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O Internato

Capítulo 5 – O Internato

O internato
Capítulo 05
Ele consegue retirá-la do caldeirão a tempo, antes que um segurança flagre a fuga e acione sua equipe. Carregando em seus braços, ele chega a um banheiro e retirando um pó mágico do bolso, atira contra o espelho, abrindo um grande portal.
Jovem – Para a casa, ósculo de Netuno!
Ele joga o corpo da menina para dentro e pula, segundos antes de arrombarem a porta.

Cecília sente seu corpo dar cambalhotas naquele poderoso redemoinho escuro e cai de supetão sobre o chão tentacular de um anêmona-do-mar gigante.
Cecília – Onde estou? ( Ainda fragilizada pelo tratamento)
Jovem – Por favor, meus queridos sereianos, a levem para o quarto de hóspede do castelo de mamãe e chame a equipe do Doutor Porífero, ele saberá o que fazer.
Sereiano de cauda azulada com uma lança em forma de garfo – Sim, vossa majestade.
Cecília é carregada pelo grupo. O rapaz esbraveja de raiva.
Rapaz – Eu ainda vou acabar com aquele internato de uma figa, nem que para isso eu tenha que doar a minha própria vida.

Minutos mais tardes…

Cecília acorda depois de um sonífero com uma baleiosa mulher ao seu lado, com papas flutuantes, mas de olhar muito simpático que acariciara seus cabelos.
Odette – Acho que já podem dar guelricho para ela !!! Não se preocupe querida, é só para tirar essa câmera de gás e conseguir respirar de baixo d’ água com tranquilidade.
Cecília – Mas eu não quero ficar aqui !
O Jovem que a salvara, estava escutando atrás das cortinas, ele prompeu em ordens quando apareceu.
Heitor – Sinto muito, mas vai ficar aqui sim. A senhorita quase morreu.
Cecília – Você é…
Heitor – O Homem que salvou sua vida, eu sei, mas se quiser me agradecer é só provar uma atitude racional, permanecendo aqui no “ Abicisso das jazidas mais que perfeitas “. ( E saiu de uma maneira orquestral)
Odette – Não liga para ele, anda perturbado assim desde que perdeu sua namorada naquele internato terrível, sabe.
Cecília – Nossa, eu sinto muito.
Odette – Que isso querida. Não pre….( Cecília começa a vomitar e Odette ri). Deve ser os efeitos colaterais do guelricho, a aparição de nadadeiras e guelras pode causar náusea, acho melhor correr ao banheiro, segunda porta a direita no fim do corredor.
Cecília se assustou com o que acabara de ouvir. Iria virar um peixe ? Mas não teve tempo de pensar em mais nada. Suas mãos já haviam criados membranas escamosas, para o desespero da garota.

Em uma parada gay no centro de Moscou…

O Público LGBT está manifestando contra homofobia. Quanto uma limusine para em frente à multidão. Lorenzo abaixa o vidro negro, falando em um microfone que ecoa pela avenida.
Lorenzo – Mas não se pode nem mais dar um passeio tranquilo nessa noite. Essa baixaria está acabando com a imagem macabra da minha limusine.
Ele desce com o Abiel o abraçando pela cintura. Está com uma camiseta branco com listra azul alegre e um chapeuzinho redondo de modinha. Ele aperta o controle remoto e seu porta-malas abre, pegando uma vassoura velha.
Lorenzo – Ciclope dê um jeito de varrer esse lixo direto para o bueiro. Está ofuscando minha cena.
E beija Abiel. Eles vaiam. Um deles Jean Philips se irrita profundamente e se desvencilhando de seus amigos, encara Lorenzo que ri maleficamente quando o gigantão começa a expulsar os gays com a vassoura.
Jean – Isso só pode ser palhaçada, não é mesmo? Ter nossa linda manifestação parada por um homofóbico como você.
Lorenzo arqueia a sobrancelha – Eu não sou homofóbico, querido. Sou uma linda passiva maléfica, não está percebendo. – E joga sua franja que cai pela metade do rosto, cobrindo os olhos.
Drag Queen pomposo berra – Então é recalque, fora !!! Um monte de beijinho no ombro para ele minha gente !
Lorenzo ri – Ai como vocês são sem graças. Nem mesmo bordões próprios possuem. Precisam copiar de cantores quase não conhecíveis. Acho melhor desistirem, por que coisinhas da raia miúda feito vocês podem acabar bem maus.
Maquiavel – Eu não tenho medo, nem meu boy. Tem certeza de que todos aqui não ligam para essa sua mente maluca. Vai se tratar num sanatório, seu babaca.
Abiel o defende –  Escuta aqui sua fadinha, ninguém vai falar assim com o Lorenzo não.
Lorenzo – Obrigado meu amor. Eu não ligo para esses vira-latas. Só estou cuidando do patrimônio do país. Afinal Moscou é uma das cidades mais bem badalas do mundo, se conhecerem essas hienas que estão requebrando Ragatanga aqui, Meu Deus, todo mundo vai querer fugir.
Bruninha troll – Escuta aqui sua vagaba maldosa, vamos agora na delegacia te entregar.
Lorenzo – Pois vá lá, pensa que eu não dormi com os policiais.  Eles amam meu corpicho, quereeeda !
Meliano – Mas que cobra peçonhenta, é essa ? São pessoas como você que denegrirem a imagem do homossexual, que causa tanto preconceito.
Lorenzo – AUTO LÁ ! – Berra Lorenzo. Quem são vocês para dizerem algo ? Vocês são a pior espécie de gente que existe. Cobram para serem aceitos, mas excluem as pessoas da própria raça. Isso é uma grande contradição.
Jean – Você não percebe que não existe esse lance de raça. Não podemos julgar um ser humano baseado numa classe ! Acorda, ô bichona louca !
Lorenzo – Eu sofri as piores humilhações possíveis de pessoas como vocês. Eu não era uma pessoa ruim, me tornei, por que nunca tive o homem que eu amo, esse que está ao meu lado eu batalhou muito para ter.
Bruninha Troll – Minha nossa, coitadinho dela gente !
Todos emitiram sinais de dó fingidos. Lorenzo surtou.
Lorenzo – TÁ VENDO, COMO VOCÊS NÃO PRESTAM! Já pararam para se encarar. Que a maioria de vocês  tem que entrar numa academia para malhar. POIS É, ESSA CONDIÇÃO SEXUAL EXIGE APARÊNCIA E VOCÊS NUNCA PARARAM PARA QUESTIONAR ISSO. EU ERA UMA PESSOA GORDINHA E SOFRIA DISCRIMINAÇÃO, OS HOMENS FUGIAM DE MIM, MAS CONSEGUI DAR A VOLTA POR CIMA E HOJE ESTOU AQUI PARA SE VINGAR DE VOCÊSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS;
Jean – EU TE ENTENDO !
Todos olharam para ele com o olhar torto.
Jean – MAS NÃO APROVO SUAS ATITUDES. VOCÊ GENERALIZOU TUDO. NEM TODOS OS GAYS SÃO RUINS.
Lorenzo – MAS TODOS QUE EU CONHECI ERAM!
Jean – Infelizmente tem uma parte que tem problemas consigo mesmo e age assim. Você nunca parou para pensar, sei que é errado, mas que essas pessoas que fazem isso, elas se odeiam tanto. Veja você, você hoje é uma delas, acabou de atacar uma manifestação inteira de gente inocente, por que alguém fez algo para ti. A gente não tem culpa de nada. E quando a maldade, ela existe sim dentro de cada um de nós, contudo não podemos a deixar prevalecer.
Lorenzo começou a chorar e caiu no paralepipido. Abiel o acudiu. Todos bateram palmas para o discurso de Jean. Mas Lorenzo não deu o braço a torcer, estava furioso demais para entender qualquer lógica da realidade. Ele mandou Abiel e Ciclope sentarem atrás e no motorista atropelou meio mundo daqueles. Acelerando sentindo norte.
***

Logo mais abriu a porta de seu quarto, depois de um belo e merecido descanso. Os sereianos, antrotubarões ( cabeça de tubarão, mas corpo de homem sarado) juntamente com mexilhões com topetes assoviaram maliciosamente quando a viram. Ela fechou a janela sobre os risos dele. Mas que insulto, agora estava sendo paquerada por uma tripulação aquática. Mas era só o que faltava!

Ele desceu uma enorme escada em caracol condecorada de algas rosas e foi se dar em um enorme pátio caracterizado por aquela mesa gigante, onde muitos se fartavam numa ceia real. Odette avistou a garota.
Odette- Ou querida, que bom que se levantou. Venha se juntar conosco nesse delicioso breakfast!
Ela pediu licença e se se sentou à mesa. Todos encaravam a menina. A maioria dos homens aquáticos estava pasmo com a beleza da garota e suas mulheres o corrigiam com cotoveladas. Mas em especial a inquietação de Heitor estava no auge naquele momento, acompanhado de sua nova namorada Briele, que percebeu o estado do rapaz para com a situação e irrompeu em cólera nos olhos.
Odette – Acho que com essa agitação toda, acabei não te apresentado menina, esse é Robert, meu marido, rei dos mares. Bisneto de Netuno.
Eles se cumprimentaram com beijinhos educados. O velho é claro ficou de olho nos melões macios que ela carregava naturalmente no sutiã.
Odette – Deixa eu lhe perguntar. Já experimentou torta de moluscos irlandeses ? É uma delícia !

Especialidade de nossa querida cozinheira. Sra. McMuler. ( a empregada fez uma reverência formosa em prol de gratidão pelo elogio)
Cecília encarou a travessa com uma cara desconfiada, parecia que eles estavam vivos e olhando para ela com piedade para não ser digeridos.
Odette- Vamos ! Experimente !

Cecília pegou uma colher que possuía gaveteiros de outras porções pregadas ali mesmo e tornou a mergulhar no frasco pegando um molusco esverdeado que chorou e gritou de repente. Ela se assustou e deixou-o cair no chão, fazendo correr para o poro da parede espumosa. Briele riu. A Franja loira da garota se desprendeu do adorno de borboletas azuis, parecendo ainda mais maligna.

Cecília – Ai, meu Deus, eu sinto muito, eu…
Odette – Que isso, querida. Acidentes acontecem! Sra. Mcmuler e Cruto, por favor, vão atrás do molusco, se não ele pode causar uma dor de cabeça para nós roendo nossas roupas por vingança. Tem que imediatamente por na boca querida, se esperar eles cantarem seu grito de piedade, você morre de inanição. Vamos, tente novamente.
Mesmo Cecília relutando contra aquilo, ela jamais recusaria aquele pedido. Ainda mais com mais de cem pessoas naquela mesa a encarando. Pegando o molusco meteu na boca e berrando cuspiu em sem pensar.
Cecília – SÃO MUITO…..
Briele completou cinicamente – Apimentados ? Ora garota, para de ser fresca, achou que eles não iriam atacar seu palato depois que tentassem espetá-los com esses dentes mal cuidados que tem. (Rindo ainda mais alto, algumas mulheres a acompanharam)
Todavia Heitor não gostou nada aquilo e repreendeu a mulher.
Heitor –  Deixa de ser venenosa. Não vê que ela é nova aqui. ( E foi acudir a menina que desesperada tomava um licor de melancia para ver se passava)
Briele perdeu a paciência e saiu da mesa batendo o guardanapo.
Briele – Perdi a fome. A refeição foi bem indigesta.
E saiu riscando o chão com seus saltos gigantes. Ela chegou ao quarto e batendo a porta com força, começou a revirar os lençóis gritando de ódio, até cair desesperada no chão.

***

Mais tarde na biblioteca Briele se esquentava ao pé de uma jazida quente, que para eles era uma lareira e Odette a chamou para conversar em seu quarto.
Briele – Pois não? Vossa…
Odette – Sem isso querida, por favor. Queria conversar com você, sobre o que aconteceu no café da manhã. Percebi o quanto gosta do meu filho.
Briele que estava cabisbaixa rasgou um sorriso no rosto juvenil.
Odette – Eu não sei o que muitos pensam, mas para mim, aquilo foi uma prova de amor sim, você possui ciúmes dele e isso é admirável, sabe. Aquela outra namorada dele que morreu no internato, ela era muito liberal, não gostava dela, era também muito enxerida, se metia em tudo, com a intenção babaca de fazer justiça pelos frascos e comprimidos. ( Disse com ironia), não é a toa que morreu tão cedo, tadinha. ( Seu rosto agora estava friamente maquiavélico a par de sobrancelhas arqueadas e covinhas no rosto)
Briele – Nossa Vossa…( Odette a corrigiu com um olhar), Senhora Odette eu fico muito feliz em saber que posso contar com alguém aqui. Realmente me preocupo, sabe. Senti o território ameaçado por aquela garotinha.
Odette – A diferença de idade entre vocês é gritante. Quase 10 anos! Eu não vejo com o que se preocupar, por isso queria te pedir não por mim, mas pelo bem do seu futuro casamento com meu filho que pedisse desculpas a moça. Sabe, ele é muito amoroso com pessoas vinda daquele lugarzinho, portanto eu se fosse você apoiaria, ia ser mais rápido de conquista-lo.
Briele parou um instante e concordou com a cabeça – Claro, a senhora tem razão, vou fazer isso mesmo. ( E saiu para o quarto de hóspede)
Sozinha na sala. Odette se encarou no espelho por um momento e pegando seu aquacell de antena discou freneticamente para um número. A chamada foi atendida e ela respondeu.
Odette – E então…pronta para destruir aquela megera de uma vez por todas !  E tossiu de maneira meiga – Hem! Hem!

Ao chegar ao corredor, no entanto escutou algo que não pudera acreditar uma declaração de amor. Escancarou a porta do quarto de Cecília e a flagrou aos beijos com o Heitor, estavam seminus. Rompeu em berros.
No Internato…

Lorenzo termina de analisar a documentação da escola e fica exausto. Ele liga para uma empregada caveira e pede para preparar seu banho. Depois de se despir em seu quarto, melancolicamente ao lembrar-se do ocorrido na parada, abre um vinho italiano e toma rapidamente uma quantidade ilícita. Ele veste seu roupão e desce as escadas para o aposento. Ao pisar no ladrilho, acaba escorregando e tendo suas mãos paradas no fundo da banheira, que continha água fervente. Ele as retira urrando de dor, mas alguém puxa seu cabelo com força. A Voz era familiar. Era Abiel.
Abiel – Achou que iria manter esse joguinho por quanto tempo? ASSASSINO !
Lorenzo – Pelo Amor de Deus, me solta !
Abiel – Só depois de destruir seu lindo rostinho com queimaduras de terceiro grau, COVARDEEEEEEEEEEEEE !!!
A cabeça de Lorenzo é mergulhada naquela temperatura hostil, sobre o olhar doentio do pseudo amnésico.

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