam.
Amélia: Célia, o meu netinho está muito feliz por você ter ajudado ele. O meu Tiaguinho conseguiu beijar a moça que tanto queria.
Célia: Ele é merecedor. – Ela pisca para Tiago, que retribui. – Ele fez por onde para conseguir o que tanto queria.
Amélia: Quem é essa? É sua filha? – Ela pergunta ao ver Antonella. – Ela é muito parecida com você, e também é muito bonita.
Antonella: Obrigada. – Ela agradece, envergonhada.
Célia: Não, não. Esta daqui é a minha neta, Antonella. – Ela olha para Antonella. – Foi ele quem fez com que a minha carta chegasse até você.
Tiago: Prazer, Tiago. – Ele beija a mão de Antonella.
Antonella: O prazer é todo meu. Então quer dizer que você conhece a Maria Luiza?
Tiago: Oh, se conheço. Tanto com roupa, como sem. – Ele sorri cinicamente. – É desta garotinha aqui que você está falando? – Ele dá o celular a ela, aonde o vídeo da noite passada está sendo reproduzido.
Antonella: Gente, estou pasma. – Ela fala boquiaberta. – Você tem um caso com a Maria Luiza, é isso?
Tiago: Não. Foi apenas uma noite. – Sem que ele perceba, Antonella envia o vídeo para a internet. – Mas, era para você aquela carta que entreguei a ela? – Ela o entrega o celular, e ele coloca no bolso, sem perceber que o vídeo está sendo enviado.
Antonella: Sim, a vovó sabia que a Maria Luiza me conhecia e… viu em você uma oportunidade para se comunicar comigo.
Tiago: Ah, sim. Fico feliz de tê-las ajudado. – Ele se afasta acompanhado de Amélia.
Célia: Acredita que eu transei com esse gato? Ele é muito gostoso. E foi assim que ele ficou sabendo o endereço de Maria Luiza.
Antonella: Hm! A senhora não é nada boba, não é? Se aproveitou da situação para tirar uma casquinha do gato.
Célia: Uma mão lava a outra, minha neta. Ele transou comigo, e aceitou levar minha carta à Maria Luiza, em troca eu passei o endereço dela.
Antonella: Nada mais justo. Mas se ele tiver muito envolvido com a patricinha, lamento em informa-lo que não durará por muito tempo.
Célia: Parece que ele só queria transar com ela, nada mais. Mas, do que é que você está falando?
Antonella: Enviei para a internet o vídeo deles transando, mas foi sem querer. – Ela é cínica. – Sei que a Malu me ajudou a encontrar você, porém, o mundo não pode ser privado de um vídeo picante daqueles. Além de tudo, Maria Letícia vai adorar saber que a filha está seguindo os mesmos passos que a mãe: uma prostituta nata.

Cena 9- Mansão Sales Couto de Sá- Tarde.
Roberto demonstra estar tenso com o desaparecimento de Daniele. Gaby e Michele tentam acalmá-lo.

Roberto: O dia raiou, as horas passaram, e nada da Dani voltar para casa. Acho que já passou da hora de ligarmos para a polícia. – Ele fala, tenso.
Gaby: Calma, Roberto, calma. Numa situação dessas, a calma deve ser mantida sempre.
Roberto: Eu posso manter tudo, menos a calma. Não tem como eu ficar calmo num momento desses.
Gaby: Eu sei que é difícil, mas é preciso. Por favor, me escute Roberto.
Michele: Você quer um pouco de água com açúcar? – Ela se levanta. – Eu vou preparar para você.
Roberto: Não, eu não quero nada disso. Quero apenas a minha filha de volta. O que será que aconteceu com ela?
Gaby: Parece que ele gosta muito dela. – Ela cochicha no ouvido de Michele. – Nunca pensei que a Daniele conseguiria conquistar o amor do pai rico dela.
Michele: Nem eu. Se você ouvisse como ele falava mal dela para mim. As palavras saiam da boca dele carregadas de ódio, dava até medo.
Roberto: Eu não posso ficar aqui parado. Que pai sou eu que não vou logo atrás da minha filha, que pode estar em perigo? – Ele se pergunta.
Michele: Para de falar assim, amor. O que você pode fazer? Nada. Você nem sabe aonde ela está.
Roberto: E é ai que está o problema. Se eu não sei aonde ela está, tenho que procurar até encontrá-la.
Gaby: Você está com a cabeça muito quente, e não está conseguindo raciocinar direito. Vou preparar um copo d’água com calmante para você. – Ela vai para cozinha.
Roberto: Eu não quero me acalmar, Michele, não quero. Eu só quero a minha filha ao meu lado, ela é a única coisa que me restou de bom daquela minha vida medíocre com aquelas três falsas.
Michele: Que macumba foi essa que você fez, hein Daniele? – Ela se pergunta. – O homem te odiava tanto, agora diz que você é a única coisa boa que restou da vida dele. – Ela estranha.

Cena 10- Cobertura Queiroz Galvão- Tarde.
Cléber visita Luciana, e Frederico coage o rapaz. Leonardo reprova a atitude do namorado.

Luciana: Ai, que deselegância, você já chegou e eu estou aqui toda atrapalhada ainda. Só preciso passar uma maquiagem e estou pronta, ok?
Cléber: Acho que eu que cheguei cedo demais. – Ele fala se sentando no sofá. – Pode ir lá, eu te espero aqui.
Luciana: Me desculpa, Cléber, e não pense que eu havia esquecido do nosso passeio, pois eu não esqueci, apenas me atrasei.
Cléber: Imagina. Se você tivesse esquecido, nem teria tomado banho ainda.
Luciana: Sei que deve ter sido dose para você vir até aqui em casa, pois disse que não voltaria aqui tão cedo.
Cléber: Está tudo bem. Vai lá se maquiar, eu te espero. – El vai para o quarto. E Frederico surge na sala.
Frederico: Então quer dizer que você vai sair com a minha sogra? O que é que você está querendo, hein?
Cléber: Por favor, não me dirija a palavra. Vim aqui apenas porque a Luciana me ligou e disse que demoraria mais um pouco para terminar de se arrumar. Se eu soubesse tinha esperado ela lá embaixo mesmo.
Frederico: Pois era o que você deveria ter feito. Não aguento olhar para essa sua cara nojenta. E estou mais do que certo que você quer algo, porque não sairia com a Luciana assim de graça. Tá querendo envenenar ela contra o Léo e eu?
Cléber: Faça-me o favor, não é Frederico? Por mim que você e o Leonardo se casem e sejam muito felizes, ok?
Frederico: Não vem com esse seu papinho, porque comigo não cola. Vejo a maldade no seu olhar, cara. – Ele se aproxima de Cléber. – E se continuar, terei que partir a sua cara ao meio.
Cléber: Você tá esperando o que para fazer isso? – Frederico dá um murro certeiro na cara de Cléber, que fica esparramo no sofá. – Tá ficando maluco? – Ele avança em cima de Frederico.
Frederico: Maluco quem tá ficando é você. Por que não aceita de uma vez que o Léo não te quer? – Ele pressiona Cléber contra a parede.
Leonardo: O que é que está acontecendo aqui? – Ele corre até Frederico. – Pelo amor de Deus, Frederico, coloque ele no chão.
Frederico: Este cara me irrita, meu amor. – Ele fala ao liberar Cléber. – Quero mais é que ele morra com todo esse recalque dele.
Leonardo: Você está bem? – Ele pergunta passando a mão sobre o corpo de Cléber. – Pelo visto não tem nada, além desse nariz que tá todo ensanguentado. O que deu em você, hein Frederico?
Cléber: Ele é um louco, e só você não percebe isso.
Frederico: Se você abrir essa sua boca imunda novamente, vai se ver comigo, seu desgraçado.
Luciana: Estou pron… Cléber. – Ela corre até ele. – O que foi que aconteceu contigo?
Cléber: O seu genro acabou com a minha cara. E estragou o nosso passeio, pois preciso ir ao hospital fazer alguns curativos.
Luciana: Não se preocupe, eu vou com você. – Ela o ajuda levantar. – Que papelão hein! – Ela fala para Frederico. – E você ainda se casar com um monstro desses. – Ela fala para Leonardo antes de sair.
Leonardo: Olha ai o que você fez, Frederico. Por mais que você e o Cléber não se gostem, não precisava ter partido para a violência.
Frederico: Desculpa, meu amor, é que eu não aguentei, foi mais forte do que eu. – Ele se aproxima de Leonardo, e tenta beijá-lo, mas o outro se esquiva.
Leonardo: Quero ver quando estivermos casados, se você não aguentará e partirá para cima de mim. – Ele vai para o quarto.
Frederico: Droga, droga, droga. O que foi que eu fiz?

Cena 11- Parque do Ibirapuera- Tarde.
Marillu e Rogério caminham pelo local, com o intuito de encontrarem Carlos Henrique.

Rogério: Então naquele dia em que eu te encontrei aqui, que você ficou assustada, era por causa dele?
Marillu: Sim, foi a primeira vez que o vi depois de anos. Fiquei bastante assustada com o nosso reencontro.
Rogério: Espero que consigamos encontrar ele. – Eles voltam a caminhar pelo parque. – E a última vez que o viu? Aonde foi?
Marillu: Foi na minha antiga residência, na mansão Garcia de Albuquerque. Mas acredito que ele não esteja por lá, mesmo o local estando abandonado.
Rogério: Vai ser mais difícil do que pensa. Pelo que me disse, esse cara não aparecerá tão cedo.
Marillu: Não, pode ter certeza que ele aparecerá. O Carlos Henrique voltará para pegar o que é dele.
Rogério: Pegar o que é dele? Não entendi. – Eles param de andar. – Sobre o que você está falando?
Marillu: Eu tenho algo em mãos, que fará com que o Carlos Henrique volte. Só não sei quando ele irá voltar, mas que ele volta, ele volta. – Rogério fica intrigado.

Cena 12- Casa de Bartolomeu- Tarde.
Bartolomeu e Maria José fazem juras de amor. Mas ela continua preocupada em voltar para São Paulo, ele revela que já comprou as passagens.

Bartolomeu: Como já te disse, eu tive casos com outras pessoas que eram parecidas com você. Mas, nenhuma fez meu coração bater como você está fazendo.
Maria José: Você também está sendo muito importante para mim, e quero te levar comigo para a vida toda.
Bartolomeu: Também não quero mais me separar de você. Estou completamente apaixonado, e não quero mais te largar, nunca mais.
Maria José: Mas mesmo com todo esse amor que há entre nós, eu preciso voltar para São Paulo. Porém, não pense que eu irei lhe deixar, como disse, quero que você continue na minha vida.
Bartolomeu: E nem vai precisar que nós nos separemos. – Ele vai pegar algo na gaveta. – Tenho uma ótima notícia para te dar.
Maria José: Diga logo, pois eu estou curiosa para saber que notícia é essa. – Ela fala surpresa. – Mesmo sendo notícia boa… é de se deixar com uma pulga atrás da orelha.
Bartolomeu: Olha aqui. As nossas passagens. – Ele mostra para ela. – Nós iremos para São Paulo depois de amanhã.
Maria José: É o que? – Ela dá um pulo da cama. – Você não está brincando comigo, Bartolomeu, está?
Bartolomeu: E eu iria brincar com uma coisa séria dessas? Eu estou falando sério mesmo.
Maria José: Ai, nem posso acreditar numa coisa dessas. – Ela abraça o homem. – Você foi a melhor coisa que aconteceu em minha vida, sabia? A melhor coisa. – Ela beija Bartolomeu.
Bartolomeu: Eu quero você só para mim.

Cena 13- Cobertura de Severino- Tarde.
Antonella pede desculpas por ter motivado um desentendimento entre ele e Marillu.

Antonella: Severino, eu sei que a minha atitude não foi digna. E que soou meio ameaçadora, chantagista, mas não foi a minha intenção.
Severino: Pode ficar despreocupada, Antonella. De certa forma, você até que abriu os meus olhos.
Antonella: Mas fiz isso da pior maneira possível. Acabei motivando um desentendimento entre você e a Marillu.
Severino: É, acabamos nos desentendendo. Mas nada que uma boa conversa não resolva.
Antonella: Espero mesmo que vocês fiquem bem logo, pois se não me sentirei culpada para a vida toda. – Ela é falsa.
Severino: Não fique assim, Antonella. Isto tudo é problema meu e da Marillu. Ela armou esta arapuca toda, e está pagando pelo que fez: O Frederico não quer nem olhar na cara dela.
Antonella: O que foi que aconteceu entre eles?
Severino: A mentira, Antonella. A mentira que destrói a vida das pessoas, de uma forma tão avassaladora e imperceptível, que quando você vai ver… já acabou com a sua vida.
Antonella: Pois é, a mentira é mesmo algo maligno.

Cena 14- Mansão Corte Real- Tarde.
Maria Letícia invade o quarto de Maria Luiza, cheia de fúria.

Maria Letícia: Maria Luiza! – Ela grita, caminhando no corredor. – Maria Luiza! – Ela bate na porta com muita força. – Saia desse quarto imediatamente.
Maria Luiza: O que será que essa louca quer agora? – Ela abre a porta e Maria Letícia entra com tudo no quarto dela. – Que gritaria toda é essa?
Maria Letícia: o que significa isso? – Ela joga o tablet em cima da cama da moça. – Espero que você tenha uma boa desculpa para isso.
Maria Luiza: Do que você…? – Ela pega o tablet e vê o vídeo que Tiago gravou. É possível escutar os gemidos de Maria Luiza.
Maria Letícia: Então quer dizer que além de estar saindo com o garçom do clube, você está de caso com outro rapaz? Está treinando para ser uma mulher da vida, é isso? – Maria Luiza fica sem ter o que responder.

CONTINUA…

Rodrigo Gomes