Capítulo 46 – Menina Flor (Últimas Semanas)
Capítulo 46
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Hospital da cidade. Recepção. Melissa entra disfarçada.
Melissa: Com licença moça.
Enfermeira: Sim, pois não.
Melissa: Eu queria visitar uma paciente.
Enfermeira: Qual?
Melissa: A Amanda Perez, sou a melhor amiga dela e quero saber como ela está.
Enfermeira: Sim, por favor, me acompanhe!
A enfermeira leva Melissa até a porta do quarto de Amanda.
Enfermeira: Ela está aqui dentro.
Melissa: Obrigada, você pode me informar em que estado ela está? Eu sou muito amiga dela e estou muito preocupada.
Enfermeira: Ela está reagindo bem ao tratamento, mas não sabemos se ela vai ter alta logo. Ela acordou ontem a noite, mas ainda não está falando.
Melissa: Obrigada enfermeira.
Melissa entra no quarto. Ela se aproxima da cama em que Amanda está e puxa a cortina bem ao lado. Amanda está acordada, mas está com o rosto virado para a parede e não vê que é Melissa quem entra.
Melissa passa a mão na cabeça de Amanda: Bom dia, velha amiga.
Amanda vira o rosto e arregala os olhos assustada ao ver que é Melissa quem está ao seu lado. Melissa pega uma das almofadas da cama.
Melissa: Vamos tirar uma sonecazinha, fofa?
Os batimentos cardíacos de Amanda começam a acelerar. Melissa coloca a almofada no rosto de Amanda, começando a sufocá-la.
Melissa, pressionando a almofada contra o rosto de Amanda, cantarolando: Nana neném, que a cuca vem pegar…
Amanda começa a se mexer e se debater na cama, ela pega nos braços de Melissa e tenta tirar a almofada do rosto, mas ainda está muito fraca.
Melissa: … Papai foi pra roça, mamãe foi trabalhar…
Amanda continua tentando tirar a almofada do rosto, mas está sem forças. De repente a porta se abre.
Marina, entrando no quarto: Tem alguém aí?
Melissa tira imediatamente a almofada do rosto de Amanda
Melissa se vira, assustada: O quê?
Marina se aproxima: O que está fazendo?
Melissa, nervosa: Maria Luísa, você por aqui?
Marina fica em silêncio por um instante.
Marina: Sim, sim, sou eu. O que você estava fazendo?
Melissa: Eu? Eu estava… Eu só estava ajeitando a almofada pra ela!
Marina: Sim, sei!
Marina: bem, eu preciso ir agora, com licença.
Melissa sai do quarto.
Marina segura a mão de Amanda: Oi mãe, sou eu, Marina, eu tô aqui.
Marina percebe que Amanda está com a respiração ofegante e parece assustada.
Marina: Mãe, essa mulher que saiu era a Melissa? Se sim, aperte minha mão.
Amanda aperta a mão de Marina.
Marina: E ela tentou te fazer alguma coisa?
Amanda aperta a mão de Marina novamente.
Casa dos Silva. Alguém bate na porta. Dolores atende, é Filipe.
Filipe entra: Oi mãe.
Dolores abraça Filipe, muito feliz: Filipe?!
Filipe, abraçando a mãe: Oi mãe, quanto tempo.
Dolores: Meus Deus, olha que rapaz bonito você se transformou.
Filipe: E a senhora, não mudou nada, continua gorda, baixinha, com os mesmos cabelos brancos.
Dolores, abraçando o filho de novo: Ah, é o mesmo menino danado de sempre.
Mauricio entra na cozinha: O que tá acontecendo aqui Dolores?
Filipe, acenando: Oi papai.
Mauricio: Não acredito, Filipe?!
Filipe, abrindo os braços: E aí papai?!
Mauricio corre pro abraço: Vem aqui meu menino, que o seu velho tá morrendo de saudades.
Filipe: Caramba, 12 anos e o senhor não mudou nada.
Mauricio: E você também tá igualzinho, meu filho.
Hospital.
Marina: Com licença, enfermeira.
Enfermeira: Sim moça, em que posso ajudar?
Marina: Sabe aquela mulher que entrou no quarto da paciente Amanda Perez antes de mim e saiu logo depois?
Enfermeira: Sim.
Marina: Não deixa ela entrar ali de novo, entendeu?
Enfermeira: Mas por quê? Ela disse que era a melhor amiga da paciente.
Marina: Não interessa o que ela disse, não deixa mais ela entrar por nada nessa vida entendeu? Não deixa ela entrar!
Enfermeira: Tudo bem moça, como quiser.
Fazenda Aguiar Cordeiro. Quarto de Melissa.
Melissa, furiosa: Maldita! Maldita Maria Luísa, sempre se intromete e aparece na hora errada, tudo que eu faço aquela maldita garota estraga, que droga!
Casa dos Silva.
Dolores, servindo uma xícara de café: Meu filho, você não disse que ia traze junto a sua namorada?
Filipe: Sim, ela veio comigo, mas ela ficou no hotel, estava exausta por causa da viagem, foi muito cansativa. Eu também estava muito cansado, mas a ansiedade de rever vocês era maior.
Mauricio: Eu imagino.
Filipe: E cadê minha irmã, onde ela tá? Eu tô morrendo de curiosidade de conhecer.
Dolores: Ela deve estar passeando pelas terras do senhor Rafael.
Filipe: Ela também trabalha nas plantações?
Dolores: Não ela é vendedora na floricultura Botão de Rosa. Quer dizer, dona da loja.
Filipe: Dona? Mas a floricultura não pertence à família Aguiar Cordeiro?
Mauricio: Sim, mas no testamento o senhor Rafael deixou pra Malu a floricultura e 10% do dinheiro gerado pela venda das flores.
Filipe, surpreso: Uau! Por que ele fez isso?
Dolores: Malu sempre foi uma grande amiga do filho do senhor Rafael, o Miguel, sem falar que ela colaborou pra que os dois conseguissem manter uma relação de pai e filho bem próxima.
Filipe: Como ela fez isso?
Mauricio: Com sua língua solta! Malu é uma garota muito decidida.
Filipe: Puxa, agora sim eu tô curioso pra conhecê-la!
Alguém abre a porta, é Malu que acaba de chegar.
Malu vai entrando: E aí família, bom dia!
Dolores: Olha Filipe, essa é a Malu.
Filipe se vira pra ver Malu, e ao vê-la fica de queixo caído.
Filipe, muito surpreso e gaguejando: Malu? Essa, essa é que é a Malu?
Malu: Sim, eu sou Malu, e você quem é?
Filipe fica boquiaberto, mudo e de olhos arregalados.
Malu: E você é…
Filipe: Desculpa, eu sou Filipe.
Dolores: Ele é o nosso filho Malu.
Malu, de braços abertos: Ah, é você? Vem cá maninho.
Filipe abraça Malu: Oi, é um prazer conhecê-la.
Malu: Eu digo o mesmo.
Filipe: Que surpresa, você é bem diferente do que eu imaginava!
Um tempo depois. Hotel da cidade. Quarto de Marina. Filipe conta o que descobriu para Marina.
Marina: Quer dizer que a Malu, a sua irmã que os seus pais adotaram é a minha irmã gêmea e ela ainda por cima recebeu parte da herança do nosso pai porque ela é a melhor amiga do filho adotivo dele?!
Filipe: Pois é!
Marina: Quem diria? Que mundo pequeno.
Filipe: nunca que eu poderia imaginar que a famosa Malu, a minha irmã é na verdade a sua irmã.
Marina: Minha mãe a reconheceu assim que chegou na cidade, será que ela teve tempo de contar pro meu pai a verdade antes deles serem atropelados?
Filipe: Não sei.
Marina: Mas você não falou nada pra ela, falou?
Filipe: Não.
Marina: Ótimo, no momento é melhor que eu continue escondida, por enquanto pra sair na rua é melhor que eu me disfarce pra não me confundirem com ela.
Filipe: E quanto tempo você pretende continuar com esse segredo?
Marina: Eu não sei, talvez até a minha mãe melhorar. Mas o tempo que isso pode levar é incerto e talvez não dê certo, eu preciso pensar em outra coisa, não dá pra ficar de braços cruzados.
Filipe: Caramba, que situação essa sua.
Marina, animada: Espera, eu acabo de ter uma ideia.
Filipe: Qual?
Marina: Antes de dizer a verdade eu preciso me aproximar daquela casa, eu preciso conhecer aquelas pessoas, saber que tipo de gente eles são e o que eu vou enfrentar.
Filipe: Tá e como você pretende fazer isso?
Marina: Me passando pela minha irmã!
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