Capítulo 54 – Saber Viver
Capítulo 54, Saber Viver
CENA 1. RIO DE JANEIRO/ IPANEMA – RECANTO DOS IDOSOS/TARDE
JACYR Aqui está bom, aqui está bom. – ele diz, sorrindo, passando os pés na água.
CRISTINA Não, não está bom. Inclusive está calor, você está suando. Vai tomar um banho, vai! – ela diz, sorrindo.
JACYR Não, não quero tomar banho, me deixa aqui.
CRISTINA Cala a boca, velho babão! – ela o empurra, e corre para o quarto.
MALU Meu Deus, o que fizeram com o Jacyr. – ela corre e chama ajuda.
Minutos depois seu Jacyr é tirado da piscina, ele já havia morrido.
CRISTINA Quem faria uma crueldade dessa gente. Mas essa piscina é muito perigosa, um veneno para esses idosos!
NILTON Mas esse foi o primeiro acidente que ocorre aqui. Eu como dono do Recanto posso afirmar que isso nunca houve antes.
MALU Desculpa, Nilton, mas eu vou ter que concordar com a ela. Isso está um perigo para os idosos!
NILTON Eu mandar providenciar alguns seguranças para cá. Mas o que o Jacyr fazia aqui, ele sabe que essa é hora de estar dentro da sala.
CRISTINA Eu vi quando ele estava vindo, mas jurava que teria alguém aqui para ajudá-lo. E infelizmente aconteceu essa tragédia. – ela força o choro.
NILTON Calma, Cristina. Você não teve culpa de nada. Mas isso não pode sair daqui, nem os outros podem ficar sabendo disso. Por via das dúvidas ele foi levado embora, não quero que meu recanto fique mal falado.
CRISTINA E ele tinha algum parente por aqui? Já pensou se os parentes resolvem voltar para busca-lo?
NILTON Nenhum, nem filhos. Na verdade ele tem um filho, mas eu não faço ideia de quem ele seja.
CRISTINA Isso foi uma alerta para ficarmos antenados! – ela sorri. – Dá licença! – ela vai embora, sorrindo.
CENA 2. RIO DE JANEIRO/ CENTRO DO RIO – DELEGACIA/TARDE
AMARAL E essa história da Alice. Gente, essa história é pior do que eu imaginava.
DIEGO E eu! Quem diria que o Marcone seria amigo do Dan. Ou melhor, depois de um tempo tornou-se rival.
AMARAL Diego, será que foi o Dan que matou o Marcone? Não é muito estranho ele voltar depois de anos desaparecido, ainda deixar um relógio perto do local do crime, alegando que era para encontra-lo?!
DIEGO Eu já parei para pensar nessa possibilidade. Mas acho que o Dan não seria capaz de uma atrocidade dessas.
AMARAL Então me dá um motivo para ele ter voltado, um só!
CENA 3. RIO DE JANEIRO/ PETRÓPOLIS – APARTAMENTO POWER/TARDE
Apartamento 604…
Dan e Meire conversam na mesa, enquanto tomam café.
DAN Pegar o que é meu! Eu fui roubado pelo meu filho, aquela empresa é minha! Eu tenho 50% daquela empresa que foi roubada pelo meu filho!
MEIRE Dan, esquece essa história. Você também cansou de roubar aquela empresa e inclusive isso é crime! Estamos ricos, quer mais dinheiro para quê?!
DAN Não quero dinheiro, quero fazer ele pagar pelo o que ele fez. Eu fui roubado pelo meu filho, isso eu não aceito.
MEIRE Você sabe que ele fez isso por vingança, ódio, quando descobriu que você traía a Severina. E é por isso que ela tinha tanto ódio de você!
DAN Eu sei, eu sei. Mas o motivo dele ter me roubado não importa, ele é um criminoso! E ele vai ter que ir empreso, para pagar pelo o que fez.
MEIRE Não se esqueça que você também é, e ele tem provas disso. Será que você já esqueceu que você também construiu a empresa? E que falsificava quadros, vendia eles ilegalmente?
DAN Isso foi passado, PASSADO.
MEIRE Pois bem, a história do roubo também foi passado. Dan, esquece essa história. Você sabe muito bem que nós dois temos uma conta com a polícia, vai querer nos ferrar ainda mais?
DAN Meire, se você tem uma conta com a polícia eu não posso fazer nada por você. O fato é que o circo está se fechando, tudo isso está prestes a terminar, E A GENTE NÃO VIVE EM UMA NOVELA, isso aqui é realidade. Acorda Meire, acorda!
MEIRE Dan, você vai se arrepender de estar mexendo nesse passo. Sabe quando? QUANDO DESCOBRIREM OS TEUS CRIMES E VOCÊ FOR PRESO. – ela se exalta e se levanta. – No lugar do teu filho! – ela sai, arrumando o cabelo.
CENA 4. RIO DE JANEIRO/ ILHA DO GOVERNADOR – AEROPORTO GALEÃO/TARDE
Lukas e Madalena desembarcam. Edu já está em sua espera.
LUKAS Finalmente chegamos. E olha quem está ali. – ele diz, avistando Edu.
MADALENA Nossa, um pai atencioso ele. – ela debocha e Lukas não gosta. – Desculpa, desculpa. – ela se aproxima de Edu e o cumprimenta. – Edu! – ela sorri.
EDU E então, Lukas está preparado para ir falar com a Alice hoje?
MADALENA Então vocês vão hoje mesmo? Edu, não acha que está muito cedo não?
EDU Não! O quanto antes ela ficar sabendo disso, melhor.
MADALENA Bom, se vocês querem ir hoje, quem sou eu para impedir. Eu só acho que está muito cedo para isso tudo.
LUKAS Eu só vou passar em casa, tomar um banho, trocar essa roupa e a gente vai. Pode ser?
EDU Eu levo vocês, vamos?! – ele sorri.
Eles andam. Edu e Lukas continuam a conversar.
CENA 5. RIO DE JANEIRO/ PETRÓPOLIS – EMPRESA DAN QUADROS/TARDE
Sala de Davi…
Enzo entra na sala de Davi, que está fazendo algumas anotações.
ENZO Davi, vamos para casa. Vou fechar a empresa mais cedo hoje.
DAVI Algum motivo especial pai, nunca fechou a empresa antes do horário.
ENZO Nenhum. Só quero curtir um pouco mais minha família, será que posso?
DAVI Nossa, quem te viu quem te ver. – ele guarda uns papéis, pega sua pasta e se levanta. – Seu pedido é uma ordem! – eles sorriem e saem.
Na recepção…
ALESSANDRA Claro que não. Ela estava ofegante, ela estava assim. – ela começa imitar “respiração cachorrinho” e Laís cai na gargalhada. – Está rindo, é. Você tinha que ver foi horrível. – ela começa imitar a respiração novamente e Laís não aguenta, ela gargalha.
Davi chega no exato momento.
DAVI Está ensinando para a Laís como ser uma cadela, Alessandra?! – ele ironiza. As duas param na hora.
ENZO Davi, pega leve com elas, coitadas. Não liguem meninas, continuem a diversão de vocês, estamos indo. Até mais!
Eles saem.
ALESSANDRA Gente, fechando a empresa a essa hora, o que será que aconteceu?
LAÍS O que será que ainda pode acontecer, vindo dessa família não espero nada! – Alessandra volta a fazer a respiração, e as duas continuam rindo.
CENA 6. RIO DE JANEIRO/ TAQUARA – CASA DA DITA/TARDE
Dita e Vítor ainda conversam. Társio chega.
DITA Társio, que bom que veio. Junte-se a nós.
TÁRSIO Infelizmente não posso, estou de saída. Vou ir visitar meu pai.
DITA Ah, manda um beijo pro Jacyr, gosto muito dele.
TÁRSIO Faz um bom tempo que não vou visitar ele, aproveitar o Natal e vou lá dar um beijo nele.
VÍTOR Társio, será que eu posso ir com você?! Eu gosto muito de idosos, queria conhecê-lo.
TÁRSIO Claro, Vítor. Não quer ir também, Dita?
DITA Infelizmente não, queria ir muito! – ela se levanta. – Mas tenho que resolver uns problemas com a fatura do meu cartão.
Vítor se levanta para ir.
TÁRSIO Bom, tudo bem. Vamos Vítor!
DITA Manda um beijo para ele, e diz que depois irei lá levar aqueles quitutes para ele. – ela diz, sorrindo.
CENA 7. RIO DE JANEIRO/ RECREIO DOS BANDEIRANTES – PRAIA DA RESERVA/TARDE
Rafaela e Gabriel estão pegando sol. Deitados na canga, conversando.
RAFAELA Quanto tempo não venho em uma praia, chega estou uma branquela azeda.
GABRIEL Está maravilhosa, como de costume. – ele bebe mais um gole da água. – Nossa, que calor dos infernos. Esse é o Rio!
RAFAELA Está calor mesmo, e eu já estou ficando enjoada. Nunca mais bebo aquele treco. O que era aquilo, uma mistura braba!
GABRIEL Sim! – ele gargalha. – Me fez mal, mas já passou. Diego nunca mais nos chamou, será que finalmente ele terminou essa maldita investigação?
RAFAELA Eles finalmente conseguiram encontrar os bandidos, então já deve ter acabado. E graças a Deus que não nos chama mais, pelo menos estamos livres!
GABRIEL E você disse que quando terminasse a investigação você voltaria para sua cidade. – ele se senta. – E você vai?!
RAFAELA Claro que… – ela se senta. – NÃO! – ela o beija. – Até parece que eu conseguiria ficar longe de você.
Gabriel sorri, todo bobo.
CENA 8. RIO DE JANEIRO/ CENTRO DO RIO – DELEGACIA/TARDE
Diego está em sua sala quando Amaral chega.
AMARAL Diego, tive uma brilhante ideia! – ele se senta. – A gente vai fazer o seguinte: Invadiremos o apartamento do Dan e colocaremos uma escuta em todos os cômodos, só assim conseguiremos colher informações valiosas.
DIEGO Mas como você pensa em fazer isso, eles veriam a gente colocar essas escutas.
AMARAL Não se eles não tiveram no apartamento. A gente invade a casa, e coloca eles do lado de fora, diz que vai fazer uma varredura pela casa. Instalamos e pronto!
DIEGO E será que isso vai dar certo?!
AMARAL Se tentarmos! – ele sorri.
CENA 9. RIO DE JANEIRO/ PETRÓPOLIS – APARTAMENTO POWER/TARDE
Apartamento 604…
DAN Como assim fazer uma varredura pelo meu apartamento? Que tipo de investigação é essa, eu preciso saber!
AMARAL Dan, não complica as coisas. Libera essa varredura ou teremos que te prender.
MEIRE Mas isso é um absurdo! Que polícia é essa? Não somos obrigados a deixar vocês darem uma varredura no nosso apartamento sem nenhum papel.
AMARAL Serve esse?! – ele entrega o papel e Meire avalia o devolvendo em seguida. – Acho que ficou bem claro, vocês agora vão liberar?
DAN Eu contesto! Eu não vou liberar porcaria nenhuma.
DIEGO Chega de papo. Algemem os dois!
Dan e Meire são algemadas e postos para fora de casa.
Dentro de Casa…
Diego e Amaral conseguem instalar umas câmeras e algumas escutas. Eles por fim saem.
DIEGO Viu só, nem demorou tanto assim! – ele sorri debochado.
MEIRE Eu posso denunciar vocês! Isso é invasão de privacidade! Agora me tira dessa algema, anda logo.
DIEGO Calma, Meirinha. – ele debocha. – Pode fazer sua denúncia, somos policiais. E então?
DAN Meire, chega! – ele ergue as mãos. – Já pode abrir!
Diego solta os dois.
AMARAL Até mais meus amigos. – ele vai e dá meia volta. – Meire, eu ainda te aguardo na delegacia! Sua conta já criou juros! – ele manda “beijos” e sai.
CENA 10. RIO DE JANEIRO/ IPANEMA – RECANTO DOS IDOSOS/TARDE
Vítor e Társio chegam no Recanto.
NILTON Boa Tarde! Desejam alguma coisa?
TÁRSIO Eu vim visitar meu pai.
NILTON Claro, se aproxima aqui da bancada por favor. – Társio se aproxima. – Qual nome do seu pai, por favor?
TÁRSIO É Jacyr. Jacyr Augusto. – Nilton ergue a cabeça e gela.
NILTON Jacyr?! – ele pergunta, trémulo.
CENA 11. RIO DE JANEIRO/ PETRÓPOLIS – CASA DO ENZO/TARDE
Enzo e Davi chegam em casa. Estão todos reunidos na sala.
ENZO Nossa, confraternização familiar, é isso?
ALINE Pai! – ela se assusta. – Que milagre é esse que te fez fechar a empresa cedo?
ENZO Resolvi dar folga. Tirar o dia com a família.
ALICE Nossa, isso é muito raro, muito mesmo.
ENZO Palhaços! – ele olha para Rebeca. – Não vai falar nada, Beca?
REBECA Falar o que pai?! – ela sorri. – Ops, já falei!
ALINE Gente, já venho. Eu vou lá em cima pegar uma foto que eu tiramos no natal. Já consegui revelar.
Ela sobe a escada correndo.
DAVI Carol, está quieta, o que houve?
REBECA Deve estar pensando na merda que vocês andam fazendo.
CAROLINA Rebeca, fecha essa matraca!
ENZO Do que vocês estão falando? Já falaram isso outro dia, agora hoje.
REBECA Eu vou contar pai! – ela se levanta. – É que o Davi… – ela é interrompida.
ALINE Pronto, eu achei a fot… – ela vai descendo a escada, quando sente uma tonteira, ela desmaia e cai da escada.
ALICE ALINEEEEEEEEEEEEEE! – ela grita, desesperada.
Enzo vai até Aline rapidamente.
ENZO PEGUEM A CHAVE DO CARRO, VOU LEVAR ELA PARA O HOSPITAL, ANDA LOGO! – Davi o entrega a chave.
Enzo pega Aline no colo e corre com ela. Todos vão atrás.
Na porta da casa…
Enzo coloca Aline dentro do carro. Ele entra do carro. De longe, Edu e Lukas observam tudo.
EDU Pronto! Agora você já pode ir. – ele percebe a confusão. – Que confusão é aquela?
LUKAS Não sei, mas eu vou agora. – Quando Alice vai entrar no carro ele dá um grito. – MÃE! – ele grita, alto.
Alice olha para trás e vê Lukas.
Foca em Lukas, que está parado olhando para Alice, sorrindo.
FIM DO 54° CAPÍTULO!