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Saber Viver

Capítulo 53 – Saber Viver

Capítulo 53, Saber Viver

 

CENA 1. RIO DE JANEIRO/ PETRÓPOLIS – CASA DO ENZO/NOITE
DANIEL                   Que lindo, Rebeca! Então você já está gostando de outro homem?! – ele se aproxima e começa alisar Rebeca, que grita ainda mais.
REBECA                  SOCORROOOOOOOOOOOO! – ela grita, desesperada, correndo.

 

Na sala…
ALINE                      Mãe, você viu o Heitor?! – ela escuta o grito. – Gente, o que está acontecendo com a Rebeca?
Rebeca desce a escada correndo, e acaba tropeçando, ela cai mas não se machuca, se levanta rapidamente.
ALICE                      Rebeca, minha filha! Que isso, você está louca?!
LORENZO               Rebeca, que gritaria foi essa? Estou com medo de você!
REBECA                  EU VI MÃE, EU VI O DANIEL, EU VI ELE! – ela chora, desesperada. – ELE ME ALISANDO! AHHHHHHHHHH! – ela grita, abraçando Alice.
DAVI                         Rebeca! – ele se aproxima aplaudindo. – Parabéns pelo seu lindo teatro! – ele sorri, abraçado com Carolina.
Alice repreende Davi e leva Rebeca para o quarto.

 

No escritório de Enzo…

 

ENZO                        Não, você está louco, não é possível! O meu pai desapareceu depois de muitos anos. Vocês devem estar se confundindo.
HEITOR                   Olha isso! – ele o entrega uma folha. – Aí tem os dados do homem que foi lá. Inclusive tem a foto. – ele mostra no papel. – Dan Tucker. E esse homem da foto, não é teu pai?
ENZO                        Não pode ser Heitor! – ele se levanta ainda atordoado. – Ele foi dado como morto, ele desapareceu, isso passou em reportagem e tudo.
HEITOR                   Enzo, você reconheceu o corpo do teu pai?! Você viu ele morto, na maca, era ele?! – ele o questiona.

 

FLASHBACK – ALGUNS ANOS ATRÁS – NECROTÉRIO
PERITA                    Então, Enzo, esse é mesmo o seu pai? – ela descobre o rosto do homem. O rosto do homem está meio machucado, e se parece com Dan.
ENZO                        É ele sim! É o meu pai. – ele diz, chorando.
VOLTA A CENA

 

ENZO                        Era o rosto do meu pai. Na verdade estava muito machucado, mas eu consegui ver. O meu pai está morto, esse homem não é meu pai, não pode ser!
HEITOR                   Enzo, acorda para a realidade! Você se confundiu, o teu pai apareceu na delegacia. – ele pega a folha de volta. – E quer saber mais? Ele está casado com a Meire, mãe da Telma e da Cristina, quer prova melhor que essa?
Heitor sai e Enzo fica atordoado.
ENZO                        Não pode ser! Ele voltou e vai tirar a empresa de mim, não pode ser! – ele diz, atordoado.

 

No dia seguinte…

 

CENA 2. RIO DE JANEIRO/ CENTRO DO RIO – DELEGACIA/DIA
Amaral, Diego, Hugo e Heitor conversam na cafeteria.
HEITOR                   Mas conseguiram localizar a Cristina? Mas esses policias deram muito mole, ao invés de conter, não, ficaram olhando!
AMARAL                 Eu demiti o Marcão e o Renildo. Onde já se viu, policiais incompetentes, isso que eles são! E eu tanto que avisei para esses idiotas tomarem cuidado.
DIEGO                      Pois é. – ele entrega o açúcar para Hugo. – Agora já não é hora de recuar, é hora de atacar. Vamos atrás dessa criatura nem que seja no inferno!
HUGO                       Diego, surgiu uma nova pista do caso da mãe da Alice. – ele dá uma golada no café. – Parece que a mãe foi matada a facadas.
DIEGO                      Nossa! – Silas entrega um documento a ele. – Obrigado! – ele abre o documento. – Análise do corpo daqueles dois que morreram perto da casa da Cristina. Um foi a facadas!
HUGO                       Ih! Meio suspeito isso. – ele sorri. – Mas será que a Cristina teria coragem de ter feito isso?
DIEGO                      Heitor, liga para a Alice. Manda ela vir na delegacia hoje!
HEITOR                   Tudo bem! – ele se levanta e sai.
AMARAL                 Cada dia que passa, mais pista surge. A única que pode contar tudo é a Alice.

 

CENA 3. SANTA CATARINA/ JOINVILLE – CASA DA TIA JÔ/DIA
Lukas e Madalena terminam de arrumar a mala. Jô chega.
TIA JÔ                      É uma pena que vocês tenham que ir embora hoje. Eu achei que ficariam mais tempo.
MADALENA                       Também queria ficar, mas o Lukas quer ir embora para resolver aquele problema.
LUKAS                     Mas a gente pode voltar, tia Jô. O que você acha?
MADALENA                       Ah, pode ser. Eu vou adorar voltar aqui.
TIA                       E eu vou adorar que vocês venham. Vocês sabem que as portas da minha casa, estarão sempre abertas. Se quiser vir, vem! – ela sorri.

 

CENA 4. RIO DE JANEIRO/ BARRA DA TIJUCA – APT. DO EDU/DIA
Edu termina de arrumar seu quarto.
EDU                           É hoje! – ele guarda o lençol e vai para a sala. – Chegou o grande dia de revelar para Alice quem é o nosso filho.
Ele pega o telefone e disca.
HUGO (telefone)      Diga, meu camarada. Qual a boa de hoje?
EDU (telefone)          Isso que eu li hoje no jornal é verdade?! Que confusão foi essa no pátio do presidio?
HUGO (telefone)      Uma confusão enorme! Mas já resolveu, pelo menos é o que parece. E se eu te contar quem foi que fugiu, você cai para trás.
EDU (telefone)          Diga logo. Não me diga que foi a Cristina?!
HUGO (telefone)      “Uhum”, ela mesmo! Mas parece que morreu. Foi o que os policiais que estavam no helicóptero falaram. Eles disseram que começaram a trocar tiros. Parece que um tiro pegou no helicóptero em que ela estava, outro no combustível e explodiu.
EDU (telefone)          Mas a Cristina trocando tiro? – ele sorri. – Cristina nem arma usa, acho que nem sabe usar.
HUGO (telefone)      Ela fugiu com outro homem. Anderson! E pelo o que falaram ele que trocava tiro. Disse que foi horrível. Suspeitei sobre a troca de tiro, o helicóptero estava em movimento, mas se eles disseram isso, quem é a gente para negar.
EDU (telefone)          Pelo menos morreu, não vai continuar solta fazendo as maldades por aí.

 

CENA 5. RIO DE JANEIRO/ IPANEMA – RECANTO DOS IDOSOS/DIA
RECEPCIONISTA Mas a senhora não tem nenhuma qualificação. Nem enfermeira é.
CRISTINA               Meu querido, eu já trabalhei em caso de idosos. Aliás, cuidei da minha mãe com Alzheimer, ainda vai duvidar de mim?
RECEPCIONISTA Tudo bem, tudo bem. Se a senhora está dizendo que já fez isso tudo, não vou desmentir. E a senhora me parece uma pessoa de bem. – ele estende a mão. – Está contratada!
Cristina o cumprimenta, sorrindo.
3 horas depois…

 

CENA 6. RIO DE JANEIRO/ CENTRO DO RIO – DELEGACIA/TARDE
ALICE                      Enfim, cheguei. – ela se senta. – O que querem comigo?
AMARAL                 Alice, encontramos pistas sobre o caso da sua mãe.
ALICE                      Nossa! Isso já tem mais de 25 anos, tem necessidade de mexer no passado?
AMARAL                 Você tem medo do passado, Alice?! Esconde algo? – ele a questiona.
ALICE                      Claro que não! – ela engole seco. – Eu só não quero mexer no meu passado, uma particularidade minha!
DIEGO                      Mas vai ter que mexer, Alice. – ele bate de leve na mesa. – Vai ter que confessar tudo o que sabe!

 

CENA 7. RIO DE JANEIRO/ PETRÓPOLIS – EMPRESA DAN QUADROS/TARDE

 

Enzo está sentado em sua sala. Ele está pensativo.

 

FLASHBACK – 2014 – PETRÓPOLIS
No escritório de Enzo…
ENZO                        E então, já pode falar o que aconteceu, você está pálido!
HEITOR                   Enzo, eu nem sei por onde começar. Mas vou tentar ser bem direto. Enzo, teu pai está vivo! – Enzo se assusta. – Ele estava na delegacia hoje.
Enzo se joga na cadeira, boquiaberto com o que ouviu.
VOLTA A CENA

 

ENZO                        Não é possível que ele tenha voltado! – alguém bate na porta. – Entra! – ele se ajeita na cadeira.
DAVI                         Pai, o Salão Mirante quer confirmar a festa. Está confirmada mesmo para aquele dia?
ENZO                        Sim, pode confirmar. Davi, tua irmã Rebeca veio trabalhar?
DAVI                         Nem ela, nem a Aline. E nem precisa perguntar pelo Lorenzo, ele já não trabalha mesmo.
ENZO                        Mas vai passar a trabalhar. – Davi não entende. – Eu vou colocar o Lorenzo para trabalhar aqui.
DAVI                         Pai, e o Lorenzo tem alguma qualificação profissional? – ele debocha.
ENZO                        E você tem alguma?! – ele é grosso. Davi sai sem responder, furioso.

 

CENA 8. RIO DE JANEIRO/ PETRÓPOLIS – APT. DO GABRIEL/TARDE
Rafaela e Gabriel terminam de almoçar.
RAFAELA               Nunca almocei tão tarde na minha vida. – ela sorri. – Tem alguma novidade lá do Jamal?
GABRIEL                Ele ficou de me ligar assim que pintasse algum teste ou trabalho. Ainda estou no aguardo.
RAFAELA               Estou feliz por você. – ela coloca os pratos na pia. – Nossa estou sentindo um enjoo. Foi aquele treco que a gente bebeu na praia, aquilo não me fez bem.
GABRIEL                Nem a mim, passei mal a noite toda. – ele se levanta. – Vou assistir um filme, quer?
RAFAELA               Assistir filme a essa hora? Que tal irmos à praia?
GABRIEL                Acho uma boa ideia. Mas pode ser daqui a pouco, acabamos de almoçar e isso não vai fazer nada bem.
RAFAELA               Sim, sim. – ela sorri, e vai lavar a louça.

 

CENA 9. RIO DE JANEIRO/ TAQUARA – CASA DA DITA/TARDE
Vítor vai até a casa da Dita. Ele toca a campainha e ela abre.
VÍTOR                      Dita, a Cristina fugiu! – ele diz, zonzo.
DITA                         O quê?! – ela a puxa para dentro de casa. – Como assim fugiu? – ela diz, fechando a porta.
VÍTOR                      Me ligaram da delegacia agora, parece que teve uma confusão e ela fugiu. Mas parece que ela morreu em seguida.
DITA                         MORREU? – ela se senta. – Gente. Desculpa, Vítor, mas ela pagou por tudo o que fez.
VÍTOR                      Eu sei, concordo. Eu tive na delegacia, ela disse coisas horríveis na minha cara, cuspiu na minha cara. Eu não imaginava que ela fosse assim, Dita.
DITA                         Vítor, a Cristina foi criada com ódio. Ela nunca tinha nada, a Meire odiava ela. E tudo isso por conta do Carlos.
VÍTOR                      Eu não entendo essa revolta da mãe com a Cristina, ela aprontava muito?
DITA                         Só dava em cima do namorado da Alice. Vítor, esquece essa história, é muita confusa para a sua cabeça.

 

 CENA 10. RIO DE JANEIRO/ CENTRO DO RIO – DELEGACIA/TARDE
ALICE                      Pois bem, eu vou te contar a história. Mas grava, anota, sei lá. Eu só vou contar uma vez.
DIEGO                      Tudo bem, estou esperando.
ALICE                      A minha mãe, Celeste, era muito amiga da Meire, assim como o Carlos pai da Telma, era muito amigo do meu pai. – Diego a interrompe.
DIEGO                      Então você sabia que o Carlos era pai da Cristina, da Telma?
ALICE                      Posso continuar?! – Diego “faz que sim” – Pois bem, quando meu pai faleceu, o Carlos começou a ajudar minha mãe. Me dava presentes, me mimava, me tratava como filha. E isso fez com que a Cristina criasse ódio de mim, além do que a Cristina era apaixonada pelo o Edu, o meu namorado. A Meire chegava a desconfiar que o Carlos tinha um caso com a minha mãe, e isso abalou a amizade das duas. Elas brigaram, discutiram, quase se mataram e pararam de se falar. O Carlos bebia muito, chegou ir preso uma vez, mas foi solto e internado. E quando ele foi preso, o Dan que é o pai do Enzo, começou a namorar a Meire, ser amante dela. – ela para. – E daí em diante eu não conto mais nada.
AMARAL                 Alice, não me faça perder a cabeça, CONTA LOGO O QUE VOCÊ SABE!
ALICE                      O Enzo era namorado da Telma. E o Dan como amante de Meire, não queria que seu filho namorasse, o que ele considerava na época, a irmã. Já que o Dan queria se casar com Meire. Então ele o Marcone deram um jeito de afastar a Telma do Enzo. Eles levaram o Enzo para uma casa de prostituição, e lá eles viram a Telma, se prostituindo. O Marcone, que era muito amigo do Carlos, contou tudo para ele. Ele teve uma recaída e surrou a Telma, que prometeu se vingar do Marcone.
DIEGO                      Você sabe mais, conta logo Alice, a gente quer chegar até a morte da sua mãe, conta logo.
ALICE                      A Telma tentando se vingar do Dan, contou o caso dele com Meire para o Carlos. E o Dan e a Meire fugiram, porque o Carlos tinha ido atrás dele para os matar. Quando o Enzo descobriu isso da Telma, eles terminaram e foi nessa época que ele me conheceu, e começamos a namorar. Até eu engravidar do Edu.
DIEGO                      E então além dos quatro, você tem outro filho, com outro homem? – ele pergunta, meio enciumado.
ALICE                      Exato! Até que um dia eu acordei e meu filho não estava no berço, deduzi então que minha mãe havia pego ele, mas quando eu ia descendo a escada eu vi minha mãe, morta a facadas, esticada no chão.
DIEGO                      É estranho que a sua mãe morreu da mesma forma que aquele rapaz. – Alice não entende o que ele diz. – Nada, prossiga, prossiga.
ALICE                      E isso é tudo o que eu sei. Não sei mais nada depois disso.
DIEGO                      Quando sua mãe morreu a Meire já havia fugido com o Dan, ou eles ainda estavam no local?
ALICE                      Eles voltaram. O Dan era amigo tanto do Carlos quanto do Marcone, mas quando o Carlos descobriu a traição, o Marcone ficou do seu lado, e Dan criou ódio de ambos. Principalmente do Marcone, que ficou contra ele. O Marcone ainda tentou levar o Carlos para longe, que foi e depois disso sumiu. E quando ele sumiu, foi quando minha mãe morreu, dias depois ele apareceu e queria matar o Dan e a Meire.
DIEGO                      Então você afirma que a Meire ainda estava morando em Santo Cristo quando sua mãe morreu, é isso?
ALICE                      Confirmo, confirmo.
DIEGO                      E você sabe me dizer se o Carlos morreu depois desse sumiço dele, ou ainda está vivo?
ALICE                      Quando eu fui para São Paulo, eu fui atrás do Carlos, e não a trabalho, como eu disse. O Carlos era muito amigo do Gabriel, e era um delegado renomado, até o Gabriel ser traficado. Quando o Gabriel foi traficado pelo Anderson, ele descobriu tudo e ameaçou denunciar, mas Daniel fez o favor de atirar nele. Mas ele não morreu, a Valentina o levou para o hospital. E como ele sabia de tudo, eles forçaram o Carlos a participar do tráfico. Marcone foi contra, ameaçou o entregar para a polícia, e eles brigaram. E pelo o que eu sei, Valentina foi uma das traficadas, ela foi traficada, jogou charme e se envolveu com Anderson, até passar a fazer parte da quadrilha.
DIEGO                      Tudo bem. Alice, era só isso que queríamos saber. Continuaremos a investigar essa morte da tua mãe, e qualquer coisa voltaremos a te chamar.
ALICE                      Dá licença! – ela pega a bolsa e sai.

 

CENA 11. RIO DE JANEIRO/ IPANEMA – RECANTO DOS IDOSOS/TARDE
Cristina termina de cuidar de um idoso.
JACYR                     Eu queria ir para a beira da piscina, me leva?
CRISTINA               Claro que leva. – ele o leva até a beira da piscina, não há ninguém perto. – Seria uma ótima hora para me livrar desse velho babão. – ela sussurra.
JACYR                     Aqui está bom, aqui está bom. – ele diz, sorrindo, passando os pés na água.
CRISTINA               Não, não está bom. Inclusive está calor, você está suando. Vai tomar um banho, vai! – ela diz, sorrindo.
JACYR                     Não, não quero tomar banho, me deixa aqui.
CRISTINA               Cala a boca, velho babão! – ela o empurra, e corre para o quarto.
Foca em Jacyr, que tenta gritar socorro, mas não tem forças. Ele se afoga.

Gabriel Adams

O que é necessário para Ser Humano? Quais são as atitudes que devemos tomar em situações difíceis sem que possamos ferir ou machucar alguém? Será que Ser Humano é ser cruel? Ou é errar, acertar, errar tentando acertar...Afinal, o que é ser humano? Dia 23 de fevereiro, às 20hrs, estréia a web-novela SER HUMANO.

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