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Saber Viver

Capítulo 52 – Saber Viver

Capítulo 52, Saber Viver

 

CENA 1. RIO DE JANEIRO/ BARRA DA TIJUCA – APT. DO EDU/TARDE
Edu está deitado no sofá. A campainha toca e ele corre para atender.
EDU                           Já vai! – ele calça o chinelo e corre até a porta. – Alice! – ele se espanta.
ALICE                      Será que podemos conversar?!
EDU                           Alice! – ele sorri. – Claro, entra. – ela entre e ele fecha a porta em seguida. – Quer alguma coisa?!
ALICE                      Edu, até quando você vai ficar com essa ideia de que a Rebeca é tua filha?
EDU                           Mas ela é minha filha, eu sinto isso!
ALICE                      Eu venho te pedir, pela ÚLTIMA VEZ, esquece essa ideia! Esquece! – ela abre a porta. – Adeus! – ela sai.
Edu fica sem entender nada.

 

CENA 2. RIO DE JANEIRO/ PETRÓPOLIS – APARTAMENTO POWER/TARDE
Apartamento 604…
DAN                          VOCÊ TEM PROBLEMAS MENTAIS?! – ele se irrita.
MEIRE                      EU NÃO QUER SER TRATADA FEITO UMA VADIA POR VOCÊ, EU NÃO MEREÇO ISSO!
DAN                          MAS VOCÊ É UMA VADIA! – ele se levanta e a segura pelo pescoço. – Desde do dia que foi casada com o traste do Carlos.
MEIRE                      Limpa essa boca para falar do Carlos! – ela o empurra. – Ele me agredia, me maltratava mas sabia ser homem na cama, coisa que você não sabe!
DAN                          Meire, Meire, não me faça perder a cabeça com você!
MEIRE                      Eu estou cansada dessas suas humilhações, eu não mereço isso! – ela sai do quarto, furiosa. – Desgraçado, desgraçado! – ela sussurra.

 

CENA 3. RIO DE JANEIRO/ CENTRO DO RIO – DELEGACIA/TARDE
Sala de Amaral…
AMARAL                 Essa história que o Dan me contou, nossa! Quem diria, o Carlos pai da Cristina.
DIEGO                      Sim! Quando o Marcone me contou eu também não acreditei, inclusive o Gabriel, aquele amante da Alice, na verdade ex, conheceu o Carlos. E foi através do Carlos que a Alice conheceu esse Gabriel.
AMARAL                 Então espera, espera! Raciocina. O Gabriel foi traficado, conhecia o Carlos, que por sua vez conhecia a Alice e foi essa mulher que libertou o Gabriel! Diego, o Carlos também fazia parte dessa quadrilha de tráfico.
DIEGO                      Como eu nunca pensei nisso antes! – ele se levanta. – Mas o quê a Alice tem em comum com o tráfico? Será que ela já foi traficada?! – ele se senta novamente.
AMARAL                 Não, ela não se tornaria amiga do homem que a traficou! Ela e Carlos moravam em Santo Cristo, pelo o que andamos pesquisando, eles se conhecem de lá.
DIEGO                      Então a Alice esconde algum segredo. O segredo que envolve o Marcone e o Carlos. E é por isso que ela tinha tanto ódio do Marcone, ele sabia do segredo de cada um! Agora tudo se explica.
AMARAL                 Tudo! Essa história é complicada, mas fácil de entender. Esses três têm alguma relação, algo do passado, e precisamos averiguar isso!

 

Algumas horas depois…

 

CENA 4. RIO DE JANEIRO/ PETRÓPOLIS – CASA DO ENZO/NOITE
Quarto de Rebeca…
Rebeca está sentada na cama, pintando.
ENZO                        Rebeca! – ele bate na porta, em seguida entra. – Nossa, não sabia que você desenhava. Está inspirada? – ele sorri.
REBECA                  A dor me inspira pai! – ela ergue a cabeça e percebe que Enzo ficou emocionado. – Eu não aguento mais sofrer pai, tanta gente ruim nesse mundo, e só quem sofre sou eu!
ENZO                        Minha filha, a gente apanha muito da vida, muito mesmo! Até aprender a viver, a vida às vezes é cruel, eu sei, mas ela nos ensina cada coisa!
REBECA                  Eu só queria entender – ela se levanta e perambula pelo quarto. – o fato da minha mãe me odiar tanto, pai. Às vezes eu penso que eu vim de uma gravidez indesejada. – ela senta ao lado de Enzo. – Me dá um abraço pai!
Eles se abraçam e ambos choram. Enzo se afasta e limpa as lágrimas da filha.
ENZO                        Minha filha, a sua mãe sempre foi assim, desde jovem. Sempre se sentiu superior, ela não queria aceitar a gravidez. Ela era muito jovem, e antes de você chegar, ela sofreu algo muito forte. Uma perda!
REBECA                  Da mãe dela?! – ela o questiona.
ENZO                        Filha, não tenta entender seus pais. Somos complicados, somos cruéis, mas te amamos! E aproveitando que é noite de Natal, eu quero te pedir perdão! Perdão por um dia ter te feito tão mal. Por nunca ter sido um pai para você! – ele a abraça. – Me perdoa minha filha, me perdoa! – ele chora, abraçado.

 

CENA 5. RIO DE JANEIRO/ TAQUARA – CASA DA DITA/NOITE
Dita e Vítor terminam de arrumar a mesa de Natal.
TÁRSIO                    Ficou linda a mesa! – ele se aproxima de Dita. – Obrigado por ter deixado eu passar o Natal em sua casa. Nem sei como te agradecer.
DITA                         Que nada! – ela sorri. – Minha casa é igual coração de mãe, é grande e sempre cabe mais um! Eu só não entendi por que você não passa com sua esposa.
TÁRSIO                    Eu me separei dela. – ele diz, cabisbaixo. – Eu não queria dizer nada, mas eu me separei. Agora eu estou em uma luta, tentando ver minhas filhas.
DITA                         Foi por conta daquele trabalho que elas arrumaram no exterior?
TÁRSIO                    Sim! Você sabe que não foi um trabalho. – ele sorri. – Elas foram traficadas.
DITA                         Mas elas já não são de maior? Elas têm a liberdade de te ver! E o menino, você tem contato com ele?
TÁRSIO                    Eu sei. Mas quem disse que aquela idiota deixa?! Ela diz que se eu me aproximar das minhas filhas ela vai me denunciar.
DITA                         Nossa, que horror! E elas estão morando onde?!
TÁRSIO                    Por enquanto em Salvador, mas elas vão voltar para a festa da empresa do Enzo. Elas conseguiram um estágio lá.
DITA                         Fico muito feliz. Mas a mãe delas também vem?
TÁRSIO                    Espero que não! – eles gargalham. – Vítor, vem para cá, está sozinho aí.
Vítor se aproxima e eles continuam a conversar.

 

 CENA 6. SANTA CATARINA/ JOINVILLE – CASA DA TIA JÔ/DIA
Lukas, Madalena e Jô terminam de arrumar a mesa. Eles aplaudem.
JUNTOS                   Aê-ê-ê-ê-ê! – eles comemoram, rindo.
LUKAS                     A mesa ficou incrível. Nem pensei que daria tempo de fazer isso tudo.
TIA JÔ                      Deu ainda sobrou tempo! Faltam apenas minutos para a virada do Natal, e finalmente poderemos nos abraçar e comemorar mais um Natal!
MADALENA                       A mesa ficou linda mesmo, inclusive merece até uma foto!
Madalena tira uma foto e em seguida guarda o celular.
LUKAS                     Madá, vem cá. – ela se aproxima. – O Edu me mandou uma mensagem. Ele quer que eu encontre com a Alice assim que eu chegar de viagem, no mesmo dia. Devo aceitar ou não?!
MADALENA                       Aceita, Lukas. Se ele quer fazer isso rápido, vá! Além do que, eu não vejo a hora dessa história toda acabar.
LUKAS                     E eu! Não aguento mais fazer esse teatro de filho abandonado, eu quero estar com a minha mãe. – ele pega o celular e responde Edu.

 

CENA 7. RIO DE JANEIRO/ CENTRO DO RIO – DELEGACIA – PÁTIO/NOITE
Cristina está em um canto do pátio. Anderson se aproxima.
CRISTINA               Eles já estão acabando com o nosso horário de recreação. Na hora que der meia-noite eles vão nos levar para a cela. Como iremos fugir?!
ANDERSON            Calma, Cristina, calma! – ele sorri. – Eu vou começar essa confusão agora. Já deve estar perto. – ele recebe uma mensagem. – O helicóptero já está vindo. Hora de entrar em ação.
Ele vai até um detento.
CEROL                     Qual foi, mano?! – ele se levanta e peita Anderson. – Vai querer cantar de galo aqui no meu terreiro?
ANDERSON            Eu só quero te avisar que estão armando uma cilada para você! – ele aponta um grupinho. – Se eu fosse você, “metia” a porrada em cada um.
CEROL                     Qual foi, mano. Tá me tirando?! – ele olha para o grupinho. – Aqui dentro ninguém mexe comigo não.
Cerol vai atrás dos caras, não demora muito e começa uma briga. Vários outros detentos começam a brigar. Em seguida, Anderson a vista o helicóptero. Que estende a escada.
ANDERSON            CRISTINA! CRISTINA! – ele grita, Cristina corre e consegue alcança-lo. Ele sobe a escada e Cristina se pendura, o helicóptero parte em seguida.
POLICIAL                DESGRAÇADOS, CORRE, CORRE, CORRE, VAMOS AVISAR O DIEGO! – os policiais correm.
Há uma confusão geral no pátio. Os detentos se socam e caem na porrada, alguns ainda tentam pular o muro.

 

No helicóptero…

 

Anderson já está no helicóptero, enquanto Cristina ainda sobe.
ANDERSON            ANDA, CRISTINA! ANDA LOGO! – ele grita, já nervoso.
CRISTINA               ESPERA AÍ. DEIXA EU TERMINAR DE SUBIR! – ela começa a subir mas seu pé agarra na escada. Ela escorrega e se pendura, ficando bem perto do chão. – ANDERSON, ANDERSON, SOCORRO, ME AJUDA-A-A-A-A-A! – ela grita, desesperada. 

 

Sala de Amaral…

 

AMARAL                 COMO ASSIM FUGIU? SEU INCOMPETENTE! – ele aciona várias policias, incluindo carros e helicópteros. – VAMOS, VAMOS!
DIEGO                      AGUARDEM A DEMISSÃO DE VOCÊS! – ele dá um tapa na cara de um dos policiais. – Incompetente! – ele pega um colete, uma arma e sai em seguida.
Os policiais ficam sem entender.
POLICIAL               Eles fogem e a gente leva a culpa, ainda levo um tapa na cara e sou chamado de incompetente. Não sabia que a delegacia tinha virado um quartel! – eles se dão conta dos outros detentos. – JÁ ERA, VÃO FUGIR. CORRE-E-E-E!
Os outros policiais correm e tentam fazer alguma coisa para evitar a briga. Um homem e uma mulher já havia morrido pela briga.

 

CENA 8. RIO DE JANEIRO/ PETRÓPOLIS – CASA DO ENZO/NOITE
Todos estão reunidos na sala, já fazendo a contagem regressiva.
JUNTOS                   10! 9! 8! 7! 6! – eles gritam, sorrindo.

 

CENA 9. SANTA CATARINA/ JOINVILLE – CASA DA TIA JÔ/DIA

 

JUNTOS                   5! 4! 3! – eles gritam, sorrindo.

 

CENA 10. RIO DE JANEIRO/ TAQUARA – CASA DA DITA/NOITE

 

JUNTOS                   2! 1! – eles gritam, sorrindo.

 

CENA 11. RIO DE JANEIRO/ COPACABANA – PRAIA DE COPACABANA/NOITE
Todos gritam em uma única voz “Feliz Natal”! E os fogos começam. No meio da multidão, encontra-se Rafaela e Gabriel.
RAFAELA               Feliz Natal meu amor. – eles brindam. – Muita paz, amor, saúde e muito DINHEIRO PARA TODOS NÓS! – eles se beijam em seguida.
Eles pulam no meio da multidão, se beijando, abraçados.

 

CENA 12. RIO DE JANEIRO/ PETRÓPOLIS – CASA DO ENZO/NOITE
Todos terminam de se abraçar. E vão para a mesa.
HEITOR                   Enzo! – ele o chama e Enzo se aproxima. – Eu preciso conversar com você, e o assunto é sério.
ENZO                        Você está me assustando, Heitor. Aconteceu alguma coisa?
HEITOR                   Será que podemos conversar no seu escritório? É em particular!
Eles deixam a taça em cima da bancada e saem.

 

No escritório de Enzo…

 

ENZO                        E então, já pode falar o que aconteceu, você está pálido!
HEITOR                   Enzo, eu nem sei por onde começar. Mas vou tentar ser bem direto. Enzo, teu pai está vivo! – Enzo se assusta. – Ele estava na delegacia hoje.
Enzo se joga na cadeira, boquiaberto com o que ouviu.

 

CENA 13. SANTA CATARINA/ JOINVILLE – CASA DA TIA JÔ/DIA
Lukas e Madalena terminam de se abraçar.
LUKAS                     Não sabia que vocês tinham essa ideia de gritar contagem regressiva. – ele diz para Jô.
TIA JÔ                      Foi uma ótima ideia, né? Quem inventou isso merece um prêmio. Essa tradição é muita antiga aqui.
LUKAS                     Tão antiga quanto? A mesma idade da senhora? – ele gargalha.
TIA JÔ                      Garoto, garoto! – ela sorri. – Eu não estou velha, e nem ultrapassada, estou apenas na minha nova juventude! – ela beija o ombro. – Xô recalque!
Madalena e Lukas gargalham.

 

CENA 14. RIO DE JANEIRO/ TAQUARA – CASA DA DITA/NOITE
Vítor termina de comer um pudim, ele coloca o prato na mesa e se aproxima de Társio e Dita.
VÍTOR                      Muito obrigado, Dita! Você tem me recebido bem ultimamente, me ajudando, sendo uma mãe para mim.
DITA                         Isso não foi uma despedida, foi?! – ela olha no relógio – Não são nem meia-noite e meia. Fica mais um pouco.
VÍTOR                      Ok, se você insiste tanto! – ele sorri e se senta no sofá.

 

FLASHBACK – 2014 – CENTRO DO RIO
Vítor passa pela rua e acaba esbarrando em Rebeca.
REBECA                  Ai, me perdoa! – ela o encara. – E-eu… é que… – ela para de falar. – Eu estou desastrada hoje, me perdoa.
VÍTOR                      Não que nada. Eu que estava andando distraído e acabei esbarrando em você. Bom dá licença, preciso ir.
REBECA                  Tudo bem, está perdoado. – ela sorri. – Tchau! – ela sai.
Rebeca vai embora e Vítor fica encantado.
VÍTOR                      Até que é bonitinha. – ele sorri e continua andando.
VOLTA A CENA

 

Paralelo a cena…

 

CENA 15. RIO DE JANEIRO/ PETRÓPOLIS – CASA DO ENZO/NOITE
Rebeca está deitada em sua cama, com um prato de pavê. Ela coloca o prato na cômoda e pensa em Vítor.
REBECA                  Esse menino mexeu comigo! – ela se lembra do rosto dele. – Eu nunca me senti assim. – ela abaixa a cabeça sorrindo. Ela levanta a cabeça novamente e vê Daniel. – SOCORRO-O-O-O-O! – ela grita, tacando o prato de pavê longe, desesperada.

 

CENA 16. HELICÓPTERO/NOITE
Cristina ainda está pendurada, tentando tirar o pé, que ficou agarrado. Anderson troca tiro com outro helicóptero, dá polícia.
ANDERSON            CRISTINA, SOBE LOGO NESSA MERDA, ANDA LOGO! – ele grita, furioso, olhando para a escada. – Eu vou soltar essa merda. – ele sussurra, se agachando.
Na hora que ele abaixa, um tiro pega na hélice e o helicóptero vai perdendo as forças. Outro tiro pega no lado do combustível. O helicóptero explode no ar e Cristina cai no meio da pista.
Foca em Cristina, com alguns arranhões no braço. Em seguida, no helicóptero, que termina de explodir.

FIM DO 52° CAPÍTULO!

Gabriel Adams

O que é necessário para Ser Humano? Quais são as atitudes que devemos tomar em situações difíceis sem que possamos ferir ou machucar alguém? Será que Ser Humano é ser cruel? Ou é errar, acertar, errar tentando acertar...Afinal, o que é ser humano? Dia 23 de fevereiro, às 20hrs, estréia a web-novela SER HUMANO.

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