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Maria Madalena

Capítulo 41 – Maria Madalena

Maria Madalena – Capítulo 041

Rua em frete ao apartamento de Madalena. De manhã.
Barbara e Júlio estão dentro do carro, que está parado na esquina próxima ao prédio onde Maria Madalena mora.
Barbara está olhando as fotos que Júlio pegou com o amigo investigador antes de leva-la ai, para vê onde Maria Madalena está morando.
Em algumas fotos ela vê Maria Madalena, em outras Maria Madalena e um garoto.
BARBARA: Então esse garoto é o tal do Léo. O menino que dizem ser filho do meu marido.
JÚLIO: Falecido marido.
BARBARA: Que seja!
Barbara volta a folhear as fotos e para sua surpresa ela vê uma foto de Maria Madalena abraçando Beto, o amigo de seu filho Lucas.
BARBARA: Beto! É o Beto aqui nessa foto.
JÚLIO: Que Beto?
BARBARA: O amigo do meu filho. Eu não acredito que o Lucas sabia que ela estava aqui e me escondeu isso.
JÚLIO: Olha li. Não é o garoto na foto? – Disse apontando para um garoto atravessando a rua com uma garota mais velha.
BARBARA: É ele sim – disse olhando a foto para confirmar. – Passa por cima.
JÚLIO: O que? – disse espantado com o que acabou de ouvir.
BARBARA: Passa por cima! Atropela ele! – disse alterando o tom de voz. – Vai!
JÚLIO: Você tá doida.
BARBARA: Faça o que eu estou mandando – disse tentando ligar o carro. – Faça ou está tudo acabado entre nós.
Júlio liga o carro e acelera. Ele dirige a toda velocidade para cima dos garotos.
Nina percebe e tenta desvia do carro junto com o Léo, mas o carro os acerta em cheio. Ela é jogada para o lado, mas Léo é jogado para cima do carro, batendo no para-brisa e depois arremessado por cima do carro caindo no chão inconsciente e sangrando muito.  
Júlio acelera ainda mais para fugir da cena do crime, ao mesmo tempo muito assustado pela a gravidade do atropelamento.


Apartamento de Anita/Madalena. De manhã.
Anita entrega uma xícara de chá pra Madalena. E se senta novamente ao seu lado.
ANITA: Beba. É de camomila, vai te ajudar a relaxar.  
MADALENA: Obrigada!
ANITA: Porque será que o Lucas apareceu lá no ARES ontem a noite? Será que ele já desconfiava de algo? Será que o Beto contou a verdade pra ele.
MADALENA: Eu não sei. E também não acredito que o Beto tenha falado algo a resp… – ela para ao ouvir um barulho de sirenes. – Nossa que barulheira é essa?
ANITA: Não sei, mas parece que é aqui na frete.
As duas se levantam e vão à varanda para verem o que está acontecendo.
Ao avistar as ambulâncias e a policia Maria Madalena se desespera ao lembrar que o Léo foi na padaria. Logo um sentimento de que algo muito ruim aconteceu aperta seu coração.
MADALENA: O Léo… – disse enquanto corria em direção a porta do apartamento.


Apartamento de Lucas. De manhã.
Lucas abre a porta do apartamento para sai e é surpreendido por Ester que acabará de sair do elevador.
ESTER: Onde você se meteu? Estar tudo bem com você? Eu fiquei te esperando e você não apareceu e nem atendeu o celular.
LUCAS: Agora não Ester. Eu preciso ir, depois eu te explico antes.
ESTER: Como assim! Ir pra onde.
LUCAS: Depois Ester! Depois! – disse entrando no elevador.


Rua em frete ao Apartamento de Anita/Madalena. De manhã.
Maria Madalena tenta passas por entre os curiosos que faziam o cerco em volta das ambulâncias. Ela se angustiava ainda mais devido as cochichos que ouvia enquanto se aproximava. “Coitadinho do garoto”. “Mais que faria uma maldade dessas”, “Ele é só uma criança”.
ANITA: Maria! – chamou, enquanto tentava se aproximar dela. – Calma Maria.
MADALENA: Léo! – ela grita – Léo! – chama desesperada.
SENHORA: Ei! Não precisa empurrar – falou para Maria Madalena enquanto ela passava desembestada.
Ao chegar perto da ambulância Maria Madalena vê uma garota deitada no chão sendo atendida pelos paramédicos. Ela sente uma sensação de alivio, mas não dura muito, pois logo ela reconhece a garota.
MADALENA: Nina! – disse começando a chorar – Nina! Não pode ser.
Ela logo começa a procurar no meio da multidão pelo seu filho, mais não conseguia encontra-lo em lugar nenhum.
MADALENA: Léo! – ela volta a grita.
Um paramédico se aproxima.
PARAMÉDICO: Oi. Você conhece essa garota.
MADALENA: Sim! É uma amiga, ela é a babá do meu filho.
PARAMÉDICO: Você é a mãe o garoto.
MADALENA: Sim, tinha um garoto com ele. Meu filho. Onde ele… – mas ela não consegui termina de falar e quase desmaia.
O paramédico a segura e ajuda fica de pé novamente.
PARAMÉDICO: Você está bem?
ANITA: Maria. – disse se aproximado dela.
PARAMÉDICO: Você é amiga dela?
ANITA: Sim.
MADALENA: Eu estou bem. Eu quero saber do meu filho.
PARAMÉDICO: Tinha um gato com ela, de oito anos mais ou menos. Mas a ambulância com ele já foi para o hospital.
ANITA: Que hospital?
PARAMÉDICO: O estado dele é muito grave.
MADALENA: Não!!! – disse se apoiando em Anita para não cair.
PARAMÉDICO: Ele foi levado para o hospital São Lourenço por causa da gravidade. O Hospital São Lourenço é o mais perto e que possui um atendimento mais avançado na pediatria.
ANITA: Ok. Obrigado!
MADALENA: Eu preciso vê meu filho – disse chorando muito.
PARAMÉDICO: Você tem certeza que está bem?
MADALENA: Meu filho!
Anita ajuda Maria Madalena a passar novamente pelas pessoas que se amontoavam próximas a ambulância e para um táxi que estava passando ali na hora.


Ruas de São Paulo. De manhã.
Quando achou está longe o suficiente Júlio para o carro. O coração ainda acelerado pelo que acabou de fazer.
JÚLIO: Você viu o que me fez fazer? – disse ainda segurando com força o volante. – Você é louca!
BARBARA: Louca não. Determinada! Eu faço o que tem que ser feito para alcançar meu objetivo.
JÚLIO: Eles podem ter morrido.
BARBARA: Eu espero que aquele garoto tenha morrido mesmo! – disse friamente.
JÚLIO: Você nem se quer ficou abalada.
BARBARA: E porque eu ficaria. Aquele garoto não significa nada pra mim. Pelo contrario se ele morrer só vai resolver parte dos meus problemas.
JÚLIO: Mas o garoto não tem culpa de nada. – disse colocando a mão no rosto se lamentando pelo que fez.
BARBARA: Mas a mãe tem. E eu quero que ela sofra e muito por ter se metido com minha família.
Júlio escuta inconformado aquelas palavras saírem da boca de Barbara sem consegui acreditar que ela seja assim tão fria.


Em frete ao ARES. De manhã.
Lucas estaciona o carro em frete ao ARES. Desce e caminha até a porta.
O Segurança sai para conversar com ele.
LUCAS: Oi! Bom dia! Eu gostaria de falar com a Maria. Desculpa! A Ariel.
Segurança: Ela não está.
LUCAS: E eu possa saber que horas eu posso encontra-la.
SEGURANÇA: Só quando abrir, às seis horas da tarde.
LUCAS: Entendo, mas é uma emergência, será que você não poderia me passar o telefone dela ou melhor o endereço.
SEGURANÇA: Você tá de brincadeira não é?
LUCAS: Não, é verdade eu preciso muito falar com ela.
SEGURANÇA: Então vem depois que abrir.
LUCAS: Mas é uma emergência.
SEGURANÇA: Minha mão na sua cara também é. Quer experimentar.
LUCAS: Desculpa amigo! – disse se afastando.
Ele volta para o carro e entra.
LUCAS: Hum, e agora o que é que eu faço?
Ele liga o carro e começa a dirigir, isso o ajuda a pensar.


Hospital São Lourenço. De manhã.
Maria Madalena entra desesperada no hospital acompanhada de Anita.
Madalena: Meu filho! Eu preciso vê meu filho – as lágrimas escorriam de seus olhos.
ANITA: Calma Maria.
MADALENA: Como calma. Eu não sei como está o meu filho.
ANITA: Vamos pedir informação ali na recepção.
A recepcionista informa que ele está sendo examinados pelos médicos. E ainda não tem nenhuma informação.
MADALENA: Como você não sabe de nada! Eu quero vê o meu filho agora.
RECEPCIONISTA: Desculpa senhora! Eu não tenho mais nenhuma informação para dar. Temos que esperar a atualização do medico.
Madalena vê um Medico passando e corre para acompanha-lo e pedir ajuda.
ANITA: Maria espera.
MADALENA: Doutor! Por favor, me ajuda! – Disse segurando no braço do medico.
O medico se vira.
MÁRIO: Você está bem? – disse segurando na mão dela.
MADALENA: Meu filho doutor, meu filho!
MÁRIO: O que tem seu filho, o que aconteceu? – disse sem entender direito o que aquela mulher estava dizendo.
Maria Madalena olha bem para o medico, com os olhos cheios de lagrima e desmaia nos braços dele.
Mário a segura nos braços e nessa hora ela a reconhece. Ele se lembra de quando ela esteve no hospital ajudando o seu filho Artur.


Em frente ao apartamento de Lucas. De manhã.
Lucas para o carro em frete ao prédio de seu apartamento. Ele voltou em casa ao perceber que tinha esquecido o celular em casa.
Ao descer do carro e se aproximar da porta de entrada ele encontra Claudia, uma vizinha que mora no mesmo prédio. Ela está gravada.
Claudia está sentada no terceiro degrau das escadas respirando rápido.
LUCAS: você está bem?
CLAUDIA: Tá na hora – fala com um pouco de dificuldades – Meu filho vai nascer.
LUCAS: E porque você não esta indo pro hospital?
CLAUDIA: O taxe ainda não… Aii!!
Lucas: Eu te levo no hospital não da pra ficar esperando o taxe.


Hospital São Lourenço. Enfermaria. De manhã.
Maria Madalena acorda e a primeira coisa que vê é o medico. O Dr. Mário. Ela tenta se levantar assim que lembra do filho.
MADALENA: Léo! Onde está meu filho.
MÁRIO: Você precisa descansar um pouco – disse tentando impedi-la de levantar. – Sua amiga já me informou tudo. Eu já fui vê como está seu filho.
Ela se senta contrariando o medico e espera para que termine de falar.
MÁRIO: Seu filho está estável, mas precisa se operado urgente, ele tem varias fraturas internas…
MADALENA: Não! – disse levando as mãos ao rosto e voltando a chorar.
MÁRIO: O problema é que ele perdeu muito sangue e precisamos fazer uma transfusão para fortalecê-lo antes da operação. Só que o tipo de sangue dele é O- e não temos mais esse sangue em nosso estoque. Teve um acidente envolvendo dois ônibus sexta e usamos o sangue que tínhamos no estoque e ainda não deu tempo de ser reposto.
MADALENA: E agora Doutor o que vai acontecer com meu filho?
MÁRIO: Já estamos tentando encontrar o sangue nos banco de doadores de outros hospitais. Só que pode ser que demore um pouco. O ideal seria que conseguíssemos alguém para fazer a doação de sangue.  Ele não tem nenhum parente que possa doar o sangue, o pai dele deve ser compatível.
MADALENA: O pai dele morreu.
MÁRIO: Um irmão.
MADALENA: Eu não posso doar.
MÁRIO: Já testamos seu sangue e o seu a O+. O sangue O- só recebe de O-, por isso acaba sendo um sangue raro.


Hospital São Lourenço. De manhã.
Lucas entra no hospital ajudando Claudia a entrar.
LUCAS: Ajudem aqui!
Um enfermeiro se aproxima trazendo uma cadeira de rodas. E ajuda Claudia a se sentar na cadeira.
ENFERMEIRO: Você pode vir com agente – disse o enfermeiro empurrando a cadeira para o setor de emergência.
LUCAS: Não! – ele ri – Eu não sou o pai. Sou só o vizinho. Já falei com o pai por telefone e ele já está a caminho.
CLAUDIA: obrigada Lucas!


Hospital São Lourenço. Enfermaria. De manhã.
Mário entra na enfermaria. Maria Madalena já se senta na cama para saber o que o medico tem a dizer.
MADALENA: Então Doutor. Como está meu filho?
MÁRIO: Tenho uma boa noticia. Encontramos um doador. Ele está doando o sangue nesse momento e está vindo duas bolsas de sangue de um banco de doadores da zona Norte.
ANITA: Graças a Deus!
MADALENA: E agora Doutor o que vai acontecer com meu filho?
MÁRIO: Vamos leva-lo para sala de cirurgia e eu mesmo vou opera-lo. Estamos só esperando o sangue chegar e o sangue do doador ser testado.
MADALENA: Mas meu filho corre algum perigo?
MÁRIO: eu não vou mentir para você. O estado dele é muito grave, mas eu vou fazer tudo que estiver o meu alcance.
MADALENA: Obrigado Doutor, eu seu que meu filho está em ótimas mãos.
MÁRIO: Não precisa me chamar de Doutor, pode me chamar de Mário.
MADALENA: Doutor… Mário, eu gostaria de conhecer a pessoa que está doando sangue para o meu filho. Posso?
MÁRIO: Se ele concordar, não tem nenhum problema.


Hospital São Lourenço. De manhã.
Maria Madalena e Anita, acompanhadas do Dr. Mario entra na sala onde está sendo realizada a coleta do sangue que esta sendo doado para o Léo.
Na sala o homem está de costa para porta, sentado em uma cadeira com uma agulha no braço ligado ao uma bolsa de soro por uma mangueira. Para poder recuperar as forças após ter doado um litro e meio de sangue.
MADALENA: Oi! Eu queria agradecer por você ter doado o sangue. Você pode ter salvado a vida do meu filho.
O homem se levanta da cadeira cuidadosamente para não soltar a agulha no braço e se vira.
MADALENA: Lucas…


Continua…

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