Capitulo 4 – Sagrada Família
http://www.youtube.com/watch?v=RKX2bo2GwSE
Leblon, Rio de Janeiro – 22:00
ANTÔNIO – Marta, não faça nenhum escândalo por favor!
MARTA – Escândalo? Escândalo? Você ainda não viu um, ela vai vir comigo de um jeito ou de outro.
ANTÔNIO – Não vai encostar um dedo nela! Você não sabe conversar?
MARTA – Se conversa adiantasse não teríamos tantos marginais nas ruas.
Marta já estava saindo da Rua Dias Ferreira e entrando na rua da casa de Cristiana, Rua Conde de Bernadotte.
MARTA – Eu quero só ver o que ela está fazendo.
ANTÔNIO – Você vai ver que nada demais.
MARTA – Assim espero.
ANTÔNIO – Você já percebeu que você só sabe reclamar da vida? Será que devemos ser casados ainda?
MARTA – Vai querer discutir relação agora no meio da rua Antônio? Me poupe, não vim aqui para isso.
ANTÔNIO – Você nem sabe qual é a casa deles.
MARTA – Quem tem boca vai a Roma, nunca ouviu falar?
ANTÔNIO – E você vai sair por aí perguntando para qualquer um onde é a casa dos Albuquerque?
MARTA – Sim.
Eles andam pela Rua Conde de Bernadotte e sentado na calçada eles encontram um senhor, param e resolvem pedir informação.
ANTÔNIO – Olá boa noite, você pode nos informar onde fica a casa dos Albuquerque?
SENHOR – Fica aqui do lado, só que eles saíram, acho que está só o Gabriel, o filho mais novo.
ANTÔNIO – Muito obrigado, Sr…
SENHOR – Ronald
ANTÔNIO – Obrigado, Sr. Ronald
Enquanto Antônio se despede, Marta já estava a caminho da casa de Cristiana, chegando na soleira da porta ela bate e nesse momento Antônio a alcança, ela toca a campainha dessa vez de modo impaciente, quem vem recebê-los é o mordomo Silveira.
SILVEIRA – Sim, boa noite, o que desejam?
MARTA – (entrando na casa) Onde está minha filha?
SILVEIRA – Com certeza não a conheço my lady!
Marta alterada pergunta subindo a escada principal.
MARTA – Onde fica o quarto deste delinquente?
SILVEIRA – Suponho que a senhora esteja falando do Gabriel, se madame acalmar eu a levo até lá.
MARTA – Não me peça para ter calma (descendo as escadas) você nunca viu uma mãe enfurecida e acho melhor você me dizer onde fica a droga desse quarto.
ANTÔNIO – Marta, acalme-se, ele vai nos dizer, mas haja civilizadamente.
MARTA – Eu quero a minha filha, se não vou chamar a polícia!
SILVEIRA – Se você não se acalmar eu mesmo chamo para tirá-la daqui.
Marta se cala e fica esperando o mordomo leva-la ao quarto.
SILVEIRA – Melhor assim, me acompanhem.
Silveira sobe a escada principal, seguido por Antônio e Marta, eles pegam a direita e seguem por um grande corredor que no final havia uma única porta branca.
SILVEIRA – Este é o quarto do senhor Gabriel.
Marta se apressa em bater na porta e chamar:
MARTA – Amanda, você está aí? Responda!
Dentro do quarto Amanda acorda com o barulho, meio sonolenta tenta reconhecer a voz. Ao reconhecer ela se desespera.
AMANDA – Gabriel, acorda, é minha mãe na porta.
***
IML, Leblon, Rio de Janeiro
RECEPCIONISTA – Senhora Helena Silva de Albuquerque Siqueira, pode se dirigir a sala de perícia, por favor!
Helena levanta-se e dirige-se a sala, ao adentrar encontra um doutor e uma enfermeira.
DOUTOR – Senhora, preciso que tire a roupa para analisarmos as feridas.
HELENA – É mesmo necessário?
DOUTOR – Infelizmente sim, onde foi que ele lhe bateu?
HELENA – Nas costas, braços, puxou meu cabelo e me estrupo.
DOUTOR – Calma, a senhora pode cobrir a parte da frente de seu corpo, podemos iniciar os exames?
HELENA – Sim.
DOUTOR – Essa é Beth, a enfermeira, ela vai me auxiliar, tudo bem?
HELENA – Tudo bem!
Do lado de fora da sala Cristiana resolve ligar para Joyce para informar dos últimos acontecimentos.
CRISTIANA – Alô, amiga!
JOYCE – Oi, lembrou que eu existo, né?
CRISTIANA – O dia foi muito puxado, o Tony espancou novamente minha mãe e ela resolveu denunciar, nós fomos a delegacia e agora estamos no IML.
JOYCE – (com preocupação) Por que não me avisou antes?
CRISTIANA – Foi tudo muito rápido, o Rafa está aqui comigo.
JOYCE – Dele você lembrou!
CRISTIANA – Não é hora de show, o momento é tenso.
JOYCE – Quer que eu vá até aí?
CRISTIANA – Não precisa, já tem muitas pessoas aqui, quando eu chegar em casa te ligo e você vai para lá, só liguei mesmo para te dizer qual é a situação.
JOYCE – Okay, se precisar só ligar!
CRISTIANA – Obrigada, amiga.
Cristiana desliga o celular e senta esperando sua mãe sair do exame.
***
Leblon, Rio de Janeiro
RONALD – Alô!?
FERNANDO – Quanto tempo amigo!
RONALD – Como você pode estar vivo?
FERNANDO – Uma história muito longa, o que você precisa saber é que eu sobrevivi, perdi a memória, mas retomei minhas lembranças, estava sendo cuidado por um casal de idosos muito gentis.
RONALD – Muita sorte e quando volta?
FERNANDO – O mais breve possível e como está minha família?
RONALD – Está bem na medida do possível.
FERNANDO – E o que aconteceu com o Tony?
RONALD – Tem certeza que quer saber?
FERNANDO – Sim, desembuche cabra!
RONALD – Ele se casou com a Helena.
FERNANDO – Com quem?
RONALD – Ele se casou com sua Mulher.
***
Casa dos Albuquerques, Leblon, Rio de Janeiro
MARTA – Amanda, abra a porta agora eu sei que você está aí.
AMANDA – E agora? O que vamos fazer?
GABRIEL – Calma, vamos abrir a porta, não estamos fazendo nada que um casal não faça.
AMANDA – Você não conhece minha mãe, ela me mata se me ver aqui assim.
GABRIEL – Uma hora você vai ter que enfrentá-la e acho que a hora é essa.
MARTA – Amanda, já estou ficando sem paciência, abra logo essa porta.
AMANDA – Ta bom, deixa eu apenas me vestir.
GABRIEL – Rápido, se não ela vai derrubar a porta do meu quarto
Os dois riem
AMANDA – Acho melhor você vestir algo também, ela não vai gostar nada de te ver assim.
GABRIEL – Será?
Os dois voltam a cair na gargalhada e Amanda começa a se vestir.Gabriel coloca apenas um calção, vai até a porta e a destranca. Marta entra como um furacão dentro do quarto.
MARTA – Eu não te disse Antônio, a nossa filha no quarto com esse marginalzinho quase nu.
ANTÔNIO – Eles são namorados, nada fora do normal, por acaso nós não fazíamos isso? Eu conversei com ela sobre isso.
MARTA – Não estou falando de nós, eram outros tempos e outra situação, agora você vai vir comigo, Amanda, nunca mais vai ver esse playboyzinho, esse namoro terminou aqui, não quero ser avó antes do tempo.
Gabriel começa a se preocupar.
GABRIEL – Você não pode fazer isso.
MARTA – Eu faço o que eu quiser, a filha é minha.
AMANDA – (indo até o namorado) você não vai me afastar do Gabriel.
Marta vai até onde Amada e a puxa pelo braço.
MARTA -Você vai vir comigo, e não me questione, entendido mocinha? Está é a última que você me apronta – enquanto Marta fala, ela puxa Amanda pelo braço descendo as escadas – não criei nenhuma puta pra você está em casa de macho até uma hora dessa.
ANTÔNIO – Solta ela Marta!
MARTA- Cala a boca seu imprestável, eu disse que vinha buscá-la e ela vai comigo.
Antônio coloca-se na frente de sua Mulher
ANTÔNIO – Já disse que você não vai fazer nada com minha filha.
MARTA – Sai da minha frente, se não passo por cima de você!
Amanda grita incessantemente para que sua mãe a solte.
ANTÔNIO – Tenta Marta! Quero só ver, você não vai fazer nada com ela, não sabe agir como gente, conversar civilizadamente.
MARTA – Pacifista idiota, se conversar adiantasse não teríamos mais ladrões, ela vai levar uma surra sim, para aprender a não ficar se entregando a qualquer um por ai.
GABRIEL – Não vai bater na minha namorada, só porque você saiu dando pra todo mundo até ficar grávida, não quer dizer que com ela tem que ser assim.
Marta solta Amanda e vai na direção de Gabriel e dá um tapa nele.
MARTA – Procure me respeitar, que o único homem com quem eu estive foi com o pai dessa daí.
GABRIEL – Isso que você diz né! Com certeza deve ter dado suas puladas de cerca.
MARTA – (partindo para cima de Gabriel com tapas e socos) Cala a boca seu merda!
ANTÔNIO – (intervindo) Se controla Marta, veio aqui para fazer escândalo?
MARTA – Não posso deixar que ele fale assim de mim.
ANTÔNIO – Está agindo como uma adolescente dessas brigonas.
MARTA – Querido, não me compare com essas criaturas sou uma dama que vive na alta sociedade.
AMANDA – (provocando) Desde quando Morro do Vidigal é alta sociedade?
MARTA – Pelo visto a surra não foi o suficiente para abrandar essa sua língua, deixe de ser mal criada e vamos para casa ou vou ter que te puxar pelos cabelos até o Vidigal?
AMANDA – Ta mãe, posso me despedir do meu namorado?
MARTA – Não
ANTÔNIO – Sim, claro que pode e vamos esperar lá fora, né querida?
MARTA – Tudo bem, apenas cinco minutos.
Marta e Antônio saem e ficam esperando lá fora, Silveira vai para a cozinha e deixa Amanda e Gabriel a sós.
GABRIEL – Essa sua mãe em, é pior que um tufão!
AMANDA – Você ainda viu nada, ela é bem pior, mas não quero falar dela, achei maravilhoso hoje.
GABRIEL – Quem bom que você gostou, meu amor!
AMANDA – Acho melhor ir antes que o ciclone Marta volte.
Os dois riem, se beijam e Amanda vai para onde seus pais.
***
Hospital São Miguel, Gávea, Rio de Janeiro
Dois agentes da polícia civil se aproximam da recepção do hospital, perguntam pelo Sr. Tony Rubens Siqueira e mostram a intimação ao recepcionista.
RECEPCIONISTA – Vou avisá-lo que vocês estão aqui.
Ele pega o telefone e liga para o escritório de Tony.
Dentro do escritório estava ele e Vanda terminando o serviço do dia a dia quando o telefone toca:
TONY – (irritado) Eu disse para esses incompetentes que eu não queria ser interrompido. (atende o telefone) Alô, eu disse que não queria ser interrompido seus incompetentes, acho que deixei isso bem claro.
RECEPCIONISTA – Desculpe, mas tem uns policiais aqui querendo falar com o senhor, eles estão com uma intimação.
TONY – E o que eles querem?
RECEPCIONISTA – Não sei, só querem falar com você!
TONY – Mande subir então.
O recepcionista transmite o recado aos policiais e os acompanha até a sala de seu patrão.
Ao chegarem à sala já estava tudo arrumado e Vanda já havia saído, os policiais entram e sentam nas cadeiras que ficam em frente à mesa de Tony.
TONY – Algum problema, senhores policiais?
POLICIAL – Recebemos uma denúncia de violência doméstica, contra sua esposa senhora Helena Silva de Albuquerque Siqueira.
TONY – (calmo por fora, mas explodindo por dentro) Quem fez a denúncia?
POLICIAIS – Infelizmente não revelamos a identidade de quem faz as denúncias, aqui temos uma intimação para você comparecer até a delegacia para prestar esclarecimentos sobre a ocorrência.
Tony pega a intimação e começa a ler, depois de estar satisfeito assina as duas vias e entrega uma ao policial.
TONY -Senhores tenho certeza que é apenas um mal-entendido e que ficarei grato em esclarecer.
Tony acompanha os policiais até o estacionamento do hospital onde ele entra em seu carro e vai acompanhando a viatura até a delegacia.
TONY – Eu te avisei Cristiana, eu te avisei.
***
Leblon, Rio de Janeiro
SUSANA – (fala no carro voltando para a casa de Cristiana) O primeiro passo você já deu amiga.
HELENA – Tenho medo daquele monstro fazer algo com os meus filhos.
SUSANA – A lei vai proteger vocês
HELENA – Mas, só daqui a 48 horas e quando ele chegar pode fazer eu sei lá o que conosco, não quero nem pensar.
SUSANA – Ele vai pensar duas vezes antes de te agredir novamente.
HELENA – Não com o Tony, ele não vai ter medo de me bater só porque foi intimado a ir à delegacia, lá ele pode inventar qualquer história e desmentir a minha versão.
CRISTIANA – Não se preocupe mãe, eu estou com você
HELENA – Eu só queria que o Fernando estivesse aqui.
Neste momento uma figura alta estava em um carro vindo pela avenida do Jardim botânico em direção ao Leblon.
DEPOIMENTO REAL
Tatiana Oliveira – João Pessoa PB
Meu depoimento é um de tantos outros que existem a cada dia. Fui casada durante sete anos e nos últimos dois anos apanhei muito, eram murros, chutes, pontapés, beliscões, até murros no rosto, fui estuprada por meu esposo diversas vezes, era horrível! Então decidi abandoná-lo, sai de casa e comecei a trabalhar, arranjei um namorado (hoje marido) e vivo feliz, ao invés de apanhar sou amada, foi difícil, mas DEUS nos fez para sermos amadas. Pensem nisso.
Que raiva do Gabriel insultar uma pessoa mais velha!
Antônio caiu no meu conceito. Deveria ter defendido a esposa.
Martha deveria ter dado mais tapas no Gabriel.
Cristiana tá meio apagada.
A escrita da web tá ótima. Ágil e eletrizante.
Capítulo legal, porém não gostei do Gabriel e da Amanda, acho eles infantis, enfim, com certeza aprenderam amadurecer caso ela fique grávida, assim espero. Parabéns e continue escrevendo.
Obrigado! A trama dos dois ainda vai dar uma grande reviravolta que não está atrelada a gravidez, aguarde os próximos capítulos!
Olha, fico feliz no que vejo, o texto está se estabilizando e ficando bom na medida do possível.
Parabens, apenas uma observação. Se possivel dê guanchos no final do capitulo.
Obrigado, tentando melhorar a cada capítulo
Amigo, se desejar me coloco a disposição para ajuda-lo.
Pois é sempre bom ajudar. Caso queira me avise rs.