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Realeza

Capítulo 44 – Realeza

QUADRAGÉSIMO QUARTO CAPÍTULO

 


Cena 1- Clube Realeza- Dia.
Maria Luiza e Melissa se desentendem. A garota fica assustada.

Maria Luiza: Desejo toda a felicidade do mundo para os mais novos namorados.
Melissa: Muito obrigada. Nós seremos mesmo muito felizes, pode deixar. – Ela sorri e abraça Jonathan. – Agora vamos entrar, meu amor. Não quero que você se atrase por minha causa.
Jonathan: Será um prazer imenso me atrasar por culpa sua, meu amor. – Ele a beija. – Até mais ver, Maria Luiza.
Maria Luiza: Então era por isso que você estava me empurrando para cima do Ivan, Melissa? Era sobre isso que vocês conversavam naquele dia?
Melissa: Pode ir, meu amor. Depois nós conversamos. – Jonathan vai e ela se aproxima da prima. – Ele só me pediu algumas informações sobre você.
Maria Luiza: E creio que você tenha projetado uma Maria Luiza totalmente diferente de mim, só para me tirar do seu caminho. Nós sabemos que o Jonathan ainda é louco por mim, e você não conseguiria nada com ele.
Melissa: Olha aqui. O mundo não gira em torno de você não. O Jonathan cansou de ser menosprezado por você, ele tentou se explicar, mas você não quis ouvir. Que culpa tenho eu nisso?
Maria Luiza: Com tanto homem no mundo, por que logo ele? Isso só pode ter sido despeito. Desde quando você gosta dele, hein?
Melissa: Faça-me o favor, Maria Luiza. Jonathan não é propriedade sua. E já que você não o quis, acabei me apaixonando por ele sem querer. Mas não sei nem do que você está reclamando, não foi você mesmo quem o dispensou?
Maria Luiza: Eu apenas estava cansada das mentiras dele. Mas mesmo que eu não quisesse nada com ele, você não tinha o direito de fazer isso. Pois sabe o quão ele foi importante para mim.
Melissa: Você disse certo, foi, não é mais. E até onde eu sei, você e o Ivan estavam de rolo, não é mesmo? Por que não tenta ser feliz com ele, e esquece de vez o Jonathan? Tenha certeza de que ele já te esqueceu.
Maria Luiza: Ele nunca irá me esquecer. E não rolou nada entre o Ivan e eu, somos apenas amigos.
Melissa: Não é o que diz esta foto aqui. – Ela mostra uma foto em seu celular. – Por que você estava brigando com essa moça? Tenho certeza que ela deve ter dado em cima do Ivan, lá na boate que vocês foram.
Maria Luiza: Como é que você conseguiu esta imagem? – Ela se surpreende, tomando o celular da mão dela. – Anda, fala. E antes que você pense besteira, Ivan e eu não temos nada, não foi ele o motivo desta briga.
Melissa: Querida, você é rica. E eu acho que ninguém nunca te viu nessa situação tão constrangedora. Quando viram, foram logo tirando foto e postando nas redes sociais. E coincidentemente, é meu seguidor a pessoa que postou isto.
Maria Luiza: Eles colocaram o meu nome nesta porcaria? Não vai demorar muito para a imprensa estar na minha cola. – Ela se desespera.
Melissa: Maria Letícia não vai gostar de ver isso. – Ela sorri. – Para a sua sorte, não identificaram que era você. Mas quem é que não conhece a filha da “rainha”? Assim que bati o olho nesta foto, eu vi que era você.
Maria Luiza: Preciso falar com o Ivan o mais rápido possível.
Melissa: Então corre, antes que isto daqui se espalhe, e acabe caindo nas mãos erradas. – Ela alerta.

Cena 2- Mansão Corte Real- Dia.
Pierre e Nelson fazem comentários maldosos sobre Maria José. Regina não aprova.

Pierre: Quando a travesti entrar por aquela porta, o que eu vou querer é fugir para bem longe. Mas só não faço isso pela minha rainha.
Nelson: Ué, mas o que mais a sua “rainha” iria querer, é que você saísse correndo daqui só para não servir a inimiga dela.
Pierre: Muito pelo contrário. E é por isso que eu ficarei aqui, porque a madame quer que eu faça isso.
Nelson: Você sabe aonde está Maria Letícia? Sabia que você não ficaria sem a sua preciosa.
Pierre: Espero que ela consiga voltar para a realeza dela. Tenho até nojo de pensar aquela bunda imunda daquela travesti sentada no trono da minha rainha.
Nelson: Também estou angustiado em saber que vou ter de servir um traveco. – Ele fala contrariado. – Mas eu te garanto, assim que eu conseguir sair daqui… farei isso às pressas.
Regina: Tá ai. – Ela surge. – É impressionante como você tem a mente baixa, talvez seja por isso que nunca te darei uma chance.
Nelson: Ah. Venhamos e convenhamos, Rê. A sua amiguinha é fora do comum. Eu não sei se quero servir um macho vestido de mulher não. Seria muita humilhação para mim.
Regina: Tenho pena é da Maria José, que dependerá de um empregado tão baixo feito você. Tomara que ela te demita e contrate outro.
Nelson: Confesso que sairei com o maior prazer. Ao menos não terei que servir ela, ele, sei lá o que é aquilo.
Regina: O chato é saber que existe gente que pensa igualzinho a você. – Ela olha para Pierre. – Por que você está me olhando com essa cara?
Pierre: É porque me impressiona o jeito que você defende essa mulher. – Ele fala com cara de nojo. – Quer dizer, aquela travesti. Aquilo é uma aberração. O mundo está completamente perdido, e você está a favor disso.
Nelson: Ela só está a favor porque os filhos dela são machos. Queria ver se eles fossem veados.
Regina: Independente do que eles fossem, Jonathan e Rafael sempre seriam os meus filhos, e eu nunca os abandonaria. Ser gay não é uma doença, Nelson. A pessoa nasce assim.
Nelson: Agradeço a Deus todos os dias por ele ter me feito normal.
Pierre: Quer você queira ou não, a dona Maria Letícia está voltando para o lugar dela. – Ele fala para Regina. – Ai eu quero ver o que a sua amiga vai fazer. Minha rainha não vai deixar pedra sobre pedra.
Regina: Maria José não precisa disto aqui não, Pierre. Ela é uma pessoa batalhadora, e não irá chorar se a sua “rainha” voltar e tirá-la daqui. – Ela fala firme. – Ao contrário de Maria Letícia, a Maria José não precisa de nenhum bobo da corte para ficar cortejando ela. Então se vocês quiserem sair, que saiam. Pode ter certeza que a minha amiga terá dinheiro suficiente para pagar um mordomo e um motorista melhores que vocês. – Ela sai.

Cena 3- Casa de Maria José- Dia.
Rafael chega em meio a uma bagunça. Ele encurrala Gaby. Michele diz para a amiga contar a verdade.

Rafael: Gente, quanta caixa nesta casa. – Ele entra com dificuldade. – Acho que é o caminhão de vocês que acabou de parar lá fora.
Maria José: E ele nem para buzinar. – Ela fala contrariada. – Deixa eu ir lá ver se ela mesmo. Continua arrumando as coisas ai meninas, já volto. – Ela sai.
Rafael: O meu amor. Parece até que dormiu comigo hoje. Ontem eu vim te dar um beijo antes de você ir trabalhar, agora está na hora de fazer o mesmo.
Gaby: Desculpa, meu príncipe. É que eu estou com a cabeça muito cheia. – Ela o beija. – Além do mais, você nunca permite que eu vá na sua casa. Como quer que eu lhe dê um beijo?
Rafael: Não é que eu não permita. Mas eu na maioria das vezes eu durmo aqui, ou passo de manhã para te dar um beijo.
Gaby: Mesmo assim, já faz um tempo que estamos namorando, e nem para você apresentar a minha sogra.
Rafael: Pode deixar. É que a minha mãe trabalha muito, mas creio que vão se encontrar em breve. Agora, não vai mesmo passar o endereço do seu trabalho? Pois a distância vai aumentar entre nós, e acho que vou precisar te encontrar no serviço às vezes. – Michele olha para os dois conversando.
Gaby: Imagina. – Ela disfarça. – Você pode me visitar lá na mansão. Além de que dormir lá, não vai ser nenhum incomodo para você, fica até mais perto de ir para o clube no dia seguinte.
Rafael: Mesmo assim, não vai ser possível te visitar todo dia, nem dormir lá. Por que não passa logo o endereço? – Gaby fica encurralada.
Gaby: Rafael, eu vou te dizer verdade. – Michele fica boquiaberta. – É que eu tenho vergonha do meu serviço. Não quero que ninguém me veja naquele trabalho tão humilhante.
Rafael: Ah, então é isso? Você está om vergonha do seu trabalho, amor? Para com isso, é um trabalho digno. Você não está matando nem roubando, isto é o que importa.
Gaby: Mesmo assim. Eu prefiro que ninguém me veja. – Rafael a beija.
Rafael: Tudo bem. – Ele é compreensivo. – Eu te intendo. Agora me deixe ir antes que eu acabe me atrasando. Tchau, e boa mudança para vocês. – Ele sai.
Michele: Gaby, você está se queimando cada vez mais. É melhor ele sabe da sua boca, do que pela boca do povo.
Gaby: Ai, me deixa Michele. Não estou com cabeça para falar sobre isso. O Rafael nunca vai descobrir nada disso.
Michele: Então tá. Não me meto mais. Só não quero que venha choramingar depois.
Gaby: Não sou você que vive chorando pelo seu homem casado. – Ela é grossa. – O meu caso é bem menos complicado que o seu.
Michele: O pior é que você está certa. Acredita que a mulher dele quase morreu? E tudo por culpa nossa? – Ela se entristece. – E foi por isso que eu coloquei um ponto final na nossa história.

Cena 4- Mansão Sales Couto de Sá- Dia.
Roberto se enfurece com Célia. Simone repreende a mãe pelo que fez.

Roberto: Você vai me pagar pelo que me fez, Célia.  A Michele ficará sabendo do seu plano para nos separar.
Célia: Aproveite e ensaie um pouquinho, porque vai ser difícil dela acreditar em você.
Simone: O que foi que você fez, mamãe? Eu já não te pedi para que não ficasse se intrometendo na minha vida?
Célia: Agora o Roberto está sem amante, querida. Quero ver se ele não vai te dar o devido valor.
Roberto: Para de ser ridícula. Posso não estar mais com a Michele, mas eu consigo outra amante em um estalar de dedos se quiser.
Célia: Nossa! Fico impressionada pelo quão você é pegador. Deve ter algo ai que as agrada, e muito.
Roberto: Isto não é da sua conta. – Ele se senta à mesa. – Dê um jeito na sua mãe, Simone. Se não eu terei que fazer isso da minha forma.
Célia: Ele está assim, só porque eu disse que você tinha feito uma loucura de amor. A amante dele não suportou saber que tinha estimulado a sua “morte”.
Simone: Você fez o que? Nunca ouvi história tão ridícula igual a essa. Eu nunca me mataria por causa do Roberto. Se ele quer ficar com a galinha dele, que fique.
Roberto: Nem a sua filha está tão incomodada quanto você. Quero que você desminta o que disse, Célia. Você não tem nada a ver com o meu casamento.
Célia: Até onde eu sei, você é casado com a minha filha, querido. Então eu tenho tudo a ver com o casamento de vocês. E eu não deixarei minha filha sofrer por causa de você.
Roberto: Mas a Simone não está sofrendo. Por que se recusa a entender isso?
Célia: Porque você é casado com ela. E já que ela não se importa com o nome da família que carrega, eu me importo.
Roberto: Então é isso? É por eu ser casado com a sua filha que você me persegue? Tudo bem, providenciarei o nosso divórcio. Só quero saber para onde é que vocês vão.
Célia: Você não pode fazer isso conosco. Nós não temos para onde ir.
Roberto: E é por isso que eu não me separei ainda, só por isso. Porque se eu quisesse, colocava as duas debaixo de uma ponte. Não vê que eu estou sendo bacana com vocês? Eu traio a Simone, mas ainda sou casado com ela, só para não ter que expulsar vocês daqui.
Célia: Que história mais esfarrapada. Se você quiser, pode sim se separar da Simone, é só nos dar um lugar para morar. Ah! E não se esqueça de uma mesadinha semanal.
Roberto: Vai te catar, sua velha folgada. Mas não se preocupe. – Ele se levanta. – Estou providenciando a mudança de vocês, porém, não ficarão juntas.
Célia: Não entendi. Do que é que você está falando?
Roberto: Você vai ver, minha sogra. – Ele sai.
Célia: O Roberto está aprontando alguma, faz ideia do que seja?
Simone: Não faço a mínima. Só sei que a senhora não tinha nada que fazer o que fez. Eu não havia dito que resolveria isso do meu jeito?
Célia: Mas você não pode se igualar a ele. E foi por isso que eu tomei a liberdade para puni-lo do meu jeito. Você não precisa mais se preocupar com o Roberto, agora ele não tem mais amante.
Simone: Só não quero que volte a aprontar, mamãe. Do meu casamento cuido eu.

Cena 5- Cobertura de Severino- Dia.
Ivan questiona o pai sobre a noite passada. Severino desconversa, deixando-o irado.

Severino: Espero que você esteja bem, e se lembre do que fez na noite passada. – Ivan se senta à mesa.
Ivan: Me lembro perfeitamente, de muita coisa. A começar pelo que você disse: a mamãe está viva? – Severino fica sem jeito. – Ou tudo não passou de uma mentira?
Severino: Talvez eu tenha me precipitado, não soube me expressar melhor. – Ele desconversa.
Ivan: Eu sabia. – Ele grita, atacando o pão no prato com fúria. – Como você pode mentir sobre uma coisa séria dessas? Para de ser fraco e baixo, seja homem para assumir o que fez.
Severino: Eu fui homem suficiente ao te contar isso. Quem não foi homem o bastante para me compreender foi você.
Ivan: E ainda tem a cara de pau de me culpar. Eu compreendi muito bem que você matou a minha mãe, só que não aceitei o motivo pelo qual fez isso.
Severino: Você já me disse inúmeras vezes que eu devia ter partido para outra, e deixado ela ser feliz com o outro homem, mas não é tão fácil assim. Quando você estiver amando alguém, você vai me entender.
Ivan: Não, papai. Eu nunca irei entender o porquê de você ter feito isso. Matar por ciúme é a coisa mais besta que existe.

Cena 6- Apartamento de Leonardo- Dia.
Frederico pede desculpas pelo ataque de ciúme, e conta para Leonardo sobre o seu término com Daniele.

Leonardo: Sabia que você ia voltar, só não pensei que seria tão rápido. – Frederico entra sem jeito. – Veio terminar comigo ou o que?
Frederico: Muito pelo contrário, Leonardo. Eu decidi que chegou a hora de nós sermos felizes de uma vez.
Leonardo: E como é que você pretende fazer isso? Por que pelo jeito que as coisas andam, está difícil de sermos felizes.
Frederico: Depois do que você me disse, comecei a refletir sobre a vida. E já que eu quero ser feliz com você, precisamos agir o quanto antes.
Leonardo: Então você vai terminar com aquela moça? – Ele pergunta contente. – Você vai finalmente investir em nós?
Frederico: Daniele e eu terminamos ontem, o que me motivou mais ainda para ser feliz com você. Eu não posso mais anular, não aguento mais esperar. – Ele fala com os olhos cheios de lágrimas. – A nossa felicidade chegou, Léo.
Leonardo: Que bom saber disso, meu amor. – Ele o beija. – Eu te amo, muito.
Frederico: Eu também te amo, meu amor. E é por tanto te amar, que eu tomei uma decisão.
Leonardo: Eu aprovo qualquer coisa que você tenha decidido. – Ele fala apaixonado. – Só quero que sejamos felizes de uma vez por todas.
Frederico: Estou disposto a te apresentar a minha mãe. Porque eu te quero para minha vida toda, e temos fazer como manda o combinado.
Leonardo: Você quer me apresentar a sua mãe? – Ele pergunta emocionado. – Nunca pensei que um dia você faria isso.
Frederico: Eu te amo, e nunca irei te deixar, nunca. – Eles se beijam entre lágrimas.

Cena 7- Mansão Garcia de Albuquerque- Dia.
Marillu conversa com Antonella sobre Frederico. Rogério surge para tomar café da manhã com elas.

Marillu: Então quer dizer que o Fred e a sua irmã terminaram? Para te falar a verdade, eu adorei saber disso. Está na cara que você e ele foram feitos um para o outro. – Ela é falsa.
Antonella: Você acha, Marillu? Sabe, ultimamente o que eu sinto pelo seu filho só vem crescendo cada vez mais.
Marillu: Quando ele me contou que estava tendo um caso com você, confesso que senti um pouco de dó da namorada dele. Mas, percebi que vocês eram perfeitos juntos.
Antonella: O melhor de tudo, foi que ele não negou nada. Ele disse tudo na cara da Daniele, sem pestanejar.
Marillu: Francamente, não criei meu filho para ser um fraco, Antonella. – Ela brinca. – Mas e ai? Como vocês estão depois do acontecido?
Antonella: Ele dormiu comigo, nós nos beijamos muito, mas não passou disto. Ai, Marillu! Só Deus sabe o quão estou feliz. Porque eu estava adorando trair a Daniele, ser amante do Fred. Porém, é melhor ainda ser a namorada dele, a oficial.
Marillu: Espero que vocês saibam cultivar esse amor. – A campainha toca. – Quero até que se casem o mais rápido que poderem.
Antonella: Do que depender de mim, amanhã mesmo já estou casada com ele. – A empregada surge com alguém.
Empregada: Dona Marillu, o senhor aqui quer falar com a senhora. – Marillu se vira e vê Rogério.
Marillu: Muito obrigada. Pode voltar para a cozinha. – Ela olha encantada para Rogério. – Sente-se conosco, vamos tomar café.
Rogério: Só se for agora. – Ele se senta. – Estou varado de fome. – Ele olha para Antonella. – Prazer, o meu nome é Rogério.
Antonella: Prazer, Antonella. – Eles se cumprimentam com um aperto de mãos. – É o seu namorado, Marillu?
Marillu: Estamos enrolados, não é? – Ela fala com Rogério. – Mas do que depender de mim, estaremos namorando em breve.
Rogério: Nós ainda não estamos namorando? Eu pensei que o que tínhamos era um namoro.
Marillu: Então, somos namorados sim, Antonella. – Eles sorriem. – Acho que encontrei o homem da minha vida.

Cena 8- Mansão Corte Real- Tarde.
Marisa recebe Maria José e as meninas. Elas conversam sobre Maria Luiza.

Marisa: Que bom que vocês chegaram. – Ela abre os braços para abraça-las. – Espero que gostem da nova residência de vocês.
Maria José: De onde nós viemos, Marisa, isto daqui é considerado um verdadeiro palácio.
Marisa: A Maria Luiza deu uma saidinha, mas mais tarde vocês poderão falar com ela.
Gaby: Gente, que casarão. – Ela entra fascinada. – Já vou ir escolher o meu quarto. – Ela sobe a escada.
Michele: Eu sabia que aqui era bonito, mas nunca imaginei que seria algo surreal. – Ela sobe a escada atrás de Gaby.
Marisa: Pelo visto elas gostaram bastante. – Ela se senta no sofá. – Sente aqui, Maria. Vamos conversar um pouco.
Maria José: Acho que já sei sobre quem e o que irá falar. – Ela estende as mãos para Marisa.
Marisa: É sobre a Maria Luiza. Você sabe que ela está passando por um momento difícil, não é? Ela pode de dar trabalho, e eu pensei em conversar com ela, leva-la para morar comigo.
Maria José: Imagina, Marisa. Não precisa se incomodar com isso. Eu já lidei com coisa pior, pode ter certeza disso. Cuidarei da Maria Luiza como se ela fosse minha filha.
Marisa: Você tem certeza? Pode ser que viver com ela na prática, seja bem pior do que na teoria.
Maria José: Você já conversou com ela sobre nós termos presenciado aquela cena?
Marisa: Ainda não, ela estava apressada demais. Mas assim que eu tiver tempo, falarei com ela.
Maria José: Não. Deixe que eu faça isso. Terei uma conversa séria com ela, pois já que iremos morar juntas, preciso saber o que está acontecendo.

Cena 9- Mansão Sales Couto de Sá- Tarde.
Roberto conta para Daniele sobre o que Célia aprontou. Ela conta o quanto está decepcionada com Frederico.

Roberto: Mesmo que eu não consiga trazer a Michele para morar comigo, quero ver Célia e Simone longe daqui.
Daniele: Até porque não se trata somente da Michele. O senhor tem que tirá-las daqui porque elas só sabem brigar com você. Para que quer pessoas que estão contra você dentro da sua própria casa?
Roberto: É isso mesmo. Você está coberta de razão. – Ele beija a testa da filha. – Nem te contei sobre o que aquela coruja velha aprontou. Acredita que ela teve a coragem de me queimar com a Michele?
Daniele: E o que foi que ela fez? Não vai dizer que ela descobriu o nosso plano, e contou tudo para a sua amante.
Roberto: Não. Nem passa pela cabeça dela o que estamos tramando. A desgraçada velha foi mentir, dizendo que a Simone havia tentado se matar.
Daniele: Me impressiona que a Michele tenha acreditado nisso. Logo ela que se dizia tão esperta. É óbvio que a Simone nunca iria se suicidar por amor.
Roberto: Mas eu já sei como resolver isso. Tem algo que ela não percebeu e que eu preciso mostrar para ela.
Daniele: Se eu fosse o senhor, esquecia de vez a Michele. Ela não é boba, se acreditou na Célia foi porque quis.
Roberto: Ela não está nem atendendo aos meus telefonemas, mas creio que seja por causa da mudança.
Daniele: Mudança? – Ela se surpreende. – Que mudança?
Roberto: Não ficou sabendo? A sua tia é herdeira do Alberto, ficou com a mansão e parte do clube.
Daniele: Gente. Maria José não está fraca não. – Ela se entristece. Enquanto alguns choram de felicidade, outros choram de tristeza. Acredita que eu terminei com Frederico?
Roberto: Terminou? Sinceramente, você fez bem em fazer isso. Ela não era homem para você.
Daniele: Mas nós só terminamos por causa da Antonella, que está abrigada na casa dele. Os dois nunca deixaram de ter um caso, não foi só uma noite como diziam.
Roberto: Esqueça esse cara, minha filha. Você merece coisa melhor, vamos combinar.
Daniele: É, não sei como fui cair naquele papinho tosco do Frederico. Mereço coisa bem melhor do que ele. Mas confesso que estou bastante decepcionada com o que ele fez.
Roberto: Vem aqui, me dá um abraço. – Eles se abraçam.

Cena 10- Cobertura Queiroz Galvão- Tarde.
Luciana coloca sonífero no drinque de Riginaldo, que o faz dormir.

Riginaldo: Luciana, você já descansou demais naquele hospital. Pode ir levantando desse sofá. Vai lá preparar um drinque para mim.
Luciana: Você tem dois braços e duas pernas que funcionam perfeitamente, então vá pegar o seu drinque.
Riginaldo: O problema é que eu não quero. – Ele grita. – Acho que você não entendeu direito o que eu te disse lá no hospital, não é?
Luciana: Pois eu quero ver você conseguir me tirar daqui. Não irei preparar drinque nenhum.
Riginaldo: Ah, mas você vai. Ou eu não me chamo Riginaldo Queiroz Galvão. – Ele se levanta e pega a mulher pelo cabelo. – Vai ou não fazer aquela Poxa?
Luciana: Você é um grosseirão, vai morrer sozinho. – Ela vai preparar a bebida dele.
Riginaldo: Isso foi uma ameaça ou uma previsão? – Ele grita lá da sala. – Pois se foi uma ameaça, quero ver se você tem peito para fazer isso.
Luciana: Desgraçado. – Ela fala para si mesma. – Isso não vai ficar assim. – Algo surge em sua mente. – Eu já sei. – Ela abre o armário e pega um vaso de sonífero. – É tiro e queda. Como não tive esta ideia antes?
Riginaldo: Tá demorando demais. Será que vai ser preciso eu ir ai? Porque estou vendo que esse drinque não sai sem uma porradinha.
Luciana: Já estou acabando. – Ela faz o drinque rapidamente, e o entrega. – E vê se não me enche mais. – Ela se deita no sofá novamente.
Riginaldo: Luciana, Luciana, qualquer dia eu me enraivo e corto a sua língua. Você gosta de me desafiar, não é cachorra?
Luciana: É que eu cansei de ser trouxa. – Riginaldo começa a roncar e ela se levanta. – Não falei que era tiro e queda? Chegou a hora disso acabar.

Cena 11- Clube Realeza- Tarde.
Antonella, Célia e Simone, descobrem que Maria José é uma das donas do clube.

Antonella: Ela ficou com a cara no chão quando soube que Frederico a traia comigo. – Ela dá uma gargalhada. – Aquela desgraçada pagou o que me fez.
Célia: Parece que ontem, a noite não foi boa para o papai e para filhinha. Os dois quebraram a cara.
Antonella: O que foi que aconteceu com o papai? Não vai dizer que a amante dele caiu fora.
Célia: Pois eu digo que ela saiu. E tem mais, fui eu aqui quem a fez cair fora.
Antonella: Vovó. – Ela abre a boca. – Você dando uma bela de uma lição no papai. Quem te viu, quem te vê, hein dona Célia. O que foi que a senhora aprontou?
Simone: Mamãe mentiu, e com o meu nome. Acredita que ela teve a audácia de dizer que eu, logo eu, havia tentado me matar por causa do seu pai? E o pior, que fiz isso por ciúme dele com a amante.
Antonella: E ela foi trouxa de acreditar. Gente, aquela ali não é a Cleide? Nunca mais a vi depois do fim da SDP.
Célia: É ela mesma. – Ela grita pela moça. – Querida, quanto tempo. Tomou um chá de sumiço, foi?
Cleide: Depois do fim da SDP, acabei viajando para a Espanha. – Ela se senta junto a elas. – E vocês? Também vieram cancelar o contrato com o clube?
Célia: Cancelar o contrato? Não fizemos isso nem com o escândalo de Maria Letícia, por que iríamos fazer agora?
Cleide: Parece que umas dez pessoas já vieram cancelar o contrato, e eu sou uma delas. O que está acontecendo, é bem pior que o escândalo da rainha.
Célia: Sério? E o que é que está motivando o pessoal a romper contrato com o clube?
Cleide: Não estamos de acordo em frequentar um clube comandado por uma travesti. Pois parece que o Alberto deixou ela como uma das donas do local.
Antonella: Como é que é? Você está falando da travesti que desmascarou a Maria Letícia na ceia de natal?
Cleide: É a própria. A tal Maria José. O mundo está completamente perdido. Não duvido nada que ela comece a preparar eventos gays no local. Eu não estou nada a fim de fazer parte disso.
Antonella: Estou perplexa. – Ela fica incrédula. – Aquele homem que pensa ser uma mulher, é dono disto aqui?

Cena 12- Apartamento de Leonardo- Tarde.
Léo conta para Cléber sobre as suas conversas com Frederico, o amigo fica preocupado.

Leonardo: Primeiro ele disse que estava disposto a matar o meu pai para me ver feliz, agora ele terminou com a tal Daniele para ficar comigo. O Frederico está perdidamente apaixonado por mim.
Cléber: Isso só me deixa mais preocupado ainda com você. Sei que está feliz por enfim estar se dando bem com o seu namorado, mas… não consigo mais acreditar em uma palavra que ele diga.
Leonardo: Cléber. Está mais do que claro, o Frederico me ama de verdade. Quer prova maior do que as que eu te falei? Acredite no amor dele por mim, pelo menos uma vez.
Cléber: É por que você não olha as coisas como eu. Você não consegue enxergar o que eu vejo.
Leonardo: E o que é que você vê?
Cléber: Da mesma forma que ele disse estar disposto a matar o seu pai, o Frederico também pode matar você por dinheiro. E sobre ele terminar com a outra, quer dizer que o menininho já não obedece mais a mãe? Ele só terminou com ela para dar um golpe em você, e se for preciso o desgraçado acabará com a sua vida.
Leonardo: Não tem nada a ver o que você está falando, não tem nenhum nexo. O Frederico quer me apresentar a mãe dele e tudo o mais. Além disso, ele terminou com a Daniele porque viu que não tem como golpear ela e me amar ao mesmo tempo.
Cléber: Não acha estranho ele ter percebido isso só agora? Quantas vezes você já o alertou sobre isso? Abra os seus olhos, Leonardo. Ele pode estar inventando tudo isso. Talvez a Daniele não tenha terminado com ele por simplesmente nada, pode ser que ela tenha descoberto o canalha que ele é.
Leonardo: Ninguém irá me convencer do contrário. Frederico e eu nascemos um para o outro, entenda.
Cléber: Tá, para mim já deu. Depois não diga que eu não te avisei.

Cena 13- Cobertura de Severino- Tarde.
Severino fica alegre ao ver Ivan e Maria Luiza conversando, pois ele pensa que ela poderá ajudá-lo a superar as drogas e a morte da mãe.

Maria Luiza: É isso mesmo, Ivan. Nós precisamos voltar naquela boate, pedir para que o dono peça para quem esteve lá naquela noite apague as imagens do celular.
Ivan: Impossível. Só pode estar havendo algum engano, Malu. No dia seguinte, eu me encontrei com o dono da boate, e nós fomos ligando para o pessoal que esteve lá na noite anterior. Todos compareceram e apagaram, na nossa frente, as fotos e vídeos que fizeram.
Maria Luiza: Não pode ser. A imagem foi postada hoje pela manhã. Alguma coisa estranha está acontecendo. Tem certeza que todos apagaram as fotos? Todos foram até lá?
Ivan: Todos que estavam lá naquela noite atenderam o nosso pedido, e voltaram até a boate. Conseguimos falar com absolutamente todos. E não tem como alguém ter passado despercebido, pois nós estávamos com uma lista na mão, e fazíamos um xis no nome de quem já havíamos falado.
Maria Luiza: Não pode ser. – Severino olha pela fresta da porta. – Alguém tapeou vocês.
Severino: É tão bom saber que ele está se relacionando. Maria Luiza é de boa índole e pode me ajudar a fazer com que o Ivan esqueça a morte da mãe, pare de usar drogas, e deixe de ser tão rebelde. – Ele fala para si mesmo antes de sair.
Ivan: Esquece isso, gata. Já foi. Será que está pronta para outra? – Ele pega na cintura dela.
Maria Luiza: Sai de perto de mim. Não sei como pude aceitar sair com você. Se eu soubesse que isto iria acontecer, teria rejeitado o seu convite.
Ivan: Para de ser mimada, vai. Não foi culpa minha se você se atracou com uma mulher no meio da pista de dança.
Maria Luiza: E a Melissa ainda supôs que briguei por causa de você. Nunca brigaria por causa de um delinquente.
Ivan: Vai se ferrar, garota. Pelo visto você é totalmente o contrário do que a sua prima me falou. Nunca vi mina mais fraca.
Maria Luiza: Fraco é você. – Ela dá um tapa na cara dele. – E não me procure mais. Ah, esqueci de falar que você não sabe fazer sexo.
Ivan: O que eu posso fazer se você não aguentou por eu ser dotado? – Ela sai e bate a porta bem forte.

Cena 14- Mansão Corte Real- Tarde.
Lilla pede um emprego para Maria José.

Maria José: Você? O que é que está fazendo aqui? – Ela pergunta surpresa. – Tomou um belo chá de sumiço, esperava que sumisse para sempre.
Lilla: José. Eu sei que não mereço, mas preciso da sua ajuda. – Maria José solta uma gargalhada.
Maria José: Você é hilária, Lilla. Depois de ter aprontado comigo, ainda tem a cara de pau de vim me pedir ajuda? Faça-me o favor.
Lilla: O ponto que eu estava, não me rendia nada. Fiquei sem dinheiro para pagar o hotel mequetrefe que eu estava. Foi ai que decidi procurar por você, mas não a encontrei em sua casa. Logo me disseram aonde eu te encontraria, e aqui estou.
Maria José: Hm! Presumo que você queira que eu te ajude, pois agora estou rica, e posso te emprestar um dinheirinho, é isso?
Lilla: Não. Na verdade, eu fui atrás de você para te pedir abrigo, e voltar a trabalhar no meu ponto de sempre. Mas como não te encontrei, e descobri que você havia ficado rica, resolvi fazer umas modificações sensatas.
Maria José: Sinto em te dizer que você está perdendo o seu tempo. Achou que eu já havia te perdoado pelo que fez?
Lilla: O que eu fiz foi com a Daniele, não com você. E sei que ela não soube reconhecer o seu esforço em ajuda-la. Na primeira oportunidade que teve, foi morar com o papaizinho dela.
Maria José: Talvez eu tenha mesmo errado em ajuda-la, e errei ao te expulsar da minha casa por causa daquela ingrata. Mas mesmo assim, o mesmo que você fez com ela, pode fazer comigo.
Lilla: Eu só queria que você me contratasse como sua empregada, e me desse um quartinho qualquer para eu descansar. Por favor, José, não seja tão cruel comigo. – Maria José a olha atentamente.

CONTINUA…

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