Capítulo 55 – Realeza

QUINQUAGÉSIMO QUINTO CAPÍTULO

Cena 1- Mansão Garcia de Albuquerque- Noite.
Marillu e Carlos Henrique entram em um acordo, e ele vai embora. Frederico cobra explicações da mãe.

Marillu: Calma Carlos, calma. – Ela está visivelmente nervosa. – Vamos dialogar, não há nada que uma boa conversa não resolva.
Carlos Henrique: Conversar é um escambau, eu quero mais é resolver isso tudo. Chega, Marillu. Não vou deixar que você continue a ter a minha vida em suas mãos.
Marillu: Pense bem, pois se você me matar, você não verá o seu dinheiro nunca mais.
Frederico: Que dinheiro? Mãe, você não disse que estávamos à beira de um abismo? Eu não estou entendendo nada.
Marillu: Nós precisamos conversar, Fred. Tem muita coisa aqui que você ainda não sabe.
Carlos: Henrique: Eu posso até não matar você. Mas não teria consequência alguma se eu matasse o seu filhinho. – Ele aponta a arma para Frederico.
Marillu: Se você apertar esse gatilho, você nunca mais terá o seu maldito dinheiro.
Carlos: Henrique: Tudo bem, tudo bem. Mas saiba que eu não vou ser sempre compreensivo, como agora. Esta é a última vez que você consegue me persuadir, tá me ouvindo?
Marillu: Eu prometo que vou entregar o seu dinheiro, mas só depois que tiver a certeza de que você nunca mais irá me ver.
Carlos Henrique: Ah, então é isso que está te dando tanto medo. Você teme que eu te mate depois que você me der o meu dinheiro? Contanto que você não tenha gastado nem um centavo.
Marillu: Pode ficar despreocupado, pois eu não toquei no seu dinheiro.
Carlos Henrique: Assim espero. Ah, e antes que eu me vá, quero deixar bem claro que vocês não têm a minha permissão para vender esta casa. Já bastou você ter vendido todos os meus imóveis para me tapear. – Ele vai embora.
Frederico: Será que agora a senhora pode me explicar o que está acontecendo? – Ele cruza os braços. – Como você pôde me esconder que ele estava vivo?
Marillu: Senta aqui, Fred, vamos conversar. – Ela se senta no sofá. – Na verdade, eu vim aqui para falar sobre isto mesmo.
Frederico: Eu estou bem assim. Pode falar. – Ele é curto e grosso. – O que é que está acontecendo?
Marillu: Como você sabe, o seu pai foi preso. Mas não foi uma injustiça, como eu te contei na época. – Ela faz uma pausa. – Fui eu quem o entregou a polícia, tudo porque eu havia descoberto que ele traficava drogas ilegais na empresa dele.
Frederico: Então, ele não foi preso injustamente, não foi alvo dos inimigos, como você me disse.
Marillu: Não. – Ela leva as mãos até o rosto. – O Carlos acabou sendo preso, mas não perdeu os contatos que tinha aqui fora. E com isso, forjou a sua própria morte. – Ela olha atentamente para o filho. – Ele ingeriu um remédio que o fez “morrer” por algumas horas. Até hoje a polícia pensa que ele morreu envenenado, mas não foi isso o que aconteceu.
Frederico: Quando foi que você descobriu que ele estava vivo? – Ele pergunta com os olhos cheios de água.
Marillu: Com a ajuda de alguns amigos, o Carlos Henrique conseguiu se refugiar na Europa. De lá, ele me fez uma ligação. Já tinha se passado um mês após enterrarmos ele. O desgraçado exigiu que eu depositasse na conta dele todo o dinheiro da herança, que nós recebemos.
Frederico: E você o enganou. – Ele conclui.
Marillu: Sim. Pois se eu depositasse a herança dele na conta do miserável, nós ficaríamos sem recurso algum para sobrevivermos. Foi ai que eu tive a ideia de vender todos os imóveis dele.
Frederico: Então você enviou o dinheiro da venda dos imóveis, e permaneceu com a herança dele intacta até hoje. – Ele se senta longe da mãe. – E se você não gastou nem um centavo da herança dele, como é que nos sustentamos durante todos esses meses?

Cena 2- Mansão Corte Real- Noite.
Daniele desafia Maria Letícia e as duas se enfrentam. Depois que a moça vai embora, ela liga para Celso e fala que eles precisam se livrar dela.

Maria Letícia: Ora, ora, ora. Nunca pensei que te veria novamente. – Ela desce a escada. – Não depois do que fez com o meu filho.
Daniele: O seu filho não se matou por causa de mim. Se você não tivesse trago aquela história à tona, o Marcelo não teria se matado, ele estaria vivo agora.
Maria Letícia: Diga logo o que você quer e some da minha casa. – Ela enfática.
Daniele: Você é cínica. – Ela dá um tapa na cara de Maria Letícia, que revida. – Aonde é que você botou a minha tia, sua desgraçada?
Maria Letícia: A sua tia deve estar morta agora. Se eu fosse você, esquecia que um dia aquele projeto de mulher existiu.
Daniele: Não fala assim dela, ela é bem mais mulher que você. – Ela avança em cima de Maria Letícia, lhe dando muitos tapas.
Maria Letícia: Você acha que está aonde? – Ela começa a estapear Daniele também. – Aqui é a minha casa, querida. Sou eu quem dito as regras, e não deixarei que uma ratinha feito você me bata.
Daniele: Eu só quero que você fique ciente de uma coisa, Maria Letícia: Não vou desistir de encontrar a minha tia, e quando eu a encontrar, pode ter certeza que você não ficará impune pelo que fez. – Ela se vira para ir embora, mas Maria Letícia a pega pelo braço.
Maria Letícia: Há muito tempo estou querendo te pegar, garota. E você não vai escapar de mim, ainda mais agora que teve a audácia de vir até a minha casa para fazer esse disparate.
Daniele: Pode ter certeza que o que eu mais quero é te peitar. Não fraquejarei na minha missão em acabar com você. – Ela se solta e vai embora.
Maria Letícia: Desgraçada, miserável, infeliz. Isto não vai ficar assim. – Ela vai até ao telefone e disca um número. – Vai, atende, atende. – Celso atende do outro lado da linha.
Celso (Ao telefone): Como é que é? A Daniele esteve ai na mansão? Pelo visto o sumiço da travesti está começando a ganhar proporções.
Maria Letícia (Ao telefone): Mas não por muito tempo, pois nós iremos acabar com a vida daquela idiota. A tia já se foi, agora nós vamos dar um jeito de nos livrarmos da sobrinha.
Celso (Ao telefone): Ah, por falar nisso, estive na casa da Marisa. Fiz tudo como me pediu.
Maria Letícia (Ao telefone): É isso ai. Através dos meus podres, você conseguirá se reconciliar com ela. E nós daremos o bote, tanto nela, quanto na filha, quando elas menos esperarem.
Celso (Ao telefone): Mas você não acha arriscado demais ficar expondo os seus feitos? Elas podem lhe denunciar.
Maria Letícia (Ao telefone): Poder elas podem, mas quero ver elas ter provas. – Ela sorri escandalosamente. – E você não sabe da maior. A Clotilde está de volta.
Celso (Ao telefone): Poxa, parece que o vento está soprando a seu favor. Todos da sua lista negra estão perto de seus devidos fins.
Maria Letícia (Ao telefone): Tudo isso fazer resolvido. Uma coisa de cada vez. Agora o que eu mais quero, é me livrar daquela moleca suburbana.

Cena 3- Clube Realeza- Noite.
Lilla vai buscar Rafael no trabalho de táxi. Jonathan e Maria Luiza estranham, e Antonella surge para pegar a carta.

Lilla: Como deixei claro, não irei desistir tão cedo de você. – Ela se aproxima de Rafael, que acabara de sair do clube. – Vim te buscar, e não aceito um não como resposta. Até porque, isto não foi uma pergunta.
Rafael: Lilla, por que você não desaparece? Sério mesmo. Meu, não vai haver mais nada entre nós.
Lilla: Isso é o que você pensa. – Ela o puxa pelo braço. – Vamos logo, para de doce. Eu sei que você está morrendo de cansaço, e só irei te dar uma carona.
Rafael: Olha, isso que você está fazendo é golpe sujo. Eu estou mesmo muito casado.
Lilla: Então para de ser cricri e vamos logo. – Ela o puxa para dentro do táxi. Jonathan e Maria Luiza acompanham a cena, não muito longe.
Maria Luiza: O seu irmão se reconciliou com a Lilla? Não esperava que ele fosse fazer isso.
Jonathan: Sabe, nem eu sei se eles estão mesmo juntos. – Ele olha atentamente para Maria Luiza. – Mas estranho é você estar por aqui numa hora dessas. O que faz por aqui a esta hora?
Maria Luiza: Ah, é que eu vim me encontrar com a Antonella. Logo mais eu estou indo.
Jonathan: Então eu vou te esperar, posso? Não é de bom grado deixar uma bela moça como você sozinha.
Maria Luiza: Você tem razão, é muito perigoso ficar aqui sozinha. Talvez seja bom ter a sua presença.
Jonathan: E ai? Você tá bem? Pensou no que a Melissa nos disse?
Maria Luiza: Melissa é uma doida pirada. – Ela sorri. – Eu estou bem sim, e você?
Jonathan: Por que você acha ela pirada? Só porque ela botou fé em nós? E sim, eu estou bem também.
Maria Luiza: Não, não é nada disso. É que… – Antonella surge justo neste momento. – Antonella, quanto tempo. – Elas se abraçam.
Antonella: Realmente, faz muito tempo que eu não te vejo. Mas parece que nada mudou em sua vida. – Ela olha para Jonathan. – Ao menos em questões amorosas.
Maria Luiza: Você que pensa, muita coisa mudou em minha vida. Tanta coisa que você nem imagina.
Antonella: É, talvez eu tenha uma ideia do que seja. Mas não quero tomar muito o seu tempo.
Maria Luiza: Ah, claro. – Ela pega a carta em sua bolsa e entrega a Antonella. – Aqui está.
Antonella: Muito obrigada, Malu. Você não sabe o quanto está sendo prestativa. – Ela lhe dá outro abraço. – Nos vemos qualquer dia. Agora eu tenho que ir, pois já está muito tarde.
Maria Luiza: Espero te ver novamente mesmo. – Ela sorri e Antonella vai embora. – Bom, agora eu acho que podemos ir.
Jonathan: Não quer ficar mais um pouco? – Ele olha no fundo dos olhos dela.
Maria Luiza: Ficar aqui? Fazendo o que, Jonathan? – Ela ri da cara dele. – Que ideia mais sem pé nem cabeça.
Jonathan: É ai que você se engana. Essa ideia foi a melhor que tive após o nosso término. – Ele a beija.

Cena 4- Cobertura de Marisa- Noite.
Melissa conta para a mãe que desconfia da visita de Celso. As duas pensam sobre o que o rapaz queira.

Melissa: Você viu como ele se enrolou todo quando eu falei sobre a morte do Rodolfo? Tenho certeza que o Celso quer algo com isso tudo.
Marisa: Será mesmo que ele está tentando aprontar alguma com a gente? Ele nem é louco de nos enganar novamente.
Melissa: Não podemos dar abertura para aquele canalha entrar em nossas vidas de novo. Eu digo e repito, ainda não engoli aquelas filmagens.
Marisa: Mas o que será que ele quer conosco?
Melissa: Boa coisa não deve ser, mamãe. Então sugiro que ele tenha voltado para nos dar um novo golpe.
Marisa: Contando os podres de Maria Letícia? Será que eles brigaram mesmo? Se sim, ele só pode estar agindo pelas costas dela.
Melissa: Não faço ideia. Mas desconfio que que os dois ainda estejam juntos, pois depois de tudo o que viveram, acho difícil deles se desapegarem.
Marisa: Não sei não. Ao mesmo tempo que isso tudo está muito estranho, também parece bastante aceitável. Pois a Maria Letícia é egocêntrica e deve mesmo ter dado um pé na bunda dele.
Melissa: Não sei, não sei, mas que isso está muito estranho… isso tá.

Cena 5- Mansão Garcia de Albuquerque- Noite.
Frederico discute com a mãe e pede para que ela não lhe procure mais. Marillu fica completamente sem chão.

Marillu: Eu estava completamente perdida. Não sabia o que fazer, o que falar, como agir diante aquela situação. E só depois de ter enviado o dinheiro da venda dos imóveis para ele, foi que eu percebi a burrada que fiz. Pois a quantia conseguida com a venda dos imóveis era inferior a quantia da herança dele, e logo ele poderia estar de volta, atrás da verdadeira dinheirama.
Frederico: Não foi essa a minha pergunta. – Ele é grosso. – Eu quero saber como nos mantemos ricos durante todo esse tempo.
Marillu: Eu me lembrei do Severino, e foi ele quem nos ajudou, nos dando toda a economia dele.
Frederico: O Severino? O meu pai? – Ele frisa a testa. – Ele te deu dinheiro, mesmo depois de você tê-lo abandonado?
Marillu: Eu menti para ele. Enviei cartas dizendo que eu e o sobrinho dele, você, estávamos na mais completa pobreza. No fundo, eu sabia que ele não iria me deixar desamparada, pois ele tem um coração bom.
Frederico: Muito bom mesmo, já que ele pensava que você tinha fugido com o seu próprio cunhado, que havia o traído com o irmão dele.
Marillu: Ele depositou uma alta quantia em minha conta, e foi por causa deste dinheiro que não fomos morar debaixo da ponte. Pois mesmo crente de que o Carlos não iria mais voltar por medo de ser preso, eu contava com a volta dele. E se isso acontecesse, é claro que ele iria querer o dinheiro dele, e se eu não o tivesse… nossas vidas estariam perdidas.
Frederico: Você realmente agiu sem pensar. E pensar que ainda foi capaz de gastar com besteiras, porque contribuiu naquela campanha de Maria Letícia, lembro-me muito bem disso.
Marillu: Eu não podia ficar por baixo daquela cobra, meu filho. Gastei por uma boa causa.
Frederico: Me enganou durante todo esse tempo. Disse que eu não podia mexer na herança, depois veio com uma história fiada dizendo que tinha sido forçada a torrar tudo com as nossas despesas, e praticamente me forçou a me casar… – Ele perde as palavras.
Marillu: Eu fiz isso para o seu bem. Depois que cometi a burrada, acho que uma luz iluminou a minha mente. E eu só quis nos proteger daquele monstro. – Ela faz uma pausa. – Se você se casasse com alguém rico, permaneceria na alta sociedade, e além disso, ele nunca iria te encontrar. E eu daria um jeito de sumir no mundo, após te ver casado. Sumiria com o dinheiro dele, ele nunca mais me veria, e assim acabaria este pesadelo.
Frederico: Olha aonde estamos. E tudo isso por causa de um amor platônico. – Ele chora. – Agora só me responde uma coisa, ele sabe que eu não sou filho dele? Se sim, como foi que teve coragem de contar?
Marillu: Na verdade, ele descobriu sozinho. Fez um exame de DNA escondido de mim, e acabou confirmando as suspeitas dele. – Ele fica cabisbaixa. – Tivemos uma discussão feia, ele queria nos expulsar de casa, contar tudo para você. Mas eu o impedi, quando descobri que ele traficava drogas ilegais.
Frederico: Então você o entregou para que eu não soubesse da verdade? Para que você continuasse a mentir para mim? Que tipo de mãe é você? – Ele grita, revoltado.
Marillu: Não é nada disso, meu filho. Você precisa me entender. Eu já estava acostumada em ser rica, e não queria voltar a ser pobre.
Frederico: Me esquece. Eu não quero te ver nunca mais. – Ele sai correndo e a deixa sozinha.
Marillu: Frederico. – Ela grita e se ajoelha no chão, chorando.

Cena 6- Cobertura de Severino- Dia.
Severino liga para os hospitais e delegacias atrás de Ivan, mas não encontra nada. Antonella pergunta algo para ele.

Severino (Ao telefone): Muito obrigado, tenha um bom dia. – Ele desliga. – Ai meu Deus, isso está começando a me deixar preocupado. O que foi que aconteceu com o Ivan?
Antonella: Você já ligou para vários hospitais, inúmeras delegacias, e nada. Acho melhor você dar um tempo mesmo, para ver se ele aparece. – Ela fala com a carta em mãos.
Severino: É, às vezes eu penso fazer isso, mas… não consigo. O sumiço do Ivan está me deixando demasiadamente preocupado.
Antonella: Hm! Pelo que eu pude ver, você é advogado, não é? – Ela se aproxima dele. – E você com certeza deve conhecer bastante lugares, quem sabe não consegue me ajudar a chegar até aqui. – Ela mostra a carta de Célia a ele.
Severino: Claro que eu sei aonde fica, já passei muitas vezes por esta rua. Se você quiser, eu posso te levar até lá. Assim eu aproveito e procuro pelo meu filho.
Antonella: Você faria isso por mim? Claro que eu quero. – Ela fala, toda contente. – Agora, você sabe me dizer o porquê da Marillu não ter levantado da cama ainda. Pelo que eu vi lá na casa dela, ela não é de acordar tarde.
Severino: A Marillu está passando por uns maus bocados, vamos deixar ela lá. Quem sabe quando voltarmos, ela já esteja melhor.

Cena 7- Mansão Sales Couto de Sá- Dia.
Michele e Gaby falam de Daniele, ela escuta e as repreende.

Michele: Ela está bem diferente de quando a conhecemos. Quem diria, as pessoas mudam tanto, não é menina?
Gaby: Nem fala, ela está mesmo irreconhecível. Mas quer saber de uma coisa? Pessoas assim acabam apanhando da vida, e quando têm vergonha na cara se arrependem, agora se não têm… persistem no erro até a morte.
Michele: Eu me lembro como defendia ela com unhas e dentes. – Daniele escuta-as conversando. – E confesso, que assim como a José, me arrependi dos meus embates com a Lilla por causa dela.
Daniele: Mas eu também te defendi bastante da Lilla. – Ela surge e as duas ficam sem graça. – Pensei que você fosse grata a mim.
Gaby: Desculpa, Daniele, mas você tem que admitir que mudou bastante depois que soube da existência do seu pai.
Daniele: Eu tive os meus motivos para mudar, e isto não vem ao caso. Quero apenas que me respeitem enquanto estão por aqui.
Gaby: Pode deixar, não iremos repetir o erro novamente. – Ela é submissa. – Prometemos que não iremos mais falar de você pelas costas.
Michele: Fale isso por você, Gaby. Não irei mudar o meu pensamento, o meu comportamento por causa dela. – Elas se encaram.
Daniele: Pois bem, faça como achar melhor. – Ela se retira.
Michele: Ela não me desce, não mais.

Cena 8- Clube Realeza- Dia.
Maria Letícia discute com Marisa, pois ela quer ressuscitar a SDP.

Marisa: Já não tem mais ninguém interessado nisto, Maria Letícia. Só iremos gastar tempo e dinheiro.
Maria Letícia: A SDP foi elaborada para apoiar, geralmente, casos sociais. Eu gosto de ajudar as pessoas, e não vai ser você quem vai me barrar, iremos sim ressuscitar a SDP e ponto final.
Marisa: Não sei se você se lembra, mas eu também sou dona deste clube. E você não irá passar por cima das minhas decisões, pois para que algo aconteça aqui devemos entrar em um consenso.
Maria Letícia: Consenso? Me poupe, Marisa. Você nunca irá concordar com nada que eu imponha, assim como eu nunca aceitarei as suas ideias.
Marisa: Então eu não sei porque você aceitou voltar a ser membro do clube. – Ela é objetiva. – E mais, não venha com este papinho de que quer ajudar as pessoas porque eu sei que no fundo você quer é sugar dinheiro dos sócios.
Maria Letícia: Meu Deus do céu, será que você não enxerga que eu não sou este monstro que vocês idealizam? Gente, eu sou humana, tenho coração, tá?
Marisa: Sinceramente? Não é o que parece.
Maria Letícia: Pois bem, dizem que a voz do povo é a voz de Deus. Vamos fazer uma votação com os sócios do clube para saber o que eles pensam sobre a volta da SDP. Você melhor do que ninguém, sabe que os seus avós foram quem criaram este grupo, e deveria zelar por ele… já que faz parte da história do clube desde o início.
Marisa: Você é uma cínica. Quer comparar o que os meus avós faziam, com o que você faz. A SDP foi criada para ajudar as pessoas, não extorqui-las. Entendeu a diferença?
Maria Letícia: É o que veremos, Marisa, é o que veremos.

Cena 9- Casa de Regina- Dia.
Regina fica preocupada com o paradeiro de Rafael. Jonathan conta que ele saiu com Lilla na noite passada.

Regina: Aonde será que aquele garoto se meteu. Você não veio com o seu irmão ontem por quê?
Jonathan: Ué, ele veio com a Lilla. Os dois saíram lá do clube no maior chamego. – Ele termina de tomar o seu café.
Regina: Acho que não escutei direito. O seu irmão reatou com aquela piranha? Mas ele me jurou de pé junto que nunca faria isso.
Jonathan: A carne é fraca, mamãe, entenda. – Ele sorri. – Mas é mesmo muito preocupante o fato de ele não ter dormido em casa.
Regina: Mas eu vou encontrar aquela vadia lá na mansão, e se ela aprontou alguma com o meu filho… ah, aquela cachorra vai se ver comigo.
Jonathan: Quando um não quer, dois não transam, mamãe. – Ele ri da cara de Regina.

Cena 10- Clube Realeza- Dia.
Cléber diz que não pode mais voltar na casa de Luciana enquanto Frederico estiver por lá.

Cléber: Eu já estou farto dessas discussões desnecessárias, sempre que o Léo, o Frederico e eu estamos perto um do outro.
Luciana: Ontem ele chegou aos prantos, parece que brigou novamente com a mãe. Talvez seja melhor você se afastar mesmo, ao menos por um tempo.
Cléber: Me dói saber que o Léo não me considera mais como um amigo, mas sim como seu rival número um.
Luciana: O meu filho tem mesmo a cabeça muito dura. Creio eu que isso ele tenha puxado do Riginaldo.
Cléber: Só espero que ele não quebre a cara, se bem que isso é inevitável perante as circunstâncias.
Luciana: Calma. A amizade de vocês é linda, e não será por besteira que ela se desfará. Confie em mim.
Cléber: Tudo bem. – Luciana pega as mãos dele.
Luciana: Muito obrigada por tudo, e mesmo que o Léo não sinta a sua falta, eu sentirei. – Ela o olha com admiração.

Cena 11- Mansão Corte Real- Dia.
Tiago aborda Maria Luiza ao vê-la sair. O rapaz a ameaça e ela fica sem saber o que fazer.

Tiago: Ora, ora, ora. Vejam se não é a patricinha mais gostosa da sociedade paulista. – Ele fala ao vê-la sair.
Maria Luiza: O que você está fazendo aqui novamente? Agora que sabe aonde eu moro vai ficar me perseguindo?
Tiago: Não, não é nada disso meu amor. – Ele se aproxima dela. – Quero apenas de lembrar disto aqui. – Ele mostra a foto dela brigando na boate.
Maria Luiza: Você havia dito que tinha se livrado desta foto. Pelo amor de Deus, apaga isto.
Tiago: Apago, claro que apago. Mas só depois de ter uma noite bem gostosa com você.
Maria Luiza: Como é que é?
Tiago: É isso mesmo que você escutou Malu. Eu disse que havia removido a minha publicação na rede social, mas não apaguei do meu celular. E se você quiser que eu me livre de vez desta foto… você terá que colaborar comigo.
Maria Luiza: Eu não posso fazer isso, estou namorando. Se ele souber disso, te partirá ao meio. – Ela tenta colocar medo nele.
Tiago: Não se preocupe com isso, eu não tenho ciúme. – Ele ri da cara dela. – Mas se você não puder fazer o que estou te pedindo, tudo bem… tem gente que tá interessada nesta imagem aqui.
Maria Luiza: Não, por favor, não faz isso. – Ela o pega pelo braço e não sabe o que fazer.

Cena 12- Bar- Tarde.
Maria José descobre que foi parar no Mato Grosso.

Bartolomeu: Ufa, graças ao Senhor você acordou. – Ele fala ao ver Maria José abrindo os olhos. – A senhorita está bem?
Maria José: Quem… é você? – Ela está um tanto que desnorteada. – Aonde é que eu estou?
Bartolomeu: Meu nome é Bartolomeu, e você está no meu bar. E sem querer me gabar, mas já me gabando, este é o melhor bar do Mato Grosso inteirinho.
Maria José: Como é que é? O senhor disse… Mato Grosso? – Ele faz que sim com a cabeça. – Mas como é que eu vim parar aqui?

CONTINUA…

Rodrigo Gomes