Capítulo 45 – Menina Flor
Capítulo 45
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Marina: Depois do atropelamento os médicos me ligaram pra me avisar que ela conseguiu falar e pediu pra que eu não aparecesse lá tão cedo, no mesmo dia que isso aconteceu ela havia me dito mais cedo que ia contar toda verdade pro meu pai.
Filipe: E por que ela não quer mais que você vá?
Marina: Talvez ela pense que ela não foi atropelada por acidente e sim propositalmente, mas eu estou cansada de obedecê-la e não poder fazer nada! Eu vou pra Roseiral ela querendo ou não.
Lar Coração de Mãe.
Miguel: Como assim você a conhece?
Lurdes: Foi ela quem te deixou aqui Miguel!
Miguel: O que?
FLASHBACK.
Ano de 1994.
Noite. Chove, alguém bate na porta do lar.
Lurdes atende a porta: Boa noite.
Uma mulher está com uma capa de chuva e com uma cesta na mão.
Mulher: Por favor, salva o meu filho.
Lurdes: O que disse?
Mulher: Por favor, vocês aqui trabalham com crianças, fica com ele.
Lurdes: Mas senhora, eu não entendo.
Mulher, chorando desesperadamente: Ele vai morrer de fome se ficar comigo, por favor, cuida dele.
A mulher deixa a cesta no chão.
Mulher: Por favor, cuida bem do meu menininho.
A mulher coloca o capuz e sai correndo.
Lurdes, gritando: MOÇA! MOÇA, ESPERE!
Lurdes se abaixa e pega a cesta. Ela descobre o rosto do bebê e vê o rosto do menino, e em cima de seu peito estão dois colares com pingente de coração.
Volta ao presente.
Miguel se levanta: Mas por que você nunca me contou isso?
Lurdes: Eu nunca achei que precisasse.
Miguel: Meu Deus, mas por que ela fez isso?
Lurdes: Ela era muito nova Miguel.
Miguel, começando a chorar: Quer dizer que… Que meus pais me abandonaram mesmo? E que eles já morreram?
Pedro, com os olhos enchendo de água: A nossa vida era muito difícil Miguel, ela fez um bem pra você.
Miguel: Você tem certeza que é ela Lurdes?
Lurdes: Tenho, eu a vi por muito pouco tempo, mas eu nunca esqueci aquele rosto.
Pedro: Então quer dizer que a minha mãe é a mãe do Miguel?
Lurdes: Sim Pedrinho, vocês são irmãos.
Pedro, chorando: O Miguel é meu irmão? Eu não tô sozinho no mundo?
Miguel, chorando e de braços abertos: Pedrinho, meu irmão, vem aqui.
Os dois se abraçam com força e choram juntos.
Noite. Hospital de Roseiral. Um médico e uma enfermeira conversam sobre o estado de Amanda.
Enfermeira: Como a paciente está doutor?
Médico: O quadro dela continua igual. Ela acordou rapidamente no dia do atropelamento e mandou que ligássemos pra filha dela e déssemos um recado, depois ficou inconsciente e até agora não acordou mais.
Enfermeira: O senhor acredita que ela vá melhorar?
Médico: Eu não sei, mas é possível que ela saia desse estado sem muitas sequelas, mas eu não posso garantir nada.
Enfermeira: Talvez ela tenha o mesmo fim que o senhor Rafael?
Médico: Eu não sei, sinceramente não sei.
A enfermeira entra no quarto em que Amanda está. Ela se aproxima da xama em que ela está, inconsciente.
Enfermeira: É realmente uma lástima ver alguém nessa situação.
De repente, Amanda abre os olhos.
Enfermeira, surpresa: Meu Deus, ela acordou!
Fazenda Aguiar Cordeiro.
Miguel, no telefone: Sério? Então ela está fora de perigo? Ainda é cedo pra dizer, né?! Bem, mas isso já é uma boa notícia, obrigado!
Melissa entra na sala: Quem era Miguel?
Miguel: Do hospital, ligaram pra avisar que a Amanda acordou.
Melissa, nervosa: Ela acordou? Mas como assim?
Miguel: É, ainda é cedo pra dizer se ela vai ficar melhor, mas os médicos disseram que ela está reagindo muito bem ao tratamento.
Melissa: Entendo.
Fernanda entra na sala, zonza: Ai Miguel, me ajuda.
Miguel: O que foi Fernanda?
Fernanda: Ai amor, eu tô meio enjoada.
Melissa: Isso é normal querida, afinal de contas você está grávida.
Fernanda: Eu sei, mas esse enjoo tá meio forte, eu não consigo ficar de pé.
Miguel se aproxima de Fernanda: Calma Fernanda eu te levo pro quarto, vem comigo.
Quarto de Melissa.
Melissa: Quer dizer que a Amanda está reagindo? Maldição, essa infeliz tem sempre que me atrapalhar. Se ela melhorar desse estado em que ela está eu vou estar frita, ela vai contar tudo o que sabe sobre mim. Quer saber? Pra mim já chega, vou fazer uma coisa que eu já devia ter feito há muito tempo, amanhã mesmo eu vou acabar com a raça daquela desgraçada com as minhas próprias mãos!
Quarto de Fernanda. Miguel ajuda Fernanda se deitar.
Miguel, deitando Fernanda; Calma, calma, calma.
Fernanda, deitando-se: Ai meu amor, eu não tô me sentindo bem.
Miguel: Espera aqui que eu vou buscar um copo de água pra você.
Fernanda segura Miguel pelo braço: Espera!
Miguel: O que foi?
Fernanda põe as mãos de Miguel em sua barriga: Sente.
Miguel, sem jeito: Olha Fernanda…
Fernanda: Não Miguel, sente, é o nosso filho que tá aqui dentro.
Miguel: Calma Fernanda…
Fernanda: É o nosso filho Miguel, é ele que tá aqui crescendo dentro de mim.
Fernanda puxa Miguel e começa a beijá-lo.
Fernanda: Fica comigo Miguel, comigo e com o nosso filho.
Miguel: Olha Fernanda, eu…
Fernanda, dando mais beijos em Miguel: Shh, não fala nada, só fica comigo.
Miguel começa a corresponder aos beijos de Fernanda. Ele se deita ao lado dela e os dois trocam beijos e mais beijos. Fernanda tira a camisa de Miguel, ele começa a beijá-la no pescoço, na boca, mas de repente para.
Miguel levanta-se bruscamente: Espera.
Fernanda: O que foi meu amor?
Miguel: Desculpa Fernanda, eu não posso!
Fernanda, deslizando sua mão sobre o peitoral de Miguel: Mas por que não? Eu sou sua, você é meu, não tem nada de errado nisso.
Miguel: Desculpa Fernanda, não posso.
Fernanda: Mas Miguel, até parece que é a primeira vez que nós fazemos isso, a prova disso é o nosso filho.
Miguel se abaixa e pega sua camisa: Me desculpa, mas eu não posso.
Miguel diz isso e sai do quarto.
Fernanda: Eu não acredito, ele me rejeitou!
Dia seguinte. Plantação de roseiras da família Aguiar Cordeiro. Miguel e Malu estão passeando pela plantação de roseiras brancas.
Malu: Eu fiquei muito feliz em saber que você e o Pedrinho são irmãos.
Miguel: Eu e ele também.
Malu: Você vai trazê-lo pra morar com você?
Miguel: Não, ele já se apegou ao lar e eu não quero que ele tenha a mesma madrasta que eu tive.
Malu: Entendi.
Miguel colhe uma rosa e dá pra Malu: Pra você, como quando éramos crianças.
Malu, cheirando a rosa: Obrigada.
Miguel: Agora parte dessas rosas aqui também são suas.
Malu: Eu adoro esse lugar, às vezes quando eu era criança eu gostava de vir aqui com meu pai quando ele vinha trabalhar e corria por esses campos com os pés descalços.
Miguel: São lindas essas flores, não são?
Malu: Sim, muito bonitas, o seu pai foi brilhante em aproveitar essas terras pra plantar flores.
Miguel: Na verdade quem começou essa plantação foi o pai dele, ou seja, o meu avô.
Malu: Eu adoro essas flores, são tão lindas e, além disso, tão cheirosas. Eu acho que quando a gente morre, a gente vai pra um lugar assim, cheio de flores.
Miguel: Será que meu pai está num lugar assim agora?
Malu: Eu acredito que sim Miguel, um lugar melhor do que aqui.
Miguel: Pensar que ele deixou pra mim a responsabilidade de cuidar de tudo isso, sem que eu mereça tamanha parte da herança.
Malu: Ele te amava muito Miguel, por isso te confiou toda essa terra.
Miguel, com os olhos se enchendo de água: Eu sei, mas às vezes eu penso o quanto as coisas entre nós dois podiam ter sido diferentes.
Malu: Que é isso Miguel?
Miguel: Só de lembrar que eu estava lá no Rio de Janeiro, ele aqui acreditava que eu estava estudando pra ser alguém na vida, eu na verdade tava era bebendo, vadiando e gastando o dinheiro suado dele com porcarias, eu nunca mereci o pai que ganhei.
Miguel se senta no chão.
Malu abraça Miguel: Calma Miguel, não chora. Sabe o que eu acho? Que você foi a melhor coisa que aconteceu na vida do Rafael, muito melhor do que a Melissa ou que todo o dinheiro que ele ganhou com essas flores.
Miguel: Você acha mesmo?
Malu: Claro que sim!
Fazenda Aguiar Cordeiro. Melissa se disfarça, coloca uma peruca e óculos escuros.
Melissa: É hoje que eu me livro daquela maldita.
Hotel da cidade. Filipe e Marina finalmente chegam à cidade e se hospedam no hotel.
Filipe fecha a porta do quarto: Enfim chegamos.
Marina: Pois é, até que essa é uma cidade bonita pra ser tão pequena. Esse hotel daqui também não é muito luxuoso, mas parece confortável.
Filipe coloca a mala em cima da casa: Ufa, eu tô exausto.
Marina: Eu também.
Filipe: E agora, o que você acha da gente ir até um restaurante pra comer alguma coisa?
Marina: Não obrigada.
Filipe: Bem, eu então acho que eu vou até a casa dos meus pais, eu tô morrendo de saudade deles, aí eu aproveito e conheço a minha irmã adotiva, eu morro de curiosidade de saber como ela é. Vem comigo?
Marina: Não obrigada.
Filipe: Ué, você vai ficar aqui sem fazer nada?
Marina: Não, eu vou ao hospital, quero ver a minha mãe.
Um tempo depois. Hospital da cidade. Recepção. Melissa entra disfarçada.
Melissa: Com licença moça.
Enfermeira: Sim, pois não.
Melissa: Eu queria visitar uma paciente.
Enfermeira: Qual?
Melissa: A Amanda Perez, sou a melhor amiga dela e quero saber como ela está.
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